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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Púrpura autoimune destrói células sanguíneas e afeta qualidade de vida de pacientes



Ainda pouco conhecida, a Trombocitopenia Imune Primária– também conhecida como PTI – é considerada benigna, mas requer tratamento adequado e acompanhamento médico para evitar complicações


Manchas avermelhadas na pele, hematomas sem causa aparente e sangramentos espontâneos na gengiva, narinas, urina e fezes. Esses podem ser os sintomas de uma doença ainda pouco conhecida: Trombocitopenia Imune Primária (PTI), conhecida popularmente como púrpura. Segundo a Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, 19 mil brasileiros, em sua grande maioria mulheres (73%), são acometidos pela enfermidade[i].

A PTI é uma doença hematológica autoimune em que o próprio organismo passa a destruir as plaquetas, células responsáveis pela coagulação do sangue. Em um indivíduo saudável, o número de plaquetas varia de 150 a 400.000 por microlitro, enquanto em pacientes com PTI esse número chega a menos de 20.000 nas formas mais severas. Essa baixa pode ocasionar sangramentos na pele e nas mucosas, além de sangramentos nasais, nas gengivas, gastrintestinais, no trato urinário e, em casos mais graves, hemorragias cerebrais. 

De acordo com o hematologista Phillip Scheinberg, chefe da Hematologia Clínica do Hospital A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a PTI atinge homens e mulheres, mas se manifesta de maneiras diferentes em crianças e adultos. “Em crianças, é comum que o nível de plaquetas volte ao normal e os sintomas ‘desapareçam sozinhos’ - o que classificamos como remissão espontânea. Em adultos, no entanto, a remissão espontânea é não é frequente e a tendência é de que a doença se torne crônica, sendo necessário acompanhamento e tratamento contínuos”, afirma.

É comum que tanto a doença quanto determinados tratamentos afetem significativamente a qualidade de vida do paciente. Por isso, o especialista alerta para a importância de se controlar os sintomas a fim de evitar complicações. “O mais importante para o paciente com PTI é manter a contagem de plaquetas em um nível estável e mais seguro, a fim de evitar as hemorragias espontâneas. Além disso, recomendamos atenção na prática de esportes e atividades físicas, já que machucados e sangramentos podem ser decorrentes de traumas quando as plaquetas estão baixas”. 

O diagnóstico da PTI é feito por meio de um hemograma completo, que detecta a contagem exata de plaquetas. Para descartar a possibilidade de outras doenças, o médico também pode solicitar exames adicionais, já que o número anormal de plaquetas pode estar relacionado ao uso de medicamentos, outras doenças e certas infecções. Ou seja, o diagnóstico é de exclusão. “Com a confirmação do diagnóstico, a PTI deve ser classificada como aguda, persistente ou crônica. Essa classificação é fundamental para auxiliar o médico na escolha do tratamento a ser seguido”, explica o especialista.


Falta de informação ainda é desafio para pessoas com PTI

Apesar de ser classificada como uma doença benigna, conviver com PTI envolve uma série de desafios. Um deles é o uso de corticoides, que apresentam diversos efeitos colaterais, como ganho de peso, irritabilidade, inchaço, insônia e alterações de humor, entre outros. Além do impacto na saúde, muitas pessoas sofrem com abalo emocional e social, prejudicando também a adesão ao tratamento. “O uso de corticoides para tratamento da PTI não deve ultrapassar alguns meses, especialmente nas doses mais altas, por conta dos efeitos colaterais. Atualmente, existem opções terapêuticas inovadoras, com bem menos efeitos colaterais, que permitem a descontinuação dos corticoides - reduzindo os efeitos não desejáveis e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Phillip Scheinberg.

Outra dificuldade é a falta de informações sobre o assunto. Pensando nisso, a Abrale criou a campanha É possível viver bem com PTI - Histórias de Superação”, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a doença e compartilhar histórias de pessoas convivem com a PTI. É o caso da atleta olímpica de natação Ana Marcela, Bicampeã Mundial da Maratona Aquática e madrinha da campanha. No hotsite da campanha, é possível conhecer histórias de pessoas que, assim como Ana, com acompanhamento adequado vivem bem com a PTI. Saiba mais em http://pti.abrale.org.br/





Fonte: Novartis


[i] Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Disponível em: www.abrale.org.br. Último acesso em 10.07.2017.




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