Associação
de Medicina Intensiva Brasileira consolida documento com recomendações e
diretrizes sobre o assunto
Dados
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indicam que pedidos de exames
como tomografia e ressonância tiveram um aumento de 22% entre pacientes de
convênios médicos brasileiros entre 2015 e 2017. O mesmo estudo mostra ainda
que os médicos vinculados a planos de saúde locais requerem mais esse tipo de
procedimento do que profissionais de países desenvolvidos.
Foi a partir da
observação desse cenário preocupante que a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) passou
a promover entre os seus associados uma campanha visando combater o excesso de
exames e procedimentos nos tratamentos de saúde, cujos resultados serão
apresentados no XXIII
Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, que acontece em São
Paulo, entre 29 de novembro e 1 de dezembro.
A
mobilização faz parte do movimento Choosing
Wisely, lançado nos Estados Unidos com o objetivo de
conscientizar as especialidades médicas de que o uso de determinados
procedimentos muitas vezes pode ser desnecessário e até mesmo maléfico para o
paciente.
Traduzida
como “Escolhendo Sabiamente”, a iniciativa sugere que a eficácia clínica dos
exames e tratamentos deve ser revisada, de forma a reduzir o desperdício no
sistema de saúde e proporcionar maior segurança aos pacientes, que acabam
ficando expostos às eventuais contraindicações dos procedimentos a que são
submetidos.
As
motivações que levam a esse cenário de excessos são as mais diversas, como a
cultura local; o avanço da medicina, que pode pressupor que procedimentos novos
são melhores que os antigos; a medicina defensiva, em que o profissional de
saúde pede exames para se proteger juridicamente caso futuramente seja
questionado; e a desvalorização da consulta clínica de qualidade, devido à
escassez de tempo e ao sistema de pagamento que valoriza a realização de
exames.
A
AMIB decidiu abraçar a causa e levar a discussão para a medicina intensiva,
pois essa é uma questão importante para os profissionais que atuam nas UTIs,
onde a rotina pede agilidade nas tomadas de decisão sobre questões diversas,
incluindo a solicitação de exames comumente requeridos nesse ambiente, como
tomografia e ressonância, que além de apresentarem riscos no transporte do
paciente, muitas vezes pouco agregam ao seu diagnóstico.
A
adesão da instituição à proposta do Choosing Wisely aconteceu em dezembro de
2017, quando foi formada uma comissão da AMIB dedicada à pesquisa e ao debate
sobre o assunto, com o objetivo de estabelecer recomendações em relação ao tema
para a atividade da terapia intensiva no país. Para tanto, foram definidos 10
temas prioritários, incluindo pautas como: antibióticos desnecessários, uso de
dispositivos invasivos, suporte de vida e sedação.
A partir daí os intensivistas associados à AMIB votaram,
ao longo de 2018, nas cinco recomendações que julgaram mais relevantes para o
setor, consolidando um documento final com diretrizes sobre o assunto que será
lançado no XXIII
Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, no dia 29 de
novembro, às 10h.
“A
iniciativa consolida um debate antigo. Estamos empolgados em promover essa
discussão e é de suma importância a participação de todos os intensivistas
associados. A ideia do Choosing Wisely é contribuir com o diagnóstico e
qualidade de vida do paciente crítico”, comenta Dr. Ederlon Rezende,
coordenador do comitê de especialistas que pauta a discussão na AMIB.
Sobre o lançamento no 23º Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva
Data
e local do lançamento: 29 de novembro, às 10h na sala 7 do Transamérica Expo
Center
Data
do Congresso: 29 de novembro à 1 de dezembro
Local:
Transamerica Expo Center – São Paulo/SP
Informações
e inscrições:
http://www.amib.org.br/cbmi2018/
Nenhum comentário:
Postar um comentário