Parecido com a bulimia e anorexia,
doença é motivada pelo desejo de um corpo bonito mesmo durante a gestação;
falta da alimentação correta pode causar desnutrição e má formação fetal
Pregorexia é um transtorno alimentar
muito semelhante à bulimia e anorexia. Enquanto que a bulimia se caracteriza
por períodos de compulsão alimentar, seguidos por comportamentos não saudáveis
com perda de peso rápido, e a anorexia, por peso abaixo do normal, receio de
ganhar peso e vontade intensa de ser magra, a pregorexia atinge as gestantes,
principalmente àquelas que já têm histórico alimentar precário em busca da
magreza.
Junção dos termos “pregnancy”,
gravidez em inglês, e anorexia, a Pregorexia está diretamente relacionada ao
desejo de seguir os padrões estéticos e manter o corpo bonito e definido mesmo
durante o período de gestação, fazendo com que as mães se alimentem pouco e
pratiquem exercícios físicos em excesso.
De acordo com Sarah Lopes, psicóloga
do Hapvida Saúde, a má alimentação causada pela Pregorexia pode causar
problemas graves tanto para o bebê como também para a mãe. “Os efeitos são
realmente graves, levando-se em consideração que a mamãe está sendo o suporte
alimentar de uma criança, a falta de uma nutrição adequada prejudica o
desenvolvimento fetal e causa desnutrição geral do feto”, afirma.
Ainda segundo a especialista, as
consequências estão diretamente ligadas à nutrição e esforço físico. “Quando as
gestantes não se alimentam de forma adequada, seja na quantidade ou até mesmo
na qualidade, o feto tende a uma má formação, tanto física quanto neurológica,
desencadeando várias doenças. Em casos mais graves, pode ocorrer a falência
fetal ou, até mesmo, no momento do parto, algumas complicações”, alerta Sarah.
Durante a gravidez, é recomendado um
ganho aproximado de 9 a 12 quilos no peso normal. Com isso, é fundamental o
acompanhamento médico para garantir uma boa alimentação. Além disso, se a mãe
já for adepta à prática de exercícios físicos e não quer abrir mão durante a
gestação, a supervisão de um especialista também é fundamental.
“É comum à perda de peso nos
primeiros meses de gestação em decorrência dos enjoos comuns. Nesse período,
também não se recomenda atividades físicas, por conta da maturação do feto.
Após o primeiro trimestre da gestação, em comum acordo com o
ginecologista/obstetra, é necessária uma avaliação para recomendação ou não da
continuidade da prática de exercícios. O mesmo cuidado deve ser seguido com a
alimentação, para que não haja um ganho excessivo de peso e nem tanta restrição
alimentar, levando-se em consideração a importância dos nutrientes necessários
para o feto. Tudo é uma questão de equilíbrio, sempre”, enfatiza a
especialista.
Para as mamães que se olham no
espelho e não se sentem confortáveis com o peso e aparência, mesmo sabendo que
é algo temporário, é recomendado que procure um psicoterapeuta para que seja
aplicada uma terapia cognitivo comportamental, que traz resultados positivos
durante o tratamento. “É importante ressaltar que no período de gestação esse é
o melhor método, já que não é recomendado uso de medicamentos”, conclui
Sarah.