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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Mercado de trabalho perde vagas pelo vigésimo mês consecutivo



 Somente os municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Campinas criaram novas vagas aponta boletim do Ceper/Fundace


O mercado de trabalho continua a apontar cenário desfavorável em nível nacional, estadual e regional. O País como um todo e o estado de São Paulo destruíram vagas pelo vigésimo mês consecutivo, mostrando baixo desempenho persistente no mercado de trabalho. É o que mostra o boletim Mercado de Trabalho do Ceper/Fundace, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) atualizados até novembro de 2016.

Entre as regiões analisadas, somente os municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Campinas criaram novas vagas em novembro do ano passado. Ainda assim, o município de Ribeirão Preto criou menos vagas do que em novembro de 2015.

A Indústria, o setor de Serviços e a Construção Civil foram setores com elevado número de demissões. O Comércio destacou-se, exibindo saldo positivo de contratações em todas as regiões analisadas. Estas contratações no setor podem ser explicadas pelas festas de final de ano: a expectativa de aumento de vendas para o Natal e por conta das férias escolares que resultam na contratação de funcionários temporários para atender a esperada demanda.

Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, o país como um todo e os municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Franca registraram destruição de vagas em montante inferior aos registrados entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. As demais regiões analisadas pelo Ceper/Fundace (estado de São Paulo, Região Administrativa de Ribeirão Preto e municípios de Campinas e São José do Rio Preto) apresentaram pior saldo nos últimos doze meses do que nos doze meses imediatamente anteriores, com aumento no número de vagas destruídas.


Brasil – Em nível nacional, o mercado de trabalho registrou o fechamento de 116.747 vagas líquidas formais em novembro de 2016, montante inferior às 130.629 demissões registradas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, somente o Comércio criou vagas. A Indústria, por sua vez, exibiu o pior desempenho.

No acumulado entre dezembro de 2015 e Novembro de 2016, todos os setores registraram destruição líquida de vagas, embora o montante de demissões tenha sido inferior ao registrado entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Setorialmente, a Indústria e a Construção Civil conseguiram reduzir o montante de vagas destruídas.


São Paulo – O estado de São Paulo registrou 39.675 demissões líquidas em novembro de 2016, montante superior aos 32.291 desligamentos em novembro de 2015. Entre os setores, a exemplo do cenário nacional, somente o Comércio criou postos líquidos de trabalho e a Indústria foi o setor que mais demitiu.

No saldo acumulado de dezembro de 2015 a novembro de 2016, foram contabilizadas 455.602 demissões, montante superior às 450.107 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, Serviços, Construção Civil e Agropecuária exibiram pior desempenho nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. A Indústria e o Comércio, por outro lado, reduziram o montante de demissões líquidas.


Região – A Região Administrativa de Ribeirão Preto encerrou o mês de novembro de 2016 com  2.517 desligamentos líquidos, montante superior às 2.275 demissões líquidas contabilizadas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, o Comércio também apresentou o melhor desempenho, seguido pela Construção Civil, sendo os dois únicos setores responsáveis pela criação de vagas líquidas. A Indústria, por outro lado, exibiu o pior desempenho, seguida pela Agropecuária e pelo setor de Serviços.

No acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 8.986 demissões, montante superior às 8.155 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Os setores de Serviços e Agropecuária apresentaram desempenho desfavorável nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Os demais, por outro lado, reduziram o montante de demissões líquidas.


Ribeirão Preto – O município de Ribeirão Preto, por sua vez, criou 184 vagas líquidas em novembro de 2016, montante inferior às 383 vagas criadas em novembro de 2015. Porém, ao contrário dos outros cenários a cidade registrou a criação líquida de vagas em ambos os meses. Entre os setores, o Comércio registrou o maior volume de contratações, com 436 vagas líquidas criadas. A Construção Civil, por sua vez, foi o setor que mais demitiu no período.

No acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 foram registradas 4.124 demissões líquidas, montante inferior às 6.289 demissões contabilizadas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, somente Serviços teve desempenho desfavorável nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores, aumentando as demissões líquidas. Nos demais, nota-se que houve redução das demissões ou aumento da criação de vagas líquidas (no caso da Agropecuária).


Sertãozinho – O município de Sertãozinho criou vagas líquidas em novembro de 2016, registrando 422 contratações líquidas, montante superior às 139 contratações contabilizadas em novembro de 2015. Entre os setores, a Construção Civil foi o que mais contratou no período, seguido pela Indústria. O setor de Serviços, por sua vez, exibiu o pior desempenho, com 133 demissões líquidas.

Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 foram registradas 1.470 demissões, montante inferior às 2.451 vagas destruídas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Somente os setores de Serviços e Agropecuária apresentaram desempenho negativo nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Nos demais, nota-se uma mudança que indica melhora do mercado de trabalho local.


