Professor de
redação explana as possibilidades de ter ido bem ou mal na prova
O Enem 2018 trouxe como tema da redação a
“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”,
assunto bastante debatido por acontecimentos no cenário nacional e
internacional, como o caso do vazamento de dados por meio do Facebook, no
início do ano. Os textos motivadores apresentaram como abordagens a influência
dos algoritmos no comportamento de consumo, o controle da informação do ponto
de vista comunicacional, um infográfico com dados sobre o uso da internet e as
mudanças de comportamento das pessoas por conta do recebimento pré-selecionado
da informação.
Segundo o professor de redação do Sistema Positivo
de Ensino, Caio Castro, as palavras-chave do tema eram “manipulação” e
“controle”, que fizeram com que o vestibulando tivesse que discutir as
consequências do uso de dados na internet e se posicionar a respeito do fato.
“A prova acabou mostrando que a crença de que a internet é um universo isento
ou neutro, na verdade não é real, e exigiu que o estudante se posicionasse a
respeito dessa verdade”, expõe. Castro também reforça que, apesar dos textos
motivadores serem de grande utilidade, o aluno deve sempre inserir seus
próprios conhecimentos, contextualizando-os com o que é oferecido pela prova.
“Fugir do tema, ignorar as contextualizações do
textos motivadores e acabar abordando assuntos que apenas circundassem o tema
proposto poderiam ser ações que prejudicassem o estudante”, alerta o professor.
No último ano, foram mais de 300 mil redações nota zero registradas pelo Enem.
Castro lembra que o tema deste ano foi muito debatido, principalmente no
período de elaboração da prova, em meados de abril, quando o presidente do
Facebook foi indiciado no caso em que 2 milhões de usuários foram afetados por
dados vazados e que, para uma contextualização da dissertação, esses fatos
poderiam ser lembrados.
Um ponto de preocupação dos estudantes costuma ser
o receio em emitir opinião contrária à do avaliador. Sobre isso, o professor
tranquiliza: “O avaliador não está preocupado se sua opinião converge com a
dele, ele vai ver se a sua argumentação faz sentido, é pertinente, independente
do seu ponto de vista”. Porém, apesar da emissão de opinião ser incentivada, o
aluno deve tomar cuidado com o uso da primeira pessoa do singular. “Na cartilha
do Enem não diz nada contra o uso da primeira pessoa, porém, nas redações que
são colocadas como exemplo, que foram nota mil, nenhuma usava a primeira
pessoa. Todas estavam em terceira pessoa. E então, inferimos que o uso da
primeira pessoa do singular não é aconselhável”, indica.
A menção ao papel da imprensa, a criação de bolhas
de opinião, a preocupação com a privacidade e a influência da internet nas
eleições presidenciais brasileiras foram abordagens também citadas por Castro,
que comentou o tema da redação durante a transmissão ao vivo de correção da
prova, na sede da Editora Positivo, em Curitiba. Ao todo, a transmissão
alcançou 1 milhão e 600 mil espectadores, 177 mil visualizações, 500
compartilhamentos e 2.200 comentários e contou com um gabarito extraoficial da
prova, elaborado pelos professores do Sistema Positivo de Ensino. No próximo
domingo, 11, serão aplicadas as provas de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Os professores do Sistema Positivo
de Ensino, novamente, farão as provas e entrarão ao vivo, na página da Editora
Positivo no Facebook, para comentar as questões e apresentar o gabarito.
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