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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Plan International Brasil lança pesquisa Por Ser Menina no Brasil

Estudo ouviu 2.589 participantes de 10 cidades nas cinco regiões do país para entender como as meninas vivem, o que esperam para o futuro, como se sentem como meninas, as diferenças entre gêneros e seus impactos. Meninas negras são maioria entre as que trabalham e são mães na adolescência

 

A Plan International Brasil, organização humanitária, não-governamental e sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas, está lançando uma nova edição da pesquisa Por Ser Menina no Brasil, que traz um olhar sobre a vida das meninas e as diferenças de gênero dentro de casa, na escola, on-line, na rua e na sociedade como um todo, aprofundando a compreensão sobre o impacto que essas desigualdades causam. O estudo se debruça também sobre o entendimento a respeito do que elas querem para o futuro e como se preparam para isso, além de uma percepção sobre o que é ser menina.

 

Realizada no contexto da pandemia, a pesquisa adotou um modelo híbrido quantitativo (survey) e qualitativo (por meio de reuniões em grupos focais), para ouvir 2.589 participantes de 14 a 19 anos. As meninas são de dez cidades nas cinco regiões brasileiras: Brasília (DF), Cachoeirinha (RS), Codó (MA), Formosa (GO), Jacareí (SP), Manaus (AM), Maués (AM), Porto Alegre (RS), São Luís (MA) e São Paulo (SP). Assim, a pesquisa representa uma tendência do que é ser menina, especialmente nas capitais e cidades médias (de 100 mil a 350 mil habitantes). A pesquisa foi encomendada pela Plan International Brasil e executada pela consultoria Tewá 225.

 

O estudo mostra que 85,7% das participantes gostam de ser meninas, um percentual superior aos 75,4% registrados em 2014, quando a Plan realizou a primeira edição – naquela ocasião com meninas de 6 a 13 anos. A pesquisa revela que a percepção das jovens sobre o que é ser menina é influenciada por seu contexto de interações e sua rede de cuidados. Os desafios variam, mas permanecem, em todos os seus ambientes de interação: em casa, na escola, na rua, na internet e na sua comunidade. Mas não é fácil ser menina: 69,4% delas revelaram sentirem seus direitos desrespeitados por serem meninas/mulheres. “Sabemos o quão relevante é traduzirmos em dados o que acontece com as meninas para que possamos engajar mais atores na transformação da sociedade que vivemos”, afirma Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil.

 

Os modelos sociais existentes ainda reforçam desigualdades de gênero e atrapalham o pleno desenvolvimento das meninas. Dentro de casa, elas ainda realizam o dobro de trabalhos domésticos que os meninos (67,2% das meninas contra 31,9% dos meninos), o que valida a tese de que as meninas são precocemente responsabilizadas pelo cuidado com o lar e com as pessoas. Assim, elas têm menos tempo para os estudos, lazer e atividades de desenvolvimento para a vida. A carga de trabalho doméstico piorou durante a pandemia: 54,6% das meninas disseram que as tarefas aumentaram.

 

“Quando minha avó faleceu de Covid, as coisas ficaram mais difíceis. É como se eu não conseguisse me manter na escola, não conseguia cuidar direito dos meus irmãos, limpar a casa, enquanto minha mãe estava fora. O que mais me chateou foi que ela [mãe] não entendeu, ela simplesmente queria que eu tivesse notas boas independente de tudo, que eu limpasse a casa independente de tudo”, afirma uma menina de 14 anos, de Manaus.


“Na nossa vila, a questão mais evidente é das tarefas domésticas. É mais evidente a desigualdade entre meninos e meninas. Sempre que você vai numa casa, você vai ver uma menina lavando louça, varrendo e o menino lá, sem fazer nada”, diz uma menina de 18 anos, de São Luís.


 

Dentro de casa


A pesquisa aponta que as meninas realizam mais atividades dentro de casa do que fora dela, em comparação com os meninos. Enquanto elas navegam na internet, estudam e fazem tarefas domésticas, eles saem mais para trabalhar/ganhar dinheiro, brincar, socializar com amigos na rua e praticar esportes. Até pelo tempo que passam dentro de casa, o ambiente doméstico é onde as meninas se sentem seguras e cuidadas. Mas a casa também pode ser um ambiente carregado de conflitos, silenciamentos e punições. As mães desempenham um papel de destaque e são as responsáveis pelos lares (63,1%). É delas também o papel de referência e abertura para todo tipo de conversa.

