Pesquisar no Blog

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Pais participativos na criação dos filhos reivindicam espaço



Casais que dividem cuidados na criação dos filhos refletem mudanças culturais, avalia psicóloga da Anhanguera


Sempre que sai com a esposa e a filha, o publicitário Rogério Caporossi se depara com trocadores para uso exclusivo de mães e filhos, o que dificulta sua tarefa, e a de outros pais, de trocar a fralda de pequenos. Nessas situações, ao invés de procurar sua esposa para transferir “a missão”, ele questiona os responsáveis pelo estabelecimento, sobre um local para a tarefa. A pergunta reflete o posicionamento de um pai que é tão responsável quanto a mãe pelos cuidados para com os filhos. “Eles (o estabelecimento) devem resolver o problema! Sou a favor de uma lei que obrigue os locais públicos a terem trocador com acesso irrestrito aos pais e mães”, argumenta.

A reivindicação do publicitário é um reflexo das mudanças culturais de uma sociedade que começa a entender que o modo de vida mudou, se comparado ao passado recente, quando o homem era o “provedor exclusivo da família” e a mulher era a “cuidadora do lar”, de acordo com a professora do curso de Psicologia da Anhanguera de Campinas – unidade Taquaral, Priscila Salgado. “A sociedade se desenvolve a partir dos valores de cada época”, explica a psicóloga. “As pessoas têm percebido que o valor do vínculo com a criança não depende do gênero do cuidador. Tanto os pais quanto as mães possuem todas as condições biológicas para cuidarem de seus filhos com atenção e afeto. A questão não é, portanto, biológica e sim cultural”, completa. 

Rogério e a jornalista Gabriela Moraes Caporossi são pais da Helena, de um ano e seis meses e, desde que soube que seria pai, o publicitário assumiu naturalmente uma postura participativa na vida da filha.Quando a Helena nasceu não foi diferente. Tudo é completamente dividido e tudo é feito por nós dois: fralda, banho, alimentação e a hora de dormir”, comenta Gabriela.

O publicitário considera o trato com a filha como um processo natural.Prefiro dizer que é uma evolução e adaptação ao novo, e muito melhor, modelo de criação. Por mais trabalhoso que seja, a troca de carinho e afinidade é incrível e compensa qualquer cansaço”.

Para Gabriela, o modelo deve aumentar e se estender para as próximas gerações. “As mães de hoje têm de trabalhar tanto quanto os pais. E gostam disso, se sentem bem, realizadas. Justamente, por isso, devemos ser responsáveis por uma educação que inclua os meninos, desde pequenos, nas tarefas da casa”, acredita.

Na opinião da professora da Anhanguera, a ida das mulheres para o mercado de trabalho faz com que os homens se libertem da função exclusiva de provedores financeiros e, com isso, comecem a ocupar espaço nos cuidados da casa e dos filhos.

Rogério concorda com o ponto de vista da psicóloga e aponta para a necessidade de uma mudança cultural para que a participação dos pais nos cuidados com os filhos deixe de ser exceção e se torne uma prática comum. “E, quando falo na mudança da cultura, não me refiro somente aos homens. Não fazemos mais do que nossa obrigação”. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados