Pesquisar no Blog

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Confira 10 oportunidades para empresas de tecnologia em 2023

Freepik
Relatório da EY aponta que a desaceleração das economias globais e a perda de valor de mercado das techs podem ser oportunidades para as empresas que têm balanços fortes e estão dispostas a investir

 

A maior oportunidade neste ano para as companhias de tecnologia é adotar uma estratégia ativa voltada para fusões e aquisições (M&A), de acordo com o relatório "Top 10 opportunities for technology companies in 2023", produzido pela EY.

À medida que o valuation (valor de mercado) dessas empresas cai, movimento que tem sido observado com maior intensidade desde o ano passado, o apetite por negócios cresce, motivo pelo qual deve ser alto em 2023, considerando a perda recente de valor dessas companhias.

Esse cenário é corroborado por outro estudo recente da EY que constatou que 72% dos CEOs de tecnologia entrevistados planejam realizar fusões e aquisições nos próximos 12 meses – em comparação com 59% dos CEOs entrevistados provenientes de todos os setores econômicos.

O mercado de negócios desacelerou por causa da macroeconomia, impactada pela inflação e consequente perda do poder de compra da população, e da volatilidade financeira, mas essa configuração trouxe oportunidades para empresas com balanços fortes que estão atrás de oportunidades de negócio.

Há, ainda, a expectativa de que centenas de bilhões de dólares de capital de risco cheguem ao mercado.

As aquisições podem abrir, para as empresas de tecnologia, novos mercados ou verticais adjacentes, como a promissora healthtech. Essas operações têm, ainda, o propósito de fortalecer o portfólio de negócios, com a inserção de tecnologias de ponta, como inteligência artificial, que está em ascensão no Brasil e no mundo.


REFORMULAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

As tensões geopolíticas globais que levaram, por exemplo, ao aumento do custo da energia, demonstraram a relevância de repensar a abrangência ou localização da cadeia de suprimentos. Sendo assim, a redução da dependência de locais geopoliticamente instáveis está, ainda segundo o relatório da EY, na terceira posição entre as oportunidades deste ano para o setor de tecnologia.

Pesquisa recente da EY demonstrou que os executivos de tecnologia estão atentos a isso, pois 78% dos entrevistados disseram que estão engajados em revisitar suas cadeias de suprimento, o que inclui considerar as práticas de "nearshoring" (operações levadas para mais perto da sede da empresa: países vizinhos geralmente) e "reshoring" (operações levadas de volta para o país em que a empresa está sediada).

Esse processo, no entanto, requer investimentos altos nos próximos anos, que levarão inevitavelmente a aumentos substanciais dos custos. As empresas, conforme avaliação da EY, não podem desistir por causa disso.

Isso porque elas serão apoiadas pela regulamentação e subsidiadas em alguns casos por governos que oferecem financiamento e isenções fiscais. Há também os próprios clientes que estão dispostos a pagar um prêmio (um valor adicional) para reduzir sua dependência de locais geopoliticamente instáveis.


SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Os especialistas da EY acreditam que, no próximo ano, o setor de tecnologia será o mais impactado pela sustentabilidade ambiental. As empresas desse mercado, assim como de todos os outros, precisarão estar atentas à divulgação das suas emissões de carbono e dos riscos climáticos.

Isso significa, para fornecedores de tecnologia, que operar data centers com energia renovável e reduzir a pegada ambiental do seu hardware os levarão a uma vantagem competitiva, já que tais práticas reduzem as emissões de toda a cadeia de suprimentos. Sendo assim, as empresas vão preferir contratar esses fornecedores de tecnologia que contribuem para a sustentabilidade da sua cadeia de suprimentos.


AS OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE TECNOLOGIA

1) Adoção de uma estratégia ativa voltada para fusões e aquisições (M&A);

2) Experimentação com plataformas do ecossistema para causar disrupção no mercado;

3) Reformulação da cadeia de suprimentos, ainda que esse processo demande altos investimentos;

4) Priorização da sustentabilidade ambiental;

5) Introdução do modelo "pay as you go" para atrair fluxos de receita complementares;

6) Aproveitamento das ferramentas de análise para otimizar as receitas;

7) Investimento no ecossistema de ponta para melhorar as operações e experiências;

8) Garantia da proteção de dados por meio do investimento em cibersegurança;

9) Condução de uma estratégia ágil de retenção de talentos para combinar suas necessidades com as da empresa;

10) Preparação ou planejamento para a reforma tributária global.

 

Agência EY


Espionagem disfarçada de meteorologia - o balão que agrava as tensões entre EUA e China

Desde o governo de Donald Trump, as relações entre Estados Unidos e China estão desgastadas. Seja pela tentativa estadunidense de atrair novamente suas empresas que estabeleceram manufatura no país asiático, seja pelo aumento de tarifas de importação de produtos vindos de lá para os EUA, a questão é que o crescimento econômico e a influência chinesa pelo mundo preocupam e incomodam o Tio Sam. 

Numa tentativa de apaziguar as relações e, eventualmente, buscar uma mudança na postura chinesa em relação aos ataques russos na Ucrânia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, tinha uma viagem marcada a Pequim. Os planos dos EUA e de Blinken foram adiados indefinidamente após um misterioso balão aparecer no céu do estado de Montana no dia 2 de fevereiro. Para o Pentágono, tratava-se de um “balão de vigilância chinês de alta altitude”. O Ministério das Relações Exteriores da China, no entanto, afirmou que o balão era um dirigível civil utilizado para fins de pesquisa meteorológica, e que se desviou da rota. 

O artefato que sobrevoava o céu dos Estados Unidos tinha – segundo o governo do país – um tamanho de aproximadamente três ônibus escolares e sobrevoava a uma altitude de cerca de 18.600 metros. Para se ter uma ideia, isso é aproximadamente de 6 a 8 quilômetros mais alto do que a altitude padrão de voos comerciais. Além disso, a altura do item era de 61 metros, o equivalente a um prédio de 25 andares.

Três dias após o surgimento do artefato nos céus da região norte dos EUA, o balão foi abatido por um míssil de curto alcance disparado por um caça da Força Aérea. Seus destroços caíram no Oceano Atlântico, na costa do estado da Carolina do Sul, e foram prontamente recolhidos pela Marinha. A identificação do balão deu-se quando do sobrevoo pelo estado de Montana – onde se localiza a base aérea de Malmstrom, que abriga pelo menos uma centena de mísseis balísticos intercontinentais. 