 

“Aqui em casa, sou bem aberta com a minha mãe, ela sempre tenta me ajudar, dar conselhos, falar sobre as coisas. Ela me ajuda bastante”, afirma uma menina de 15 anos, de São Paulo.


 

Violência


É dentro de casa também que as meninas mais sofrem com a violência física (30,7%), violência sexual (24,7%) e violência psicológica (29,5%). Quase todas as participantes da pesquisa (94,2%) já presenciaram ao menos uma situação de violência com elas ou pessoas próximas.

 

A maior parte das meninas busca a rede familiar para pedir ajuda (28,4%). Mas um dado preocupante é de que 25,9% das meninas não procuraram ajuda. Elas relatam que os pais e adultos responsáveis não acreditaram nelas, o que levou ao não encaminhamento dos casos.

 

Depois da casa, a escola também é apontada como um local de violência. É onde elas mais sofrem assédio (32,4%) e violência de gênero (25,4%), e o segundo maior na violência sexual (24%). Já a rua é um ambiente hostil: 57% das meninas sentem medo de andar na rua e 23,4% se sentem humilhadas.

 

“Na escola que eu estudava, no Ensino Médio, era dia de educação física e eu fui com shorts saia de educação física. Fui chamada pela vice-diretora e ela disse que tinha que trocar minha roupa. Perguntei por que se não tinha regras de vestimenta na escola. E aí ela disse que se eu fosse assediada com aquela roupa eu não teria direito de reclamar e que eu estaria pedindo para ser assediada por causa da roupa que eu tava usando. Ouvir isso de uma outra mulher, mais velha, diretora, que deveria me proteger, foi horrível”, relata uma jovem de 19 anos, de Porto Alegre (RS).


 

Saúde


As meninas que já são mães representam 3,2% das participantes da pesquisa. Entre elas, 74,1% são negras, 21% brancas, 3,7% indígenas e 1,2% amarelas. Na faixa etária, 48,2% têm entre 18 e 19 anos, 37% têm entre 16 e 17 anos e 14,8% têm 14 ou 15 anos. As meninas negras são as mães na faixa etária mais jovem, o que pode representar maior vulnerabilidade social.

 

A menstruação ainda é um tabu para meninas e adultos. Algumas delas mencionaram que são retiradas das aulas de educação física quando estão menstruadas, evidenciando um desconhecimento de como abordar o assunto. O banheiro feminino da escola também foi destacado como um ambiente hostil pelos olhares julgadores que ocorrem entre as meninas no período menstrual.

 

Embora 92,4% das meninas tenham respondido que têm conhecimento sobre prevenção sexual, apenas 44,1% já passaram por uma consulta ginecológica. A pesquisa revela que a renda familiar influencia diretamente o acesso às consultas. Meninas com renda familiar acima de 6 salários-mínimos são as que mais responderam positivamente sobre o tema, com 67,8%. Já entre as que estão em famílias com renda familiar de até 1 salário-mínimo, a taxa de consultas cai para 31,6%. Em geral, as meninas que mais foram a uma consulta ginecológica são as que usam algum método anticoncepcional.

 

A saúde mental das meninas também se tornou um dos temas da pesquisa. Sobretudo por causa da pandemia, elas relataram uma piora significativa na saúde mental (76,6%), com os impactos do aumento do convívio familiar excessivo, da suspensão das atividades de sociabilidade, do uso excessivo de telas e de uma sensação pronunciada de solidão.

“Hoje em dia, faço um acompanhamento, gosto muito, me sinto muito segura, desabafo sobre tudo que tá acontecendo, mas por causa dessa pandemia”, relata uma menina de 16 anos, de Formosa (GO).


 

Sexualidade


Uma das dimensões da pesquisa foi a diversidade das meninas quanto à sexualidade: 99,5% das meninas tiveram o sexo do nascimento classificado como feminino, 0,3% masculino e 0,2% intersexo. Quando questionadas sobre a identidade de gênero, 95,2% responderam que se compreendem como cisgênero, 0,9% transgênero e 3,9% como não binárias. Já em relação à orientação sexual, 62,6% das meninas se identificaram como heterossexuais, seguido de 23,6% bissexuais, 4,7% pansexuais, 2,9% lésbicas, 1,6% assexuais e 4,6% outras.

