Alguns costumes são como os nossos, já
outros vão além
Montevidéu/ São Paulo – A virada do ano aqui é com espumante, lá
é com uma bebida que se chama Medio y Medio (meio a meio), o tradicional
drinque do vizinho consiste em metade vinho branco seco e metade espumante, o
mais famoso é o do Roldós, restaurante que o produz, como ninguém, desde 1886.
A
prévia de natal e ano novo no Mercado del Puerto é tradicionalmente
divertida. Nos dias 24 e 31 de dezembro, milhares de pessoas se juntam para
beber e participar da famosa guerrilha de cidra e cerveja, que acontece na
região do Mercado. A maioria dos frequentadores são trabalhadores, que
saem direto da “Ciudad Vieja” e se reúnem com os companheiros para despedir do
velho ano. Centenas de turistas se misturam a multidão, onde só tem alegria e
diversão.
Depois
do jantar de Natal, a boa é se encontrar. Um brinde na “Rambla” de
Montevidéu, um clássico da juventude uruguaia, que depois de jantar com a
família, costuma se reunir ao longo da extensa orla do Rio da Prata na capital,
principalmente na área de Pocitos, para comemorar o Natal com os amigos. Vários
carros estão estacionados no local e se tornam verdadeiras discotecas
improvisados, espalhando
alegria aos pedestres.
E
se não tem “asado”, não é natal. Comer uma deliciosa “parrilla completa” com
carne, linguiça e miúdos no natal, prato internacionalmente conhecido,
acredite é bem corriqueiro no vizinho. Esse menu da dieta uruguaia está entre
os mais famosos costumes gastronômicos do país e não poderia ser diferente
nesta data. Um turista que se prese deve provar a iguaria.
Como
um bom latino-americano, os uruguaios também carregam uma série de superstições
e, algumas delas, são bem curiosas. Para nós, a lentilha não pode faltar na
ceia de ano novo, mas, no caso deles, a salsinha jamais pode ficar de fora e
segundo costumam dizer: essa prática favorece a abundância e prosperidade.
Para
atrair a boa sorte, vale comer 12 uvas à meia noite, uma para cada
badalada do sino da igreja; vale antes da meia-noite varrer a casa com uma
vassoura velha e depois com uma nova e; vale também usar roupa interior
amarela na virada do ano.
Agora,
curioso mesmo é dar uma volta no quarteirão carregando uma mala, segundo
as crendices, atrai viagens a lazer no próximo ano. Tem quem acredite que jogar
um balde de água pela janela, expulse as más vibrações da casa ou do
escritório.
É até simpático
aderir aos hábitos de outra cultura, dê a volta na quadra com a mala, jogue o
balde de água pela janela, e continue passando de branco. Compense as ondas que
ficarão para o próximo ano com a inserção de novos costumes.
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