Pesquisar no Blog

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Desempenho em testes físicos pode ajudar a direcionar o tratamento do câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o que mais mata entre os homens
 e o segundo entre as mulheres
Freepik
Ao analisar pacientes com metástase e caquexia, pesquisadores da USP e de Harvard concluíram que, quanto melhor o condicionamento físico, maiores as chances de a terapia ser bem-sucedida

 

Ao estudar um grupo de pacientes com câncer de pulmão metastático, pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos concluíram que o desempenho em testes físicos simples – como sentar, levantar e caminhar – pode ser um parâmetro capaz de auxiliar o médico na avaliação do prognóstico e na definição do tratamento.

A pesquisa, divulgada no European Journal of Clinical Investigation, também identificou no plasma sanguíneo dos voluntários duas substâncias – a serina e o M22G – com potencial de virarem biomarcadores capazes de indicar quais pacientes têm mais chances de responder ao tratamento com a quimioterapia.

O trabalho contou com apoio (projetos 16/20187-6 e 19/17009-7) da FAPESP e envolveu pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e da Harvard Medical School (Estados Unidos).

Como explica o primeiro autor do artigo, Willian das Neves Silva, a síndrome da caquexia-anorexia é comum entre pacientes com câncer em estágio avançado e caracteriza-se por um intenso consumo dos tecidos muscular e adiposo, com consequente perda involuntária de peso, e costuma estar associada à falta de apetite, fadiga e diminuição da força muscular.

No caso do câncer de pulmão, mais especificamente de tumores de células não pequenas, que são os mais comuns, os resultados da pesquisa mostram que, ao avaliar a sobrevida dos pacientes, não basta mensurar a quantidade de músculos. É preciso também levar em conta a função muscular.

“Nós vimos que a função é mais importante. Não é só ter músculos, mas o que o paciente consegue fazer com eles. O estudo mostra que a aptidão física importa mais do que a massa muscular. A maioria dos pacientes estava debilitada e sofrendo com caquexia [perda acentuada de peso e massa muscular] em algum grau. O paciente que tem melhor desempenho físico vive mais e isso não tem relação com o estado geral dele”, explica Silva, que conduziu a investigação durante seu doutorado, sob a orientação dos professores Gilberto de Castro Junior, da FM-USP, Patrícia Chakur Brum, da Escola de Educação Física e Esporte da USP, e Kathryn J. Swoboda, do Massachusetts General Hospital, ligado à Harvard.

Segundo os autores, as informações levantadas na pesquisa poderão ajudar o médico oncologista a direcionar melhor o tratamento com a quimioterapia e a encaminhar quem, porventura, precise de ajuda de uma equipe complementar ou de cuidados paliativos.

“Nós mostramos que os pacientes com baixa performance nos testes físicos simples também tinham prejuízo em termos de consumo de oxigênio, enquanto os pacientes com boa performance, não. Nós acreditamos que o processo inflamatório associado ao tumor resulte em um conjunto de metabólitos circulantes no plasma com potencial de gerar um efeito negativo no metabolismo das células musculares. De alguma maneira, há um prejuízo tóxico para essas células que diminui o consumo de oxigênio, levando ao agravamento da doença”, explica Castro Junior.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), neoplasias de pulmão são as que mais matam entre os homens e a segunda colocada entre as mulheres. Os tumores são classificados de acordo com o tipo de célula presente e cada um se desenvolve de uma forma diferente. O mais comum é o câncer de células não pequenas, justamente o analisado nesta pesquisa. Ele corresponde a mais de 80% de todos os casos.

“É um tumor muito frequente, mas que tem sobrevida infelizmente curta, por volta de dez meses”, destaca Castro Junior. Por isso, é importante enfatizar que é possível prevenir a doença, já que em mais de 90% dos casos o câncer de pulmão está ligado ao cigarro.

“Estamos falando de pacientes por volta dos 60, 65 anos, mas que fumavam há bastante tempo”, ressalta o médico.


Metodologia

A pesquisa foi realizada com 55 pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). A maioria era de homens, todos fumantes. Eles receberam tratamento entre abril de 2017 e setembro de 2020 e foram acompanhados, em média, por cerca de três meses, ao longo dos ciclos de quimioterapia que receberam no hospital.