Após a derrubada do item, os chineses manifestaram "forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas". Logo a seguir, a Força Aérea colombiana também confirmou ter avistado um balão semelhante em seu espaço aéreo. Tanto o uso desse tipo de artefato quanto sua presença em distintos lugares do planeta dão claros sinais de que os chineses estão mantendo o mundo em vigilância. Para o Departamento de Defesa dos EUA, os chineses operam esses balões em cinco continentes. Com ou sem balão, meteorológico ou não (provavelmente não), esse é mais um capítulo que desgasta e coloca em rota de colisão as duas maiores economias do planeta. Que os destroços desse choque não cheguem até nós.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

 

Aconteceu de novo

 A tragédia das enchentes são eventos recorrentes e previsíveis. O poder público tem que ser mais assertivo para proteger a população 

 

A cada ano, os enredos das escolas de samba mudam para abordar temas e personagens diferentes, seja para enaltecer, seja para criticar. Mas, algo não muda a cada verão: as enchentes com dezenas de mortos, feridos e grande prejuízo econômico-financeiro para famílias, empresas e municípios. 

Os cenários são diversos, tanto pode ser as baixadas nos contrafortes das serras descabeladas de cobertura da outrora majestosa Mata Atlântica nos estados da Região Sul e Sudeste, ou áreas próximas de córregos e rios nos grandes centros urbanos do país. Desta vez, o cenário foi o litoral norte do estado de São Paulo. 

Dados do G1 e da Folha de S. Paulo indicam que as regiões de Guarujá, Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, Ubatuba e São Sebastião estão em calamidade pública. Ao menos 40 pessoas estão desaparecidas e 44 estão mortas. Em todo estado, somam-se 2.500 desalojados e/ou desabrigados. Equipes formadas por uma força-tarefa com mais de 500 agentes, além de voluntários, continuam as buscas por desaparecidos. 

São Sebastião foi a região mais afetada por deslizamentos e inundações, recebendo 640 mm de chuva em 24 horas. Segundo a BBC News Brasil, a chuva foi 3 vezes maior que o temporal de 2014, evento considerado “mais extremo” da história recente. 

De certa maneira, faço coro ao jornalista Josias de Souza, que em sua coluna do UOL, sob o título “Chuvas: Dito e feito, tudo foi dito e nada foi feito” (20/02), escreveu: “o brasileiro olha para o litoral norte de São Paulo com a incômoda sensação de que assiste à repetição de um filme de terror. Um filme feito de tempestade, lama, destruição, desamparo e mais dezenas de corpos. As autoridades sobrevoam o drama munidas do kit básico de primeiros socorros. Nele, há desculpas esfarrapadas, verbas emergenciais insuficientes e as lamentações depois do fato”. 

Parece que na nossa cultura a possibilidade da tragédia, especialmente diante de risco conhecido, contínuo e iminente, não leva à prevenção, mas a uma Commedia dell’Arte, triste e cheia de improvisações, na qual o triângulo amoroso dos antigos carnavais, envolve um Pierrô que ama a Colombina, que, por sua vez, ama o Arlequim, o qual também deseja a Colombina. 

A marca do improviso e a brincadeira com a vida são notas dissonantes dessa marchinha fúnebre, mesmo quando os personagens trocam de nomes e de filiações ideológicas. Em um país rico, mas marcado pela imprudência e pela imprevidência ao extremo, há muito tempo o Estado, em suas três esferas, deveria ter uma política que atravessasse governos e garantisse condições de emprego e renda e, consequentemente, de moradia segura para as camadas mais vulneráveis da sociedade. 

Agora que sobraram apenas os retalhos de cetim das vidas de tantos atingidos pelas enchentes, além de chorar na avenida, pois o efeito anestesiante do carnaval já passou e a dignidade da vida não desfilou mais uma vez, será que há algo mais que pode ser feito, além das mobilizações e ajudas aos desabrigados? 

Acredito que o exercício da cidadania está no centro da prevenção e atuação nesses acontecimentos cíclicos de enchentes e desabamentos no Brasil. O Estado só se move impulsionado pela cidadania. É fundamental propor ações comunitárias e associativas, com peso representativo suficiente sobre as Câmaras Municipais de municípios costumeiramente atingidos, porque é no legislativo municipal que o ordenamento do solo é decidido. 

É preciso também pressão popular legítima sobre os Governos Estaduais e o Governo Federal, seja sobre o Poder Legislativo, seja sobre o Executivo, para garantir não apenas as verbas orçamentárias, como também o devido uso do investimento real desse dinheiro em ações imediatas de intervenção em áreas críticas e em ações estruturantes preventivas. 

A vida de cada cidadão brasileiro não é apenas responsabilidade de cada um, de cada família. É também dever do Estado, conforme reza a nossa Constituição. Há uma tutela mínima de segurança e de saúde sobre a população, que é obrigação do Estado, independentemente da concepção ideológica que defina quais são seus deveres, além destes. 

Ao falar de cidadania, introduzo um conceito muito precioso para a visão cristã reformada sobre os deveres do cristão relacionados ao amor ao próximo, quais sejam o de solidarizar-se, demonstrando legítima compaixão, que não apenas sente a dor dos que sofrem, mas que, efetivamente, mobiliza-se para atenuá-la, seja pelas orações de consolo para que sejam confortados em meio à tragédia, seja em boas obras de ajuda concreta quando mais se precisa. 

As tentativas de explicação das razões por que vidas tão preciosas se perdem no mar da negligência humana nunca serão suficientes para aliviar a dor. Como consolar um pai ou mãe de um filho pequeno cuja existência toda ainda estava pela frente? Como trazer paz às memórias saudosas de alguém que já não tem mais a companhia de quem se foi? Essa não é uma tarefa possível às palavras humanas, mas é possível encontrar no ombro amigo, às vezes, silencioso, e, certamente, nas súplicas a Deus a força para viver apesar do que aconteceu. Por isso, além de chorar com os que choram, suplicar a graça divina alivia e ajuda. 

No sentido de dar concretude a essa solidariedade, várias igrejas e concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil e a Gerência de Responsabilidade Social do Instituto Presbiteriano Mackenzie já têm se mobilizado em campanha de arrecadação de fundos e de bens de primeira necessidade, os quais estão sendo enviados para compor com outras forças da sociedade, o apoio que atenue as perdas materiais. 

