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terça-feira, 30 de junho de 2020

Na estrada outra vez: dicas de segurança contra a COVID-19 para pessoas que precisam sair de casa



Muitas pessoas voltaram a se locomover para o trabalho na medida em que as restrições da COVID-19 estão sendo liberadas e os negócios estão reabrindo.

Para passageiros usando transporte público, serviços de carro compartilhado ou dividindo o carro, a grande proximidade com outros passageiros pode criar preocupações sobre segurança e risco de ser infectado. Isso acontece porque sabe-se que a COVID-19 espalha-se principalmente de pessoa para pessoa através de gotículas produzidas quando uma pessoa infectada espirra, tosse ou fala.

“É importante que as pessoas se lembrem que a COVID-19 ainda continua ativa nas comunidades”, diz a Dra. Abinash Virk, médica de doenças infecciosas da Mayo Clinic. “É ainda mais importante que as pessoas se lembrem que o vírus afeta mais severamente as pessoas mais velhas e imunocomprometidas. Logo, os viajantes devem pensar nos familiares e amigos para quem eles podem potencialmente transmitir essa infecção.” 

A Dra. Virk oferece  algumas sugestões de medidas de segurança que você pode tomar se estiver viajando com outras pessoas ou usando o transporte público. Confira abaixo:


P: Quais são algumas dicas de segurança contra a COVID-19 para quem está dividindo o carro?

R: Os viajantes devem usar uma máscara de pano ao dividir o carro com pessoas que não são sua família imediata. Se os passageiros não morarem na mesma residência, tentem andar com as mesmas pessoas regularmente.

Não tem problema viajar com o ar-condicionado ligado. Não há dados conhecidos sobre a contribuição do ar condicionado como causador da infecção. Evite oferecer e compartilhar garrafas de água, lanches ou outros itens. Cada passageiro deve manusear suas próprias sacolas e pertences.

Limite o contato próximo dentro do veículo, quando possível, e distanciem-se fisicamente uns dos outros quando estiverem fora do veículo. Se estiver usando seu próprio carro ou veículo, limpe e desinfete as superfícies de alto contato, como as maçanetas das portas, encostos para o braço, volante e cintos de segurança.


P: E quanto ao transporte público, como trens, ônibus e metrô?

R: Ao usar o transporte público, as pessoas devem usar máscaras e evitar tocar em seus rostos com as mãos. É muito importante usar álcool em gel para diminuir o risco de infecção. É sabido que as pessoas podem comprometer ou contaminar suas máscaras com as mãos. Portanto, a higiene das mãos precisa ser mantida. Use higienizador para mãos à base de álcool com graduação de pelo menos 60 por cento e então lave as mãos com sabonete e água quando você chegar ao seu destino.

Outras dicas incluem: se puder, considere locomover-se fora das horas de pico quando é mais provável que tenha menos pessoas, entre e saia dos ônibus pela porta de trás, se possível, e use formas de pagamento sem contato quando for possível.


P: As pessoas que se locomovem para o trabalho devem usar luvas ao usar transporte público?

R: Elas não precisam usar luvas. As luvas só farão com que as pessoas tenham uma falsa sensação de segurança, já que as luvas podem estar contaminadas, assim como as mãos.
Ao fazer uso prolongado do transporte público, se possível, evite comer para não ter que tirar a sua máscara. No entanto, se a máscara for tirada para comer ou beber, levar lenços desinfetantes com você pode ser útil. Mesmo nesse cenário, a higienização das mãos é o componente mais importante.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomendam a prática de boa higienização das mãos e etiqueta respiratória antes de usar qualquer tipo de meio de transporte:
Antes de sair, lave suas mãos frequentemente com sabonete e água por pelo menos 20 segundos ou use higienizador para mãos à base de álcool com graduação de pelo menos 60%. Ao chegar ao seu destino, lave suas mãos novamente com sabonete e água por pelo menos 20 segundos e repita o procedimento.

Evite também tocar os olhos, nariz e boca com as mãos sujas.

Cubra-se ao tossir ou espirrar com um lenço ou use a parte interior do seu cotovelo. Jogue lenços utilizados no lixo e lave suas mãos imediatamente com sabonete e água por pelo menos 20 segundos ou use higienizador para mãos à base de álcool com graduação de pelo menos 60 por cento.

“E lembre-se que se você não estiver se sentindo bem, é importante ficar em casa e não usar transporte público”, aconselha a Dra. Abinash Virk



Você vive um relacionamento abusivo?



