Conheça 7 efeitos nocivos que acontecem ao seu
organismo quando você fuma
Segundo
oncologista, a melhor maneira de controlar as doenças e os impactos negativos à
saúde causados pelo cigarro é parar de fumar
Fumar pode causar diversos
tipos de câncer, infarto, AVC, envelhecimento precoce, deixa os dentes amarelados
e aumenta até mesmo as tão temidas celulites, entre muitos outros malefícios.
Porém, nenhum argumento é suficiente por si só para deixar o cigarro. Isso
porque o hábito de fumar envolve dependência à nicotina, uma droga bastante
poderosa que atua no sistema nervoso central, assim como a cocaína, heroína e o
álcool.
O tabagismo é uma doença,
considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de
morte evitável em todo o mundo, vitimando quase seis milhões de pessoas todos
os anos. E o pior: deste número, 600 mil são fumantes passivos, indivíduos que
não fumam, mas que convivem com quem o faz.
O câncer de pulmão está
entre as doenças mais graves causadas pelo cigarro, porém ele também pode
causar tumores na boca, laringe, faringe, estômago, pâncreas, rim, colo de
útero e bexiga. “A melhor maneira de controlar as doenças e os impactos
negativos à saúde causados pelo cigarro é parar de fumar”, afirma Dr. Fernando
Santini, oncologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado
pela Vida.
Dr. Santini explica que a
ação do cigarro ocorre de forma simples, porém rápida e avassaladora. “Assim
que se coloca o cigarro na boca e aspira a fumaça, esta alcança os pulmões. De
lá, a nicotina passa rapidamente para a circulação sanguínea, espalhando-se
pelo corpo inteiro até chegar ao cérebro, onde exerce sua ação aditiva. Na
verdade, ela chega mais depressa ao cérebro quando aspirada do que quando
injetada na veia”, diz o oncologista.
Ele descreve 7 efeitos altamente
nocivos ao organismo para explicar o que ocorre com um paciente assim que ele
começa a fumar.
1 – Reação à temperatura da
fumaça
Assim que o cigarro é levado
à boca, tem início uma reação inflamatória provocada pela temperatura elevada
da fumaça. Ela queima não só os pulmões, mas toda a via aérea. “Uma prova disso
é o reflexo de tosse que acompanha as baforadas dos principiantes”, explica o
médico.
A combustão resultante dessa
agressão térmica gera partículas reativas de oxigênio, os chamados radicais
livres, que têm a capacidade de oxidar as estruturas celulares, destruindo a
base arquitetônica dos pulmões.
2 – Lesão das vias
respiratórias
Ao fumar com frequência, o
paciente têm suas vias respiratórias completamente lesadas. O revestimento interno
do aparelho respiratório não suporta a toxicidade nem a alta temperatura da
fumaça e começa a sofrer um processo de substituição de células.
3 – Alteração da produção de
muco
A produção de muco passa a
aumentar significativamente porque ele funciona como capa protetora do tecido
epitelial que reveste as vias aéreas, e pode ajudar a expelir os elementos
irritantes que foram inalados. Nos brônquios, a fumaça também provoca uma
reação inflamatória que causa destruição progressiva da árvore brônquica.
Por isso, já no dia em que a
pessoa começa a fumar, a integridade do aparelho respiratório fica comprometida
por duas razões: primeiro porque há a destruição dos alvéolos, o que
caracteriza uma doença chamada enfisema pulmonar. Segundo porque ocorre a mudança
da composição do revestimento dos brônquios, o que acaba levando à doença
conhecida como bronquite.
4 – Estímulo cerebral
A nicotina estimula a
produção de dopamina, um dos maiores mediadores químicos das células que atua
nos grandes centros de prazer do cérebro. Desse modo, a nicotina proporciona
uma falsa sensação de bem-estar que mascara os milhares de ingredientes
venenosos que ingressam no organismo do fumante.
5 – Ingestão de substâncias
nocivas
Cada cigarro possui cerca de
4.720 substâncias nocivas. Uma delas é o alcatrão, resíduo altamente tóxico,
cancerígeno e de cor negra – por isso o pulmão de quem fuma fica escuro. Outra
é a naftalina, utilizada como veneno para matar baratas.
Ao queimar, o cigarro também
libera, por exemplo, o monóxido de carbono, que reduz a concentração de
oxigênio no sangue. Esse gás se junta com a hemoglobina e impede que ela faça
seu trabalho de levar oxigênio para o restante do corpo – o que pode causar a
morte por falta de ar.
Já o acetato de chumbo tem
efeito cumulativo no organismo, uma vez que jamais é eliminado. Depois de anos
de consumo, pode provocar danos ao cérebro, além de contribuir para o
desenvolvimento de diversos tipos de cânceres. Outra substância extremamente
prejudicial é a amônia, que quando inalada tem efeito corrosivo nas mucosas.
6 – Dependência química
A nicotina pouco contribui
para as doenças causadas pelo cigarro, porém ela é a responsável pela
dependência química que escraviza o fumante porque estimula a produção de dopamina,
aumentando a sensação de prazer.
Ao tentar parar de fumar,
cortando a nicotina, o cérebro do fumante recebe menos dopamina e, para
compensar, produz mais noradrenalina. Por isso, quando alguém tenta largar o
cigarro, sente-se nervoso e irritadiço – essa irritabilidade pode durar
semanas.
7 - Vasoconstrição
Além do estímulo à produção
de dopamina, a nicotina também provoca vasoconstrição, ou seja, os vasos
sanguineos apertam-se e têm seu diâmetro reduzido. Com isso, há o aumento da
pressão arterial.
Ela também causa mutações no
DNA das células, que passam a se reproduzir de forma deficiente, o que se
traduz perfeitamente no desenvolvimento do câncer.
“Pacientes com idade entre
55 e 80 anos, que fumaram pelo menos o equivalente à um maço por dia no período
de 30 anos, que continuam fumando ou que pararam nos últimos 15 anos, devem
fazer rastreamento anual de câncer de pulmão com tomografia computadorizada de
tórax. Com esses cuidados, o risco de morte reduz em até 40%”, complementa Dr.
Santini.
Ele completa dizendo que não
existe um número aceitável de cigarros a serem consumidos diariamente. “Em um
único cigarro, já é possível encontrar substâncias lesivas ao pulmão no ar
exalado, como o peróxido de hidrogênio”, finaliza ele.
Instituto Lado a Lado pela Vida