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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Paternidade tardia também é um risco: contagem e qualidade dos espermatozoides diminui com o tempo

Essa é uma das conclusões de estudo apresentado em encontro da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, na Áustria. Taxa de gravidez reduz com avanço da idade paterna

O debate sobre maternidade tardia há tempos extrapolou a comunidade médica e faz parte das discussões cotidianas. Os avanços científicos permitiram adiar o sonho de ser mãe, mas sem deixar de lado as questões que envolvem a maternidade em idade mais avançada.

E quanto à paternidade tardia?

Até então acreditava-se que para os homens não haveria consequências no adiamento da decisão de ter filhos. Entretanto, a ciência tem demonstrado que as células reprodutoras masculinas também são afetadas pelo avanço da idade.

Esse foi um dos pontos destacados em estudo apresentado em junho no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Viena, na Áustria. Uma das conclusões foi que a contagem e qualidade dos espermatozoides diminui com o tempo – em especial a partir dos 51 anos. O trabalho foi conduzido pelo Instituto de Saúde da Mulher da University College London, na Inglaterra, realizado com tratamentos de fertilização in vitro e demonstrou que a taxa de gravidez diminuiu com o aumento da idade paterna.

“Há tempos a mulher que busca a maternidade preocupa-se com o avanço da idade e esse estudo é um alerta também para os homens que adiam a paternidade”, avisa a médica e ginecologista especializada em reprodução humana Silvana Chedid, que participou do encontro internacional. Ela comenta que no grupo de homens até 35 anos as taxas de gravidez são de 49,9%, passando para 30,5% nos homens com mais de 51 anos. “Acima dessa idade, somente 42% dos homens tinham contagem de espermatozoide dentro da faixa considerada saudável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com mais de 39 milhões no volume total ejaculado”. Entre os mais jovens, o índice é de cerca de 61%.


Desinformação e vergonha permeiam relação dos jovens com a depressão


Pesquisa nacional realizada pelo IBOPE Conecta aponta que tabus sobre a doença persistem sobretudo entre os mais novos e os homens, afastando muitos pacientes do tratamento


Os jovens brasileiros sabem pouco sobre a depressão, sentem vergonha de falar sobre o assunto e não estão convencidos sobre a importância do tratamento. Essas são algumas das conclusões da pesquisa Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental, aplicada pelo IBOPE Conecta a 2 mil brasileiros, a partir dos 13 anos de idade, em diferentes regiões metropolitanas do País: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Fortaleza. Em São Paulo, a amostra de entrevistados foi colhida na capital.

O levantamento faz parte de uma ampla investigação sobre o cenário da depressão no Brasil. E a resposta a essa realidade, permeada por mitos e desinformação sobre a doença, é o lançamento da campanha "Na Direção da Vida – Depressão sem Tabu", conduzida pela Upjohn – divisão focada em doenças crônicas não-transmissíveis – e pela área de Medicina Interna da Pfizer. A iniciativa tem o apoio da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) e conta com a participação do Centro de Valorização da Vida (CVV).

"Verificar o quanto existe de desconhecimento e vergonha sobre a depressão entre os jovens brasileiros é muito preocupante porque a doença representa um dos diagnósticos mais frequentes entre as pessoas que tiram a própria vida. E temos visto, nos últimos anos, o quanto as taxas de suicídio estão aumentando justamente na população mais jovem", afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine.

Os mitos associados à origem da depressão são, de fato, muito mais evidentes nas faixas etárias mais jovens contempladas pela pesquisa. Mais de um a cada quatro entrevistados do grupo de 18 a 24 anos (26%) considera, por exemplo, que se trata de uma "doença da alma". Por outro lado, a porcentagem de pessoas que compartilham dessa percepção cai para 15% entre aqueles com 55 anos ou mais de idade.

Apesar de entenderem que a depressão tem tratamento (71%), a faixa etária dos 18 aos 24 anos é a que expressa a menor confiança. Quase um terço desses jovens (29%) não está totalmente convencido de que a depressão é uma doença como qualquer outra, que pode ser tratada com sucesso. Já entre os entrevistados mais velhos, com 55 anos ou mais, esse porcentual cai para 18%. O dado de São Paulo também chama a atenção: 26% dos internautas paulistanos têm dúvidas ou desacreditam na chance de tratar a doença com sucesso.

