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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Os impactos da lentidão no desempenho dos negócios digitais


 Cada segundo de atraso gera piores taxas de conversão, conveniência e rejeição - prejudicando o desempenho da receita anual das lojas virtuais.
 

Desistir de uma compra ao se deparar com uma fila enorme é normal no varejo. Clientes desistem de esperar quando a fila assusta, mas este problema não é exclusivo das lojas físicas. O cenário descrito também acontece com frequência no ambiente virtual, inclusive em datas sazonais como a Black Friday – que pode deixar os sites lentos e instáveis. O motivo quase sempre é o mesmo: muitas pessoas querendo comprar em uma plataforma que não tem a estrutura para lidar com a quantidade de acessos recebida. A situação pode ser danosa aos negócios e trazer prejuízos financeiros aos varejistas que, cada vez mais, devem se preocupar com a velocidade do carregamento das suas páginas.

E, essa preocupação já é antiga. Em 2010, empresas como Shopzilla e o Firefox já realizavam testes para avaliar o impacto financeiro do carregamento de páginas, assim como o Google e a Microsoft também. Um estudo conjunto dessas duas últimas empresas mostrou que a satisfação dos usuários dependia do tempo de carregamento das páginas - e meio segundo de delay gerou queda de quase 1% na satisfação dos usuários, enquanto dois segundos aumentaram esta taxa em quase 4%.

Pensando no mundo do comércio eletrônico, para 42% dos brasileiros a conveniência é o principal fator que leva pessoas às compras online, segundo a PwC. Isso quer dizer que ao procurar um e-commerce, os consumidores esperam que o processo seja descomplicado.  Uma prova disso é outro estudo realizado pela Akamai, empresa focada em serviços de CDN, que ao comparar as lojas virtuais notou que os varejistas que fecharam pedidos foram 26% mais rápidos – e o nível de insatisfação também acompanhou esse resultado, pois 28% dos consumidores não voltariam aos sites lentos.

Para evitar arcar com os prejuízos do atraso do carregamento em seus sites, alguns grandes varejistas realizaram estudos para entender o impacto da lentidão em seus negócios. A Amazon descobriu que cada segundo de demora no carregamento da página pode custar US$1,6 bilhão de sua receita anual; já o Walmart observou um aumento de 2% em sua conversão ao melhorar o carregamento em apenas um segundo.
Para resolver todos os problemas relacionados à performance no comércio eletrônico é preciso de recursos nos locais certos e funções prioritárias para gerar resultados mais produtivos. É estimado que profissionais de e-commerce percam 12 horas por semana resolvendo problemas de performance, um total de 652 horas por ano. Imagine se o tempo gasto em solucionar problemas fosse usado para questões estratégicas e aumentar as vendas?


O impacto das métricas do e-commerce
 
Quando falamos em métricas de e-commerce, a lentidão nos sites acaba por impactar todas as métricas. Vejam só:
  • Taxa de conversão: mede a efetividade de vendas frente às visitas geradas. Essa é a mais sensível, uma vez que vários fatores podem influenciá-la, como o próprio tempo de carregamento da loja virtual. O ideal, segundo o Google, é que uma página demore no máximo 3 segundos para carregar. No entanto, um relatório recente da Wolfgang Digital mostrou que o tempo médio de carregamento das páginas da Web Global é de 6,06 segundos.
Há anos estudos buscam relacionar lentidão e queda na conversão. Em 2008 já existiam dados que diziam que 1 segundo de lentidão poderia prejudicar em 7% a conversão. A própria Akamai mostra que, hoje em dia, esta mesma diminuição na conversão acontece quando o e-commerce demora apenas 0,1 segundo para carregar em desktops. Já quando o atraso é de 1 segundo, a conversão diminui em 21,8% em desktops. No mobile, um segundo de atraso reduz em 20,5%.
  • Duração da sessão: mesmo que existam usuários persistentes que decidam navegar em e-commerces lentos, eles geralmente não irão muito longe. A métrica de duração da sessão também é impactada pela lentidão – a cada segundo de atraso no carregamento médio, a duração das sessões cai em 25% em desktop e em mobile; o número sobe para 47% em desktops e 51% em mobile quando o atraso chega a 2 segundos.
Por isso, é necessário tratar a performance do comércio eletrônico como um dos principais KPI’s para valorizar o trabalho de departamentos de e-commerce, marketing e comercial que investem tempo e dinheiro em estratégias para aumentar as vendas e faturamento. Mas os clientes, quando passam menos tempo navegando no site por conta do mau desempenho, não são tão expostos a essas estratégias, que acabam não fazendo sentido. Por isso, não adianta apenas ter produtos de qualidade e investir muito dinheiro para atrair clientes se a loja virtual não estiver pronta para receber o fluxo de internautas.