A esperança que não desce encosta abaixo, no ritmo do desespero, é que tudo que foi dito seja totalmente feito, por cada um e por todos nós. 

 

Robinson Grangeiro Monteiro - Chanceler do Instituto Presbiteriano Mackenzie, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e em Ministério pelo Reformed Theological Seminary (USA), mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba.


Educação financeira nas escolas: impactos socioeconômicos no Brasil

O Brasil é a 10ª economia do mundo e, apesar da posição no ranking, é um país em que somos praticamente analfabetos funcionais em finanças pessoais. Mesmo pessoas com alto nível de escolaridade não conhecem os produtos financeiros ou sabem as melhores práticas para cuidar do seu dinheiro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o endividamento das famílias bateu recorde em 2022, com 77,9% das pessoas se declarando endividadas. 

A porcentagem alta nos mostra que o país não possui a base de para organizar as suas despesas. Por isso, entendo que fortalecer essa cultura nas escolas é fundamental para garantir um futuro com mais segurança e qualidade de vida para todos. Afinal, os jovens e boa parte da população adulta não sabem mexer com dinheiro. 

O apoio da escola na estruturação da consciência e planejamento financeiro torna-se fundamental para quebrar esse ciclo de endividamento, afinal é um problema comportamental e cultural. Além disso, ter profissionais que entendam do tema e ensinem aos adolescentes a importância da economia, controle de gastos e investimentos é essencial para lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente. 

É muito comum as pessoas comprarem por impulso e a maioria não possui o conhecimento necessário para calcular juros. Com isso, as despesas aumentam e comprometem o orçamento familiar. Entender qual é o momento ideal para decidir o que fazer com o dinheiro de forma responsável e segura é o ponto inicial para essa organização.

Pessoas estáveis financeiramente são mais propensas a aumentar seu capital, estabilizar suas despesas e, consequentemente, alavancar o crescimento econômico/patrimonial. Quando isso não ocorre, leva o país a lidar com problemas sociais e coletivos, como o fechamento de empresas, demissões e contas em atraso, além de chegar na saúde pública com pessoas adoecidas física e mentalmente.

Posso concluir que a falta de educação financeira para crianças, jovens e adultos é uma das carências estruturais que mais causa consequências a curto e a longo prazos. Somos apresentados aos conceitos básicos de coletividade desde o nascimento, entretanto, é fundamental lembrar que o analfabetismo financeiro não impacta apenas um indivíduo, e sim a todos. Garantir esse tipo de conhecimento no ensino básico é estimular um futuro mais consciente.

 

Lucas Radd - sócio-fundador e CEO da Rufy, plataforma de saúde financeira, destinada para pessoas e empresas, interessadas em oferecer o sistema como benefício aos colaboradores.


Glosas médicas: o que são e como evitá-las

De acordo com Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, esse tipo de problema pode ser reduzido com o uso de tecnologia na administração de clínicas e hospitais

 

As glosas médicas são um processo de revisão e avaliação de faturas emitidas por prestadores de serviços de saúde, com o objetivo de verificar se a cobrança está correta e se atende aos padrões estabelecidos pelas operadoras, sejam elas públicas ou privadas. É um procedimento importante para garantir a transparência e a eficiência dos processos, prevenindo erros e fraudes que possam afetar as finanças das operadoras e dos pacientes.

No entanto, de acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, se não houver um bom sistema de armazenamento de dados, as glosas podem se tornar uma dor de cabeça para os gestores. “É possível minimizá-las realizando o preenchimento correto das guias com as informações dos pacientes e dos serviços ou procedimentos realizados. Infelizmente, a divergência nos pagamentos é algo recorrente entre clínicas e convênios, mas com o avanço da tecnologia e a automatização dos processos no preenchimento online, estas divergências estão diminuindo”, relata.

Alguns passos podem minimizar o risco de glosas médicas. “É importante que todas clínicas e hospitais realizem o cadastro de seus pacientes e registro das atividades e prontuários de forma eficiente. Este cadastro deve ser preenchido não apenas com os dados pessoais completos, mas também com os itens do convênio do paciente, informando plano de saúde, número da carteirinha, cobertura e outras informações”, pontua Feltrim.

Existem algumas categorias de glosas que se diferenciam em alguns aspectos, mas todas resultam em retrabalho da atividade. “A glosa técnica, por exemplo, refere-se à inconsistência no atendimento técnico por parte do profissional, enquanto a glosa hospitalar refere-se a inconsistências administrativas, como falha no preenchimento de informações. Por sua vez, as glosas lineares dizem respeito ao relacionamento entre plano de saúde e clínica, onde são informados serviços, procedimentos ou materiais que não são cobertos ou previamente autorizados para o plano do paciente”, revela.

Para o CEO da SIS Consultoria, estar atento aos prazos é fundamental para que o transtorno não se torne frequente. “É importante que a clínica entenda o processo de atendimento ao paciente de acordo com o convênio e seus prazos para envio de guias, documentos, autorizações e liberações de procedimentos e serviços, evitando retrabalhos e eventuais prejuízos”, declara. 

Feltrim acredita que a tecnologia é fundamental para um bom andamento administrativo de clínicas e hospitais. “Essas soluções auxiliam na captação de informações do paciente e dos planos de saúde, sendo extremamente importante para um bom gerenciamento. Com seu avanço, já existe a integração entre os softwares e os sites dos planos de saúde, permitindo o compartilhamento das informações e minimizando os erros, gerando menos glosas hospitalares”, finaliza. 




Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.



SIS Consultoria
https://www.sisconsultoria.net/
instagram @sis.consultoria.

 

Como identificar o assédio e a importunação sexual dentro do ambiente corporativo

A desigualdade de gênero ainda existe no mercado de trabalho e casos de assédio em ambiente corporativos não são exceção; a advogada que trabalha com Desenvolvimento Humano e Empoderamento Feminino, Mayra Cardozo, fala sobre a importância da conscientização sobre assédio e importunação sexual no ambiente de trabalho


 

A desigualdade de gênero ainda existe no mercado de trabalho e acaba criando obstáculos e conflitos psicológicos e profissionais para as mulheres. Muitas vezes, o assédio dentro do ambiente corporativo é um dos casos mais graves sofridos. Para se ter ideia, de acordo com uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, feita em parceria com o Instituto Locomotiva e apoio da Laudes Foundation, 40% das mulheres já foram xingadas ou já ouviram gritos no trabalho, contra 13% dos homens. Além disso, 92% dos entrevistados acreditam que as mulheres sofrem mais situações de constrangimento e assédio no ambiente de trabalho do que os homens.

