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quarta-feira, 23 de março de 2016

Os conflitos do Nascimento





Ambientes hospitalares vivem controvérsias no dia a dia, colocando em conflito serviços de obstetrícia e neonatologia, entidades médicas, consultórios médicos, mídia e redes sociais, quando o assunto é o parto. É preciso falar sobre condições de acompanhamento da gestante, do nascimento e do atendimento ao recém-nascido. As polêmicas resultantes podem agregar novas reflexões e abordagens sobre o chamado "nascimento humanizado", e têm contribuído para disseminar a insegurança em gestantes e suas famílias.

Conforme ensina o Prof. Sergio Martins Costa, do serviço de Obstetrícia do HCPA, "nos últimos anos temos visto que os protagonistas do movimento a favor da Humanização do Parto foram substituídos pelos protagonistas da luta contra a "Violência Obstétrica", trocando a educação de obstetras pela desconstrução ideológica da obstetrícia". Evoca-se o absurdo de criminalizar a cesárea, procedimento secular que salvou e salva milhões de vidas no mundo.

É de se defender a via de nascimento natural como preferencial, mas, no Brasil, as maiores taxas de mortalidade materna estão nas regiões com menor incidência de cesárea e vice-versa. As cesáreas desnecessárias, feitas fora do trabalho de parto em mulheres saudáveis, sempre criticáveis, não aumentam o obituário materno.

Atuando há mais de 30 anos em UTI Neonatal e centros obstétricos, permito-me dizer que o parto seria idealmente um evento natural, sem necessidade de controle, mas o cotidiano mostra com frequência o contrário, e a assistência do obstetra e do pediatra é decisiva em inúmeras situações, muitas emergenciais e não previstas. Por óbvio, cite-se que a equipe multiprofissional, especialmente de enfermagem, e os recursos de equipamentos hospitalares, compõem o aparato necessário aos melhores desfechos. Reduzir intervenções desnecessárias é algo a ser saudavelmente discutido, mas a segurança de mãe e filho é inegociável. Restringir cesáreas sem indicação legítima é uma meta a ser atingida em nosso país, ainda que se respeite o sagrado direito da autonomia da mulher.


Dr. Ilson Enk
Médico neonatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Diretor Científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul

Feriado de Páscoa: imprudência e alta velocidade agravam acidentes




Medidores de velocidade e estratégias de conscientização reduzem as estatísticas

Qualquer que seja a época do ano, feriados tendem a gerar uma movimentação acima da média nas rodovias federais e estaduais. A urgência de chegar ao destino somada ao desrespeito à legislação de trânsito são alguns dos fatores que tornam os condutores mais vulneráveis a acidentes. Portanto, hábitos como esses devem ser evitados independentemente da ocasião. 

Para conter os altos índices de acidente, o diretor da Perkons, Luiz Gustavo Campos, defende a implementação de ações integradas de educação, engenharia e fiscalização de trânsito, focadas na velocidade. “Quanto mais alta a velocidade, maiores os riscos de perda de controle do veículo e maior é a distância percorrida até a frenagem total. A 32km/h a distância de frenagem é de 12 metros, já a 112km/h a distância aumenta para 96 metros, ou seja, um quarteirão inteiro”, relaciona.

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam que foram mais de 79 mil veículos flagrados acima da velocidade permitida no feriado de Páscoa de 2015. São Paulo apareceu como estado campeão de registros, com 15% do total, seguido do Paraná e de Minas Gerais. Ainda assim, o ano foi considerado aquele com menor número de mortes e acidentes desde 2007, se considerada a frota de veículos. Foram 103 mortes e cerca de 2.300 acidentes nas rodovias federais do país.

A adoção de ações preventivas pela PRF acabou por gerar a redução. Além do patrulhamento e das abordagens dos condutores que cometeram infrações, foram promovidas atividades educativas para conscientizar os usuários sobre a importância de construir um trânsito mais seguro também nas estradas.

O uso dos medidores eletrônicos de velocidade converge com este mesmo objetivo. Estatísticas da Perkons apontam para um índice de respeito de 99,9% nos trechos onde estão instalados os equipamentos.