Aqui no Brasil, foram realizados os testes físicos e a coleta dos exames de sangue e das tomografias. Para avaliar a capacidade física antes do tratamento, os pacientes tinham de se levantar e caminhar por três metros, retornar e se sentar novamente; sentar e levantar dez vezes; e, por fim, caminhar por mais seis minutos. Além disso, para um grupo menor de 23 pacientes, foi medida a capacidade de resistência na bicicleta, com máscara de oxigênio, aumentando constantemente a velocidade.

“Alguns desses pacientes tinham perdido cerca de 30 quilos nos seis meses anteriores, mas vimos que, mesmo aparentemente debilitados, eles conseguiam resistir ao exercício. Aí, entendemos que não era uma relação direta entre a massa muscular e o desempenho, e que aguentariam também a quimioterapia. Entendemos que a atividade física é importante, mesmo que seja de acordo com a capacidade de cada um, podendo colaborar positivamente durante o tratamento”, explica Silva.

Já em Harvard, foram realizados os testes de metabolômica com o plasma sanguíneo coletado no Brasil e com amostras de células musculares. Ou seja, foi feita a análise dos produtos intermediários ou finais do metabolismo dessas células para tentar identificar as moléculas que poderiam ser utilizadas como marcadores para a doença.

Foram identificadas duas substâncias que podem ajudar a analisar, futuramente, os pacientes que terão mais chances de responder ao tratamento: a serina e o M22G.

A serina é um aminoácido não essencial ligado a diversos processos metabólicos. Conforme outros estudos já comprovaram, o excesso de serina dentro das células está associado ao crescimento das células tumorais. Entretanto, a inibição ou a privação de serina pode ajudar a diminuir o tumor, por isso, ela tem sido sugerida como uma opção para o potencial tratamento contra o câncer.

“O que nós mostramos é que existe uma relação dessas substâncias com a performance desses pacientes e talvez isso possa funcionar, no futuro, como um marcador de desempenho, mas nós ainda precisamos estudar mais”, pondera Silva.

Segundo o pesquisador, em uma próxima etapa, serão analisados novamente os dados de todos os pacientes do estudo com auxílio de inteligência artificial. O objetivo é tentar encontrar justamente os biomarcadores que podem ajudar a compreender o mecanismo da doença.

Outro ponto importante será entender se a atividade física durante o tratamento com a quimioterapia também pode ajudar na melhora das condições gerais de quem está acometido pelo câncer de pulmão.


Qualidade muscular

Resultados recentes do grupo publicados na revista JCSM Communications demonstram que, além da inflamação e da aversão à comida, o índice de gordura intramuscular também é um indicador importante de sobrevida para quem tem câncer de pulmão metastático.

“Incluímos nessa nova análise outro grupo de pacientes, que apresentavam performance status ainda piores que o do estudo anterior e analisamos como um grupo único. Nesta nova etapa, identificamos que os pacientes mais inflamados, que rejeitavam comida e que tinham mais gordura presente no músculo, eram os que viviam menos. A gordura intramuscular é um indicativo de um músculo com qualidade ruim, o que, consequentemente, leva a uma performance ruim”, explica Silva.

A longo prazo, contam os pesquisadores, a ideia é entender se os exercícios físicos poderiam funcionar como uma espécie de “remédio” complementar ao tratamento.

“Nós sabemos que quem tem pior função muscular tem pior sobrevida. Será que se nós, de alguma forma, conseguirmos melhorar essa função muscular com exercício, conseguiríamos reverter o processo e tornar essa célula mais resistente à inflamação? Quebrar o ciclo vicioso de caquexia e perda muscular, ter um efeito antitumoral melhor do tratamento do câncer? É o que nós queremos saber agora”, conta Castro Junior.

Esses estudos são continuidade do Projeto Temático “Câncer e coração: novos paradigmas de diagnóstico e tratamento”, liderado pelo professor da FM-USP Carlos Eduardo Negrão.

O artigo Physical performance and plasma metabolic profile as potential prognostic factors in metastatic lung cancer patients pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/eci.14288.