Não é fácil definir um relacionamento abusivo, muito menos identificar se você é o abusador ou o abusado. Claro, algumas situações são óbvias, como por exemplo, quando a esposa apanha do marido, quando há uma violência explicita. Mas o relacionamento abusivo não se limita a surras e a danos físicos. O dano psicológico é até mais devastador do que o corpo machucado. Mulheres gostam de apanhar? A não ser em casos de masoquismo, a resposta é “não”. Então por que não se defendem? Por que não delatam o companheiro violento? Por que continuam com ele e ainda inventam desculpas para suas surras? Simples, porque antes de serem abusadas fisicamente, elas foram abusadas psiquicamente.

Antigamente, somente os homens trabalhavam. Eram eles que sustentavam a família. Eram eles que recebiam salário. Eram eles que detinham o poder dentro de casa. O marido mandava e a mulher obedecia. Simples assim. Em famílias mais machistas, o homem poderia trair a esposa, agredi-la física e verbalmente, inclusive diante de outras pessoas, controlar suas amizades, seus relacionamentos familiares, enfim, o homem era o dono e a mulher, a propriedade. A maioria aceitava o fato como se fosse uma lei. No entanto, mesmo aquelas que se revoltavam contra isso, eram obrigadas a aguentar, ou porque não tinham como se sustentar sozinhas, dependiam do marido para tudo, ou porque a família era contra a separação. O aspecto religioso também tinha muita influência na submissão da mulher. O homem era a cabeça, dizia a igreja, e a esposa tinha obrigação de obedecê-lo. Em algumas partes do mundo, até hoje isso é realidade.

Mas e quanto às mulheres que são independentes, livres da dominância masculina e religiosa? Por que não se rebelam contra o relacionamento abusivo? Por que continuam dia após dia ao lado do abusador? Por que inventam desculpas que protegem o homem que as espanca? 


Alguns esclarecimentos 


Para efeito desse artigo, usarei sempre o exemplo de um homem, como abusador, e sua companheira, como abusada. Mas antes de mais nada, é preciso deixar alguns pontos bem claros. Nem todo abusador usa da violência física. A violência psicológica é mais poderosa e duradoura. Não deixa marcas e o dano pode ser irreversível.

Nem sempre o abusador é o homem. Mulheres também podem ser, e muitas vezes são, abusivas.

Qualquer relacionamento pode ser abusivo. Entre pessoas de sexos opostos ou não.

Qualquer relacionamento pode ser abusivo, não apenas entre casais. Pode haver abuso entre amigos, entre pais e filhos, entre professores e alunos.

Nem sempre o abusador sabe que está abusando e nem sempre o abusado percebe que está sendo dominado.

O abusador não tem cara de vilão e o abuso começa aos poucos, discretamente, disfarçadamente. Normalmente ele é encantador, cativante e você não acredita na sorte que teve de encontrá-lo.

Muitas vezes o abusador se torna abusador porque o abusado lhe confere muito poder. Nem sempre é fácil resistir ao poder.


Mas no que consiste o abuso?

Como saber se você está em um relacionamento abusivo?

Você começa a perder a voz. Sua voz não é mais ouvida, não tem mais valor.

Você começa a perder os amigos. De repente, não há mais nenhum amigo em sua vida.

Você começa a se afastar dos parentes. Frequenta cada vez menos os eventos, as festas, as reuniões sociais.

Você muda a maneira de se vestir, você para de beber, não dá mais aquelas gargalhadas altas, não faz mais nada divertido.

Você frequentemente se sente inadequada.

Você frequentemente se sente indigna de amor.

Você já não tem mais autoestima.

A única pessoa que te ama verdadeiramente é aquela que está ao seu lado.

Nada do que você faz está certo. Nada do que você faz tem valor.

Você não serve para nada.

Você se olha no espelho e não mais se reconhece.

Quando é maltratada, você acha que mereceu, que a culpa foi sua.

Você tem medo de perdê-lo, pois ninguém mais vai te querer.


A armadilha

Júlio é encantador. Não necessariamente bonito, mas charmoso. Desde o começo trata Amanda como se ela fosse uma joia rara e delicada. Ele lhe dá presentes lindos, leva a amada a diversos restaurantes, conquista toda a sua família e até os amigos dela incentivam o namoro.

Ele pede que Amanda vá morar com ele e ela prontamente aceita.

Um dia, vão sair para jantar e ele diz, com todo o cuidado, que a roupa dela está muito decotada. Mulher de respeito não usa roupas daquele jeito. O que vão pensar dela? Se ela quiser sair assim mesmo, tudo bem, ele só está zelando por sua imagem. A mulher gosta de sua roupa, mas talvez ele tenha razão. E não custa nada agradá-lo, só dessa vez.

Mas aos poucos, ela começa a usar, cada vez mais, roupas mais sérias e sóbrias. Afinal, não quer que ninguém pense mal dela e seu companheiro só está tentando protegê-la.

