O Brasil tem a segunda maior
população negra do mundo. Eles compõem 54% da população brasileira. Com um
número como este é de se esperar que tenhamos negros em todos os cargos e
setores do mercado de trabalho, certo? Infelizmente, a realidade não é esta!
Pior que do que a lenta
inclusão de negros e negras nas empresas em cargos de gestão e alta liderança,
é o fato das empresas não acharem que isso é um problema. Esse cenário pode ser
visto claramente em pesquisa realizada pelo IBGE em 2010, que entrevistou 15
mil pessoas e detectou que a cor da pele interfere na vida profissional de 71%
deles.
Felizmente, há entidades e
empresas que reconhecem que a questão racial faz parte da sua responsabilidade
corporativa. Como é o caso da Federação Brasileira de Bancos, que iniciou há
alguns anos um programa que valoriza a diversidade, com foco na inclusão de
negros.
Existem ainda outros
projetos, como o Empregueafro, que visa aumentar a competitividade e
empregabilidade dos negros no mercado de trabalho, e o ProtoNegro, que busca
ampliar o crescimento profissional e auxiliar as empresas no processo de
recrutamento de negros e foi desenvolvido pela empresa de RH Proton
Consultoria. A ThoughtWorks do Brasil também faz parte desse grupo e lançou uma
campanha para combater e diminuir a baixa representatividade de negros em
cargos executivos e está recrutando desenvolvedores de softwares negros e
negras.
Outro fator fundamental para
mudar esse panorama é o engajamento e o exemplo dos altos executivos das
empresas. O presidente da Bayer, Theo Van der Loo, é um deles! Ele acredita que
todos devem se unir para combater a desigualdade racial e afirma que os negros
não querem favores, querem oportunidades. Esse olhar é essencial para formar
uma sociedade mais humana e plural.
Se você quer transformar a
sua empresa, comece fazendo um mapeamento da diversidade para checar quantos
colaboradores negros e negras vocês tem, depois verifique em que cargos eles
estão. A partir daí, estabeleça uma meta de diversidade na contratação dos
profissionais negros e negras e avalie constantemente a retenção. Ela só
funcionará se você tiver uma cultura de inclusão para que todos se sintam
pertencentes ao grupo. Você está preparado para criar um caminho para mudar
esse cenário? Afinal, todos nós somos parte da solução!
Cris
Kerr - palestrante, especialista em diversidade,
empoderamento feminino e familiar, CEO da CKZ Diversidade e idealizadora do
Fórum Mulheres em Destaque e do Fórum Gestão da Diversidade e Inclusão. Comenta sobre esses e outros temas todas as semanas no seu
Canal Vamos Falar de Diversidade goo.gl/QQfxk5 e também no seu Blog Valoriza Diversidade www.valorizadiversidade.com.br.
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