Quando se analisa o panorama entre os entrevistados ainda mais jovens, de 13 a 17 anos, a situação também é preocupante. Mais de um a cada cinco (23%) acredita, por exemplo, que não existem sintomas físicos na depressão porque ela seria "apenas um momento de tristeza" e não uma doença. "Essa percepção equivocada reforça a importância de um amplo trabalho de conscientização no Brasil. Posicionar a depressão como doença, para a qual existe tratamento, é importante porque ajuda a encorajar o paciente e legitima a sua busca por ajuda", explica Elizabeth Bilevicius, líder médica da Upjohn, divisão da Pfizer focada em doenças crônicas não transmissíveis.


Jovens: vergonha e silêncio

A desinformação sobre a depressão alimenta o estigma e a vergonha que o paciente sente. Não por acaso, os jovens demonstram constrangimento para falar do assunto na escola ou trabalho e, até mesmo, com pessoas do convívio próximo: 39% dos adolescentes de 13 a 17 anos dizem que não se sentiriam à vontade para dividir o problema com a família caso recebessem um diagnóstico de depressão, um porcentual bastante acima da taxa média verificada na amostra total de entrevistados, que foi de 22%, como indica a tabela abaixo:


Se você recebesse um diagnóstico de depressão, se sentiria à vontade para falar sobre isso com a sua família?

IDADE
TOTAL
13-17
18-24
25-34
35-54
55 OU MAIS
Sim
78%
61%
75%
70%
85%
89%
Não
22%
39%
25%
30%
15%
11%


Entre os jovens de 18 a 24 anos, o silêncio sobre a depressão também é uma defesa para a falta de confiança que eles sentem em seu entorno social: a maioria dos entrevistados dessa faixa etária, ou 56% do grupo, declara que também não se sentiria à vontade para contar sobre um diagnóstico de depressão no trabalho ou na escola, um porcentual que cai para 28% entre a população de 55 anos ou mais de idade. Considerando a amostra total da pesquisa, 44% dos entrevistados expressam esse mesmo comportamento.


Se você recebesse um diagnóstico de depressão, você se sentiria à vontade para falar sobre isso no seu trabalho e/ou escola?
IDADE
TOTAL
13-17
18-24
25-34
35-54
55 OU MAIS
Sim
56%
51%
44%
51%
60%
72%
Não
44%
49%
56%
49%
40%
28%


O principal motivo que levaria o grupo de 18 a 24 anos a esconder a doença no ambiente profissional seria a percepção de que seus colegas não costumam levar a depressão a sério e, portanto, poderiam não acreditar que a pessoa está realmente doente. Já em São Paulo, 40% dos entrevistados dizem que a principal motivação para essa omissão seria o fato de sentirem vergonha de admitir um eventual diagnóstico de depressão.

Ainda em relação aos entrevistados de São Paulo, mais de um em cada cinco (23%) afirma que, caso tivesse de visitar um psiquiatra, iria à consulta sem contar a ninguém. Esse porcentual chega a 25% entre aqueles de 25 a 34 anos. Além disso, 12% dos entrevistados do grupo mais jovem, de 13 a 17 anos, dizem que não iriam ao psiquiatra nem mesmo se recebessem o encaminhamento de um outro médico. No grupo de 25 a 34 anos, 31% daqueles que não iriam ao psiquiatra mesmo com uma recomendação acreditam que esse profissional trata doenças mais graves e que a depressão não seria algo tão sério.

Se você respondeu que não iria ao psiquiatra mesmo com um encaminhamento médico qual seria o motivo para essa decisão?


IDADE
TOTAL
13-17
18-24
25-34
35-54
55 OU +
Prefiro tentar outros tipos de apoio, como falar com meus amigos
40%
70%
21%
38%
39%
47%
Tenho receio que o médico me receite remédios fortes
21%
-
26%
15%
29%
11%
Acho que o psiquiatra trata doenças mentais mais graves e depressão não é algo tão sério
21%
-
16%
31%
21%
26%
Não quero ser vista como uma pessoa desequilibrada
15%
-
16%
15%
20%
5%
Tenho vergonha
6%
-
21%
-
5%
-
Nenhuma das anteriores
31%
30%
47%
23%
25%
37%


Os adolescentes de 13 a 17 anos também são os que se mostram mais resistentes diante do tratamento para a depressão: 34% desses entrevistados dizem que não tomariam antidepressivos mesmo que o médico as prescrevesse. 
E 23% dos participantes de 18 a 24 anos teriam essa mesma atitude. "Essa resistência está associada a um profundo desconhecimento sobre os antidepressivos mais modernos. Vale lembrar que estamos falando de uma doença de elevado potencial incapacitante, que pode ser associada a um desfecho trágico, que é o suicídio, mas que pode e deve ser tratada", destaca Márjori.