Já o estudo Food Aversion, Systemic Inflammation and Intramuscular Adipose Tissue are Mortality Predictors in Advanced Lung Cancer Patients está disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/rco2.106.



Cristiane Paião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/desempenho-em-testes-fisicos-pode-ajudar-a-direcionar-o-tratamento-do-cancer-de-pulmao/53011

 


Samsung Ocean oferece aulas gratuitas de IA, Empreendedorismo, IoT e Metaverso até o fim do mês

 O programa de capacitação tecnológica da Samsung disponibiliza uma agenda composta por atividades online e presenciais em Manaus, com temas diversos

 

O Samsung Ocean, o programa de capacitação tecnológica da Samsung, oferece conteúdos gratuitos para os interessados em absorver conhecimento em Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Empreendedorismo, Metaverso, entre outros temas relacionados à tecnologia e inovação. Com atividades disponíveis nos formatos remoto e presencial, os alunos que concluírem as atividades nas quais estão inscritos podem emitir um certificado de participação. Saiba mais abaixo!
 

Destaques da agenda do Samsung Ocean em outubro
 

Até o fim do mês, o Samsung Ocean oferece, entre as atividades remotas, a Trilha de IA com foco em Deep Learning, marcada para o dia 15; a Trilha de Frontend com aulas que acontecem nos dias 16 e 18 para Introdução ao software ReactJS, e a Trilha de Metaverso, composta por um Laboratório de Realidade Aumentada que acontece nos dias 21 e 22 de outubro.
 

Já as atividades presenciais do Samsung Ocean incluem, no mês de outubro, um Laboratório de IA conversacional aplicado à Educação, marcado para o dia 16; além de uma atividade prática e teórica sobre Pitch, na Trilha de Empreendedorismo Inovador Tecnológico, dia 17. Já a Trilha de Metaverso oferece três aulas com Laboratório de Realidade Virtual, marcadas para os dias 29, 30 e 31.
 

“O Samsung Ocean segue seu propósito de oferecer atividades gratuitas considerando os temas de maior relevância no mercado de tecnologia. Os participantes de outubro poderão aprofundar seus conhecimentos em áreas como Inteligência Artificial (IA), Empreendedorismo, Internet das Coisas (IoT), Metaverso, entre outros. Podem participar pessoas de todo o Brasil e com diferentes níveis de conhecimento, do iniciante ao mais experiente”, afirma Eduardo Conejo, diretor de Inovação na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung.
 

As atividades do Samsung Ocean são totalmente gratuitas e oferecem certificado de participação. Os interessados podem se inscrever pelo site www.oceanbrasil.com ou pelo aplicativo do Samsung Ocean, disponível para download na Play Store.
 

Confira a grade mensal completa do Samsung Ocean:

 

15/10 

- Trilha IA: Deep Learning – Introdução com Keras e Python

- Trilha Wearables: Android Studio – Sensores para smartwatches com Wear OS 4*

- Trilha IA: Entendendo e implementando modelos de inteligência artificial com Orange e Python (Parte 6)*

 

16/10 

- Trilha Frontend: Frontend Web com ReactJS – Introdução (Parte 1)

- Trilha Backend: Backend com NodeJs e Express*

- Trilha IA: Laboratório de IA conversacional aplicado à Educação*

- Evento Ocean: Variações Climáticas na Amazônia – Uma Aplicação de Modelagem Numérica para Previsão da Estiagem de 2024*

- Trilha de Fabricação Digital: Manufatura Aditiva – Impressão e Escaneamento 3D (Parte 2)*

 

17/10 

- Trilha IA: Avançando com Deep Learning

- Trilha de Empreendedorismo Inovador Tecnológico: Pitch – Teoria e Prática*

- Evento Ocean: Aplicações de Inteligência Artificial e Mercado de Trabalho*

 

18/10

- Trilha Frontend: Frontend Web com ReactJS – Introdução (Parte 2)

- Trilha IoT: Laboratório de prototipação com Arduino – Sensores*

- Trilha IA: Visualização de Dados em R*

- Trilha de Fabricação Digital: Manufatura Aditiva – Impressão e Escaneamento 3D (Parte 3)*