 

A equipe de pesquisa encontrou barreiras para dialogar sobre o assunto por falta de vocabulário das meninas, que, no geral, demonstram pouco repertório quando o assunto é gênero, orientação sexual e transexualidade. Todas se posicionam a favor de respeitar as diferenças e têm uma postura educativa em relação às gerações mais velhas. O maior repertório está entre as meninas que pertencem à comunidade LGBTQIAP+.

 

As meninas percebem na prática a diferença de liberdade para experimentarem sua sexualidade em relação aos meninos, identificando barreiras de gênero associadas a julgamentos que as desvalorizam enquanto ressaltam a sexualidade dos meninos como algo positivo. As barreiras e os julgamentos ocorrem tanto na família quanto com amigos.


 

Educação


As meninas veem a educação como parte importante de sua formação para o futuro e querem fazer faculdade. Mas há uma série de limitações pelo caminho. Estudar é a segunda principal atividade realizada por elas (a primeira é navegar na internet), mas apenas a quinta na escala de prioridade dos meninos. Em geral, as meninas estão dentro da idade esperada para os ciclos escolares.

 

Quase uma a cada cinco meninas (18,2%) precisou interromper os estudos. A pandemia gerou profundas dificuldades de acesso das meninas às escolas e foi citada por 19,3% das participantes como a causa da exclusão escolar. No Maranhão, essa causa chegou a 30,7% e no Amazonas a 21,4%. As meninas se sentem exaustas com as aulas on-line. O segundo motivo mais citado foi a perda de vontade de estudar, com 17,6% do total. Há também outras razões: 11,2% das meninas amazonenses deixaram de estudar para ajudar nos afazeres domésticos e 22,8% das gaúchas que pararam de estudar alegaram que a razão foi a falta de professores nas escolas.

 

O cruzamento de dados educacionais com a dimensão territorial permite verificar que o Amazonas é o estado onde houve maior percentual de exclusão escolar (32,8%), divergindo da tendência dos demais estados e das médias nacional (7,6%) e regional (Norte com 9,2%), seguido do Rio Grande do Sul como o segundo maior (18,6%). Já o estado de Goiás é o que apresentou menor percentual de meninas que pararam de estudar, com 12,1%, ainda assim, o dobro da média nacional apontada pelo IBGE em 2019.

 

Vale destacar ainda como a gravidez precoce prejudica os estudos das meninas: 4,9% delas deixaram de estudar por causa da gestação. Esse número foi a 8,2% entre as meninas que deixaram a escola no Amazonas e a 6,8% no Maranhão.

 

“Eu tinha uma colega que os pais dela têm um supermercado e ela é a única, de três irmãos, (outros dois meninos) que teve que parar de estudar, porque os dois irmãos dela queriam jogar bola, entrar naquelas escolas e ela teve que parar de estudar para assumir o supermercado. Eu achei isso super errado, porque tão privando ela de um direito básico, que é educação”, conta uma menina de 16 anos, de Cachoeirinha (RS).


 

Ambiente on-line


Os horizontes das meninas estão se ampliando e o contexto da pandemia transformou o ambiente on-line em mais um dos espaços frequentados pelas meninas. Navegar na internet é a atividade que elas realizam com mais frequência e 83,4% aumentaram o tempo conectadas durante a pandemia. É no mundo digital que elas se informam, interagem socialmente e se aliam a movimentos sociais.

 

Mas o ambiente on-line também é hostil, um espaço de assédio onde há uma diferença clara e marcante sobre como homens e mulheres são avaliados e julgados, especialmente nas redes sociais e nos jogos on-line – conforme a pesquisa global “Liberdade On-line?”, da Plan International já havia apontado em 2020. As meninas denunciam a hipersexualização das mulheres na internet: 70,2% das meninas identificaram ter sofrido violência de gênero na internet, com o vazamento de dados, golpes e assédio sexual.

 

O acesso das meninas à internet é realizado, em sua maioria, com equipamentos eletrônicos próprios: 78,3% das participantes têm celular, notebook ou tablet – o que reflete o acesso das meninas à própria pesquisa.


 

Trabalho, sonhos e futuro


Quase uma a cada cinco meninas (18,6%) trabalha. Esse número aumenta no Rio Grande do Sul (26,1%) e em São Paulo (21%). Já Goiás (16,3%), Amazonas (14%) e Maranhão (13,7%) tiveram uma média menor. No geral, há uma concentração de trabalhadoras com idade entre 18 e 19 anos (43%), seguido de 16 e 17 anos (41,4%). No recorte por raça, 37,4% das meninas que trabalham são negras, 20,3% são amarelas, 20% são brancas e apenas 4,5% são indígenas.

