A campanha
mundial Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama, abre espaço para
conscientização da saúde da mulher como um todo
Em meio ao Outubro Rosa, movimento internacional de
conscientização sobre o câncer de mama, é importante falar também sobre uma
doença que atinge as mulheres e ainda é bastante desconhecida e de difícil
diagnóstico, a endometriose. Ela acomete as mulheres em idade reprodutiva e se
caracteriza pelo crescimento do endométrio, a camada interna do útero, fora do
seu local habitual, levando a uma reação inflamatória crônica. Devido ao refluxo menstrual pelas trompas uterinas,
o endométrio chega a lugares onde não deveria, como: útero, trompas, ovários, ligamentos do útero, superfície do
reto, bexiga e diafragma.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
cerca de 180 milhões de mulheres no mundo sofrem de endometriose. No Brasil a
doença afeta de 10% a 15% das mulheres em fase reprodutiva, ou seja, cerca de 7 milhões de brasileiras são
acometidas pelo problema que causa fortes
dores e pode levar à infertilidade.
Segundo o Dr. Fábio Sakae Kuteken, médico
ginecologista especializado em endometriose da Rede de Hospitais São Camilo de
São Paulo, dentre as diversas formas de manifestação da doença, a endometriose
profunda chama atenção pela sua intensa sintomatologia. “Os sintomas mais
comuns são as dores na menstruação, infertilidade, dor na relação sexual e
dores contínuas ou intermitentes ao evacuar e urinar. Já a endometriose
intestinal, caracterizada pela
presença de endométrio à volta das paredes do intestino que dificultam a sua
função e causam intensa dor abdominal, é
uma das formas mais graves da doença, podendo acometer entre 5,3% a 12% das
mulheres portadoras de endometriose, sendo a junção do reto com o sigmoide, a
localização intestinal acometida com maior frequência”.
O ginecologista explica ainda que a doença afeta
muito a qualidade de vida da mulher, porém, ao contrário do que a maioria das
pessoas pensam, ela não é sinônimo de infertilidade. “Embora a endometriose
seja conhecida por prejudicar a fertilidade, os mecanismos que levam a essa
condição são incertos e provavelmente dependem, em parte, do estágio da doença
e geralmente não impossibilita completamente a gravidez. Uma combinação de
cirurgia, indução de ovulação com inseminação intrauterina e/ou de reprodução
assistida, pode ajudar essas mulheres a engravidarem.”
O tratamento para endometriose pode ser feito com o
uso de medicações hormonais, realização de cirurgia ou a com a combinação das
duas. Segundo Dr. Fábio, a escolha dos profissionais e um tratamento
multidisciplinar podem ser os principais diferenciais no tratamento. “A
endometriose profunda é uma doença complexa, principalmente quando acomete
outros órgãos além do sistema reprodutivo, ou seja, intestino, bexiga, ureter e
diafragma. O tratamento cirúrgico, quando indicado, necessita de um
planejamento estratégico minucioso que inclui exames radiológicos precisos,
para o mapeamento completo da pelve. O Hospital São Camilo possui equipamentos
de ponta e especialistas altamente capacitados para o diagnóstico radiológico,
cirúrgico e abordagem cirúrgica multidisciplinar quando necessária, envolvendo
no tratamento desde o ginecologista até o coloproctologista, urologista e
cirurgião torácico.”
Segundo estudos recentes, a maioria das mulheres leva
até 6 anos para chegar ao diagnóstico efetivo da endometriose. Por isso é
importante ficar atenta aos primeiros sintomas como cólicas menstruais intensas; dor durante a
menstruação;dor durante as relações
sexuais; dor difusa ou crônica na região pélvica e
sangramento menstrual intenso ou irregular. Além disso, é de extrema
importância procurar um médico especialista ao primeiro sinal.
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