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segunda-feira, 18 de junho de 2018

5 tópicos que todo cidadão deve saber sobre alienação parental


Advogada especializada em Direito da Família, Gardennia Mauri Bonatto, explica que casos vão desde recusar passar chamadas do outro genitor até falsas denúncias de abuso sexual, e detalha como a alienação parental é prevista no ordenamento jurídico


De acordo com o levantamento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, as ações envolvendo alienação parental subiram 5,5% de 2016 para 2017, saltando de 2241 para 2365. Mas além do aumento no volume dos processos, o que por si só já é um dado alarmante, outro indicador que assusta é a forma como acontecem os casos desse tipo de agressão.

Segundo a sócia-fundadora da Bonatto & Guimarães Fernandes Advogados Associados e advogada especializada em Direito da Família, Gardennia Mauri Bonatto, há pais que falam para os filhos devolverem presentes que venham do outro genitor, que apresentam novo cônjuge aos filhos como sendo nova mãe ou novo pai, que desqualificam o outro constantemente e, em situações ainda mais graves, há aqueles que envolvem até falsa denúncia de abuso sexual.

"Nessa situação em específico, o alienador implanta falsas memórias na criança, fazendo-a inclusive a confundir mentira com realidade e a treinando para repetir a história como se realmente tivesse sido vítima de incesto. E então para ela aquele fato falso se torna real. É algo muito pesado e doloroso", afirma a especialista.

Outro dado relevante: segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, 83,6% das crianças menores de 4 anos têm como responsável uma mulher – seja a mãe, avó ou madrasta. "Essa pesquisa só revela que na maioria dos casos a guarda fica com a mulher. Como essas ações correm sob sigilo, não há nenhuma estatística oficial que evidencie se é o homem ou a mulher quem mais pratica alienação parental. Pontuado este fato, em nosso escritório, percebemos que a proporção é muito maior de homens que sofrem alienação parental", revela a advogada.

Ainda segundo Gardennia, o que se nota é que, culturalmente, a guarda em geral tende a ser da mãe, embora via de regra enquanto a criança está com tenra idade e está em período de amamentação é evidente que não deve se ausentar da companhia materna. Depois disso, os direitos jurídicos são iguais. "Neste contexto, considerando o fato de os filhos em sua maioria passarem mais tempo com as mães, talvez até por uma questão de proporção, em nosso escritório, a procura é maior por parte de pais alienados. É possível até considerar, em caráter hipotético, que se mais homens obtivessem a guarda dos filhos, esse quadro poderia ser outro, o que revela um outro problema relacionado à guarda. De toda forma, o quadro atual é esse", analisa.

Diante às polêmicas e enorme complexidade que envolve o tema, Gardennia – que inclusive é membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) – elencou 5 tópicos elucidando todas as dúvidas sobre alienação parental, detalhando o problema na prática, além de abordar de maneira didática como a questão é prevista no direito brasileiro.


1 O que caracteriza alienação parental?

Segundo a Lei nË? 12.318 de 2010, considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

A lei prevê ainda alguns exemplos de atos que caracterizam alienação parental, tais como: realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade, dificultar o exercício da autoridade parental e da convivência familiar, dificultar contato de criança ou adolescente com genitor, omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço.

Destaca-se ainda a apresentação de falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; e mudança de domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. "Vale lembrar que a alienação parental também pode ser caracterizada em outras situações que não as citadas em lei, desde que os atos sejam assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia", explica Gardennia.


2 Quais são as formas de se cometer alienação parental?

Além das práticas já citadas no item acima, outras situações comuns são recusar passar as chamadas telefônicas aos filhos, organizar atividades sociais e viagens com os filhos durante o período que o outro genitor deve normalmente exercer o direito de visitas, envolver pessoas próximas (avós, tios, padrasto/madrasta) na influência maléfica de seus filhos, impedir que o outro genitor participe de eventos ou decisões importantes (escolha de religião, escolha de escola, apresentação de escola, etc), trocar ou tentar alterar o sobrenome da criança, mudar o tratamento ou castigar os filhos se eles entrarem em contato com o outro genitor, culpar o outro genitor pelo mau comportamento dos filhos, esconder ou fazer a criança "esquecer" do seu celular em viagens ou fins de semana, etc.