 

As meninas que trabalham o fazem por conta própria e costumam recorrer a bicos, aplicativos e trabalhos informais (29,1%). Também no mercado informal estão outras 26,6%. Apenas 24,9% das trabalhadoras têm carteira de trabalho assinada (CLT).

 

As meninas estão em um cenário de instabilidades, informalidade e incertezas em relação ao trabalho. Essa informalidade, que pode comprometer o futuro das meninas, ainda não surge como um fator de tanta preocupação. Para 64,6% das meninas, as atividades realizadas atualmente as levarão ao futuro que desejam.

 

A conclusão da pesquisa destaca um ponto importante sobre os sonhos das meninas, que incluem o sucesso profissional e a independência financeira. “Em grande parte, esse desejo está atrelado a não repetir os padrões familiares: mães que eram dependentes de maridos financeiramente e que precisaram romper com dureza essas relações e adentrar a realidade de mães solo com todos os pesos que a sociedade impõe a isso, ou ainda, manter-se em relações não saudáveis por conta de dependência financeira. Entre as conquistas que elas mais desejam, mencionam casa própria, carro, viajar para o exterior e cuidar dos genitores.”

 

O estudo também destaca que as meninas sonham com um futuro sem filhos, e por vezes sem relacionamentos amorosos. Há relatos de “quero estar sozinha”, “quero morar sozinha”, “sem filhos”, “sem uma família tradicional” em todas as regiões. “Esse fato pode estar relacionado às meninas cada vez mais rejeitarem modelos passados de relacionamento, família, encontrando-se em um campo de oportunidades para rediscutir o que é relacionamento saudável, os valores que levam uma mulher a querer ou não a maternidade, seus direitos, e por fim, o que representa sua independência”, destaca outro trecho da pesquisa.


 

Metodologia


A pesquisa contou com a chancela da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), que avaliou a aprovou em seu comitê de ética todos os instrumentos de pesquisa e de proteção e salvaguarda. A faculdade também acompanhou o processo, validando os ajustes realizados no período de pesquisa para ampliar a abordagem do público-alvo.

“Foi um desafio coletar dados primários durante a pandemia, especialmente pelo risco do trabalho de campo. Porém nossa abordagem metodológica permitiu consorciar estratégias on-line e presenciais em territórios de menor acesso à internet, a fim de garantir a representatividade das meninas no estudo”, diz Luciana Sonck, sócia fundadora da Tewá 225.

nos.

 

 

Sobre a Plan International

A Plan International é uma organização humanitária, não-governamental e sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. Acreditamos no potencial de todas as crianças, mas sabemos que isso é muitas vezes reprimido por questões como pobreza, violência, exclusão e discriminação. E as meninas são as maiores afetadas. Trabalhando em conjunto com uma rede de parcerias, enfrentamos as causas dos desafios de meninas e crianças em situação vulnerável. Impulsionamos mudanças na prática e na política nos níveis local, nacional e global, utilizando o nosso alcance, a nossa experiência e o nosso conhecimento. Construímos parcerias poderosas há mais de 80 anos e que se encontram hoje ativas em mais de 70 países.


 

Sobre a Plan International Brasil

A Plan International chegou ao Brasil em 1997. Desde então, se dedica a garantir os direitos e promover o protagonismo das crianças, adolescentes e jovens, especialmente meninas, por meio de seus projetos, programas e ações de incidência e de mobilização social. Tem também viabilizado condições de subsistência em comunidades que sequer tinham acesso a recursos essenciais, como a água. Implementamos projetos no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo. Nossas estratégias, atuando em rede com outras organizações do terceiro setor e movimentos sociais, têm pautado as demandas das meninas em novos espaços do Legislativo, Executivo e na sociedade civil, alcançando todo o território nacional. Considerada uma das organizações mais confiáveis do país, a Plan International Brasil ficou entre as 100 Melhores ONGs do país em 2020 e recebeu a certificação A+ no Selo Doar Gestão e Transparência. A Plan acredita que um mundo melhor para as meninas é um mundo melhor para todas as pessoas. E, para construir uma sociedade mais justa e igualitária, conta com o apoio de embaixadoras como Ana Paula Padrão, Thainá Duarte, Joyce Ribeiro e Astrid Fontenelle. Mais informações: www.plan.org.br


 

Sobre a Tewá 225

Especializada no atendimento a desafios territoriais complexos, a consultoria Tewá 225 atua, desde 2013, apoiando organizações, empresas e governos com programas e projetos voltados à transformação social e ao impacto positivo. Suas duas frentes de atuação são a geração de conhecimento e as dinâmicas territoriais, onde atuam desde a formulação da estratégia de intervenção nos territórios até a avaliação de impacto, com metodologias participativas.