Eles vão a uma festa na casa de alguns amigos e na volta ele fica amuado. Quando ela insiste em saber o que aconteceu, Júlio lhe diz que seus amigos são falsos e não gostam dela de verdade. Com exceção do Rafael que está dando em cima dela e só ela não percebe.

A mulher não acredita, mas quando saem com seus amigos novamente, ela começa a procurar sinais em todos eles. Aos poucos, vai se afastando dos homens e restringe sua amizade só às mulheres.

Mas as mulheres também não prestam. A Luciana tem inveja dela e a Raquel está sempre se insinuando para ele. Assim, Amanda começa a evitar suas amigas. Com o tempo, os convites ficam mais escassos e logo a mulher não tem mais com quem sair, a não ser os amigos de Júlio, de quem ela não gosta muito.

O homem também começa a implicar com a família de Amanda. Nada muito óbvio, nenhum insulto claro. Apenas algumas alusões à fatos que ele percebeu: sua família nunca a amou de verdade. O preferido sempre foi seu irmão. Seu pai, obviamente não gosta dele e faz com que ele se sinta um intruso na família.
Aos poucos, Amanda começa a se afastar também da família. Não tem problema, ela está com Júlio, o único que a ama de verdade.

Então, ele começa a fragilizar a confiança da mulher. Ela está engordando. Em tom jocoso, começa a chamá-la de bolota. Seus cabelos estão muito compridos. Seus cabelos estão muito curtos. Ela não vai envelhecer muito bem. Ela está com aparência de doente. Ainda bem que ele não liga para as aparências. Mas ela podia se esforçar um pouquinho mais.

Júlio sempre caçoa de Amanda, chamando-a de burrinha. Tudo o que ela diz, é bobagem. Ela não sabe de nada. Tão tapadinha, coitada.

Ele vai minando as forças da mulher em todas as áreas. Quando ela fica zangada ou ofendida, no dia seguinte ele lhe dá uma dúzia de rosas.

Em um dia, ele lhe agrada. No dia seguinte, ele a despreza.

Amanda passa a viver em uma montanha russa de emoções. Quando acha que não vai suportar mais suas grosserias, Júlio a surpreende com algum presente ou a leva para jantar em seu restaurante favorito. Ele a eleva um pouquinho, para em seguida deixá-la cair de cabeça.

Ninguém jamais vai te amar como eu te amo. Você é burra mesmo. Nossa, você está cada dia mais feia. Quem vai olhar para você? Seu gosto para roupas é muito cafona. Deixa que eu escolho o que você vai vestir. Você não percebe que todo mundo caçoa de você. Fala menos que é melhor. Não sei o que vi em você. Mas não se preocupe, estarei sempre ao seu lado.

A autoestima de Amanda nunca esteve tão baixa. Uma mulher linda, inteligente, independente. Competente em seu trabalho. Respeitada pelos colegas. Mas quando ela se olha no espelho, tudo o que ela vê é uma mulher gorda, acabada, velha, burra, desprezada, um zero à esquerda. Ela não tem mais valor. Ela não tem mais opinião própria. Era viva, alegre, sorridente. Agora mal sorri. Mas Amanda não conta nada a ninguém. Não quer que julguem seu companheiro. Afinal, ele é muito bom para ela. Se às vezes ele a magoa é porque só quer o seu bem. Ele a ama.

Depois de um tempo nesse relacionamento tóxico, Amanda já se acostumou a ser maltratada. Os insultos ficam cada vez piores. As gentilezas cessam. A sutileza some. Uma vez, a comida está sem sal. Ele joga o prato que se espatifa no chão. Furioso ele manda a esposa limpar aquela sujeira. Amanda se recusa. Está magoada e assustada. Júlio, então lhe dá um tapa na cara. Mais tarde, ele vai procurá-la no quarto e diz que ela o força a fazer essas coisas. Ele não quer, mas ela precisa aprender. Amanda, já com seu psicológico completamente fragilizado, passa a acreditar que realmente tudo é culpa dela.

Um dia a mulher chega ao trabalho com o olho roxo. Os colegas perguntam o que aconteceu e ela responde que caiu e bateu o rosto no móvel da sala.

Outro dia ela liga para o trabalho alegando que está doente. Mas quando ela volta a trabalhar, as marcas em seus braços ainda são visíveis.

A violência física e verbal vai se tornando cada vez pior. Amanda pensa constantemente em se separar, mas e se nunca mais alguém gostar dela? Ela é muito amada, tem certeza disso. Quem mais a amaria? Quem mais cuidaria dela como Júlio cuida? Ela não vale nada. Ela é feia, gorda, burra, incompetente. Quem mais ficaria ao lado dela?