Homens: tabus e desinformação

Se entre os jovens ouvidos pela pesquisa a vergonha diante da depressão se destaca, os homens formam um outro público que merece mais atenção porque, entre eles, os tabus ligados à doença ganham força. Quando perguntados sobre a relação da depressão com a falta de fé, por exemplo, 30% dos homens ou indicam que essa associação é verdadeira ou afirmam que não sabem avaliar sua veracidade. Entre as mulheres, por outro lado, esse porcentual cai para 17%. Esse mito, em particular, também se destaca entre os entrevistados mais velhos, assim como é mais evidente entre os participantes de Fortaleza.

A maioria dos homens também não está convencida de que ter uma atitude positiva e alegria de viver não são suficientes para vencer a depressão. Questionados sobre isso, 55% dos entrevistados do sexo masculino ou acreditam que essas atitudes bastam ou não sabem opinar. Menos da metade, ou 46% da amostra, tem a informação de que se trata de um mito. Além disso, para quase um terço desses entrevistados não está claro que a depressão não é mero sinal de fraqueza ou pouca força de vontade: 29% deles ou acreditam nesse mito ou, pelo menos, estão em dúvida sobre essa afirmação.

Assim como as mulheres, os homens também acreditam que é possível superar a depressão. Mas o suporte médico é menos valorizado por eles: quando perguntados sobre as formas mais importantes de vencer a doença, o acompanhamento médico aparece em terceiro lugar, ao passo que essa estratégia surge na segunda posição para o público feminino. Para ambos, o acompanhamento psicológico é o fator mais citado e, entre os homens, a prática regular de exercícios físicos se destaca também, em segundo lugar.

Questionados especificamente sobre o tratamento medicamentoso, os homens também se mostram mais resistentes do que as entrevistadas. Pelo menos um a cada cinco (21% da amostra) diz que não tomaria antidepressivos mesmo que o médico prescrevesse, um porcentual que cai para 16% entre as mulheres. "Esse é um sinal de alerta muito importante se considerarmos que os homens compreendem a maior parte dos casos de suicídio e a maioria dessas vítimas sofria de transtornos mentais, como a depressão", reforça Márjori.


Antidepressivos: um amplo desconhecimento

Mais do que indicar a presença de muitos mitos associados à depressão no Brasil, a pesquisa revela um forte desconhecimento a respeito dos antidepressivos. Só 29% dos jovens de 18 a 24 anos discordam, por exemplo, da falsa afirmação de que os medicamentos mais modernos seriam menos eficazes, uma vez que tendem a provocar menos efeitos colaterais. A maioria, ou 61% desse grupo, não sabe opinar sobre esse assunto.

Entre os adolescentes de 13 a 17 anos, grande parte também não está convencida da eficácia dos antidepressivos. Metade deles fica em dúvida quando está diante da seguinte sentença falsa: "a maioria dos antidepressivos não funciona". Os mais velhos estão melhor informados sobre essa questão e 58% das pessoas do grupo de 55 anos ou mais discordam dessa frase.

Ainda em relação aos atributos dos antidepressivos, um em cada quatro entrevistados está convencido de que esses medicamentos poderiam "viciar o organismo". Apenas 41% das pessoas da amostra geral da pesquisa discordam dessa informação. Em São Paulo, 59% dos participantes ou acreditam que essa afirmação é verdadeira ou não sabem responder.

Outros mitos populares, como a ideia de que todos os antidepressivos provocam ganho de peso, também aparecem no levantamento. Considerando a amostra total de entrevistados, 55% das pessoas ou concordam com essa afirmação ou não sabem avaliar se ela é verdadeira. Da mesma forma, para 61% dos participantes não está claro se todos os medicamentos usados no tratamento da depressão podem provocar a queda da libido. Só 14% dos ouvidos discordam da ideia de que os antidepressivos poderiam atrapalhar a concentração.