Avanço da vacinação contra a Covid-19 é oportunidade para realizar doação no Banco de Sangue do HSPE

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Os estoques ainda estão 31% abaixo do esperado e preocupam os especialistas quanto a possíveis emergências


Dados do Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) mostram um aumento de 20% no número de doações entre outubro de 2020 e 2021 devido ao avanço da vacinação contra a Covid-19. Segundo o Dr. Fabio Lino, diretor do Serviço de Hemoterapia, "as pessoas se sentem mais seguras para sair de casa e estão mais conscientes também da importância da doação de sangue", explica.

Ainda que o volume de sangue doado neste ano tenha suprido as demandas de rotina do HSPE, os estoques estão 31% abaixo do esperado e preocupa os especialistas quanto a possíveis emergências.

Em 2019, 13.083 pessoas doaram sangue no HSPE entre janeiro e outubro. No mesmo período de 2021 apenas 9.065, o que significa que o número de doações ainda é baixo se comparado aos anos anteriores. "Os estoques precisam estar cheios. E neste 25 de novembro, Dia Nacional do Doador de Sangue, é a chance de fazer a diferença", explica Fabio.

Antes de doar, veja abaixo alguns dos critérios necessários de acordo com as orientações do Ministério da Saúde:

- Estar em boas condições de saúde;
- Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (Menores devem estar acompanhados do responsável legal para doar);
- Pesar no mínimo 50kg;
- Estar alimentado (evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem o procedimento);
- Estar descansado;
- Candidatos que estiveram no exterior não podem doar sangue por 14 dias a partir da data do retorno;
- Voluntários que tiveram contato com casos suspeitos e confirmados de Covid-19 ficam impedidos de doar sangue por 14 dias;
- Doadores que apresentaram sintomas de possível infecção pelo novo coronavírus (casos suspeitos) poderão doar sangue após 14 dias do desaparecimento dos sintomas;
- Aqueles que apresentaram diagnóstico positivo de Covid-19 só poderão doar sangue após 30 dias da recuperação clínica completa (sem sintomas).

O Banco de Sangue do HSPE funciona de segunda a sexta, das 9h às 16h, e aos sábado, das 8h às 16h. O acesso é pela Rua Pedro de Toledo, 1.800, Vila Clementino, São Paulo/SP. Próximo à estação de metrô AACD-Servidor, linha Lilás.

É importante ressaltar que são impedidos de doar sangue os diagnosticados com Covid-19, durante 30 dias após o fim dos sintomas. Já os que foram vacinados contra a doença com a CoronaVac, devem esperar 2 dias, com a AstraZeneca/Oxford e a Pfizer 7 dias, para realizar o procedimento, de acordo com informe técnico do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 do Ministério da Saúde.


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe


Porque 65% das varizes voltam? Vascular explica!

As chances variam de 7 a 65% de acordo com a literatura médica, mas tem explicação e precaução


Algumas varizes tratadas podem voltar sim, mas se forem provenientes de fatores genéticos, ou seja, em pessoas que herdam essa tendência de algum familiar. "Quando isso acontece, significa que a pessoa possui alterações nas válvulas presentes dentro das veias. E mesmo quando uma veia varicosa é tratada, as outras consideradas ‘normais’ podem vir a se tornarem ‘defeituosas’ futuramente já que possuem a mesma carga genética", explica Dr. Caio Focássio, cirurgião vascular da capital paulista.

E não é só isso. O vascular conta que outras situações como alterações hormonais, ficar muito tempo em pé parado ou sentado, ser sedentário e pós ou durante a gravidez são alguns dos fatores que também podem influenciar. "Por isso, quem sofre com o problema precisa manter o acompanhamento médico regular para identificar a volta das varizes e manter o tratamento para evitar as complicações - como as úlceras venosas, por exemplo", alerta o médico.

