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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O papel do nutricionista na cirurgia bariátrica



Na data em que é comemorado o Dia o Nutricionista (31 de agosto), é importante ressaltar que a obesidade não é apenas uma alteração da composição corporal, onde prevalece o acúmulo de massa de gordura.

A obesidade é considerada uma doença crônica, que tem atingido proporções epidêmicas, acarretando no aumento das comorbidades a ela associadas como, por exemplo, diabetes, hipertensão, esteatose hepática, distúrbios do sono e doenças, posturais, ortopédicas e cardiovasculares. 

A cirurgia bariátrica é atualmente o método mais eficaz no controle da obesidade, indicado para pacientes que não atingiram o sucesso com tratamentos prévios, como terapia medicamentosa e mudança de estilo de vida.
Uma vez que a cirurgia altera o volume gástrico - somado ou não a redução do trânsito intestinal - comumente ocorrem deficiências de macro e micronutrientes, que se perpetuarão por toda a vida sem os devidos cuidados. 

A partir daí, dá-se a importância do acompanhamento nutricional ao paciente submetido a cirurgia bariátrica, que vai muito além da simples emissão do laudo. Podemos dividir então o papel do nutricionista em três períodos distintos: pré-operatório, pós-operatório imediato e educação alimentar contínua. 

O paciente obeso - devido a alimentação hiperlipídica e hiperglicídica e com baixo aporte de vitaminas e minerais - muitas vezes apresenta carências vitamínicas antes mesmo da cirurgia, que devem ser corrigidas no pré-operatório, visando melhorar a recuperação e a cicatrização. Além disso, o paciente deve ser conscientizado que simples mudanças nos hábitos alimentares necessitam ser incorporadas no período pré-operatório, como mastigação correta, redução no consumo de alimentos industrializados e, principalmente, conscientização de que a cirurgia não representa o fim dos problemas, mas sim o começo da solução e que o emagrecimento é um processo que vai caminhar de mãos dadas com a equipe multidisciplinar. 

Na conduta do pós-operatório imediato, o nutricionista observa a particularidade de cada técnica cirúrgica, somado a individualidade de cada paciente.  É orientada a evolução da dieta: líquida, pastosa e livre. 

O processo de reeducação alimentar, muitas vezes pode ser considerado um processo de educação alimentar. Isso porque alguns pacientes nunca tiveram uma alimentação adequada ou ela acabou se perdendo ao longo do tempo. 

O paciente deve ser orientado que a alimentação vai muito além da quantidade de calorias ingeridas, envolve prazer, afeto, companhia e acima de tudo, nutrientes indispensáveis. 

Além do suporte alimentar, o nutricionista também atua na reposição vitamínica-mineral, que é consensual e recomendada para todos os procedimentos. 

Por fim, o nutricionista e o paciente devem caminhar lado-a-lado, com uma relação clara e franca, alcançando e mantendo perda de peso de forma saudável, sem carências nutricionais, sem intercorrências, lembrando que o nutricionista é o profissional habilitado e que a escolha de um bom profissional trará mais segurança ao paciente e aumentará a probabilidade de sucesso. 





Silvia Elaine Pereira, Loraine De Moura Ferraz, Carina Rossoni, Tamirez Precybelivicz, Renata Valentini e Iolanda Gonçalves.


Núcleo de Saúde Alimentar da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM







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