E assim acontece com muitas mulheres, nesse mundo moderno, ainda nos dias de hoje. Não há, necessariamente violência física. Nem todos os relacionamentos abusivos chegam até esse ponto. Mas certamente há violência psicológica. E essa é a chave de tudo.


Como então, se proteger?

Você pensa: ah, isso jamais aconteceria comigo. Será? Imagine uma torneira pingando uma gota de água incessantemente. No começo, você não presta atenção. Depois, começa a ficar levemente irritado. Depois acha que vai enlouquecer. Mas as primeiras gotas, você nem percebe. É muito fácil se deixar influenciar sem perceber. Depois de ser bombardeado com determinada informação, o cérebro passa a acreditar naquilo que está ouvindo constantemente. E quem manda é o nosso cérebro.

Lembre-se, nem sempre percebemos essa lavagem cerebral. Precisamos estar constantemente atentos. Isso é possível? Se estivermos sozinhos, será muito difícil. A armadilha é sutil. Nenhum homem maltrata uma mulher logo que a conhece. Primeiro ele a conquista. Depois ele vai minando sua confiança pouco a pouco. As mulheres abusadas não são burras, não gostam de apanhar, não são carentes, não escolheram ser abusadas.

Então não tem saída? Sim, tem. Nunca se isole. Converse sempre com alguém de sua confiança. Você precisa ter pelo menos alguém na sua vida com quem possa conversar sobre tudo, nem que seja um terapeuta. Alguém que não vai julgar, não vai condenar, e vai mostrar uma perspectiva que você não está enxergando. Uma pessoa que possa devolver a sua voz.






Lucia Moyses - psicóloga, neuropsicóloga e escritora (www.luciamoyses.com.br) Em 2013, a autora lançou seu primeiro livro “Você Me Conhece?” e dois anos depois o livro “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia. Três anos após a especialização em Neuropsicologia, Lucia lançou os três primeiros livros: “Por Todo Infinito”, “Só por Cima do Meu Cadáver” e “Uma Dose Fatal”, da coleção DeZequilíbrios. Composta por dez livros independentes entre si, a coleção explora a mente humana e os relacionamentos pessoais. Cada volume conta um drama diferente, envolvendo um distúrbio psiquiátrico, tendo como elo o entrelaçamento da vida da personagem principal.  Em 2018, a psicóloga lançou mais três livros: “A Mulher do Vestido Azul”, “Não Me Toque” e “Um Copo de Veneno”, totalizando seis livros da coleção. Em 2020, Lucia, lança o livro "A Outra". 


É preciso inteligência emocional para superar a crise


Como diria a música O Amanhã da cantora Simone: “Como será o amanhã? Responda quem puder. O que irá nos acontecer? O meu destino será como Deus quiser”. Todos estamos preocupados com o que virá quando a pandemia acabar. Mas será que estamos aproveitando esse período para nos prepararmos para esse amanhã?

Provavelmente seremos pessoas diferentes após a crise. Vamos voltar às ruas e encontrar um mundo diferente. E como lidar com esse “novo” mundo? Voltar ao trabalho será como o primeiro dia. A empresa com certeza estará diferente, as pessoas antes tão conhecidas, talvez até previsíveis, também estarão diferentes, e como vamos lidar com isso?

Será que é para esse mesmo trabalho que quero voltar? Se tenho um negócio próprio meus clientes estarão diferentes. As prioridades mudaram, a visão de mundo mudou. Quem somos agora? O voltar à vida normal vai ser como o primeiro dia de aula: um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas, um ambiente talvez até ameaçador.

Mas podemos ter medo e ficarmos afastados tentando até nem sermos notados ou podemos descobrir coisas novas, fazer novas amizades, aprender. Começar do zero. De que lado você vai ficar?

Muitas pessoas vão usar o ocorrido como desculpa para desemprego ou falência, mas se isso realmente fosse verdade 100% das pessoas deveriam falir ou perder seus empregos. Enquanto tiver uma pessoa que esteja ganhando dinheiro ou empregada não podemos culpar nada nem ninguém, além de nós mesmos. O que vai diferenciar as pessoas após essa pandemia não será diploma nem conhecimento, mas sim inteligência emocional e resiliência.

Tudo na vida sempre tem dois lados: sempre tem o que ganha dinheiro e o que perde, quem é feliz e quem é triste, quem é contratado e quem é demitido. De que lado você vai ficar? Isso depende única e exclusivamente da sua saúde emocional, de como você lida e o que faz com os reveses da vida. E é aí onde a oportunidade é igual para todos, porque o menino da favela tem a mesma condição de que o formado em Harvard na hora de dominar seus pensamentos, usar a resiliência e o otimismo para sair dessa muito melhor do que quando entrou.

