Ainda pouco
conhecida, a Trombocitopenia Imune Primária– também conhecida como PTI – é
considerada benigna, mas requer tratamento adequado e acompanhamento médico
para evitar complicações
Manchas avermelhadas na pele, hematomas sem causa
aparente e sangramentos espontâneos na gengiva, narinas, urina e fezes. Esses
podem ser os sintomas de uma doença ainda pouco conhecida: Trombocitopenia Imune Primária (PTI), conhecida
popularmente como púrpura. Segundo a
Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, 19 mil brasileiros, em
sua grande maioria mulheres (73%), são acometidos pela enfermidade[i].
A PTI é uma doença
hematológica autoimune em que o próprio organismo passa a destruir as
plaquetas, células responsáveis pela coagulação do sangue. Em um indivíduo
saudável, o número de plaquetas varia de 150 a 400.000 por microlitro, enquanto
em pacientes com PTI esse número chega a menos de 20.000 nas formas mais
severas. Essa baixa pode ocasionar sangramentos na pele e nas mucosas,
além de sangramentos nasais, nas gengivas, gastrintestinais, no trato urinário
e, em casos mais graves, hemorragias cerebrais.
De acordo com o
hematologista Phillip Scheinberg, chefe da Hematologia Clínica do Hospital A
Beneficência Portuguesa de São Paulo, a PTI
atinge homens e mulheres, mas se manifesta de maneiras diferentes em crianças e
adultos. “Em crianças, é comum que o nível de plaquetas volte ao normal e os
sintomas ‘desapareçam sozinhos’ - o que classificamos como remissão espontânea.
Em adultos, no entanto, a remissão espontânea é não é frequente e a tendência é
de que a doença se torne crônica, sendo necessário acompanhamento e tratamento
contínuos”, afirma.
É comum que tanto a doença
quanto determinados tratamentos afetem significativamente a qualidade de vida
do paciente. Por isso, o especialista alerta para a importância de se controlar
os sintomas a fim de evitar complicações. “O mais importante para o paciente
com PTI é manter a contagem de plaquetas em um nível estável e mais seguro,
a fim de evitar as hemorragias espontâneas. Além disso, recomendamos
atenção na prática de esportes e atividades físicas, já que machucados e
sangramentos podem ser decorrentes de traumas quando as plaquetas estão
baixas”.
O diagnóstico da PTI é
feito por meio de um hemograma
completo, que detecta a contagem exata de
plaquetas. Para descartar a possibilidade de outras doenças, o médico também
pode solicitar exames adicionais, já que o número anormal de plaquetas pode
estar relacionado ao uso de medicamentos, outras doenças e certas infecções. Ou
seja, o diagnóstico é de exclusão. “Com a confirmação do diagnóstico, a PTI
deve ser classificada como aguda, persistente ou crônica. Essa
classificação é fundamental para auxiliar o médico na escolha do tratamento a
ser seguido”, explica o especialista.
Falta de informação ainda é desafio para pessoas com PTI
Apesar de ser classificada como
uma doença benigna, conviver com PTI envolve uma série de desafios. Um
deles é o uso de corticoides, que apresentam diversos efeitos colaterais, como
ganho de peso, irritabilidade, inchaço, insônia e alterações de humor, entre
outros. Além do impacto na saúde, muitas pessoas sofrem com abalo emocional e
social, prejudicando também a adesão ao tratamento. “O uso de corticoides
para tratamento da PTI não deve ultrapassar alguns meses, especialmente nas
doses mais altas, por conta dos efeitos colaterais. Atualmente, existem
opções terapêuticas inovadoras, com bem menos efeitos colaterais, que permitem
a descontinuação dos corticoides - reduzindo os efeitos não desejáveis e
melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Phillip
Scheinberg.
Outra dificuldade é a falta de
informações sobre o assunto. Pensando nisso, a Abrale criou a campanha “É
possível viver bem com PTI - Histórias de Superação”, com o objetivo de
ampliar o conhecimento sobre a doença e compartilhar histórias de pessoas
convivem com a PTI. É o caso da atleta olímpica de natação Ana Marcela,
Bicampeã Mundial da Maratona Aquática e madrinha da campanha. No hotsite da
campanha, é possível conhecer histórias de pessoas que, assim como Ana, com
acompanhamento adequado vivem bem com a PTI. Saiba mais em http://pti.abrale.org.br/
Fonte: Novartis
[i] Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e
Leucemia. Disponível em: www.abrale.org.br. Último acesso em
10.07.2017.
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