Para retardar o reaparecimento das varizes, Dr Caio aconselha realizar medidas que melhorem o retorno venoso, como a prática de exercícios físicos, a manutenção do peso e ainda evitar uso de hormônios femininos. "São medidas que podem ajudar a evitar o problema".

 


Dr. Caio Focássio - Cirurgião vascular formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Pós graduado em Cirurgia Endovascular pelo Hospiten - Tenrife (Espanha). Médico assistente da Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.

Instagram: @drcaiofocassiovascular


Glossário: Conheça 10 termos diferentes usados durante a Gravidez

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Pediatra da Criogênesis explica expressões importantes que são utilizadas no período de gestação


Com a chegada da gravidez e a visita frequente aos consultórios médicos, as gestantes começam a ouvir diferentes termos, utilizados para se referir a procedimentos comuns durante o período gestacional. Para explica-los melhor, Dr. Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra da Criogênesis, escolheu 10 palavras que são frequentemente usadas e esclarece seus significados:

1. Altura uterina

A altura uterina é a medida que avalia o desenvolvimento do bebê e o ganho de peso gestacional. Feita com o uso de fita métrica, é indicada sua realização a partir do quinto mês de gravidez, quando o útero se torna visível.

 

2. BCF

O termo refere-se aos batimentos cardíacos fetais, que variam durante todo o período de gravidez. O obstetra explica que, a partir de cinco semanas, já é possível ouvir o barulho do coração do bebê, que é detectado através do ultrassom.

 

3. Colostro

O primeiro leite produzido pela mãe durante o período de amamentação é chamado de colostro. Ideal para o alimento do recém-nascido, o líquido concentrado é bastante rico em proteínas e nutrientes, que é completo para a nutrição do bebê. "Além disso, ele possui baixo teor de gordura, com digestão mais facilitada", afirma.

 

4. DPP

A sigla significa "Data Provável de Parto" e é utilizada para prever a época estimada de nascimento da criança. O cálculo é feito baseado na última menstruação da mulher, sendo acrescentado 9 meses e 7 dias, tempo médio de uma gravidez humana.

5. Hiperêmese gravídica

Apesar de no início da gestação ser normal haver enjoos, a hiperêmese gravídica é uma versão extrema das náuseas, causando vômitos excessivos. Oliveira, explica que devido ao aumento descontrolado de hormônios, a condição pode levar a desidratação e perda de peso, sendo necessário acompanhamento médico.

 

6. Líquido Amniótico

O fluido que envolve o bebê, preenche a bolsa e a cavidade uterina é chamado de líquido amniótico. Com variados componentes vitais, ele consiste em água, nutrientes, hormônios e citocinas - proteínas que modulam outras células - que realizam a proteção do feto. Sua produção acontece 12 dias após o início da gestação.

 

7. Mecônio

Produzida pelo intestino do bebê antes do parto e normalmente liberada nos primeiros dias do recém-nascido, o mecônio é a matéria fecal expelida por ele após o início da amamentação. De coloração escura, em alguns casos é eliminado no líquido amniótico.

 

8. Raquidiana

A raquidiana é um tipo de anestesia comumente usada em partos para aliviar a dor. A técnica, feita em parto normal ou cesariana, consiste na perda de sensibilidade da parte inferior do corpo para o alívio dos sintomas do parto.

9. Translucência Nucal

O exame feito em ultrassom consiste em medir a quantidade de líquido atrás da nuca do feto, para avaliar possíveis problemas genético. Segundo o especialista, o procedimento é realizado no primeiro trimestre de gravidez e é a principal fonte para detecção de má-formação e a Síndrome de Down, por exemplo, no período gestacional.

 

10. Vérnix

Vérnix caseoso é uma substância gordurosa encontrada bebês após o nascimento, que protege a pele sensível contra microrganismos e ajuda na termorregulação. Com aspecto de cera, a matéria é retirada no primeiro banho do recém-nascido, indicada somente 24h após o parto.

Criogênesis


Excessos de final de ano: veja dicas para aproveitar as festas sem pôr a saúde em risco

Final de ano é época de confraternizações, Natal, réveillon, férias, muita comida e bebida! Mesmo quem é regrado o ano inteiro com a alimentação, não resiste à tentação e acaba se deixando levar pelas deliciosas iguarias, sem sequer pensar nas consequências. E aí que mora o perigo. 