Quem quer melhorar a própria vida, a economia, o país e qualquer coisa ao redor precisa dominar a própria mente e desenvolver a inteligência emocional necessária para enfrentar momentos como esse. Quem desenvolver o autoconhecimento durante esse período sairá vitorioso dessa fase.






Pollyanna Esteves de Oliveira - psicoterapeuta com grande expertise. Auxilia pacientes a conviverem e superarem traumas e se libertarem de amarras e padrões. É Mestre em Psicologia positiva, formada em constelação familiar, master em Programação Neurolinguística, certificada em Hipnose, Barra de Access e outras terapias.

Da paralisia cerebral à militância



Quando fiquei com paralisia cerebral durante o meu parto no final dos anos 1960, com sérios danos na fala e na coordenação motora, para grande parte das pessoas eu já estava com o meu destino traçado: ser dependente das outras pessoas, isolado dentro das instituições. Ainda mais naquela época em que nós, pessoas com deficiência, vivíamos totalmente excluídos da sociedade. Como conto no meu recém lançado livro “O Caso do Tipógrafo – Crônicas das minhas memórias”, vivíamos uma época que os estudos e técnicas de tratamentos ainda engatinhavam. Por cinco anos usei aparelhos em quase todo o corpo para ele endurecer. Assim fiz parte de muitos outros experimentos e pesquisas no início dos anos 1970.

Alguns médicos chegaram a dizer que eu nem seria alfabetizado. Só que meus pais não acreditaram nisso e me ensinaram a ler e escrever aos cinco anos de idade. E, ao descobrir o mundo das letras, se minha vida fosse uma fábula, eu começaria assim: era uma vez um menino que, aos cinco anos, já escrevia seus primeiros textos e dizia que seria um escritor.

No final dos anos 1980, ao deixar essa cidade e ir morar em outra bem maior, eu estava sem rumo. Passei por algumas entrevistas até chegar à psicóloga. Ela começou me criticando duramente por não andar sozinho pela cidade, mas eu tinha acabado de sair de uma cidade com seis mil pessoas para viver em outra com trezentos e vinte mil habitantes. Tudo ainda era muito novo e assustador para mim. À certa altura, ela me perguntou o que eu gostaria de fazer. Expliquei-lhe que era um jornalista e desejava dar continuidade a isso. Ela me disse secamente: “Você precisa tomar consciência que é um deficiente e por isto não pode ser um jornalista!” Eu simplesmente desejei-lhe um bom dia, levantei-me e nunca mais voltei lá.

Hoje muitas pessoas se espantam ao saberem que, mesmo com paralisia cerebral, tenho três graduações, cinco pós-graduações e dois doutorados. Tenho mais de 80 livros editados, 98 artigos científicos publicados. E, enquanto jornalista, já publiquei mais de 500 textos. Grande parte voltados às questões humanitárias!  

Hoje moro novamente em São Paulo e há sonhos que nunca morrem. E vou continuar a alimentá-los mesmo conhecendo todos os meandros e dificuldades da minha profissão! Àquela psicóloga que nem de longe representa o pensamento de nossa categoria, pediu-me para ter consciência que eu era um “deficiente”. Porém, ao longo da minha existência, preferi ter a consciência que, como qualquer pessoa que sonha e vai buscar seus objetivos, sou totalmente capaz! O importante é que aquele menino limitado por sua paralisia cerebral, alfabetizado aos cinco anos e que queria ser escritor, nunca deixou de sonhar!



Emílio Figueira - jornalista, psicólogo, palestrante e escritor.


Especialista desmistifica a meditação e revela seus benefícios para o corpo e a mente


A palestrante, escritora e especialista em fisiologia Debora Garcia fala sobre a meditação, para além dos tabus e estereótipos, e aponta os benefícios que esta prática milenar traz para o corpo e a mente.


Quando falamos em meditação, muitas pessoas vêem em suas mentes a imagem de um monge em retiro absoluto ou de práticas ligadas ao esoterismo e religiões orientais. No entanto, a prática vai muito além dos estereótipos e muitas vezes não apresenta nenhuma conexão com os diversos mitos que existem ao seu redor, sendo algo laico e com inúmeros benefícios para o corpo e a mente.

A palestrante, escritora e especialista em fisiologia Debora Garcia é uma das referências no que diz respeito ao uso meditação e fala sobre no que consiste essa prática, longe dos rótulos e tabus: “meditação é estar totalmente presente. Não se trata de uma viagem astral, são coisas totalmente distintas. A meditação é o estado total de presença, onde escolhemos levar o foco da nossa atenção para um único ponto, seja este um som, objeto, a própria respiração ou parte do corpo. A prática da meditação é justamente um treino contínuo para a mente, doutrinando-a para desviar cada vez menos do foco, pois naturalmente nossos pensamentos divagam em algum momento. Logo, quanto mais praticamos a meditação maior será o nosso poder de concentração e melhores os resultados.”