 

Na percepção da advogada que trabalha com Desenvolvimento Humano e Empoderamento Feminino, Mayra Cardozo, o assédio e a importunação sexual são uma das ferramentas utilizadas pela socialização patriarcal para intimidar mulheres a ocupar espaços de trabalho. “Quando ocupamos espaços, eles nos reduzem a corpos que servem apenas para pegar café, anotar compromissos e para serem assediados. Quando ocupamos espaços, o sistema patriarcal nos pune. Por isso, cada dia é mais essencial que as mulheres que conseguem ocupar espaços, usem o seu privilégio dentro dos ambientes corporativos para remodelar esses espaços e ajudar com que sejam lugares seguros para as mulheres”, diz.

 

Além disso, a advogada acredita ser essencial que as mulheres dentro do ambiente corporativo lutem e ajudem umas às outras. “Percebo que muitas mulheres quando assumem postos de poder, acabam “jogando” com o patriarcado, encobrindo colegas assediadores, rindo de piadas machistas. O ambiente corporativo é um ambiente competitivo e extremamente patriarcal, é necessário que as mulheres se conscientizem de que só a união faz a força. É preciso parar de rivalizar umas com as outras e se unir, para juntas combater essas práticas dentro das empresas”, complementa Mayra. 

 

Como identificar o assédio e importunação sexual nas empresas?


Um dos maiores identificadores é que, quem sofre assédio ou importunação sexual, na grande maioria das vezes, acaba com a saúde mental afetada. “A situação se agrava quando ocorre no ambiente de trabalho, uma vez que as mulheres já sofrem com a famosa “crise de impostora” - quando você sente constantemente que o que você faz não é bom o suficiente. Quando essas situações acontecem dentro do trabalho, a autoestima e autoconfiança são extremamente abaladas. Isso acontece porque o potencial, a inteligência e dedicação começam a ser questionados, já que essas condutas fazem as mulheres se sentirem como se fossem reduzidas a um corpo”, entende a advogada.

 

O que deve ser feito quando se identifica um caso como este?

 

De acordo com a advogada, a principal solução é no canal de denúncia 180 ou procurar recursos internos dentro da empresa, caso exista, junto ao Compliance ou RH. “O maior erro das empresas é não abordar e não investir no combate e na conscientização do assédio, principalmente dentro dos cargos mais altos, uma vez que essas denúncias geralmente são dirigidas ao “top management” da empresa. Além de tudo, também existe uma dificuldade em relação ao canal de denúncia interno, já que as vítimas têm medo de denunciar e perder o emprego caso sejam identificadas. Existe também a falta de informação e treinamento, para que as pessoas saibam diferenciar uma conduta e outra e saibam como agir diante das situações e a quem recorrer”, explica.

 

Caso exista, dentro da empresa, um setor de Compliance, esse deve ser o responsável para implementar medidas de conscientização. “A empresa deve investir em contratação de treinamento e investimento em educação, até a investigação interna através da instauração de um canal de denúncias anônimas. Temas como esses não são de muito interesse das direções corporativas mas deveria ser, já que um assédio ou importunação sexual que pode ocorrer dentro da empresa, pode gerar danos à imagem e reputação irreversíveis. A verdade é que pautas relacionadas às mulheres dentro do ambiente corporativo, só vão progredir quando as empresas e líderes também atuarem proativamente no intuito de produzir uma cultura de união entre mulheres, e não o de rivalidade”, conclui Mayra Cardozo.

 

Mayra Cardozo - Advogada especialista em Direitos Humanos pela Universidade Pablo de Olavide (UPO) – Sevilha. A professora de Direitos Humanos da pós-graduação do Uniceub - DF, é palestrista, mentora de Feminismo e Inclusão e Coach de Empoderamento Feminino. Membro permanente do Conselho Nacional de Direitos Humanos da OAB e do Comitê Nacional de Combate à Tortura do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos.


Criatividade é elemento chave para a comunicação das empresas do ramo da saúde

Anualmente, frutos de um enorme investimento, inúmeros medicamentos são desenvolvidos. E é nesse setor que a publicidade tem seus desafios intensificados, já que a ética publicitária se mistura à ética médica. Garantir que o medicamento seja apresentado pela sua eficiência, sem promover a automedicação ou induzir a prescrição feita por um profissional, é um desafio no momento de apresentar a fórmula ao médico.

Isso porque, para que um medicamento seja prescrito no consultório, seja ele de qualquer uma dentre as diversas especialidades, é necessário que o médico saiba da existência do produto. Com esse propósito, a indústria farmacêutica conta com profissionais que levam as informações sobre o medicamento ao profissional de saúde. Trabalho que também é parte da publicidade médica.

Nesse momento, então, o médico conhece a molécula e os protocolos de tratamento do medicamento por meio do propagandista, que, em menos de um minuto, precisa abusar da criatividade para comunicar de forma assertiva e inovadora os diferenciais da fórmula, para que, assim, o profissional não se esqueça e possa prescrevê-lo futuramente.

Em meio a isso, o maior desafio ainda é destacar o medicamento dentre tantas informações e produtos que são semelhantes entre si e, por vezes, iguais na prática. E é aí que a criatividade passa a ser, não apenas um diferencial, mas uma ferramenta imprescindível nessa comunicação. Novas tecnologias, técnicas de neuromarketing e análise do consumidor, podem, e devem, ser artifícios explorados na construção de uma campanha healthcare.

Dessa maneira, o processo de brainstorming e geração de ideias é essencial na criação de campanhas de saúde, desde as mais simples, até as mais complexas. Entender e explicar a composição do produto, a especialidade em que é aplicado e, sobretudo, levar informações que contribuam na compreensão do médico sobre as possibilidade de tratamento para a função do medicamento são pontos cruciais.


Saúde e publicidade: O que não deve ser feito

Muito mais do que em qualquer outro segmento, a publicidade médica cumpre a função de comunicar o produto e comprovar seus diferenciais por meio de estudos científicos ao médico. A prescrição deve acontecer porque o profissional considera o produto adequado à determinada prática clínica para tratar a doença em questão.