Saúde alerta para precauções e benefícios no consumo de peixes





Saiba quais são as práticas corretas de manipulação e como deve ser a escolha do local que será comprado o alimento

Tradicionalmente, os brasileiros consomem mais peixes na Semana Santa do que em outras épocas do ano. Por isso, é importante redobrar o cuidado na compra, na conservação e no preparo desse alimento que se faz presente como símbolo de vida na mesa das famílias brasileiras.
“Os peixes são ricos em proteínas, vitaminas e minerais, que contribuem para a formação muscular e previnem doenças do coração, já que também é uma boa fonte de ômega 3”, afirma Cristiane Kovacs, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, unidade da Secretaria de Estado da Saúde.
O alerta, porém, é que quando ingerimos peixes em más condições, corremos o risco de ser contaminados por doenças transmitidas pelos agentes biológicos (bactérias, vírus e parasitas patogênicos) ou químicos (biotoxinas, resíduos de metais pesados) que residem no alimento. Essa contaminação resulta em sintomas como vômitos e diarreias, atingindo principalmente crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico debilitado.
Por esse motivo, o consumidor deve estar atento às características físicas e sensoriais antes de adquirir o pescado, seja ele fresco ou congelado.
“Na hora da compra, dê preferência aos peixes frescos que não são manipulados do que os peixes congelados que perdem as vitaminas no processo de congelamento e degelo”, aconselha Cristiane.
O consumidor deve avaliar atentamente se o local que será comprado o alimento é limpo, higiênico e se possui condições adequadas para armazenamento e conservação do produto. Os pescados devem estar sendo mantidos em uma temperatura entre 0°C e 2°C, ter odor de maresia, brânquias úmidas e brilhantes, apresentando uma cor avermelhada ou rosa. Além disso, as escamas devem estar firmes, os olhos abertos, brilhantes, sem estarem opacos ou afundados nas órbitas.
Quando a escolha de compra for de peixes congelados, o consumidor deve seguir as orientações que constam na embalagem. Sendo obrigatório conter o nome do produto, nome e endereço do fabricante, lista de ingredientes, conteúdo líquido, identificação da origem, lote e data de validade. As embalagens não devem estar sujas, amassadas, estufadas, trincadas, furadas ou abertas. Caso o produto não apresente as características descritas, informe a empresa responsável pela venda e troque-o, evitando o consumo do alimento danificado.
Na hora de conservar em domicílio, é ideal não misturar espécies diferentes de peixes em um mesmo recipiente e não temperá-los antes de congelá-los.
“Armazene imediatamente os alimentos refrigerados e congelados na geladeira ou freezer e consuma até a data de validade do produto, conforme indicada no rótulo. Na ausência destas informações, os pescados podem ser mantidos na geladeira durante 3 dias na temperatura de 2º C, e no freezer durante três meses na temperatura de -18ºC” explica Claudia Maria Ruggiero Amaral, diretora do Grupo de Alimentos do Centro de Vigilância Estadual.
No último estágio, o do preparo, os hipertensos devem ficar atentos à quantidade de sal que as espécies de peixes possuem, realizando o dessalgue em água fria sob refrigeração, ou em água sob fervura. Ao realizar o descongelamento mantenha o alimento sob refrigeração, em temperatura inferior a 5º C. Use tábuas e utensílios diferentes para manipular o peixe cozido de outros alimentos crus, evitando a contaminação cruzada.
Caso o consumidor escolha o peixe servido cru, é necessário congelá-lo a 18ºC negativos por pelo menos 24 horas antes da degustação. Esse procedimento evita o risco de contrair difilobotríase, uma doença que causa dor abdominal, diarréia, flatulência, vômito e, nos casos graves, anemia e perda de peso.
“O mais importante na forma de preparo é optar pelo assado ou grelhado, evitando as preparações fritas. Lembrando ainda, que quando cozinhamos o peixe podemos perder vitaminas hidrossolúveis, como a vitamina C e o complexo B.” sugere Cristiane.
Para aqueles que decidirem comer fora de casa a Diretora do Grupo de Alimentos do Centro de Vigilância Estadual, também dá as dicas: “Busque verificar as condições de higiene do estabelecimento. Se os alimentos expostos para o consumo em balcões estão protegidos contra poeiras, insetos e contra contaminantes oriundos dos consumidores. Além do mais, fique atento na temperatura do balcão térmico: os alimentos quentes devem estar a uma temperatura mínima de 60ºC por no máximo 6 horas e os alimentos frios até 10ºC por no máximo 4 horas”, alerta.

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