Texto: Jean di Barros
DIREÇÃO DE RENATO SCARPIN
Elenco
: Renato Scarpin, Maritta Cury, Andresa Gavioli e Mauro Pucca.
Texto
inédito no teatro leva ao palco cenas de humor com linguagem de Internet
Que
Deus nos Sacuda! surgiu
da experiência de cenas feitas para o Canal de Humor do Youtube ‘O
QUE TEM PRA HOJE’ com a proposta de sacudir a plateia satirizando desde
nossos políticos, passando por personalidades que são vítimas constantes de
‘memes’ de Internet, como uma conhecida chef de cozinha natural, até
chegar nele mesmo, o Todo Poderoso, mas sempre com muito humor, um tanto de
crítica, uma pitada de acidez e certa leveza. Comportamento, sociedade e política servem de base para a
exposição das nossas falhas, tanto como indivíduos, como no coletivo.
“Fui provocado pelos produtores a
levar meus textos pro teatro e pensei: a agilidade de um clique permite que, em
questão de segundos, uma notícia, uma piada ou mesmo uma injúria ou mentira
sejam compartilhadas com milhões de pessoas, sem critério, sem filtro e, assim,
tudo acaba sendo influenciado e influenciável. Então, por que não o teatro
também ser influenciado pela Internet? Mas, claro, no que ela tem de melhor!”,
conta o autor Jean di Barros.
Para Renato Scarpin, que além da
direção também assina a autoria de duas das cenas do espetáculo, o projeto
pretende levar ao teatro tanto os textos da Internet como o público da
Internet, fazendo com que tanto um como o outro saiam da tela do computador.
Ele brinca: “No caso dos humanos, que levantem a cabeça e parem, por pelo menos
60 minutos, de olhar pros seus próprios umbigos, ou melhor, smartphones!
Mas para poder sacudir é preciso primeiro conquistar e nada melhor do que o
humor pra ganhar empatia e novas amizades!”.
“É mais uma entre tantas comédias?
Pode até ser que seja, mas garantimos textos ousados e algumas cutucadas na
plateia, contamos com curtidas e torcemos para muitos compartilhamentos quem
sabe... e aí sim a comédia se estabelece com sua melhor função: fazer rir! E o
riso, muitas vezes, é a melhor forma de catarse”, complementa o diretor.
Os atores e também produtores do projeto se
associaram para esta montagem movidos pela inspiração do provérbio japonês dos
Três Macacos Sábios: “Não escute o mal, não olhe para o mal e não pronuncie
o mal”. Scarpin ainda conta: “conversando sobre o momento em que o mundo
vive, nos demos conta da importância desse provérbio, do quanto ele é
significativo e como tem tudo a ver com o mundo atual das redes sociais, do
individualismo e falta de amor. As coisas poderiam ser bem diferentes se
seguíssemos essa sabedoria e então fizemos nossa própria adaptação do
pensamento: “Se os homens não ouvissem, não olhassem e não falassem o mal
alheio, a vida teria mais graça”.
O espetáculo é todo concebido pelos produtores,
que deram identidade à cenografia e figurinos de uma forma bem simples,
fazendo-os servir ao espetáculo. Puffs são movimentados pelos próprios atores a
cada cena compondo os objetos necessários pra situação, assim como diversos
adereços são colocados em cima de um figurino base, de acordo com cada uma das
vinte cenas curtas do espetáculo. A sonoplastia, assinada pelo diretor, desenha
o roteiro da peça, colorindo, junto à iluminação de Rodrigo de Souza, as nuances
e amarrações de uma cena pra outra e, principalmente, variações de clima.
TEATRO SANTO AGOSTINHO
Rua
Apeninos, 118 – Liberdade / Vergueiro
tel: (11) 3209-4858end_of_the_skype_highlighting.
Sábados,
às 20h30
Temporada:02
de abril à 28 de maio
Recomendação: 14 anos. Ingressos
Acesso para
deficientes. Ar condicionado. Aceita cartões.