"Na verdade, tanto a falta de concentração como a queda da libido podem ser sintomas do próprio quadro depressivo. Assim, ajustar a medicação adequada para o perfil de cada pessoa é um caminho importante para auxiliar a restabelecer a funcionalidade desse paciente", destaca Elizabeth.


Suicídio e o papel do psiquiatra

Os resultados da pesquisa indicam que a figura do psiquiatra começa a ganhar força nas faixas etárias mais maduras, acima de 35 anos. O público mais velho também tende a ter mais informações sobre os antidepressivos. Entre as pessoas com 55 anos ou mais, buscar um psiquiatra seria a primeira medida a tomar diante de um quadro de depressão grave, incapacitante. Em todas as outras faixas etárias, porém, é o auxílio psicológico que aparece em primeiro lugar. Em São Paulo, contudo, as pessoas disseram que inicialmente conversariam com um familiar: o psiquiatra aparece em terceira posição, depois do psicólogo.

Quando a pergunta é sobre o profissional mais indicado para tratar a depressão, mais uma vez a figura do psicólogo aparece, mencionado por 57% da amostra geral e por 80% dos jovens de 13 a 17 anos. Na comparação entre as regiões pesquisadas, apenas em Porto Alegre (RS) a menção ao psiquiatra prevalece. "As pessoas tendem a subestimar a depressão, como se ela fosse menos importante ou grave que outros transtornos mentais. Por isso, existe naturalmente uma resistência e um estigma associado à consulta com o psiquiatra", comenta Márjori. "Certamente o psicólogo tem um papel muito importante no acompanhamento do paciente com depressão, mas o psiquiatra é o profissional habilitado a estabelecer o diagnóstico e tratamento medicamentoso adequados".

Entre os participantes mais velhos, porém, o psiquiatra é destaque quando os entrevistados são convidados a pensar sobre como agiriam diante de alguém que estivesse convencido de que a vida não vale a pena e pensasse na morte como uma solução. Buscar o suporte desse profissional especializado seria a primeira recomendação do grupo com 55 anos ou mais para essa pessoa. A maioria da amostra, contudo, responde que se oferecia para conversar sem julgar. Por outro lado, 28% dos homens diriam para o indivíduo "não pensar em bobagens". Em Fortaleza, quase uma a cada quatro (23%)recomendaria que a pessoa buscasse uma religião.

A dificuldade em lidar com a temática do suicídio também se evidencia em diferentes pontos da pesquisa. Para 22% dos entrevistados, o assunto ainda é um tabu no Brasil e as pessoas deveriam falar mais abertamente sobre essa questão. Mais de 4 a cada 10 participantes afirmam que já conheceram alguém que tirou a própria vida e o porcentual chega a 51% em Belo Horizonte. "Esses dados apontam o quanto ainda existe espaço para fortalecer essa discussão junto à população, como forma de estimular uma conversa franca sobre a saúde mental com toda a sociedade", completa Márjori.


A menstruação atrasou? Fique atenta pois você pode estar treinando demais


Especialista explica como o excesso de atividade física pode atrapalhar o funcionamento do corpo


Atividade física e alimentação equilibrada, dupla imbatível para manter o corpo e a mente saudáveis, são questões que sempre nos preocupam. Mas até que ponto o estilo de vida excessivamente regrado, com dietas rigorosas e exercícios em demasia, pode atrapalhar o funcionamento do corpo? É o que explica o médico Georges Fassolas, ginecologista e especialista em reprodução humana da clínica Vivitá.

"Dietas da moda que trazem um emagrecimento muito rápido e atividades físicas em exagero podem fazer mal à saúde, inclusive à saúde reprodutiva. Isso porque o excesso de endorfina liberado pelo corpo diminui os hormônios responsáveis pela ovulação e produção de espermatozoides", explica.
Mas como manter a atividade hormonal adequada? Fassolas esclarece as principais dúvidas sobre o assunto a seguir. Confira:


De que forma a atividade física pode interferir na fertilidade?

Atividade física moderada interfere positivamente em nosso organismo. Exercícios melhoram a resistência, imunidade, bem-estar e autoestima. São importantes não só pra quem planeja ter um filho, mas para todos. No entanto, quando praticados em excesso, podem atrapalhar o funcionamento do corpo. Em mulheres, por exemplo, exercícios em demasia podem levar à falta de ovulação. Como tudo na vida, a atividade física também deve ser feita de maneira moderada e sempre com acompanhamento de um especialista.