"Entre os casos de alienação parental, creio que o mais emblemático e psicologicamente prejudicial à criança ou adolescente é a falsa denúncia de abuso sexual contra genitor. Não é pouco usual que algumas pessoas em uma atitude desesperada para conseguir atingir o objetivo de afastar genitor e filho utilize falsa alegação de abuso sexual contra o próprio filho", afirma a advogada.

"Há casos em que ocorre suspensão provisória da visitação do genitor acusado e até que se prove que a acusação adveio de alienação parental, o tempo transcorreu e o vínculo afetivo entre um dos pais e filho já foi extremamente prejudicado. Como já pontuado, nesses casos, o alienador implanta falsas memórias na criança, inclusive fazendo com que ela repita a história até acreditar que o incesto foi real", detalha a sócia-fundadora da Bonatto & Guimarães Fernandes Advogados Associados.


3 Existe algum perfil mais recorrente de quem comete ou é vítima de alienação parental?

Como já foi dito, os casos envolvendo alienação parental ocorrem sob sigilo da justiça. Então não existe um dado oficial sobre quem comete mais esse tipo de agressão. "Em nosso escritório, a prevalência de pais que são vítimas de alienação parental é muito maior que o de mães. No entanto, esse dado precisa ser olhado com muita cautela, porque envolve vários fatores e indicadores e diante a um tema sério como este, as consequências podem ser irreparáveis", avalia.

"Se a gente considerar que em mais de 80% dos casos a guarda é da mãe, estatística e proporcionalmente, é mesmo provável que a maior parte de agressões partam das mães. No entanto, esse dado esconde um outro problema, que é a guarda em si. Não há nenhuma razão jurídica cabível para uma desproporcionalidade tão grande. Há um fator cultural que conclui que a guarda é materna, mas no ordenamento jurídico, passado o período de amamentação, os direitos são iguais", explica a advogada.


4 Só o filho pode ser vítima e só os pais podem cometer alienação parental?

Não necessariamente. Primeiro, com relação às vítimas: o filho pode sofrer com o problema durante a infância e adolescência, não tendo uma idade limite, do ponto de vista jurídico, para deixar de ser vítima. A análise é feita caso a caso, contudo, de modo geral, entende-se que juridicamente se cessa com a maioridade.

Por uma interpretação análoga, um idoso também pode sofrer este tipo de abuso psicológico, geralmente quando um filho o manipula para fazer com que ele se volte contra outro filho. Geralmente a alienação nestes casos é motivada por uma disputa de herança.

Com relação ao alienador, a lei é clara ao dispor que não é somente pai e mãe que pode cometer alienação parental, mas também avós, familiares, padrasto, madrasta ou por aqueles que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância. Vale ressaltar ainda que não há limitação legal em relação ao grau de parentesco.


5 Quais são as penas para quem comete e quais são os direitos para quem é vítima de alienação parental?

Entre os mecanismos de punição previstos pela lei de alienação parental, constam a advertência, a ampliação do regime de convivência familiar em favor do genitor alienado, multa ao alienador, alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão. O rol de punições contempla ainda o acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial e até a suspensão da autoridade parental.

"O artigo 9º da lei de alienação parental permitia ou uso de mediação extrajudicial nestes casos, contudo foi vetado pelo Presidente da República, pois a Constituição Federal considera a convivência familiar um direito indisponível da criança e do adolescente, não podendo ser objeto de nenhuma negociação extrajudicial. Já o artigo 10º da referida lei, previa pena de detenção de seis meses a dois anos para o parente que apresentasse relato falso a uma autoridade judicial ou membro do conselho tutelar que pudesse acarretar na restrição da convivência do menor com o genitor. Todavia tal previsão também foi objeto de veto presidencial, já que seria prejudicial para a própria criança ou adolescente e que as medidas de inversão de guarda ou suspensão da autoridade parental já seriam suficientes para punir tal prática", esclarece Gardennia.

"Por fim, é importante ressaltar que os adultos devem saber serem imparciais em relação ao ressentimento que possam ter com o ex-parceiro e não transmitir nenhum juízo de valor sobre o outro genitor aos filhos, pois, mesmo que não tenham noção de que as ações configuram a alienação parental, caso seja provada a conduta, serão punidos", finaliza a adovgada.