Benefícios da meditação

Debora Garcia aponta quais são os benefícios da meditação para o corpo e a mente: “a prática diária da meditação traz mudanças significativas no bem estar do indivíduo, proporciona aumento do foco, da criatividade e da produtividade, além de promover o estado de felicidade, combater a depressão e reduzir o fluxo de pensamentos, que às vezes pode ser perturbador para muitos pessoas, além de melhorar a inteligência emocional e até mesmo aliviar dores físicas.”

A especialista também conta que a meditação ajuda a melhorar a capacidade relacional do indivíduo: “A meditação promove a melhora do relacionamento consigo mesmo, entendendo melhor seus pensamentos e emoções, o que possibilita se relacionar melhor com a família e colegas de trabalho, com mais empatia e cooperação entre as pessoas.”

No entanto, os benefícios da meditação também se estendem para além do emocional, relacional e mental. Estudos científicos realizados por pesquisadores do Centro Médico Irving da Universidade de Columbia e do Institute for Prevention Research revelaram que a prática tem muitos benefícios para a saúde geral e o corpo, pois também é capaz de reduzir as chances de se ter um ataque cardíaco e AVC, reduzir a pressão arterial, as inflamações e fortalecer a imunidade

De acordo com um estudo realizado em Harvard, a prática diária da meditação pode trazer diversos benefícios também para o cérebro. Entre eles, está o aumento da massa cinzenta e crescimento significativo do hipocampo, do córtex cingulado e do temporoparietal.

Em 2009 pesquisadores Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak, foram ganhadores do Nobel de Fisiologia e Medicina de 2009 ao descobrir que a meditação pode atuar como fator de

redução do processo de encurtamento dos telômeros, que causa uma menor habilidade para a divisão celular e consequentemente retardando o envelhecimento.


Quebrando os tabus sobre a meditação

A meditação é uma prática milenar vinda do Oriente e muito difundida em países como Japão, China, Tibete e Índia por monges e praticantes de artes marciais. “No entanto, hoje a meditação é praticada de forma laica, dissociada de espiritualidade, filosofia, teosofia ou religião, sendo empregada em escolas, empresas, clubes e tantos outros lugares. Este é o primeiro tabu que precisa cair, de que a meditação sempre está atrelada a algo espiritualista”, ressalta a especialista.

Outro tabu apontado por Debora é que muitas pessoas acham que não são capazes de introduzir a prática em suas vidas. “Isto é uma grande inverdade, mito. Todos temos alguma coisa que nos traz para o momento presente. Todos temos os circuitos necessários para trabalhar o estado de presença . Todos os seres humanos são dotados dos recursos internos para meditar, independente de suas crenças religiosas, temos um circuito no nosso corpo que entramos em estado meditativo.” 


Como começar

A especialista revela que não é preciso ter experiência prévia e que todos podem começar a meditar em casa mesmo, o que é ideal neste período de quarentena e pandemia: “Não é preciso neste momento sair de casa para começar a meditar. Claro que ter uma ajuda e acompanhamento profissional é muito importante, mas existem muitos profissionais que podem te guiar neste processo através de sessões online. Mas você sozinho em casa pode começar a fazer a meditação, no seu ritmo e ao seu tempo, com 5 minutos por dia e aumentar gradativamente. Fechando os olhos e reduzir por alguns instantes os estímulos do mundo externo para que possa perceber ainda mais seu corpo e conhecer seus talentos e pontos a melhorar.”





Fabiano de Abreu 
Gestão geral grupo MF Press Global 
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Instagram @assessorfabianodeabreu e @escritorfabianodeabreu



Psicóloga ensina 5 estratégias para lidar com os desafios pós-pandemia


Especialista afirma que pode ser difícil se reencontrar, mas que é preciso reagir e não apenas esperar


Era para ser uma quarentena, porém, meses se passaram e muitas pessoas estão cansadas de ouvir e falar sobre pandemia, Coronavírus e isolamento social.  Com esse cenário se estendendo mais do que deveria, a saúde mental é abalada de diferentes formas. E, assim, a ‘conta emocional’ deste ‘provisório que se tornou permanente’ começa a chegar.