Franca – O município de Franca registrou 1.414 demissões em novembro de 2016, montante também inferior às 1.860 demissões registradas em novembro de 2015. A Indústria destacou-se entre os setores pelo desempenho negativo, com 1,393 demissões líquidas, em partes explicado pelo segmento de Fabricação de Calçados de Couro, responsável por 1.155 desligamentos no setor. A Agropecuária, por outro lado, registrou o maior montante de contratações entre os setores, resultado explicado pelas 54 contratações no segmento de Cultivo de Café.

O saldo acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 contabilizou 2.170 demissões, montante inferior às 4.269 vagas destruídas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, somente o Comércio e a Construção Civil apresentaram desempenho desfavorável no acumulado em doze meses, com elevação dos desligamentos líquidos. Os demais apresentaram reversão, o que sugere melhora do mercado de trabalho.


Campinas – O município de Campinas registrou 99 contratações líquidas em novembro de 2016,  cenário positivo frente às 305 demissões registradas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, o Comércio apresentou o melhor desempenho, com 521 contratações líquidas. A Indústria, por sua vez, foi o setor que mais demitiu, seguida pela Construção Civil e pelo setor de Serviços.

Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 16.792 demissões, montante superior às 16.491 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, no entanto, somente comércio e serviços apresentaram aumento no volume de demissões nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Os demais apresentaram variações que sinalizam redução das demissões e até mesmo reversão para contratações líquidas (no caso da Agropecuária).


Rio Preto – O município de São José do Rio Preto destruiu 265 vagas em novembro de 2016, montante superior ao saldo negativo de 122 vagas registradas em novembro de 2015. Entre os setores, a Construção Civil exibiu o pior desempenho. O Comércio, por sua vez, foi o que mais contratou no período (186 vagas líquidas).

No saldo acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 5.943 demissões, montante superior aos 2.456 desligamentos contabilizados entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Somente a Indústria e a Agropecuária apresentaram redução de vagas líquidas destruídas, embora ambas tenham preservado saldo de demissões.

Conforme análise do coordenador do Boletim Mercado de Trabalho e pesquisador do Ceper, Sergio Sakurai, os dados indicam que, embora as demissões continuem sendo superiores às admissões, esta diferença têm se dado em ritmo menos intenso. “Desde maio de 2016, o mercado de trabalho tem registrado demissões líquidas em ritmo menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior, mas somente em novembro de 2016 as demissões líquidas acumuladas em doze meses (ou seja, entre Dezembro de 2015 e Novembro de 2016) foram inferiores às demissões líquidas registradas nos doze meses imediatamente anteriores”, detalha Sakurai.

Para contextualizar estes resultados com outros indicadores, conforme a PNAD contínua do IBGE, a taxa de desocupação do trimestre móvel de setembro a novembro de 2016 foi de 11,9%, a mais elevada desde o início dos levantamentos do Ceper, em 2012. Contudo, esta taxa permaneceu estatisticamente estável em relação à taxa do trimestre móvel de junho a agosto de 2016, de 11,8%. Em relação ao mesmo trimestre de 2015 houve alta de 2,9 pontos percentuais.






Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance e CM Agropecuária e Participações.



Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.




Mercado de trabalho: crise intensifica a busca por uma oportunidade de estágio



Programas de aprendizagem apresentam índices favoráveis e a concorrência aumenta entre os estudantes


O Brasil atravessa uma das piores crises de sua história e a expectativa de recuperação da economia nacional é modesta. 2017 ainda apresenta um cenário de retração, consequência da recessão econômica acentuada que o país vem sofrendo desde o final de 2014.  As projeções não são muito animadoras, especialmente para quem está em busca de um emprego, pois indicam que o total de desempregados pode subir ainda mais até o ultimo trimestre.

Especialistas do setor acreditam que esse ano irá começar um período de estabilidade para o mercado brasileiro, pois o total de contratações poderá superar, aos poucos, o número de demissões, no entanto, isso deve ocorrer de forma lenta e gradual, já que as novas vagas abertas não serão capazes de absorver toda a demanda de pessoas que estão sem emprego atualmente no país.

Diante disso, os estudantes têm demonstrado cada vez mais interesse nas oportunidades de estágio, que já apontam um aumento na quantidade de inscritos. Diferente do mercado celetista, os programas de aprendizagem seguem estáveis e continuam contratando mesmo em meio ao quadro econômico conturbado do país, o que chama atenção não apenas dos jovens, mas de alunos de todas as idades que ingressam em uma nova carreira profissional.

Recorde de desemprego no país

De acordo com a última pesquisa nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnade Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ano passado fechou com 12,3 milhões de pessoas desempregadas, o maior índice desde o início do estudo, em 2012. Esse número é 36% maior em comparação com 2015 e quase dobrou desde o final de 2014, quando começou a crise econômica no país. Para se ter ideia, essa taxa é proporcional a toda a população de São Paulo, a maior cidade brasileira.