Como dietas, remédios ou suplementos podem intervir na fertilidade?

Exercícios além do normal podem trazer problemas para o ciclo menstrual e para a fertilidade, já que podem levar à queima dos estoques de gordura no corpo. Com o emagrecimento muito rápido, você gera um estresse ao organismo e acaba inibindo a produção de hormônios, além da falta de nutrientes necessários para a produção hormonal. Por outro lado, os suplementos à base de ômega 3 e ácido fólico podem ser muito importantes para o bom funcionamento do corpo, e a dieta do tipo mediterrânea é a melhor pra quem busca engravidar.


Como a endorfina pode atrapalhar a ovulação?

A endorfina é uma substância natural, produzida pelo cérebro, que tem uma poderosa ação analgésica, estimula a sensação de bem-estar e melhora o humor. Quando praticamos exercícios físicos em excesso, nosso corpo libera muita endorfina, que resulta em uma diminuição dos hormônios responsáveis pela ovulação feminina e pela produção dos espermatozoides no homem.


Qual é a relação que os exercícios físicos têm com os hormônios femininos?

Quando você pratica exercícios físicos em excesso, o organismo começa a produzir alguns hormônios que podem atrapalhar a ovulação na mulher. A atividade física exagerada e por longos períodos pode levar à queima do estoque de gordura do corpo. Com isso, você passa a ter alterações metabólicas e hormonais que podem interferir na secreção dos hormônios responsáveis pela estimulação dos ovários.


A prática de atividades físicas, além do normal, pode interferir no ciclo menstrual?

Sim, praticar atividades físicas em excesso pode levar a mulher a não menstruar ou ter ciclos menstruais irregulares que caracterizam a não ovulação. As alterações hormonais podem bloquear a ovulação e resultar em períodos de ausência de menstruação.


Praticar atividades físicas regulares faz bem para a fertilidade?

A prática de atividades físicas regulares faz super bem porque mantém o organismo saudável. Atividades físicas não têm contraindicações, o problema é o excesso. Ao praticar sem exageros, com acompanhamento médico e uma boa alimentação, os ciclos e a ovulação voltam a se normalizar.


Quais as dicas para as mulheres terem um funcionamento hormonal adequado?

A principal dica é que elas se mantenham saudáveis, com atividades físicas moderadas aliadas a uma boa alimentação. Fiquem atentas, também, ao emagrecimento, pois se ele for muito rápido e intenso pode gerar um estresse para o corpo, e a falta de nutrientes atrapalha o funcionamento hormonal.

Dez perguntas e respostas sobre a relação entre fumo e câncer


 O tabagismo é diretamente relacionado ao câncer de pulmão e também ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, de boca, laringe, faringe e bexiga


Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 10% dos brasileiros fumam – o que significa que temos uma população de cerca de 20 milhões de fumantes no país. Em comparação com os dados mundiais o Brasil mostra redução da população tabagista em decorrência das campanhas e proibições desde a década de 90, entretanto o número absoluto de tabagistas ainda é alarmante – 20 milhões. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 20% das pessoas do mundo fumam, e um em cada cinco desses indivíduos não sabe que existe uma relação entre o vício em cigarros e doenças como o câncer ou as do sistema cardiovascular.

Mas a ligação entre o fumo e o desenvolvimento de problemas de saúde existe e é forte: ainda segundo a OMS, 7 milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido a doenças causadas pelo tabaco, e 12% são fumantes passivos. No Brasil, são 400 mortes por dia (ou 146 mil por ano) decorrentes do tabagismo.
A seguir, com a ajuda da oncologista clínica Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia, do Grupo Oncoclínicas de São Paulo e com informações do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da OMS, esclarecemos dez dúvidas sobre a relação entre fumo e câncer.


Em que medida o fumo aumenta o risco de câncer de pulmão?

O tabagismo é diretamente relacionado ao câncer de pulmão e aumenta em aproximadamente 20 a 30 vezes o risco de desenvolver esta doença.


Quais são os principais sintomas do câncer de pulmão?

Infelizmente o câncer de pulmão nas fases iniciais, onde a chance de cura é maior é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Em fases mais avançadas os sintomas estão relacionados ao próprio aparelho respiratório, como tosse, falta de ar e dor no peito.