 

21/10 

- Trilha Blockchain: Ferramentas de Suporte a Programação para Blockchain

- Trilha Metaverso: Laboratório de Realidade Aumentada (Parte 1)

 

22/10

- Trilha Metaverso: Laboratório de Realidade Aumentada (Parte 2)

 

23/10

- Trilha Assistente de Voz: Assistente Virtual de Voz em Bixby – Trazendo Inteligência à Interface

- Trilha Blockchain: Desenvolvimento de dApps e Contratos inteligentes para Blockchain Ethereum*

 

29/10

- Trilha Desenvolvimento Ágil: Introdução à Modelagem de Sistemas: Modelando Casos de Uso

- Jornada Fluência de Dados: Introdução à Ciência de Dados*

- Trilha Metaverso: Laboratório de Realidade Virtual (Parte 1)*

- Trilha Digital Health: Aplicações de Wearables na Saúde*

 

30/10 

- Trilha IA: Previsão de Séries Temporais

- Jornada Fluência de Dados: Estatística para Data Science e linguagem R*

- Trilha Blockchain: Desenvolvimento de uma Rede Blockchain e Criação de uma Criptomoeda*

- Trilha Metaverso: Laboratório de Realidade Virtual (Parte 2)*

 

31/10 

- Trilha Metaverso: Laboratório de Realidade Virtual (Parte 3)*

 

*Atividades realizadas presencialmente no campus de Manaus.





Samsung Electronics Co., Ltd
visite a Samsung Newsroom em Link


Saúde na Estrada da Ipiranga retorna ao estado de São Paulo e percorre mais 2 cidades com atendimento de saúde e exames gratuitos

A maior carreta de saúde do país conta com serviços como checkup básico de saúde, teste de glicemia, bioimpedância, acuidade visual, vacinação, barbearia e orientação em segurança sobre temas diversos.

 

O Saúde na Estrada, iniciativa itinerante de saúde e responsabilidade social da Ipiranga, retorna às estradas nacionais para mais uma temporada dedicada ao cuidado com a saúde e bem-estar de caminhoneiros e comunidades próximas aos postos Ipiranga Rodo Rede de todo o país. Ao todo, este ano, serão realizados 98 eventos, em 95 cidades brasileiras, percorrendo 16 estados. A carreta retornou ao estado de São Paulo e chega a Mairiporã e Registro. 

A trajetória do Saúde na Estrada traz números e resultados relevantes. Ao longo dos últimos 17 anos, o projeto beneficiou mais de 700 mil pessoas, atendendo a quase 230 municípios, em 22 estados. Com mais de 1.620 eventos realizados e 600 mil quilômetros percorridos, a iniciativa teve o apoio de mais de 55 mil profissionais da saúde voluntários. 

“O Saúde na Estrada representa o compromisso da Ipiranga com a jornada de mobilidade dos brasileiros, em especial do público das estradas. Ao mesmo tempo em que oferecemos produtos e serviços que facilitam o dia a dia dos consumidores, também levamos um programa voltado para o cuidado com a saúde, qualidade de vida e bem-estar dos que trabalham ou vivem nas estradas, como caminhoneiros e população do entorno. Temos orgulho dos resultados desse projeto, que vem fazendo a diferença na vida das pessoas e leva para as rodovias o nosso propósito, que é de abastecer a vida em movimento”, comenta Bárbara Miranda, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga.

 

Serviços

O Saúde na Estrada disponibiliza exames focados no check-up básico de saúde, incluindo medições de oximetria para avaliar a oxigenação no sangue, temperatura corporal, pressão arterial e batimentos cardíacos. Além disso, são oferecidos testes oftalmológicos, avaliações de glicemia para monitorar o nível de açúcar no sangue, bioimpedância para determinar a composição corporal e avaliar o estado nutricional, testes rápidos para detecção de HIV, sífilis; e hepatite B e C. 

Também serão disponibilizadas vacinas, em conjunto com as secretarias municipais de saúde. Serão aplicadas vacinas para H1N1, Covid, Tétano, Rubéola, Hepatite B e Febre Amarela. 