Sabrina Amaral, psicóloga e hipnoterapeuta da Epopéia Desenvolvimento Humano, relata que pessoas que nunca fizeram terapia, as quais os psicólogos definem como funcionais, estão em um estado de apatia, angústia, congelamento e não têm energia para sair da cama algumas vezes. “Com isso, podem desenvolver sintomas de déficit de atenção, insônia, problema de memória, irritabilidade fora do normal, distúrbios de apetite. Isso sem mencionar aquelas que já estavam em acompanhamento psicológico e tiveram recaídas profundas”, conta.

Em um mundo instável onde muitas expectativas foram quebradas e sonhos replanejados, pode ser difícil se encontrar. Por isso, depois de propor algumas reflexões sobre a forma como vivemos, a especialista elencou cinco estratégias para lidar com os desafios que essa nova realidade pode apresentar.  


1) Aproprie-se de quem você é

Este é um caminho de protagonismo, de sair do armário de se assumir-se por inteiro nas coisas que fazem de você único. Aquilo que você tem de mais diferente é o que te torna especial. Gosto muito da frase do Oscar Wilde que diz: “Seja você mesmo, todos os outros já existem”. Em um primeiro momento, pode parecer uma frase clichê de autoajuda, mas ela é muito verdadeira.

Um exemplo disso é o caso do advogado David Boies, que venceu um processo milionário contra a Microsoft. Ele é disléxico e usou esta ‘fraqueza’ para construir um discurso simples, conciso, claro que ganhou o júri. Apropriar-se de quem você é tem a ver com autorresponsabilidade. E o que é a responsabilidade senão nossa habilidade para responder às coisas prontamente?


2) Analise-se para se conhecer melhor

Sócrates dizia que uma vida que não é analisada não merece ser vivida.  O autoconhecimento te fortalece, então coloque sua atenção em suas escolhas e em suas ações. Crie o hábito de perguntar-se: “Aquilo que estou fazendo hoje, tem congruência com a vida que eu quero criar para mim?”. Olhe para aquilo que você tem no momento presente, tome clareza da distância sem o crivo do julgamento de extremos e escolha o novo normal que você quer construir com base naquilo que faz sentido pra você.


3) Assuma o controle

Essa dica tem a ver com ação, com escolher tomar uma atitude nas coisas que estão no seu controle. Isso é um antídoto para sensação de angústia, de travamento ou impotência. Boa parte das pessoas não age pois vive no futuro ou fica presa ao que os outros vão pensar e até as projeções negativas que ela faz do que pode dar errado.

Olhe para o presente, identifique as pequenas ações que você pode tomar agora e que dependem só de você. Por exemplo: está com receio de ser demitido? Veja o que está no seu controle: atualize-se, faça um curso, peça feedbacks, melhore seu networking, trabalhe sua marca pessoal, etc. Isso vai te trazer tranquilidade, segurança e harmonia.


4) Aceite-se e seja grato por aquilo que você é

Aceitação é diferente de resignação. É praticar a autocompaixão de entender que você tem pontos fortes e pontos fracos. É ser generoso consigo mesmo para compreender que cada um tem um tempo emocional para lidar com as coisas.  Vem muito de encontro ao conceito de vulnerabilidade de Brené Brow, abordado no seu best seller A coragem de ser imperfeito

O grande benefício que isso traz é: a libertação da necessidade de validação do olhar do outro. Pois quando eu me aceito como sou, já não preciso mais que o outro me aprove para eu me sentir bem. Os relacionamentos se tornam mais leves e até a convivência em casa fica mais fácil, porque nós matamos aquelas expectativas irreais que temos em relação a nós mesmos, eliminamos o poder que o outro possui para definir a nossa felicidade ou a nossa condenação.


5) Arrisque naquilo que você acredita!

Depois que você se (1) Apropriou de quem você é, (2) Analisou o que é importante pra você, (3) Assumiu aquilo que está no seu controle, (4) Aceitou-se como você é; chega a hora de ARRISCAR.  Para tanto, é preciso que você esteja disposto a fazer coisas diferentes, ter a coragem para experienciar esta trajetória do novo, que dá frio na barriga.

Einstein já dizia que fazer a mesma coisa sempre e esperar um resultado diferente é loucura, então é importante usar toda a sua potencialidade para construir essa vida que você quer. O cenário atual é um momento muito propício para desengavetar aquele plano B, de se planejar, de se preparar e de se fortalecer para conquistar aquilo que é importante.

Para Sabrina Amaral é importante destacar que as pessoas precisam parar de querer se ajustar o tempo todo. “Na terapia fazemos isso através de duas frentes: a ressignificação, que nada mais é do que trazer um olhar diferente para uma mesma situação, e a psicoeducação, que ensina o paciente a reagir diferente mediante aquele fato e desenvolver novas estratégias emocionais para lidar com ele”, finaliza.