Quais são os principais tipos de câncer de pulmão?

Existem dois tipos: o carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. O segundo corresponde a 85% dos casos e se divide em carcinoma epidermóide, carcinoma de grandes células e adenocarcinoma – este último é o mais comum e representa quase 50% dos pacientes com câncer de pulmão.


Como é o tratamento para câncer de pulmão?

O tratamento depende da fase da doença. A cirurgia é o tratamento de escolha para casos iniciais. As técnicas minimamente invasivas com vídeo e robótica melhoraram os desfechos do tratamento cirúrgico, com menor tempo de internação. Para pacientes que apresentam contra-indicações para a cirurgia a radiocirurgia pode ser uma alternativa. A quimioterapia complementar (adjuvante) ao tratamento cirúrgico pode estar indocada para alguns pacientes – a intenção é de destruir células tumorais microscópicas residuais que ainda possam estar circulando no paciente. Para pacientes diagnosticados em uma fase mais adiantada a combinação de radioterapia com quimioterapia seguida de imunoterapia é uma excelente opção de tratamento.

Para pacientes não candidatos ao tratamento loco regional com cirurgia e radioterapia ou combinação de terapias, o tratamento é sistêmico. Isso pode incluir imunoterapia isolada, imunoterapia associada a quimioterapia, quimioterapia ou droga alvo direcionada para alguma mutação específica do câncer de pulmão.

A imunoterapia é uma modalidade de tratamento que ativa o próprio sistema imunológico do paciente para que ele consiga combater as células do câncer.


Além do câncer de pulmão, o tabagismo aumenta o risco de outros tipos de câncer?

Sim, o fumo aumenta especialmente o risco de câncer de cabeça e pescoço, boca, laringe, faringe e bexiga.


Quais são os principais elementos cancerígenos dos cigarros convencionais?

São quase cem substâncias cancerígenas, entre elas monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, nicotina e alcatrão. A principal e mais perigosa em termos cancerígenos é a nicotina.


Qual dessas substâncias causa dependência em cigarros?

É justamente a nicotina, uma substância psicoativa que produz a sensação de prazer e pode levar ao vício. A dependência à nicotina faz parte da CID (Classificação Internacional de Doenças) da OMS.


O cigarro eletrônico também aumenta o risco de câncer de pulmão?

O cigarro eletrônico vaporiza um líquido que contém uma grande quantidade de nicotina. Porém, ainda não é sabida a extensão do impacto dele no desenvolvimento de cânceres, devido ao tempo de existência desses dispositivos e também porque seu uso é muito variado: há pessoas que fumam apenas ele, outras que consomem cigarros eletrônico e convencional, aquelas que nunca fumaram cigarro convencional e foram direto para o eletrônico, as que substituíram o convencional pelo eletrônico.


Depois de quanto tempo sem fumar há a diminuição do risco de desenvolvimento de cânceres ligados à nicotina?

Os benefícios à saúde são perceptíveis em horas e dias, e o risco de desenvolvimento de cânceres diminui com o passar dos anos. Após 10 anos longe dos cigarros a pessoa pode se considerar com um baixo risco. Mas dependendo da carga tabágica (número de maços por dia multiplicado pelo número de anos que a pessoa fumou) a vigilância sempre deve acontecer.


Que impacto haveria nos diagnósticos de câncer se todos os fumantes do mundo conseguissem se livrar do vício agora?

O principal impacto seria a diminuição de aproximadamente 33% do número de casos de câncer diagnosticados. E ao longo do tempo uma redução ainda mais expressiva.

AME AGOSTO: Atrofia Muscular Espinhal é a maior causa genética de mortalidade infantil no mundo


Mês marca conscientização à doença e a importância do diagnóstico precoce através de testes genéticos



Dificuldades para respirar e engolir, cansaço excessivo ao mamar, incapacidade de sentar sem apoio, perda de controle da cabeça1. Estes são alguns dos sintomas de Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença que pode levar recém-nascidos a óbito até o sexto mês de vida2 ou condená-las a conviver com respiração artificial ou limitações motoras. Para alertar a população, familiares, profissionais e órgãos competentes sobre a gravidade da doença e a importância do diagnóstico precoce, inicia-se a campanha AME AGOSTO. Agosto foi escolhido internacionalmente por meio da associação de pacientes Cure SMA como o mês da conscientização à doença.