Além dos serviços de saúde, a carreta prioriza o bem-estar e a segurança dos motoristas. Para isso, a carreta conta com Espaço Zen, equipada com cadeiras de massagem para proporcionar momentos de relaxamento e com serviços de barbearia a todos os frequentadores. 

A carreta também irá oferecer orientações de trânsito, visando a segurança de todos nas estradas, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

 

História e impacto social - Durante o período da pandemia, foram implementadas diversas iniciativas para apoiar os motoristas. Isso incluiu a distribuição de kits de higiene, a realização de testes rápidos e a administração de vacinas. Além disso, a Ipiranga, por meio do Saúde na Estrada, ofereceu cerca de 4 milhões de refeições em uma ação de troca de pontos do Km de Vantagens Caminhoneiro.

  

Saúde na Estrada 2024

Horário: 9h às 17hs

 

Serviço:

 

14/10 - Rodoposto Mairipora Ltda

Rod Fernão Dias S/N Km 61 5 – Mairiporã (SP)

 

15/10 - Rodoposto Registro Buenos Aires Ltda

Rod Régis Bittencourt S/N Br 116 Km 449 – Registro (SP)

 


 

Empreendedorismo Humanista: a concretização da dignidade no Estado Democrático de Direito

 

A República Federativa do Brasil é, por essência, um Estado Democrático de Direito. Esse fundamento está alicerçado na dignidade da pessoa humana, que se desdobra em duas vertentes complementares: a dignidade individual e a dignidade coletiva. Para que essa dignidade seja efetivada, a democracia se revela indispensável. Não se trata apenas de um regime político, mas da própria alma da nação. A democracia é a expressão viva da vontade popular. É um instrumento essencial para a concretização, aprofundamento e promoção dos direitos humanos. 

Mas o que são, afinal, os direitos humanos? Eles emergem de cinco pilares fundamentais que garantem o desenvolvimento pleno do ser humano: Vida, Liberdade, Igualdade, Propriedade e Segurança. São direitos que transcendem a mera existência física e se projetam no sentido de garantir que cada indivíduo possa alcançar sua emancipação e, ao mesmo tempo, contribuir para o fortalecimento da coletividade. 

O direito à Vida, nesse contexto, não se resume à subsistência. Ele compreende um conjunto de condições que possibilitam o desenvolvimento integral do indivíduo. Vida, nesse sentido amplo, inclui educação, saúde, segurança e todas as ferramentas necessárias para que o ser humano atinja seu potencial máximo, tanto no plano pessoal quanto no social. 

Liberdade, por sua vez, vai além do simples direito de ir e vir. Implica a capacidade de o indivíduo tomar decisões autônomas e ser responsável pelos resultados dessas escolhas. É o exercício consciente de viver em uma sociedade plural, respeitando os direitos alheios e, ao mesmo tempo, afirmando sua própria identidade. 

Igualdade, em uma verdadeira democracia, não significa uniformidade. Pelo contrário, significa a valorização da diversidade, garantindo que todos tenham acesso a uma base essencial de bens e serviços que possibilitem seu desenvolvimento individual. A igualdade de oportunidades é, portanto, o caminho para a criação de uma sociedade mais justa, onde cada um tenha as mesmas condições para prosperar, respeitando as diferenças culturais, econômicas e sociais. 

Quando falamos em Segurança, o conceito se expande para abranger não apenas a proteção contra crimes e ameaças físicas, mas também a segurança alimentar, sanitária, educacional e econômica. A verdadeira segurança é aquela que protege o indivíduo e lhe garante um ambiente propício ao seu desenvolvimento, livre de ameaças que possam comprometer sua dignidade. 

Por fim, a Propriedade não se restringe aos bens materiais. Trata-se também de algo mais intrínseco, como os valores, princípios e convicções que formam a identidade de cada pessoa. A propriedade é, enfim, o espaço em que o indivíduo expressa sua singularidade e autonomia. Ela abrange tudo o que é próprio do indivíduo! 