De forma prática, uma maneira de se certificar que um KPI está performando bem ou não é pela análise de benchmarks para comparar o seu desempenho com o de outras empresas no mercado, principalmente as consideradas como referência, como um grande varejista recém-chegado ao Brasil que teve o melhor tempo de carregamento durante o evento se comparado com outros sites monitorados, levando em média apenas um segundo para disponibilizar todo seu conteúdo na tela do consumidor.

Por isso, levar em consideração dados de mercado é o principal ponto de partida para começar a otimizar os sites. Com os insights necessários para avaliar sua realidade, buscar soluções para manter o e-commerce carregando tão ou mais rápido que os sites dos concorrentes pode mitigar o risco de perder negócios por conta da performance. Afinal, esse é o ponto crítico dos negócios digitais.



Bruno Abreu - CEO e sócio-fundador da Sofist


Como funciona o cadastro positivo e por que você deve ter um?


Com as contas cada vez mais apertadas, muitos de nós vivemos atrás de linhas crédito para quitar todas as dívidas, ou pelo menos ter melhores condições de pagá-las.
 
Acontece que nem sempre conseguimos esse crédito, mesmo com ‘‘nome limpo’’ e salário fixo. Com o Cadastro Positivo, isso muda: todas as suas contas pagas no prazo são pontos positivos e, consequentemente, quem o possui, será mais bem visto pelas credoras. Entenda aqui, neste infográfico preparado pela Rebel, como funciona o crédito positivo e porque você deveria ter um.





Os deveres dos pais têm limites


Há alguns dias, a imprensa brasileira noticiou um caso ocorrido nos Estados Unidos e que causou certa perplexidade. Trata-se da situação de um casal residente no estado de Nova York que requereu judicialmente que o filho de 30 anos deixasse a casa.

O filho, há oito anos, voltou a morar com os pais em razão de ter ficado desempregado, mas não os ajudava nas despesas familiares e sequer colaborava nas tarefas do lar. Após várias notificações para que o filho deixasse a casa, diante da recusa, os genitores fizeram o pedido judicialmente e tiveram decisão favorável. 

Um igual caso, se ocorrido no Brasil, deveria ter a mesma solução. O dever dos pais de sustento, guarda e educação dos filhos vai até o final da menoridade destes, que se dá aos 18 anos. Ao completar essa idade, as pessoas se tornam, no aspecto legal, plenamente capazes para exercerem os atos da vida civil e, consequentemente, não mais se sujeitam ao poder familiar.

O limite de 18 anos vem sendo flexibilizado judicialmente, alcançando até os 24 anos para filhos que prossigam nos estudos em nível universitário ou curso técnico. A explicação é que, dando continuidade ao processo de educação escolar, o jovem adia o momento de ingressar no mercado de trabalho para fazê-lo, posteriormente, em melhores condições e em profissão que exija nível escolar superior, como Medicina, Engenharia e Direito, ou estudo mais pormenorizado, como os cursos técnicos.

Vale ressalvar que é possível que pais sejam condenados a prestar auxílio aos filhos maiores, porém, isso exige a demonstração da efetiva causa da necessidade de ajuda como, por exemplo, na hipótese de doença. O mesmo ocorrerá com os filhos em relação aos pais, o que geralmente ocorre na velhice destes.

Outro aspecto a ser observado é que, sendo os genitores os proprietários ou legítimos possuidores da casa, eles têm o direito de definir quem poderá morar no local. Os filhos não podem exigir ali permanecerem simplesmente por terem vínculo de parentesco.

Assim, uma pessoa adulta e saudável tem obrigação de obter meios próprios de subsistência, não sendo justificável ter suas despesas providas pelos pais.

A iniciativa do casal norte-americano causou estranheza porque, em regra, os pais se prontificam a auxiliar os filhos durante toda a vida, mas isso tem como fundamento o afeto, e não exatamente um dever jurídico. No Direito, nem sempre condutas muito reiteradas na sociedade implicam um dever, a explicação para elas não está na lei, mas sim na natureza humana.




Marco Antonio dos Anjos - professor de Direito Civil na Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas.

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