Um estudo da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, apontou que bactérias presentes em nosso sistema digestivo sofrem um impacto quando ingerimos alimentos ricos em gordura, por exemplo, e que a proporção entre bactérias benéficas e microrganismos prejudiciais pode ser alterada pela má alimentação.

 

“Daí a importância com os cuidados, que podem evitar não só o excesso de calorias ingeridas, mas também problemas gastrointestinais”, afirma o nutricionista Eric Naegeli, especialista em Tecnologia de Alimentos e Suplementação, e coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Mix Nutri, indústria de alimentos funcionais e suplementos alimentares.

 

Segundo ele, os abusos podem causar até quadros mais graves de descompensações metabólicas, com elevação das taxas de glicose, colesterol, triglicérides e ácido úrico, aumento da pressão arterial ou ainda arritmias cardíacas pelos excessos de refrigerante; formação de cálculos renais e acidentes com o uso excessivo de álcool. O excesso de açúcar e sal pode também precipitar quadros de labirintites e tonturas, causando edema e elevação da pressão arterial.

 

A dica é tentar o equilíbrio, não se privando do prazer de comer e beber, mas com bom senso. Confira as dicas do nutricionista Eric Naegeli:


 

Seja seletivo e criativo nos pratos


Quem não gosta de um salgado? Esse é o tipo de item que está sempre presente em festas. Opte pelos assados, como empanadas, pães de forno, esfihas, empadas, quiches, entre outros. “Mesmo sendo calóricos, são mais saudáveis do que os salgados fritos, como coxinhas, quibes, croquetes, bolinhas de queijo, risoles, entre outros”.

 

No caso de sanduíches, é possível preparar desde o básico lanche de peito de peru, até optar por outros ingredientes, como alface, tomate, milho, cenoura picada, frango desfiado e queijo branco. Dê preferência ao pão light ou ao integral, rico em fibras. Evite usar molhos, maionese ou manteiga. Utilize outros ingredientes para realçar o sabor, como ervas e especiarias.

 

Nas ceias, dê uma volta na mesa antes de se servir e seja seletivo. Escolha poucos itens e coloque porções pequenas no prato. Se possível, tente equilibrar carboidratos com proteínas. Uma boa dica é começar com um farto prato de salada, que ocupará parte do estômago e induzirá maior saciedade. “Além disso, coma devagar. Existe um lapso entre a entrada do alimento no estômago e a comunicação com o cérebro. Comendo lentamente, aumentamos a sinalização de saciedade e, por consequência, ingerimos menos comida”, explica Eric Naegeli.

 

Segundo ele, outra questão é o excesso no consumo de comidas com alto índice de gordura e açúcar. “Quando o organismo não dá conta de processar altas quantidades dessas substâncias, pode ocorrer a chamada diarreia hiperosmolar. Trata-se de uma tentativa do corpo de rejeitar os alimentos ingeridos por incapacidade de digestão. Nesse quadro, a contração intestinal é estimulada pelo próprio organismo (em um movimento chamado peristalse), e sintomas como vômitos também podem se manifestar”.


 

Beba com responsabilidade


Bebida alcoólica nas festas de final de ano é praticamente uma tradição, até mesmo para quem não tem costume de beber. Dê preferência ao gim e ao saquê, que são menos calóricos. Se você não resiste a um bom vinho, escolha os mais secos. Se for de cerveja, prefira as de baixas calorias ou até sem álcool. “Em 100 ml, a cerveja sem álcool tem 24 calorias, enquanto que a alcoólica contém 43 calorias”, aponta Eric.

 

Mas, independentemente da sua opção, o álcool em excesso pode causar irritação da mucosa do estômago e esôfago, favorecendo gastrites e esofagites, úlceras e, eventualmente, sangramento digestivo. Além disso, pode acarretar hipoglicemia em razão do álcool diminuir as reservas de açúcar do fígado.

 

Uma alternativa é intercalar a bebida com água, já que o álcool favorece a desidratação do organismo por inibir o hormônio antidiurético, responsável por reter água no corpo.

 

“Se você tem o hábito de comer cereais, legumes, frutas e verduras; consome água com frequência; e pratica atividade física regular, não se prive de comer alguns alimentos que não estão na sua rotina. Apenas use o bom senso e tenha moderação. Assim, você não fica na vontade e nem prejudica sua saúde”, finaliza o nutricionista da Mix Nutri, Eric Naegeli.