Nesse cenário de direitos humanos e dignidade, emerge a necessidade de se promover um novo conceito de empreendedorismo: o Empreendedorismo Humanista. A ideia central desse conceito é simples, mas profunda: o ambiente empreendedor deve ser uma ferramenta para a emancipação do indivíduo, promovendo a criação de negócios que não apenas gerem lucro, mas que também contribuam para o desenvolvimento social e humano. 

Para tanto, políticas públicas que desburocratizem, facilitem e incentivem a criação de novos negócios são essenciais. No entanto, esse estímulo ao empreendedorismo deve ser acompanhado de uma educação humanizante, que capacite o indivíduo para enxergar seu trabalho como uma extensão de sua dignidade e criatividade. Um empreendedor humanista, portanto, não busca apenas o lucro imediato. Ele reconhece que sua atividade econômica tem impacto direto na coletividade. Ele entende que a pluralidade de ideias, a diversidade cultural e a inovação são elementos fundamentais para o sucesso de seu empreendimento. 

Quando colocados em contato com ambientes plurais, os empreendimentos se tornam mais dinâmicos, resilientes e viáveis, contribuindo para a construção de um mercado de trabalho mais forte e inclusivo. O Empreendedorismo Humanista, portanto, é um caminho para que a sociedade brasileira se estruture em bases mais sustentáveis, justas e inclusivas.

Ao promover um ecossistema empreendedor que valorize a dignidade humana e a pluralidade, o Brasil estará criando as condições necessárias para que os direitos humanos sejam concretizados na prática. A dignidade individual e coletiva só poderá ser alcançada quando a economia, a educação e o trabalho estiverem orientados para o bem comum, em um processo contínuo de emancipação e respeito mútuo. 

Assim, o Empreendedorismo Humanista não é apenas uma estratégia econômica, mas um compromisso ético com a promoção de uma sociedade mais justa, na qual a dignidade individual e os direitos humanos ocupem o centro das políticas públicas e das práticas empresariais. A Democracia, nesse contexto, é o terreno fértil onde essa nova forma de empreender poderá florescer, promovendo um futuro mais próspero e humano para todos os brasileiros.

 



André Naves - Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor, professor, ganhador do Prêmio Best Seller pelo livro "Caminho - a Beleza é Enxergar", da Editora UICLAP (@andrenaves.def).

BOLETIM DAS RODOVIAS

Tarde de segunda-feira com congestionamento na Ayrton Senna/ Carvalho Pinto, no sentido capital


A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo no início da tarde desta segunda-feira (14). 

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Operação 5x5 - Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

O corredor, sentido capital, apresenta congestionamento do km 23 ao km 17. Para quem segue sentido interior, o tráfego é normal. 

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.



Por que as mulheres líderes ainda enfrentam resistências?

 

A liderança feminina continua a ser um tema desafiador, especialmente no contexto corporativo e na vida pessoal. Mesmo em tempos de avanços significativos na equidade de gênero, muitas líderes ainda enfrentam julgamentos e resistências que parecem enraizados em questões culturais e estereótipos. 

Uma das razões centrais para a percepção enviesada das mulheres na liderança está na divisão histórica de papéis femininos. Culturalmente, foi criada uma imagem da mulher como progenitora, cuidadora e responsável pela harmonia do lar. Esse arquétipo da "mãe" contrasta com a ideia da mulher como uma figura de poder no ambiente corporativo. A imagem da mulher executiva, que assume a liderança, exige criatividade, assertividade e tomada de decisões firmes, muitas vezes entra em conflito com a imagem tradicional da mulher responsável pelo cuidado dos outros. 

Essa separação de papéis gera um desconforto tanto nas corporações quanto na vida pessoal. Muitas vezes, o homem é visto como natural para a liderança, enquanto a mulher é julgada mais duramente por tomar decisões semelhantes, como se houvesse uma contradição inerente entre ser uma boa mãe ou esposa e ser uma executiva competente. 

E um dos maiores desafios que enfrentamos é a permanência dos estereótipos femininos. É nesse contexto que precisamos entender que falar de diversidade feminina é reconhecer que as mulheres não cabem em uma única definição. O equívoco de pensar que há um “modelo ideal” de liderança feminina limita o potencial criativo, estratégico e inovador das corporações e da sociedade. 

