Embora no Brasil não existam
estatísticas a respeito, especialistas observam um aumento na incidência de
ambos os problemas
Os
termos são, cada vez mais, corriqueiros, mas muitas vezes enchem a cabeça de
dúvidas, principalmente quando se trata de filhos pequenos. Existem duas formas
principais de reações alimentares, segundo a presidente da Sociedade de
Pediatria do Rio Grande do Sul, Cristina Targa Ferreira. Aquelas que acometem
as crianças maiores e os adultos (intolerâncias) e as que aparecem
principalmente nos primeiros anos de vida (alergias alimentares) .
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A alergia é uma reação imunológica, na qual a proteína é reconhecida como se
fosse estranha ao organismo e nossas células da defesa fazem um ataque,
causando uma reação inflamatória. A alergia mais frequente nos primeiros anos
de vida é a Alergia à proteína do Leite de Vaca (APLV). Pode ser do tipo
imediata, ou seja, a criança toma o leite e nos primeiros vinte ou trinta
minutos, até 2 horas, tem urticária na pele, pode chiar o pulmão, ter vômito ou
diarreia. É a mais perigosa e no pior dos cenários, pode ocorrer o choque
anafilático – explica.
A
outra situação é a do tipo gastrointestinal, que é mais tardia. Ela pode se
manifestar em 12, 24 ou até 48 horas ou mais. Os sintomas são mais
inespecíficos e o diagnóstico é mais difícil, pois não há exames de laboratório
para auxiliar.
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A intolerância é uma predisposição individual. Ela é diferente da alergia.
Portanto intolerância é algo que pode permitir comer o alimento em pequenas
quantidades. Existe uma grande confusão entre alergia à proteína do leite e a
intolerância à lactose. A lactose é o açúcar do leite. Nascemos com uma enzima
chamada lactase que desdobra o açúcar do leite. Como somos mamíferos nascemos
com muita lactase. Então as crianças pequenas praticamente não tem intolerância
à lactose. Quem tem são adolescentes e adultos. A diferença é que nos primeiros
anos o mais comum é a alergia a proteína e depois pode vir a intolerância a
lactose, que ocorre quando vamos perdendo essa enzima – explica.
A
criança que mama no seio materno, pode ter alergia à proteína do leite de vaca
que passa através do leite da mãe.O leite materno tem muita lactose, portanto o
problema nunca é intolerância à lactose e sim APLV. Quando acontece isso, é
preciso mudar a dieta da mãe retirando leite de vaca e todos os derivados do
leite - exclusão da proteína!
A
médica também reforça que é preciso cuidado ao retirar o leite da dieta, uma
vez que ele fornece ingredientes importantes do ponto de vista nutricional,
como o cálcio, por exemplo.
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Há uma certa contrapropaganda, mas é preciso lembrar que ao não dar leite,
seria preciso compensar com outros alimentos em larga escala como couve ou
brócolis e quando se fala em crianças muito pequenas sabemos que isso não vai
ser possível – completa.
Em
ambos os casos a orientação é que os pais busquem informações e orientações com
o médico pediatra que vai fazer a correta avaliação.
Marcelo Matusiak
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