Bonatto & Guimarães Fernandes Advogados Associados


Redação e gramática aparecem entre as maiores dificuldades dos candidatos ao estágio


 Pesquisa revela, no entanto, que os jovens dão prioridade ao aprendizado de um idioma estrangeiro


O domínio da língua materna é essencial, independente da área de atuação, por isso é cada vez mais comum a aplicação de testes no processo seletivo para avaliar essa habilidade e outras competências ligadas a ela, como boa argumentação, síntese, coerência e gramática. Formar frases coesas, seja em uma conversa oral ou na forma escrita, é o mínimo que se espera dos jovens no mercado de trabalho, no entanto, uma pesquisa especializada constatou que, diante dos testes aplicados pelos recrutadores, essa é, justamente, uma das maiores dificuldades dos estudantes.

O mais curioso é que, ao invés de preencher essa lacuna deficiente, a maioria concentra seus esforços no aprendizado de outro idioma, porém, de acordo com especialistas do setor, se o jovem apresentar falhas no português essa estratégia pode ser invalidada. É claro que ter uma segunda língua é cada vez mais importante no ambiente profissional atualmente, mas se a língua materna deixar a desejar as chances de conquistar uma vaga diminui ou, dependendo do setor, ficam quase nulas.

Sobre o estudo

A pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de estágio em 2018”, realizada pela Companhia de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee – que contou com 5.410 participantes de todas as regiões do país, identificou que entre as principais dificuldades dos candidatos estão os testes relacionados à língua portuguesa. A matéria que, teoricamente, deveria ser a mais fácil para os brasileiros, já que se trata de nossa língua materna, é na verdade uma das mais preocupantes. De acordo com o estudo 37% dos entrevistados alegam que, durante um teste no processo seletivo, têm mais dificuldade com questões de ortografia, gramática e redação.

Metade desses jovens atribui essa deficiência à própria falta de interesse pelo tema, que os levam a estudar menos o português. No entanto, 24% alega ter pouco embasamento escolar e 26% afirma que, mesmo se esforçado, ainda tem dificuldade de assimilação com a matéria. Mas, apesar de terem consciência sobre o problema, apenas 16% dos estudantes afirmam que o aspecto do perfil profissional que mais gostariam de melhorar é o português/oratória. De acordo com o levantamento, a maioria dos candidatos a estágio (58%) está mais preocupada em aprender um idioma estrangeiro, especialmente o inglês.

Processo seletivo rigoroso

O desemprego no país aumentou nos últimos anos e, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os jovens foram os mais prejudicados, por isso, aqueles que ainda frequentam as salas de aula passaram a recorrer mais ao estágio. Com a alta demanda, os processos seletivos ficaram ainda mais exigentes, tanto que, de acordo com o levantamento, os estudantes classificam o nível de dificuldade e competitividade das entrevistas para estágio semelhante ao das vagas celetistas.

Diante disso, Tiago Mavichian – diretor da Companhia de Estágios – explica que é cada vez mais comum a adoção de testes pelos recrutadores nas entrevistas para aumentar a qualidade do filtro e encontrar o melhor perfil para determinada função: “A disputa acirrada entre os jovens é um dos efeitos colaterais da crise que o país enfrenta nos últimos anos. Para não ficarem à margem do mercado, muitos recorrem aos programas de estágio, especialmente aqueles em início de carreira, pois não é preciso experiência prévia para concorrer a uma vaga. Por isso é natural que, com o aumento da procura, o processo se torne mais rigoroso e, para se destacar, é preciso estar preparado para os testes”. De acordo como especialista, apesar da fama assustadora dos testes de matemática e lógica, a pesquisa comprovou que as redações e perguntas objetivas intimidam mais os estudantes justamente pela falta de segurança ao escrever.

Língua materna deve ser uma prioridade

Apesar da dificuldade maior em relação ao português, o levantamento revela que os jovens estão priorizando o aprendizado de outras línguas, especialmente a inglesa. De acordo com Rafael Pinheiro, gerente de Recursos Humanos, há uma inversão de valores nesses casos, pois o ideal é preencher a lacuna que falta na língua materna para depois investir em outro idioma: “Em uma entrevista de emprego o português é avaliado a todo momento, mesmo que não sejam aplicados testes escritos. A oralidade é muito importante e o discurso, geralmente, tem um tom mais formal, por isso, qualquer erro será facilmente percebido pelo recrutador. Um segundo idioma é muito valorizado no mercado de trabalho, mas se a nossa língua não estiver em dia isso não ajuda muito e o candidato perde a credibilidade. Por isso o português deve ser aprimorado constantemente” – explica o especialista.