A liderança moderna exige uma combinação de habilidades: a capacidade de conectar, inspirar, ouvir, mas também de decidir e agir com firmeza. E essas habilidades não pertencem a um gênero específico. Na verdade, as líderes mulheres têm se destacado justamente porque trazem novas perspectivas ao ambiente corporativo. Mulheres na liderança frequentemente promovem culturas organizacionais mais colaborativas, com maior inclusão, inovação e foco no bem-estar dos colaboradores. 

E superar o estigma em torno das mulheres líderes exige uma mudança profunda na forma como enxergamos poder, competência e gênero. Em primeiro lugar, é necessário quebrar a ideia de que sucesso na liderança se restringe a modelos masculinos. Precisamos de mais visibilidade para diferentes estilos, que valorizem não apenas resultados, mas o impacto humano nas organizações. 

Além disso, o papel dos homens nesse processo de mudança é fundamental. Homens que lideram com empatia e colaboração devem ser exaltados tanto quanto as mulheres que o fazem, pois é essa simbiose entre os gêneros que fortalecerá as corporações no futuro. 

Por fim, é importante entender que as mulheres não precisam se adequar a nenhum padrão específico para liderar. Não há um caminho único para o sucesso feminino. Cada mulher pode criar o seu, e a verdadeira diversidade nasce dessa multiplicidade de trajetórias. Quanto mais celebrarmos as diferenças, mais fortes seremos como sociedade e como corporação. 

A liderança feminina é uma fonte de inovação e força, e cabe a todos nós, homens e mulheres, criar o espaço para que elas floresçam sem medo de julgamento ou repressão. 

É hora de abraçarmos um novo modelo de liderança, onde o gênero não seja uma barreira, mas uma fonte de diversidade e riqueza para nossas organizações.


João Roncati - diretor da People + Strategy, consultoria de estratégia, planejamento e desenvolvimento humano. Mais informações em site

 

Preparação para a reta final do Enem 2024

 

Especialista do Bernoulli dá dicas para as provas, que ocorrerão nos dias 3 e 10 de novembro

 

O período mais aguardado pelos candidatos que querem ingressar no ensino superior está se aproximando: as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2024) estão marcadas para os dias 3 e 10 de novembro. Apesar do curto prazo, o momento não é para desespero nem para exagero nos estudos. De acordo com o coordenador do Pré-vestibular Bernoulli, Vinicius Costa, é o momento de controlar a ansiedade, estudar, fazer simulados e analisar as provas anteriores.

 

Ele afirma que é fundamental ter uma preparação que leve em conta a organização do tempo. “A prova do Enem é muito densa e precisa ser analisada para que o candidato não fique sem tempo para responder todas as questões. Por isso, o ideal é montar uma estratégia. Primeiro, ele precisa fazer as questões fáceis, depois as médias e, por fim, as difíceis, para que consiga fazer toda a prova e ter uma pontuação melhor”, sugere.

 

A menos de um mês das provas, o coordenador acredita ser fundamental fazer redações e pesquisar temas atuais que possam cair na prova. “O candidato precisa identificar suas fragilidades para poder melhorar e revisar os assuntos que ainda não foram assimilados”, afirma.

 

Para se dar bem nas provas - seja do Enem ou vestibulares - é importante, na avaliação do coordenador do pré-vestibular, resolver e analisar provas antigas. “Como o Enem tem uma matriz específica, de habilidades e competências, o estilo da prova não muda muito. Então, o candidato pode identificar esse modelo, além de conteúdos e temas que são mais recorrentes, para chegar na prova com a condição melhor”, explica.

 

Como o Enem é uma prova longa, estilo maratona, isso requer cuidados que vão além de dominar o conteúdo, especialmente na reta final de preparação, como horários de sono, exercícios físicos, alimentação adequada e relaxamento. Ter disciplina e foco é importante também para não deixar o conteúdo acumular, evitando que o estudante fique mais ansioso com a proximidade do exame.