Outro fator a ser considerado é o não estímulo à automedicação. Uma pesquisa sobre hábitos dos brasileiros, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, em parceria com o Datafolha, revelou que quase 90% das pessoas acima dos 16 anos se automedicam. Em um cenário como esse, é muito importante que os responsáveis pela criação das campanhas publicitárias na área da saúde estejam alinhados com as leis vigentes para colaborar na extinção dessa prática.

Por isso, seja para promover um medicamento, um tratamento ou um profissional, a publicidade deve sempre assumir o posto de uma comunicação informativa e educativa.

A publicidade médica não apenas comunica o público e os profissionais do setor a respeito de um medicamento ou tratamento, ela é fundamental para alertar sobre as doenças e condições que o público precisa ter o mínimo de conhecimento. 

Além disso, é uma forma de acolhimento para aqueles que enfrentam uma situação de saúde sensível. Por isso, demanda um enorme trabalho de desenvolvimento e lapidação das ideias, para gerar uma campanha que evidencie a mensagem, cause impacto e, principalmente, não gere consumo inconsciente.

 

Marcela Bianchin - fundadora e CEO da Vogel Health, agência de publicidade especializada em propaganda médica. A executiva é uma das principais especialistas em comunicação para a área da saúde no Brasil.  Antes de fundar a Vogel, em 2007, liderou projetos em multinacionais como a Caterpillar.


O aniversário de uma guerra que não quer esfriar

Unsplash
Com o aumento das tensões entre Estados Unidos e Rússia, e uma ameaça nuclear que paira no horizonte, podemos dizer que a Guerra Fria, de fato, nunca acabou


Vivemos os fortes ecos do fim da Guerra Fria. O presidente russo, Vladimir Putin, por exemplo, anunciou em 21 de fevereiro de 2023, num discurso sobre um ano da guerra na Ucrânia, a suspensão da participação do seu país no tratado Novo Start, o acordo global de controle de mísseis nucleares vigente. O cenário atual de conflito entre Rússia e Ucrânia coloca novamente o mundo em alerta. Parece que estamos voltando ao tempo de antes da queda do Muro de Berlim, e que esta divisão global agora se instalou na fronteira da Rússia com o mundo Ocidental.

Esses acontecimentos têm repercussões inclusive no Brasil, assim como a Guerra Fria teve influência por aqui desde seu nascimento, em 12 de março de 1947. Neste aniversário de 76 anos, é importante revisitar uma época cruel e aterrorizante não apenas para a Europa, mas para todo o mundo.

O período após o fim da Segunda Guerra Mundial foi caracterizado por uma corrida armamentista, agressiva e cara entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS). O então presidente dos EUA, Harry S. Truman, proferiu diante do Congresso Nacional um forte discurso. Afirmou ele que os países capitalistas deveriam se defender da ameaça socialista. Para Truman, os estadunidenses tinham a obrigação de liderar a luta contra o avanço do comunismo no continente europeu e no mundo.

A chamada Guerra Fria, que de fria nada tinha, culminou na separação do mundo em dois grandes blocos: o comunista (liderado pela União Soviética) e o capitalista (liderado pelos Estados Unidos). Uma das consequências mais marcantes desse período foi a construção do Muro de Berlim, em 1961, uma cooperação entre Alemanha Oriental e União Soviética para impedir a fuga de sua população para o lado Ocidental.

Após 40 anos do famoso discurso de Truman, em meados da década de 1980, a vida atrás da Cortina de Ferro havia mudado. Revoltas democráticas se infliltraram nas nações do bloco soviético, e a própria URSS lutava contra o caos econômico e político. A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, durante a Revolução Pacífica, marcou uma série de eventos que precipitaram a queda do comunismo na Europa Central e Oriental, precedida pelo Movimento Solidariedade na Polônia.

Em 1991, a União Soviética havia perdido a maior parte de seu bloco para revoluções democráticas e o Pacto de Varsóvia foi formalmente dissolvido. Mikhail Gorbachev, o último líder da URSS, abriu o país para o Ocidente e instituiu reformas econômicas que enfraqueceram as instituições que dependiam de bens nacionalizados. Em dezembro de 1991, a URSS foi dissolvida em nações separadas.

A Guerra Fria continua a afetar a geopolítica dos nossos tempos. Estados Unidos e Rússia, bem como a China e a Europa, ainda têm interesses divergentes, grandes orçamentos de defesa e bases militares internacionais. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ainda exerce grande poder político. Cresceu para incluir 30 estados-membros e agora se estende até as fronteiras com o maior país do mundo.

Desde a década de 1990, a Rússia vê a expansão da Otan para o leste como uma grave ameaça à sua segurança. Alguns especialistas compararam a crise atual com o início de uma nova Guerra Fria, ou mesmo a extensão daquela que nunca esfriou. Por isso, vale a pena revisitarmos essa época fundamental da nossa história para compreender como chegamos à situação atual.

Divulgação/Edvaldo Silva

Edvaldo Silva é Mestre em Artes e Multimeios pela Unicamp, e autor do romance de suspense "Além da Fumaça" (Editora Labrador), que tem como pano de fundo a Alemanha e o Brasil do final dos anos 80.


A quebra das decisões judiciais definitivas afeta a tese do século?

Muitos profissionais e empresas vêm questionando se a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, a chamada “tese do século”, seria afetada pela decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a quebra de decisões judiciais definitivas a partir da mudança de entendimento da Corte em matéria tributária.

De fato, no último dia 08 de fevereiro, o STF decidiu que decisões judiciais tomadas de forma definitiva a favor dos contribuintes devem ser anuladas se, depois, o Supremo tiver entendimento diferente sobre o tema (temas nº 881 e nº 885 de Repercussão Geral). Ou seja, se um contribuinte foi autorizado pela Justiça a deixar de pagar um tributo, mas o STF entender que a cobrança é devida, esse contribuinte vai perder o seu direito e deverá fazer o pagamento desse tributo – inclusive os valores que deixaram de ser recolhidos no passado em virtude de decisão judicial transitada em julgado.

