Alimentar o bebê exclusivamente com leite materno é uma
missão que vai muito além da mãe
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que recém-nascidos sejam
amamentados na primeira hora de vida e que o leite materno seja o único
alimento dado ao bebê até que ele complete seis meses de vida. O sucesso da
amamentação – imprescindível para o desenvolvimento saudável da criança –,
porém, precisa contar ainda com outras etapas, como o alojamento conjunto após
o parto e a continuidade do aleitamento após o fim da licença-maternidade.
Além
de ser o primeiro laço criado entre mãe e filho, amamentar na primeira hora de
vida leva a outros benefícios que vão desde o fortalecimento do sistema
imunológico até o favorecimento do desenvolvimento cognitivo. Essa questão é
tão importante que bebês prematuros ou em estado crítico, que necessitam de
suporte em unidades de terapia intensiva, recebem o colostro – primeiro leite
da mãe – por sonda, como forma de terapia imunológica.
“Com
o aleitamento na primeira hora de vida, o risco de mortalidade é reduzido em
22%. Se isso acontecer nas 24 primeiras horas, o índice cai para 16%. Além
disso, a prática previne o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas no
futuro, como diabetes, asma e obesidade”, explica Teresa Uras, pediatra e coordenadora do Centro de Medicina Fetal e Neonatal
do Hospital Samaritano Higienópolis (São Paulo).
Outro
fator importante para que o aleitamento ocorra de forma natural é o alojamento
conjunto com a mãe logo após o parto. Segundo a pediatra, essa iniciativa ajuda
a parturiente e a família a conhecer as reações do recém-nascido e facilita a
amamentação por livre demanda. “O bebê vai querer mamar quando tiver fome, e
não em horários determinados. Esse contato próximo com ele e o fato de estar
perto de uma equipe que pode auxiliar em qualquer dúvida nesse período ajudam
os pais a se prepararem para o cuidado, com muito mais segurança, quando forem
para casa”, afirma.
Por
fim, a médica aponta uma terceira condição para que a meta de manter o leite
materno como único alimento durante os seis primeiros meses do bebê seja
cumprida: a continuidade da amamentação após a licença-maternidade. “O ideal é
que a mulher possa coletar o próprio leite durante o dia para que esse estoque
fique à disposição do bebê enquanto ela não estiver por perto – além de manter
a mamada no peito sempre que possível. Dessa forma, garantimos tanto a nutrição
correta para o desenvolvimento da criança quanto a produção de leite da mãe.
Amamentar, portanto, é uma tarefa que envolve o parceiro, a família, a equipe
médica e até o empregador”, completa.
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