Informalidade se reflete no texto

A fala e a escrita são essenciais para uma boa comunicação, especialmente no ambiente de trabalho e, mesmo que pareçam distintas, uma está diretamente relacionada à outra. O jeito que falamos, muitas vezes, influencia nosso texto, por isso, no campo profissional é preciso ter um cuidado redobrado. A linguagem da internet e mensagens de texto é, geralmente, uma porta de entrada para a informalidade, o problema é que depois de se habitar a ela fica difícil se desvencilhar e, segundo Pinheiro, é aí onde mora o perigo: “Isso é muito perceptível quando o candidato participa de testes que exigem a escrita, pois alguns acabam escrevendo da maneira que estão habituados e falar e esquecem da pontuação, especialmente das vírgulas. A abreviação de palavras também é um erro comum decorrente da linguagem da internet. Além disso, se as palavras forem pronunciadas de maneira incorreta, isso acaba sendo transmitido no texto, por isso é preciso muita atenção, pois essa é uma das fases que mais elimina os entrevistados”.  

Como se destacar nessa matéria

Para ter mais segurança e se sair bem nos processos seletivos que exigem algum teste de português ou, até mesmo, para melhorar o desempenho nos estudos ou trabalho é preciso praticar a forma correta da língua em qualquer oportunidade. Para isso, existem algumas dicas estratégicas que podem ajudar a aprimorar os conhecimentos em português e valorizar o idioma, confira a seguir:


Invista na leitura: essa dica é infalível. O hábito de ler é obrigatório para todos que querem escrever e falar bem. Além de aumentar o vocabulário, a leitura ainda ajuda a aprender as regras gramaticais como consequência. É possível escolher diversos tipos de textos, desde revistas de entretenimento a livros técnicos ou clássicos da literatura, pois variar os estilos ajuda a ampliar o conhecimento literário. Através da leitura é possível se manter informado, o que é essencial para elaborar o conteúdo um bom texto.


Pratique a escrita: a redação, seja no vestibular ou na entrevista de emprego, é uma das coisas que mais assustam os estudantes, portanto, para perder esse medo e ganhar segurança, é preciso praticar. Uma boa estratégia é começar a escrever corretamente nas redes sociais e mensagens de texto. Ler em voz alta o que escreveu ajuda a identificar os erros, e, apesar de não parecer, escrever também contribui para o desenvolvimento da oratória, pois através da escrita aprendemos a construir corretamente as sentenças e melhorar a fala.


De olho na gramática: a maior amiga do escritor e do orador é a melhor fonte para sanar as dúvidas e a base para a construção da linguagem. Essa grande aliada não deve ser menosprezada, no entanto, vale lembrar que a língua é evolutiva, portanto, não se limite à gramática, pois a estilística também é muito importante para valorizar o texto e a oratória.


Evite palavras rebuscadas e estrangeiras: palavras bonitas e, geralmente, desconhecidas não agregam valor e ainda tornam difícil a compreensão do texto. Por isso ele deve ser simples, mas com um vocabulário amplo. O ideal é evitar repetições que empobrecem o texto e o uso de palavras de outros idiomas que o tornem confuso para um leitor desprevenido.

Aproveite as férias

O período do ano mais esperado pelos estudantes é o merecido descanso depois de um turbilhão de provas e trabalhos, no entanto, é também o momento ideal para desenvolver ainda mais o aprendizado e se preparar para o mercado. E, ao contrario do que muitos pensam, isso não precisa ser mais uma tarefa extenuante. É possível praticar atividades agradáveis que ajudem a agregar novos conhecimentos. Quem deseja aprimorar o português pode investir em grupos de estudos que vão desde escrita à leitura conjunta, com metas e discussões sobre temas variados. Nas redes sociais há diversas opções com temas para todos os gostos. Assim, além de aprimorar o idioma, ainda é possível conhecer novas pessoas com os mesmos interesses.  Outra opção é aproveitar o tempo livre para criar um blog ou portfólio online, que é ideal para expor seus trabalhos ou escrever sobre assuntos variados de seu interesse, buscando sempre melhorar o português e aperfeiçoar a escrita.







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