Por ter ignorado princípios do Estado democrático de Direito que são protegidos constitucionalmente, este julgamento vem causando grande descontentamento não só no meio jurídico, mas até mesmo no Congresso Nacional, onde já existem projetos de lei que têm a finalidade de reduzir o impacto da quebra da coisa julgada. Um exemplo é o PL nº 512/23, que institui o Programa Especial de Regularização Tributária do Fim da Coisa Julgada junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil e à PGFN, ou o PL nº 589/23, que altera o Código de Processo Civil para "reafirmar a autoridade da coisa julgada", dispondo que a decisão judicial alcançada pelos efeitos da coisa julgada material não pode ser alterada ou relativizada por nenhum juízo ou tribunal, inclusive o STF, exceto por ação rescisória específica.

Independentemente destas iniciativas legislativas, cumpre aqui analisar os reflexos da quebra da coisa julgada em relação à “tese do século”, a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Em primeiro lugar, não houve reversão no entendimento do Supremo Tribunal Federal em relação à matéria – o posicionamento continua sendo favorável ao Contribuinte (tema nº 69 de Repercussão Geral).

Em 15 de março de 2017, o STF decidiu que “O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS".  Contra esse acórdão, a Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração e, em 13 de maio de 2021, o Supremo modulou sua decisão, fixando que os efeitos da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS devem se dar a partir de março de 2017, ressalvadas as ações judiciais e requerimentos administrativos protocolados até 15 de março de 2017. Noutros termos, apenas os contribuintes que ingressaram em juízo até essa data poderiam recuperar os valores passados. Para os demais, a recuperação ficou limitada.

O problema é que, entre a decisão do STF que definiu que o ICMS não compõe a base de cálculo do PIS e da COFINS e o julgamento dos embargos, transcorreram mais de quatro anos. E, nesse meio tempo, várias empresas ingressaram em juízo e obtiveram decisões definitivas que garantiram o direito de buscar os últimos cinco anos. Por exemplo, em 2018, uma empresa protocolou uma ação, obteve êxito antes de 13 de maio de 2021 e ganhou o direito de recuperar os valores desde 2013, ou seja, cinco anos anteriores à data de protocolo da ação.

Pois bem, como uma decisão transitada em julgado é uma garantia constitucional, esses contribuintes aproveitaram seus créditos anteriores a 2017, pois eles não se submeteram à modulação decidida em 2021 pelo STF, no julgamento dos Embargos de Declaração opostos pela PGFN. Mas, como os temas nº 881 e nº 885 permitem a quebra das decisões judiciais definitivas em matéria tributária, a Fazenda Nacional entende que essas decisões transitadas em julgado devem respeitar a modulação e retroagir somente até 2017. Com a aplicação automática da revisão da jurisprudência, a PGFN cogita a possibilidade de rever os créditos destes contribuintes – mas isso deve gerar uma nova briga judicial, visto que os advogados entendem que não houve alteração de entendimento do STF e que a modulação dos efeitos não mudou essa tese.

De todo modo, o que pode ocorrer é uma briga pelo período do crédito, somente para aqueles que ingressaram em juízo após 15 de março de 2017 e tiveram o trânsito em julgado antes de 13 maio de 2021, quando o Supremo julgou os Embargos de Declaração da PGFN e modulou os efeitos da sua decisão.

Portanto, os tributaristas podem continuar trabalhando normalmente com essa recuperação tributária, até porque o procedimento é administrativo, reconhecido pela PGFN, disciplinado pela Receita Federal e, recentemente, objeto da Medida Provisória nº 1.159/2023, que retirou da base de cálculo do PIS e da COFINS as receitas referentes ao ICMS. É bom lembrar que, em virtude da prescrição, cada mês que passa é um mês a menos de recuperação para milhares de empresas que, com certeza, precisam muito desses recursos.

 

Frederico Amaral - CEO da e-Auditoria, empresa de tecnologia especializada em auditoria digital.


e-Auditoria
https://www.e-auditoria.com.br/sobre/

 

Especialistas avaliam o ChatGPT na Educação

Quais os efeitos do ChatGPT na e para a educação? Especialistas opinam sobre a novidade que está gerando diversas polêmicas na comunidade educacional


ChatGPT (Chat Generative Pre-trained Transformer) é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial generativa, uma subárea da inteligência artificial que se concentra em criar algoritmos e sistemas capazes de gerar conteúdo novo e original, como texto, imagens, música e vídeo – tudo isso com treinamento para usar a informação e gerar novos conteúdos. 

 

Desenvolvido pela OpenAI, ChatGPT não é o primeiro chatbot "inteligente". Também em 2022, o Google apresentou o LaMDA, que não caiu nas mãos do grande público, mas suscitou inquietações depois que um engenheiro da companhia afirmou que o sistema tinha desenvolvido consciência. Ainda que tenha mudado a rota, após o boom do ChatGPT o Google apresentou, recentemente (fevereiro/2023), o Bard, seu serviço de conversação usando inteligência artificial.

 

Há ainda muita controvérsia sobre o ChatGPT – e o mesmo acontecerá com o Bard e outros – especialmente quando entra em discussão a sua utilização na Educação. Poderíamos imaginar que o medo da desconhecida inteligência artificial generativa implicaria em gritaria quanto a sua atuação nos sistemas financeiros, nos governos ou nos sistemas de saúde. Mas não, porque a Educação é o primeiro passo pra tudo. Até para poder criar inteligências artificiais generativas.


 

Mas quais os efeitos do ChatGPT na e para a educação?    

Para Dora Kaufman, professora e pesquisadora da PUC-SP, professores e o setor educacional precisam identificar como integrar as novas tecnologias digitais nas práticas educativas. "O problema precisa ser enfrentado de maneira adequada. Qualquer tecnologia disruptiva que coloque em xeque procedimentos e comportamentos estabelecidos na sociedade humana e na educação, como a inteligência artificial, nos convida a rever e melhorar os padrões de avaliação de aprendizagem, as metodologias de ensino, a relação professor – aluno, o próprio papel do professor, os procedimentos de revisão de pares nas publicações acadêmicas", avalia a pesquisadora.

 

Kaufman argumenta ainda que proibir não é a solução e que os modelos de IA, sejam preditivos ou generativos, precisam ser experimentados. "A IA, efetivamente, ainda está em seus primórdios, particularmente a IA generativa (o primeiro modelo foi a GAN em 2014, mas o "boom" foi em 2022). Só assim será possível identificar em que contextos e em quais funcionalidades agregam valor e quais os potenciais danos e os caminhos de mitigação desses potenciais danos", diz a pesquisadora.