Diante desse cenário desfavorável, a faixa etária entre 14 e 24 anos, é uma das mais afetadas. A taxa de desemprego chegou a 25,6% para essa parcela da população. Com menos tempo de experiência profissional e, muitas vezes, com um nível menor de qualificação, os jovens buscam alternativas para driblar a crise e o estágio, que atualmente segue apresentando números de vagas expressivos, está em alta entre aqueles que estudam.

Procura acentuada

Com o encolhimento do mercado de trabalho brasileiro e a recessão contínua que o país enfrenta, os programas de aprendizagem apresentam estabilidade e crescimento gradual, o que atrai cada vez mais estudantes. Dados da Companhia de Estágios – assessoria especializada no recrutamento e seleção de estagiários – apontam que no primeiro semestre de 2016, o número de candidatos cresceu 17,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e a expectativa é que o número continue subindo neste ano.

Pesquisas do setor indicam que o número de pessoas acima dos 40 anos que estão em busca de uma oportunidade de estágio também vem crescendo atualmente. Para Tiago Mavichian, diretor da Companhia de Estágios, há uma quantidade relevante desses candidatos que, obviamente, não estão procurando o primeiro emprego e possuem mais vivencia profissional que os jovens, o que aumenta a concorrência e torna a disputa acirrada: ”seja para recomeçar profissionalmente ou para se ajustar à atual realidade do mercado, o fato é que eles estão buscando uma nova qualificação e aderindo ao estágio. No entanto, para compensar a falta de experiência o jovem tende a buscar mais qualificações, assim, quem tem a ganhar com essa competitividade são as empresas” – Explica o especialista.

Panorama nacional

De acordo com o levantamento mais recente da Associação Brasileira de Estágios (Abres) há mais de um milhão de estagiários no país, somente no ensino superior um em cada dez estudantes participa de algum programa de estágio e os alunos dos ensinos médio e técnico já somam 260 mil. O número ainda é proporcionalmente baixo diante da grande quantidade de estudantes no país, porém, ao contrário do mercado formal, segue estável mesmo nesse período de crise.

Principais vantagens dos programas de estágios

Tanto os estudantes como as empresas contratantes são beneficiados ao selar o contrato de estágio. A lei estabelece uma série de direitos e deveres que visam proporcionar a melhor experiência para ambas as partes. Mavichian afirma que cada vez mais empresas aderem aos programas de aprendizagem depois de compreenderem que o estágio é como uma via de mão dupla na qual ambas as partes saem ganhando: “Enquanto o estudante adquire experiência para se desenvolver profissionalmente em seu ramo de atuação e coloca em prática todo seu conhecimento teórico, a concedente ganha toda a expertise que o aluno, ainda em formação, adquire em seu curso, e um novo olhar, em constante atualização, sobre o mercado”.

Além disso, nesse período de crise, as empresas têm a oportunidade de ter uma mão-de-obra qualificada com custos reduzidos na folha de pagamento, já que o estágio não caracteriza vínculo empregatício, e, portanto, libera a empresa dos encargos de um funcionário celetista. Outro ponto atraente para muitas organizações é que o estagiário pode atuar pelo período de até 2 anos, o que configura um período de tempo de treinamento para que futuramente o estudante, já desenvolvido, passe a compor o quadro de funcionários da empresa após o termino do contrato.

De olho na lei

Que os programas de aprendizagem conferem uma série de vantagens não há dúvidas, porém, para assegurar que os estudantes não serão encarados apenas como uma mão-de-obra de baixo custo há a lei do estágio (nº 11.788), que traz regras estabelecidas que devem ser seguidas vigorosamente para que o programa não se distancie de seu foco principal e não acabe gerando um vínculo empregatício com a empresa contratante. Confira uns dos principais cuidados que as empresas devem adotar ao optar pelo programa:


Matrícula ativa: É preciso ficar atento ao vínculo do estudante com sua instituição de ensino. Caso haja o desligamento, ou mesmo uma interrupção no curso, o estágio deverá ser automaticamente cancelado, pois perde seu cunho educativo. Portanto, especialistas recomendam que as empresas verifiquem este ponto regularmente por meio de relatórios assinados ou comprovantes de matrícula.

Carga horária: Outra questão muito importante que deve ser observada diz respeito a carga horaria do estágio, pois, na lei há um limite especifico de acordo com o nível do curso do aluno – 6 horas diárias e 30 horas semanais para nível superior e 4 horas diárias e 20 horas semanais para o ensino médio/técnico – e este deve ser cumprido para que não atrapalhe o período de estudos. Horas extras também não são permitidas.

Funções definidas: As funções que o estagiário desempenha sempre deverão estar de acordo com sua área de formação, pois, o objetivo principal do estágio é proporcionar uma experiência educativa na qual o aluno poderá colocar em prática o conhecimento teórico adquirido no curso e, consequentemente, se desenvolver profissionalmente. Designar tarefas que não estejam de acordo com o campo de atuação do estudante pode caracterizar desvio de funções e um possível vínculo trabalhista.




Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources




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