A apresentadora Rafa Brites emprestou a sua imagem para a campanha nacional e, junto com associações de pacientes de AME, trouxe a conscientização em pauta com um recado especial para os pais: fiquem atento aos sintomas e siga seu instinto maternal ou paternal. Nas redes sociais da atriz e destas associações será possível conferir um bate papo, com histórias reais de famílias que passam pela situação de terem um filho com a doença.

As associações ABRAME e INAME se uniram para uma ação conjunta. Um dos objetivos é, além de propagar o assunto para conscientização, contribuir com a inclusão da triagem neonatal por meio de testes genéticos estendidos.
Apesar de rara, a AME é a principal causa genética de mortalidade infantil¹-² e está presente em 1 a cada 10 mil nascimentos no mundo3_4. Os primeiros sintomas começam a aparecer logo no nascimento e progridem rapidamente, levando a mais de 95% de perda motora nos primeiros meses de vida2. Por este motivo, o tempo é primordial para garantir uma melhor qualidade de vida a estes pacientes, que já contam com tratamentos disponíveis.

Como quase 60% dos casos de AME são do tipo 15, o mais grave da doença, o diagnóstico precoce é de extrema importância. Especialistas no assunto recomendam uma triagem neonatal universal para facilitar a identificação da doença6,7,8. Detectada antes do início dos sintomas, é possível a realização de uma intervenção terapêutica precoce. Por se tratar de uma doença grave e agressiva, quanto antes detectada é maior a possibilidade de realizar intervenções que ajudem a manter ou melhorar a qualidade de vida do indivíduo.


Saiba mais sobre os tipos de AME

A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença genética que atinge os neurônios motores da medula espinhal e leva ao mau funcionamento de todos os músculos da criança, o que dificulta andar, falar, engolir e até respirar1.Rara e hereditária, a doença é causada pela falta ou deficiência do gene SMN1, responsável por produzir a proteína SMN2. Sem ela, os neurônios motores morrem, levando a fraqueza muscular progressiva e paralisia. Segundo especialistas, uma pessoa nasce com todos os neurônios motores que terá durante toda a vida. Quando esses morrem, eles não se desenvolvem novamente9.

A AME pode ser detectada em três diferentes tipos: no tipo 1, mais grave, a criança não tratada nunca será capaz de alcançar progressos de desenvolvimento normais como sentar sem apoio1, por exemplo. Além disso, ela pode apresentar dificuldade em respirar e engolir1,10, ter pouco controle da cabeça14, piora da fraqueza muscular e hipotonia (baixo tônus muscular)1,11. Com este tipo da doença, 90% dos bebes sem tratamento necessitam de suporte e ventilação permanente ou morrem até o seu segundo aniversário12.

Os sintomas do tipo 2 costumam aparecer entre o sexto e 18 meses de idade1. Nesta categoria, a criança não consegue andar sem apoio, necessitando de cadeira de rodas1, não consegue levantar sem apoio2, perdem a capacidade de sentar sozinha, apresenta tremor nos dedos, anomalias esqueléticas como escoliose e deslocamento do quadril13,14e possui dificuldade ao se alimentar e respirar13,14. Mais de 30% destes pacientes morrerão até os 25 anos. Já no tipo 3, os sintomas podem aparecem em qualquer fase da vida1. Nesta categoria o indivíduo possui dificuldade para andar, correr, subir e descer escadas15, pode perder a capacidade de levantar ou andar sem apoio1 ao longo do tempo.



Mais informações #ameagosto
@rafabrites
www.abramebrasil.com.br/www.facebook.com/unidospelacuradaame/www.sympla.com.br/inameatrofiaespinhal.org/




Referências bibliográficas:
1. Farrar MA, Park SB, Vucic S, et al. Emerging therapies and challenges in spinal muscular atrophy. Ann Neurol. 2017;81(3):355368
  1. 2. Anderton RS and Mastaglia FL. Advances and challenges in developing a therapy for spinal muscular atrophy. Expert Rev Neurother. 2015;15(8):895-908.
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  4. 5. Verhaart IEC, Robertson A, Wilson IJ, et al. Prevalence, incidence and carrier frequency of 5q-linked spinal muscular atrophy - a literature review. Orphanet J Rare Dis. 2017;4;12(1):124
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