 

A evolução dos sistemas não é o que deve preocupar professores e demais entes educacionais. Quando a web se populariza – antes mesmo da existência do Google -, os processos e procedimentos são acelerados; agora temos um padrão ainda mais refinado de busca, com novo tipo de ferramenta.

 

"Para interagir com a IA, que já está no nosso dia a dia com Alexa, Siri, serviços de imagem e de música, o ponto talvez seja saber fazer perguntas, porque uma pessoa que faça perguntas simples vai ter respostas simples e uma pessoa com melhor repertório, uma boa cognição, poderá extrair melhor", explica Francisco Tupy, mestre e doutor em Videogames na Educação e em Comunicação pela USP, o primeiro #mieexpert fellow da América Latina e referência internacional na área de TIC´s (Tecnologia da Informação e Comunicação).

 

Tupy destaca ainda que talvez o papel da educação seja justamente pensar nessas soft skills já existentes frente a outras skills (habilidades e competências humanas) e o ChatGPT, que estão servindo para demonstrar o que está por vir. 

 

Neste sentido, Adriana Martinelli, diretora de Conteúdo da Bett Brasil, corrobora com Tupy. A educadora pondera que, se a mentalidade for apenas a entrega de conteúdo, será preciso repensar o papel do educador e como ele vai lidar com essas tecnologias para tirar melhor proveito.

 

"Precisamos repensar o processo e a abordagem de ensino e aprendizagem. Quando um aluno é motivado e sabe como formular perguntas para realizar pesquisas, isso pode ser considerado um grande avanço na sua capacidade de aprofundar seus conhecimentos em assuntos de seu interesse. É inegável que a Inteligência Artificial tem um impacto significativo em várias áreas, incluindo a educação. Diante disso, antes de avaliar criticamente, os educadores devem aproveitar essa oportunidade para experimentar essa e outras inovações tecnológicas, pois certamente elas continuarão a evoluir", afirma Martinelli. 

 

Diretora de Conteúdo da Bett Brasil, Martinelli enfatiza que a edição de 2023 do evento, que será realizada de 9 a 12 de maio, em São Paulo, dará ampla atenção às novas demandas das tecnologias na Educação. A Bett Brasil será o primeiro grande evento da América Latina que reunirá especialistas e educadores para discutir e apresentar experiências e práticas cotidianas dos professores com o ChatGPT em seus espaços, nas escolas e na Educação Superior. 


  

ChatGPT e Ética

Educador, jornalista, escritor, apresentador do programa Idade Mídia no Canal Futura e cochairman da UNESCO MIL Alliance, Alexandre Le Voci Sayad é um observador atento das tecnologias educacionais e sua imbricada relação com a ética. Não à toa, ele avalia que a IA questionará o processo de aprendizagem e de avaliação, quebrando, provavelmente, a perpetuação do aprendizado cartesiano, da memorização, da 'decoreba'. "Ninguém aprende quando faz conexões simples entre assuntos. É preciso aperfeiçoar as conexões e relacionar fatos".

 

O ChatGPT forçará os educadores a pedir outras coisas, outros resultados, novos modelos avaliativos, excluindo as respostas meramente dissertativas. Cada vez mais elementos como a criatividade serão valorizados. "Uma IA não tem consciência, sentimento e criatividade. Ou seja, processos de aprendizagem e avaliações devem mesmo sofrer transformações", aponta Sayad, que acaba de escrever seu novo livro "Inteligência Artificial e Pensamento Crítico", pelo Instituto Palavra Aberta, com lançamento previsto na Bett Brasil 2023.

 

Para o cochairman da UNESCO MIL Alliance, a educação deve respirar o espírito do tempo (Zeitgeist) e isso é positivo, porque exige transformação na educação e respostas éticas na sociedade. "Uma IA que se alimenta de dados eurocentristas, com visão de uma comunidade puramente branca, poderá gerar racismo em suas respostas. Aqui entra o professor para educar a sociedade para o algoritmo", diz Sayad. "Por outro lado, se pensarmos na relação educação e trabalho, um eticista, que trabalha com a ética, poderá ter um novo campo de atuação para ajudar a pensar em regulação, transformação de processos na sociedade, ética e transparência algorítmica. Afinal, algoritmos éticos são desenvolvidos com banco de dados diversos", conclui. 

 

Professor colaborador da Cesar School e coordenador de Ciência e Inovação da Joy / PROZ Educação, Luciano Meira destaca que os instrumentos da IA são o óbvio desenvolvimento de um processo já de longa data e que agora ganham dimensões singulares. Para ele, este algoritmo não é um modismo, pois se trata de parte do campo de instrumentalização na ciência da computação, que fornece instrumentos para melhorar uma quantidade enorme de serviços. Os efeitos na educação podem ser positivos na medida das suas condições de uso. "Há negação e resistências entre educadores, como proibir o uso em escolas e universidades, mas é necessária a reflexão de que a ferramenta poderá ter efeito positivo e interessante a partir do conhecimento, como um mecanismo de interação dialógica, base também do aprendizado".

 

Meira acredita que tudo vai depender de como a sociedade se organizará para dar conta dessa e de outras inovações. No ambiente educacional ou na sociedade, poderá ter vieses a partir do próprio uso do ChatGPT, como discriminação de gênero e raça, por exemplo, um ponto a ser cuidado com muita atenção. Meira acrescenta que essas ferramentas tecnológicas poderão oferecer às pessoas possibilidades de uma reflexão mais qualitativa, e servir tanto para a educação quando para o mundo do trabalho. 

 

"Cabe a nós redesenhar futuros para despertar qual o tipo de educação que a gente quer, de comunidades e modelos de aprendizagem que sejam mais robustos, acolhedores e significativos, como peça de trabalho contínuo e diário do rearranjo do presente", conclui Meira, Ph.D. em educação matemática pela Universidade da Califórnia e também professor adjunto de psicologia na Universidade Federal de Pernambuco. 

Para Lucia Dellagnelo, Doutora em Educação pela Universidade de Harvard, o foco da discussão não deveria ser como bloquear o acesso a essas tecnologias, mas quais habilidades o mundo contemporâneo exige dos cidadãos, tomadas de decisões éticas e eficientes sobre seu uso na esfera individual e coletiva. "Pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas sempre constaram como objetivos do currículo escolar, mas adquirem um novo significado à luz de tecnologias capazes de resolver problemas e criar narrativas", descreveu Dellagnelo em recente artigo publicado no Bett Blog.