 


DICAS DE COMO ESTUDAR PARA O ENEM


- Não deixe o conteúdo acumular;


- Tenha uma rotina de estudos;


- Faça um planejamento, com definição de horários e metas;


- Procure conhecer a prova;


- Resolva exercícios para fixar o conteúdo;


- Faça simulados para gerar familiaridade com a prova e testar seus conhecimentos;


- Revise o que foi estudado;


- Adquira um bom material didático atualizado;


- Faça pelo menos uma redação por semana;


- Dê breves pausas durante o estudo;


- Procure se manter atualizado;


- Cuide de sua saúde física e mental: boa alimentação, exercícios físicos, relaxamento e horário para dormir.

 


Para o dia do exame:


- Fique de olho no horário, que é o mesmo de Brasília.


- Lembre-se de levar caneta esferográfica transparente de tinta preta e documento de identidade com foto original. É bom levar o comprovante de inscrição, pois contém o endereço da prova;


- Leve uma garrafinha de água e lanche.

 

Turismo religioso: o impacto em Aparecida do Norte


Como o Santuário Nacional de Aparecida transforma a economia local e sustenta a fé de milhões de devotos

 

O turismo religioso tem um impacto econômico significativo em diversas localidades, especialmente em Aparecida do Norte, São Paulo. O Santuário Nacional de Aparecida é um dos maiores pontos de peregrinação do Brasil e abriga a famosa imagem de Nossa Senhora Aparecida. Este santuário é a segunda maior igreja do mundo, perdendo apenas para a Basílica de São Pedro, no Vaticano. 


A área total do Santuário é impressionante, sendo maior do que a do Vaticano, e sua capacidade varia entre 45 mil e 70 mil pessoas. A cada ano, o Santuário recebe cerca de 13 milhões de visitantes, o que demonstra a grande relevância do local para os devotos. E esse número só cresce. De acordo com dados do Hurb, empresa de tecnologia que atua no mercado de turismo há 13 anos, a quantidade de reservas para Aparecida no segundo semestre deste ano subiram 39,6% em relação ao mesmo período do ano passado.


Além da nave, que é a parte principal da igreja, o Santuário conta com seis capelas, sendo três externas (capela do Batismo, capela da Ressurreição e capela das Velas) e três internas (capela do Santíssimo, capela dos Apóstolos e capela de São José). A Torre Brasília, que abriga o Museu de Nossa Senhora Aparecida e o Mirante do Santuário, tem 100 metros de altura e proporciona uma vista da cidade de Aparecida, do Rio Paraíba do Sul e até da cidade vizinha.


O ponto mais visitado do Santuário é o nicho da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi encontrada por pescadores em 1717, nas águas do Rio Paraíba do Sul, no Porto Itaguaçu. A imagem original é protegida por um vidro blindado e fica a cerca de 4 metros do chão. O acesso à imagem é separado, e o piso em torno dela tem um significado especial, fazendo alusão às águas do rio onde a imagem foi descoberta.


A cidade de Aparecida recebe mais turistas do que a Torre Eiffel, que atrai cerca de 8 milhões de visitantes por ano, e mais do que o dobro dos cinco milhões de visitantes que o Vaticano recebe anualmente. Esse fluxo constante de peregrinos e devotos tem um impacto direto na vida dos 36 mil habitantes da região. Ao visitarem a Basílica, os turistas não apenas praticam sua fé, mas também consomem em restaurantes, se hospedam em hotéis e compram produtos em feiras de artesanato local. Isso garante o sustento de milhares de comerciantes que dependem do turismo religioso.


A importância econômica deste modelo de turismo em Aparecida é evidente. Durante os anos da pandemia, a diminuição drástica do movimento turístico resultou em um alarmante aumento do desemprego local, que chegou a 70% da população. Essa realidade destaca a necessidade de um turismo saudável para a manutenção das atividades econômicas e sociais da cidade. 

 

Aparecida do Norte se afirma como um centro de fé e devoção, ao mesmo tempo que é um exemplo claro de como o turismo religioso pode gerar impactos econômicos significativos, sustentando uma comunidade e contribuindo para a preservação de tradições culturais e religiosas. 



Hurb
imprensa@hurb.com


Posts mais acessados