41%
disseram presenciar atos de discriminação mais de uma vez por semana
Vick Vaporub, principal medicamento da marca Vick, há 100 anos dedicada ao alívio dos sintomas da gripe e do resfriado, encomendou uma pesquisa ao instituto de pesquisa MindMiners, empresa especializada em big data, para entender melhor como a sociedade brasileira se relaciona com os diferentes tipos de casais.
No último dia 5, a marca lançou no Facebook sua
campanha de Dia dos Namorados com o webfilm "The Detail", onde
traz a mensagem da importância do toque na vida das pessoas e como alguns
casais acabam sendo privados disso, por não se sentirem seguros ou à vontade
para demonstrar carinho em público.
"Acreditamos que o toque humaniza as relações,
cria laços, traz alívio naqueles momentos em que nós não estamos muito bem,
como quando estamos resfriados. E é a mais singela demonstração de afeto e
carinho. E todos deveriam poder expressar seu amor, independente de sexo, raça,
idade ou biótipo", diz José Restrepo, gerente de Vick para o Brasil.
O estudo trouxe depoimentos e informações que ilustram
como ainda há um caminho a ser percorrido pela sociedade brasileira para que
seja possível ampliar o entendimento e a aceitação das diferenças.
Variando entre perguntas abertas e de múltipla escolha,
foram mostradas imagens de casais homossexuais, inter-raciais, com grandes
diferenças de idade e de biotipos com rostos próximos ou lábios encostados. As
pessoas foram questionadas sobre o que sentiam ao ver essa demonstração de
amor.
Os destaques da pesquisa você confere a seguir:
·
Quando expostos a uma
imagem de um casal homossexual masculino, e podendo assinalar até três
alternativas, sentimentos como respeito (49%), amor (32%) e felicidade (27%)
foram os mais assinalados. Entretanto, 21% disseram ter tido um sentimento de
estranheza, 8% disseram sentir vergonha e 7% sentiram nojo.
·
Quando expostos a uma
imagem de um casal homossexual feminino, sentimentos como respeito (49%), amor
(34%) e felicidade (27%) também foram os mais assinalados. Entretanto, o
sentimento de estranheza caiu para 19%, de vergonha para 7% e de nojo para 5%.
·
Na imagem em que o
homem é muito mais velho que a mulher, respeito (39%) e amor (33%) foram os
principais sentimentos despertados. O principal sentimento negativo assinalado
foi de "interesse financeiro", com 27%, seguido de "estranheza"
com 19%.
·
Quando a mulher é muito
mais velha que o homem, o sentimento mais assinalado foi o de respeito, com
38%, seguido de indiferença, com 29%. Os principais sentimentos negativos foram
o de "estranheza", com 25%, seguido de interesse financeiro, com 24%.
·
Quando expostos a uma
imagem de um casal inter-racial, e podendo assinalar até três alternativas,
sentimentos como amor (58%), respeito (55%) e felicidade (53%) foram os mais
assinalados. Os sentimentos negativos foram quase nulos. Preocupação e
estranheza receberam 1% das respostas.
· Na imagem do casal com biótipos
diferentes, sendo o homem magro e a mulher gorda, respeito (54%), amor (52%) e
felicidade (44%) foram os sentimentos mais presentes. O principal sentimento
negativo assinalado foi o de estranheza (5%), seguido de interesse financeiro
(2%), pena, preocupação e vergonha com 1%.
· Quando expostos a uma imagem de um
casal com diferença de altura, sendo a mulher mais alta que o homem,
sentimentos como respeito (43%), amor (39%) e indiferença (33%) foram os mais
assinalados. Os principais sentimentos negativos foram o de estranheza (17%),
seguido de interesse financeiro (3%) e compaixão (2%).
· Os
casais homossexuais foram os únicos que despertaram expressivo sentimento de
nojo em alguns entrevistados.
·
59% das pessoas
consideram natural a existência de todos os casais mostrados, enquanto 27%
considera apenas parte deles naturais, mas dizem respeitar todos.
· 7% consideraram estranho a
existência de alguns casais e 6% disseram achar errado a existência de parte
deles.
· Dentre os heterossexuais, 50%
disseram considerar natural a existência de todos os casais mostrados, enquanto
que entre os homossexuais esse número sobe para 84%.
· 41% dos entrevistados disseram achar
um problema ter que explicar para uma criança o amor entre duas pessoas do
mesmo sexo. Esse número cai para 20% quando o foco da pergunta é o amor entre
casais de idades muito diferentes, e chega a 6% para casais inter-raciais.
·
Dentre os entrevistados
homossexuais, 83% disse já ter sofrido algum tipo de discriminação na vida.