Ainda que o ChatGPT suscite incômodos por algum tempo, provavelmente a tecnologia possa ser encarada como um elemento a mais para a humanidade aprender a lidar com seus efeitos e se integrar. Parafraseando a máxima da área da saúde, o uso do ChatGPT ou de qualquer outra tecnologia educacional requer a instrução: "ao persistirem os sintomas, procure orientação de um professor."

 

Bett Brasil

Hyve Group


Corrida tecnológica com a infraestrutura de hiperconvergência como sua principal aliada

A indústria 4.0 mudou drasticamente a forma como vivemos, a tecnologia presente em todos os lugares e a corrida digital abriram portas para informações instantâneas, de fácil acesso e soluções rápidas, e as empresas modernas contam com uma central de dados para fornecer todos os recursos de tecnologia e hospedar cargas de trabalho e dados vitais da organização.

Segundo o Gartner, “as quatro novas tecnologias que os líderes em I/O devem adotar no local para manter sua infraestrutura de data center viável até 2025 são: infraestrutura hiperconvergente, plataformas compatíveis com contêineres, NVME-over-fabric e infraestrutura que dê suporte a workloads de inteligência artificial (IA)”.

Hoje, as empresas enfrentam os desafios de implementação, integração e gerenciamento de data center, o que torna a infraestrutura hiperconvergente, ou HCI, um grande passo evolutivo na combinação de tecnologia de virtualização e gerenciamento unificado.

A HCI é uma estrutura de data center que une três camadas - computação, armazenamento em rede - em um único elemento, um hardware físico com software inteligente, criando uma infraestrutura adaptável que permite otimização do espaço por meio de um gerenciamento controlado por um software.

Com uma modernização do data center, uma infraestrutura hiperconvergente possibilita a unificação das nuvens de armazenamento em um único centro de comando, a execução de qualquer aplicativo em qualquer escala, o aumento da performance e da produtividade, exigindo menos investimentos em custos físicos e simplificação nas operações.

No entanto, construir uma infraestrutura eficaz de data center requer tempo e esforço. Hardware e software devem ser adquiridos, integrados, configurados e otimizados. E hoje, os negócios se transformam de maneira acelerada, exigindo que as empresas tenham uma resposta rápida à evolução tecnológica.

A infraestrutura hiperconvergente está totalmente ligada à velocidade e à agilidade de implantação. Sendo assim, as organizações ao adquirirem uma HCI, recebem recursos de computação, armazenamento e rede organizadas usando tecnologias fortemente integradas e pré-otimizadas, embaladas em dispositivos convenientes, que podem ser facilmente implantados, e rapidamente ampliados à medida que as demandas de recursos aumentam.

Liderar essa implementação e virtualização de dados, mantém sua empresa à frente da transformação digital, oferecendo um ambiente digital centralizado e de fácil acesso. Portanto, quando se trata de gerenciamento de sistemas HCI, a busca por terceiros para implantação e instalação de hardware e software pode beneficiar sua empresa, colocando-a à frente na corrida tecnológica.


Sylvio Luiz Herbst,- formado em engenharia de telecomunicações e pós-graduado em marketing, co-fundador e diretor comercial e marketing na 5F Soluções.

 

Prova de vida no INSS tem novas regras e especialista orienta sobre mudanças

Desde o último mês de janeiro a comprovação está sendo feita por meio de cruzamento de informações em bancos de dados. Para advogado previdenciário, mudança é positiva para aposentados e pensionistas


Já estão em vigor as novas regras para a prova de vida de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Conforme portaria do Ministério do Trabalho e da Previdência, assinada no último dia 24 de janeiro, o procedimento comprobatório será de responsabilidade do próprio INSS, que fará o cruzamento de informações em vários bancos de dados públicos. A partir da data de aniversário do beneficiário, o instituto terá dez meses para comprovar que o titular está vivo. Passado esse período e não havendo comprovação, o aposentado ou pensionista será notificado e terá  mais dois meses para regularizar a situação, o que poderá ser feito por meio eletrônico ou presencialmente em uma agência da Previdência Social ou em uma agência bancária. Em  2023, o INSS deverá realizar a prova de vida para 17 milhões de beneficiários, sendo um milhão só em Goiás.

De acordo com o advogado previdenciarista Jefferson Maleski, do Escritório Celso Cândido de Souza, a prova de vida é uma ferramenta utilizada pelo Governo Federal desde 2005, para identificar se beneficiários do INSS continuam vivos, sob pena de suspensão do pagamento da aposentadoria ou pensão.  Ele lembra que a medida foi criada  com o objetivo de evitar fraudes. “A prova de vida foi  lançada em tempos em que as informações e registros de óbitos do interior do país levavam semanas ou meses para chegar ao INSS, e isso dava margem a muitas ações fradulentas”, esclarece.

O advogado avalia positivamente a mudança, já que desobriga aos beneficiários, especialmente aqueles mais idosos e com dificuldade de locomoção, a terem que se deslocar para fazer essa comprovação. “Agora, ao invés do beneficiário ter que provar que está vivo, é o INSS quem terá que buscar essa prova de vida. Hoje em dia, o governo tem todas as informações de óbitos dos habitantes em tempo real pelo SISOBI (Sistema de Controle de Óbitos), interligado com os cartórios, portanto, não há necessidade de colocar essa obrigação para o beneficiário”, ressalta.


Comprovações

Maleski explica que atualmente vários procedimentos civis, jurídicos e de saúde são registrados digitalmente em bancos de dados de acesso do governo federal como comprovante de votação, de vacinação, emissão e renovação de documentos, abertura de contas ou solicitação de empréstimo na rede bancária, declaração de Imposto de Renda e outros.

O advogado previdenciarista dá uma orientação importante, uma vez que desde o início da Pandemia da Covid-19 até o fim de 2022, a necessidade de prova de vida estava suspensa. “Mesmo que o beneficiário esteja agora desobrigado a proceder essa prova de vida, a não ser que seja convocado para isso, é recomendável que ele acompanhe esse processo pelos canais remotos de atendimento do INSS”, afirma.

Maleski também orienta a quem não tiver o cadastro biométrico no aplicativo do INSS, que o faça. “O beneficiário deve ligar na central  telefônica 135 e solicitar o desbloqueio do aplicativo, informando que a biometria foi realizada. Caso  não seja desbloqueado, o ideal é procurar um advogado especialista”, orienta.


Posts mais acessados