Sabrina Amaral - psicóloga e hipnoterapeuta acredita na transformação do ser humano e, após uma vivência de duas décadas na gestão de processos de RH, fundou a Epopéia Desenvolvimento Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de melhor com o intuito de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.
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10 mitos e verdades sobre fertilidade

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 Especialista responde dúvidas de homens e mulheres que pretendem ter filhos



Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), a infertilidade no Brasil faz parte da realidade de mais de 8 milhões de pessoas e gera muitas dúvidas, principalmente porque a ciência já comprovou que alguns hábitos podem sim aumentar a fertilidade.
Fernando Prado, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana da Clínica Neo Vita, esclarece as principais dúvidas que chegam ao consultório e aponta quais são os mitos e verdades que podem ajudar ou atrapalhar os planos de quem deseja aumentar a família.

  1. A idade da mulher é mais importante do que a do homem?
Sim, mas o homem também perde com o tempo. A idade mais fértil da mulher acontece na faixa dos 25 aos 30 anos, após esse período é normal a diminuição do número e qualidade dos óvulos, especialmente após os 35 anos. No caso dos homens, alguns estudos já comprovam que com o aumento da idade, a partir dos 50 anos, tanto a qualidade como a quantidade de espermatozoides sofrem alterações.
          
  1. As mulheres têm mais problemas para engravidar do que os homens?
Mito. Na verdade, a taxa de possível infertilidade é igual para ambos os sexos. Em números pode-se dizer que 40% dos casos de infertilidade é responsabilidade da mulher e 40% do homem. Os outros 20% correspondem a problemas com os dois membros do casal.

  1. Existe dia certo para tentar engravidar?
Verdade. A recomendação é que os casais respeitem o período fértil para ter relação sexual. Existem aplicativos para celular que calculam facilmente o período, mas é em geral de 10 a 16 dias após o início da menstruação. Nesta fase é comum observar uma secreção vaginal transparente, como uma clara de ovo. Esse é o muco, responsável pela lubrificação vaginal e faz com que os espermatozoides encontrem mais facilidade para chegar ao óvulo, facilitando a fecundação.

  1. O uso de anticoncepcional causa infertilidade?
Mito. As pílulas contraceptivas na verdade possuem a função de impedir a ovulação. Quando a mulher descontinua seu uso, a função dos ovários é reestabelecida e já pode engravidar até no dia seguinte de parada da pílula.

  1. Endometriose causa infertilidade?
Verdade, mas não em todos os casos. De 30% a 50% das mulheres com endometriose podem ter infertilidade. E nas pacientes com dificuldade para engravidar, quase metade delas tem algum grau de endometriose. A doença é definida pelo crescimento anormal da camada de revestimento interno do útero (o endométrio). Geralmente começa com lesões superficiais, facilmente tratáveis, mas pode evoluir para quadros graves que atingem os ovários e intestino. Segundo o último estudo da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, cerca de 60% das mulheres afetadas pela endometriose conseguirão engravidar após realizarem tratamento.

  1. A obesidade faz diminuir as chances de uma possível gravidez?
Verdade. A obesidade é responsável por desregular os padrões hormonais, interferindo tanto na ovulação da mulher como na qualidade e quantidade do sêmen. Além disso, mulheres com problemas de sobrepeso acabam sendo mais propensas a desenvolver diabetes gestacional e hipertensão durante a gravidez.

  1. A caxumba pode deixar o homem infértil?
Verdade. Existem alterações consideráveis na fertilidade masculina, pois a doença pode atingir os testículos dos homens prejudicando a produção de espermatozoides, principalmente se for contraída da adolescência em diante.

  1. Tratamentos de quimioterapia e radioterapia interferem na fertilidade?
Verdade. Com esses tratamentos de combate ao câncer as células reprodutivas acabam sendo destruídas ou sofrendo alterações genéticas. Por isso, a recomendação no caso dos homens é o congelamento de sêmen antes do tratamento e para as mulheres o congelamento de óvulos.

  1. Óvulos, embriões e sêmen congelados possuem prazo de validade?
Mito. Com as técnicas de criopreservação dos óvulos, o congelamento de embriões e do sêmen, eles podem ficar congelados por tempo indeterminado, décadas até. Na hora certa a mulher pode descongelar os óvulos ou os embriões e engravidar. As chances de sucesso são idênticas às da idade em que foram congelados. Quanto mais jovem, maiores as chances de sucesso.

  1. O homem que passou pela vasectomia não pode mais ter filhos?
Mito. Um paciente vasectomizado pode sim realizar mais uma vez o sonho da paternidade. Apesar da vasectomia representar um dos métodos contraceptivos mais utilizados em todo o mundo é possível reverter o procedimento ou mesmo fazer fertilização in vitro.



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