Chegada das chuvas e calor acende alerta para intensificação
das ações de combate ao Aedes aegypti. Campanha começa nesta terça-feira (13)
em todo o país
O Ministério da Saúde lança nesta terça-feira (13)
campanha publicitária de combate ao mosquito Aedes aegypti. O objetivo é mobilizar toda a população sobre a importância de
intensificar, neste período que antecede o verão, as ações de prevenção contra
o mosquito, que transmite dengue, zika e chikungunya. Com o slogan "O
perigo é para todos. O combate também. Faça sua parte. Com ações simples
podemos combater o mosquito", a campanha ressalta que a união de
todos, governo e população, é a melhor forma de derrotar o mosquito, e que a
vigilância deve ser constante.
Dados nacionais apontam redução nas três doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti, entre janeiro a outubro de 2018, em
comparação com o mesmo período de 2017, porém, alguns estados apresentam
aumento expressivo de casos de dengue, Zika ou chikungunya. Por isso, é
necessário intensificar agora as ações de eliminação do foco do mosquito para
evitar surtos e epidemias das três doenças no verão.
Os meses de novembro a maio são considerados o
período epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti,
porque o calor e as chuvas são condições ideais para a proliferação do
mosquito. “É o momento em que todos - União, estado e municípios, e a população
em geral - devem ter maior atenção e intensificar os esforços para não deixar a
larva do mosquito nascer. No caso da população, além dos cuidados, como não
deixar água parada nos vasos de plantas, é possível verificar melhor as
residências, apoiando o trabalho dos agentes de endemias”, explica o
coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde,
Divino Martins.
De acordo com o coordenador, os agentes de endemias
utilizam três técnicas simples, que levam cerca de 10 minutos, para vistoriar
casas, apartamentos e espaços abertos. “Os agentes de endemias estão nas ruas
vistoriando todos os espaços em todo o país. Contudo, a população pode se
empoderar também dessas técnicas e se antecipar à visita dos agentes. Durante
os meses que antecedem o verão e ao longo de 2019, o Ministério da Saúde vai
fazer o alerta contra o mosquito e ensinar, por meio de vídeos tutoriais nas redes sociais, entre outros
meios, como são essas técnicas. Além dos 60 mil agentes de endemia, a pasta
quer contar com os mais de 200 milhões de brasileiros para serem multiplicadores
dessas ações”, destaca o coordenador Divino Martins.
Além do lançamento da campanha, está prevista
ainda, para o final de novembro, a Semana de Mobilização Integrada para o
Combate ao Aedes aegypti. No total, 210 mil unidades públicas e
privadas de todo o país estão sendo mobilizadas, sendo 146 mil escolas da rede
básica, 11 mil centros de assistência social e 53 mil unidades de saúde. A Sala
Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) orientou estados e municípios a
realizarem atividades para instruir as comunidades sobre a importância da
prevenção e combate ao mosquito. Também está prevista a mobilização da
população em geral, por meio do slogan ‘Sábado sem mosquito. Com ações
simples, podemos combater o Aedes aegypti’. Os órgãos públicos também farão
vistorias em seus prédios.
Outra medida importante para este mês será a
divulgação do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti
(LIRAa), ferramenta utilizada para identificar os locais com focos do mosquito
nos municípios. O LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do
mosquito. Com base nas informações coletadas, os gestores podem identificar os
bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o
tipo de depósito onde as larvas foram encontradas.
Durante todo o ano, o Ministério da Saúde realiza
ações permanentes de vigilância, prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti,
com apoio da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) e das Salas
Estaduais. As videoconferências com as 27 salas estaduais ocorrem mensalmente
e, durante o período epidêmico, são realizadas quinzenalmente. O Ministério da
Saúde também oferece, continuamente, aos estados e municípios apoio técnico e
fornecimento de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de
veículos para realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado
pelos gestores locais
Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento
crescente aos estados e municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em
Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram nos últimos anos,
passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Este
recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue,
zika e chikungunya e é repassado mensalmente a estados e municípios. Além
disso, desde novembro de 2015, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para
pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias. Neste ano, o
orçamento destinado para as ações de vigilância em saúde é de R$ 1,9 bilhão.
DADOS
EPIDEMIOLÓGICOS - AEDES AEGYPTI
DENGUE
Até 27 de outubro, foram notificados 220.921 casos
de dengue em todo o país, uma pequena redução em relação ao mesmo período de
2017 (223.171). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por
habitantes, é de 106,4 casos/100 mil habitantes. Com relação ao número de
óbitos, a queda é de 22,1% em relação ao mesmo período do ano anterior,
passando de 167 mortes em 2017 para 130 neste ano. No total, 12 estados
apresentam aumento de casos em relação ao mesmo período de 2017. Entre eles,
destacam-se Goiás, Rio Grande do Norte e Acre, que registram as maiores
incidências, com 1.025 casos/100 mil habitantes em Goiás; 624,4 casos/100 mil
habitantes no Rio Grande do Norte e 420,8 casos/100 mil habitantes no Acre.
CHIKUNGUNYA
Até 27 de outubro, foram registrados 80.940 casos
de febre chikungunya, o que representa uma taxa de incidência de 39,0 casos/100
mil habitantes. A redução é de 55,7% em relação ao mesmo período do ano
passado, quando foram registrados 182.587 casos. A taxa de incidência no mesmo
período de 2017 foi de 87,9 casos/100 mil/hab. Neste ano, foram confirmados
laboratorialmente 34 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 189 mortes
confirmadas. No total, sete estados apresentam aumento de casos em relação ao
mesmo período de 2017. Entre eles, destacam-se Mato Grosso e Rio de Janeiro,
que registram as maiores incidências, com 394,5/100 mil habitantes no MS e
210,8 casos/100 mil habitantes no RJ.
ZIKA
Foram registrados 7.544 casos prováveis de zika em
todo país, até 27 de outubro, uma redução de 54,6% em relação a 2017 (176.616).
A taxa de incidência passou de 8,0 em 2017 para 3,6 neste ano. No total, sete
estados apresentam aumento de casos em relação ao mesmo período de 2017. Entre
eles, destaca-se o Rio Grande do Norte, com 14,9 casos/100 mil habitantes.
Camila Bogaz
Agência Saúde
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