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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

4 PASSOS PARA RETOMAR O RUMO DA CARREIRA



Todo mundo conhece um colaborador que, basta parar para beber água, já está resmungando. Um gole para dentro e três palavras negativas para fora. É aquela pessoa que, como mantra, adora perpetuar os discursos: “ninguém reconhece o meu valor”, “isso não vai dar certo” e “nem tenta, já fui por este caminho e não consegui”. Desagradável, não?

Por mais enfadonho que possa parecer, esta realidade existe. De acordo com estudos da "Gallup", maior empresa de pesquisa e opinião dos Estados Unidos, 63% dos profissionais atuantes no mercado de trabalho encontram-se nesta mesma posição. Estão infelizes, desorientados e à procura da felicidade laboral que nunca vem.

O que ocorre? A resposta pode ser encontrada no livro “Personal Branding – Construindo sua marca pessoal”, de Arthur Bendec. Para ele, assim como um barco à deriva, os indivíduos da hipermodernidade navegam sem saber para onde vão, justamente, porque estão em busca de figuras parentais para suprir as suas insatisfações.

Estão perdidos? O papai mostra o caminho. O navio naufragou? Melhor ainda, pois a mamãe estará lá para recolher os destroços. Assim como órfãos, comportam-se como se o mundo corporativo tivesse a obrigação de personificar estas figuras importantes da primeira infância e, como não poderia ser diferente, frustram-se, caindo no abismo da melancolia.

Na visão de Bendec, o colaborador, por se sentir desamparado afetivamente, subverte o papel do outro, depositando nele suas questões internas mal-resolvidas. Se mamou por tempo insuficiente, o salário nunca será bom o bastante. Ou, se perdeu o lugar de centro das atenções para o irmão recém-nascido, passará a odiar os novos contratados.

Deste modo, os traumas passam a compor um conluio atemporal. Não importa se um episódio aconteceu há vinte anos ou se habita o tempo presente. Para a mente humana, os aspectos emocionais que não encontraram uma resolução satisfatória sempre retornarão, transformando a vida do indivíduo em uma repetição contínua.

Na expectativa de preencher o vazio que ficou lá trás, estes bebês crescidos continuam tentando encontrar um lugar ideal e mágico, com chefes atenciosos e sem estresse, em que os colegas são amigos de verdade e há muitas oportunidades de crescimento profissional. Afinal, o mundo precisa reconhecer os seus talentos e sanar as suas dores.

Felizmente, nem tudo precisa ser um “remake” do destino. De acordo com Arthur Bendec, existem ferramentas capazes de romper com esta dramaturgia infantil e catastrófica, transformando-a em um longa-metragem premiado, digno de Hollywood.  E, para estrelá-lo, algumas medidas de empoderamento pessoal podem ser tomadas.

A primeira delas, consiste em tampar buracos. Em vez de balburdiar o ambiente corporativo, infectando-o com reclamações, identificar os pontos organizacionais que precisam de melhorias e solucioná-los é fundamental. Quanto mais se investe energia em reparar o mundo externo, mais preenchido internamente o indivíduo se torna, auxiliando-o a cicatrizar as suas mágoas de outrora.

Dar as costas para a responsabilidade? Nunca mais. À medida que o colaborador chama para si a autoria pelo próprio sucesso, mais realizado fica. Este movimento ajuda a evocar o adulto que existe em seu psiquismo, deixando a criança chorona cada vez menos em destaque para fazer estripulias geradoras de ressentimento, improdutividade e decepção.

Paralizar-se diante do novo? Até quando? Profissionais empenhados em colocar a mão na massa e assumir riscos são aqueles que encontram sentido em suas carreiras. A criatividade, por estar atrelada à gratidão, constrói caminhos neurais novos na estrutura cerebral, construindo ligações celulares satisfatórias em direção à felicidade que tanto se procura.

Desligar-se da paranoia que advém do olhar do outro, por fim, também dá adeus ao derrotismo empresarial. Quanto menos preocupado com o que os outros vão dizer, mais energia se faz disponível para que o colaborador possa construir o papel de ator principal neste filme denominado vida.  Então, luz, câmera e ação!






Lucas Diegues - diretor executivo da WA Marketing & Consultoria Comercial




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