· 61%
dos entrevistados já presenciaram discriminação (insulto, violência moral ou física)
por causa de preferência e orientação sexual. Quando questionados sobre a
frequência desses atos, 41% disseram presenciar preconceito mais de uma vez por
semana.
·
66% consideram
importante ou muito importante o apoio de marcas aos diferentes padrões de
relacionamento e 24% disseram ser influenciados em sua decisão de compra por
causa dessa representatividade.
A última pergunta da pesquisa pedia a opinião dos
participantes relacionados ao tema e muitos deixaram alguns depoimentos em
apoio à diversidade:
"Entendo que há diversas barreiras
sociais a casais que fogem dos padrões de etnia, idade, tipo físico e
orientação sexual, tanto em locais públicos quanto no trabalho e mesmo dentro
das próprias famílias. Até pouco tempo não havia exposição de casais assim em
peças de marketing, mídia etc., e acredito que ter casais de todos os tipos
presentes em propagandas e mídias é importante para que a sociedade os aceite
com cada vez mais naturalidade. Pessoas com preconceitos contra relacionamentos
saudáveis entre pessoas adultas precisam compreender que é um raciocínio
ultrapassado".
"Todos os relacionamentos são válidos
e devem ser respeitados e estimulados, desde que não prejudique nenhuma das
partes envolvidas neles. Não considero relacionamentos homo afetivos naturais,
mas não prejudico nem julgo a existência dos mesmos. Deve-se ensinar o respeito
e a tolerância no lar e na educação acadêmica de todos os cidadãos e o fato de
eu estranhar relacionamentos de homossexuais não significa que desejo ver tais
pessoas sofrendo qualquer tipo de violência. "
"Respeito sempre, o mundo é diverso e
as pessoas têm o direito de amar quem elas quiserem sem ter medo de demonstrar
amor ao seu parceiro. Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, as pessoas
são héteros, gays, brancos, negros, altos, baixos, gordos, magros, e de
diferentes crenças e religiões, respeito sempre. "
"Olha, no início tudo pode parecer um
pouco estranho, pois agora as pessoas simplesmente amam e não se importam com
padrões. Eu sempre namorei caras mais altos e casei com um mais baixo que eu, e
no início foi punk. Já ouvi até que devia acabar o namoro por isso. Eu deixei
os padrões de lado para ser feliz, e sou muito!! Então, no início as pessoas
estranham, mas se acostumam. Eu me sentiria querida e representada se uma marca
lembrasse que é normal e possível mulher mais alta que o parceiro. Tudo é
possível se tem amor. "
E outros deixaram depoimentos avessos à diversidade
entre casais:
"Contanto que sejam de sexos opostos,
de forma geral são aceitáveis. "
"Não tenho nada contra relacionamentos
entre pessoas de raças diferentes nem de alturas diferentes. Sobre os
relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, sou totalmente contra, embora eu
respeite as pessoas com essas opções, porém não sou obrigado a concordar. "
"Ainda tenho um pouco de preconceito
entre relacionamento do mesmo sexo, pois acho que foram criados homem e mulher
para isso, já entre raças, alturas, etc, não tenho nada contra. "
"Acho completamente normal, exceto de
casais mais velhos. Afinal, nunca vemos uma garota ou cara mais novos se
relacionarem com pessoas mais velhas que não tenham dinheiro. São sempre idosos
no mínimo classe média alta. Quanto aos outros tipos, supernormal. Apesar de
alguns causarem certa estranheza logo de cara, como um cara muito baixo com uma
mulher super alta (eu mesmo sou meio baixo), estranheza não é sinal de
desrespeito, apenas são situações incomuns e que nos causam surpresa quando
vemos. Respeito acima de tudo! "
"Alguns tipos de relacionamentos são interessantes,
mas outros não têm muito cabimento. O relacionamento homossexual as vezes chega
a ser vergonhoso e de péssima influência para crianças por exemplo. Nada contra
a opção sexual de ninguém, mas o que se exige é o mínimo de respeito a sociedade.
Não é porque você é gay que tem que influenciar outras pessoas, ou até
crianças, a seguirem o seu péssimo exemplo. "
Detalhes do estudo
Amostra: 1000
Período de realização: 01 a 5 de junho de 2017
Sexos: Masculino e Feminino
Faixa etária: entre 18 e 65 anos
Regiões de Foco: Centro Oeste/ Nordeste/ Norte/ Sudeste/ Sul
Classe social: A/ B1/ B2/ C1/ C2
Sexos: Masculino e Feminino
Faixa etária: entre 18 e 65 anos
Regiões de Foco: Centro Oeste/ Nordeste/ Norte/ Sudeste/ Sul
Classe social: A/ B1/ B2/ C1/ C2