Fim do estresse de final de ano de maneira natural

Naturalmente o estresse aumenta com a chegada do final de ano. Essa correria para tentar cumprir prazos, finalizar o ano letivo e fiscal, organizar as despesas extras juntos com as festas e viagens de fim de ano, além do estresse, provoca também a depressão. O farmacêutico homeopata Jamar Tejada da capital paulista, revela receitas básicas de sucos que vão mandar o estrese para bem longe.

 

Todo final de ano é a mesma coisa: Correria, trabalho, cobrança...e o resultado é o cortisol nas alturas - esse hormônio que é produzido pelas glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima dos rins, serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. Os níveis deste importante hormônio variam no organismo e está diretamente ligado com as atividades diárias e a serotonina - que é responsável pela sensação de prazer e de bem-estar.

Para ajudar a controlar o inimigo nº1 do final de ano, Jamar Tejada, farmacêutico homeopata da capital paulista, deixa dicas de dois sucos anti estresse que vão ajudar a reequilibrar o cortisol, e consequentemente controlar o estresse.


Morango

Bata 5 morangos ou framboesa ou amora, 4 maçãs descascadas, polpa de um maracujá, 2colheres (chá) de levedo de cerveja e 2 copos de água de coco gelada! Beba em seguida.


Abacaxi com couve

Bata no liquidificador 1/2 folha de couve (grande), 1 colher (sopa) de salsa, 2 copos de água de coco, 3 folhas de hortelã, 1 fatia de abacaxi, 1 castanha-do-pará e o suco de meio limão. Beba imediatamente, sem coar.



Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008. @ tejard


O sistema imunológico da gestação à idade adulta

Ambiente fechado, com ar não renovável, telas eletrônicas em excesso e o sedentarismo comprometem a educação imune adequada


A grande função do sistema imunológico é reconhecer o que é próprio (self) do que é estranho (non self) fazendo com que de maneira silenciosa o organismo tolere moléculas e células que lhe pertencem de forma que seja desfrutada a festa da vida. 

 

Cabe ainda ao sistema imune eliminar as proteínas estranhas dos micróbios e tolerar os alimentos que são os essenciais para a manutenção da vida e para isso é necessário que compreendamos a importância do microbioma nesta modulação imunológica.

 

“Precisamos aprender que a função essencial do sistema imune é reconhecer e integrar bem e harmonizar o que lhe é próprio, fazendo do organismo um todo em sua complexidade e, assim, quando isso acontece, a imunidade encontra-se plena e é capaz de reconhecer o que é estranho como os vírus e bactérias com ação na medida certa, sem respostas débeis ou exageradas ou inapropriadas”, explica o Dr. Emanuel Sarinho, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

 

Segundo Dr. Sarinho, a época mais importante para investir em um adequado desenvolvimento do sistema imune abrange desde a gestação até o segundo ano de vida: é a grande janela de oportunidade de investimento na saúde imunológica. Os cuidados iniciam-se pela dieta materna, passam pelo parto vaginal, onde o sistema imunológico entra em contato com as bactérias benéficas, continuam com o aleitamento materno, que além de ser o melhor o alimento também é o melhor potencializador do sistema imunológico, e com uma dieta da criança que deve ser integral, natural e rica em fibras e através do contato da criança com a biodiversidade existente na natureza: ou seja mais espaço verde e azul, que representam uma vida ao ar livre sem poluição.

 

EII - As imunodeficiências primárias ou erros inatos da imunidade (EII) se manifestam principalmente na infância e podem ser por deficiências de células, de anticorpos e de outros componentes auxiliares do sistema imune. Atualmente, reconhecem-se centenas delas e a cada dia se descobre uma nova deficiência genética imunológica, mas a mais clássica é a deficiência acentuada ou falta dos anticorpos (doença de Brutton ou Hipogamaglobulinemia) e a mais comum é a deficiência de IgA, que pode ser assintomática e ocorre em 1 a cada 500 pessoas.


 

Adolescência - Da mesma forma que ocorre um marco endócrino e neuropsíquico na transição da infância para a adolescência, podemos dizer que o mesmo acontece com o sistema imune. “Aos 12 anos o sistema imunológico do indivíduo que apresenta desenvolvimento adequado deve continuar a responder aos estímulos internos de tolerância imune com plena harmonia, e apresentar maturidade plena de resposta aos estímulos externos contra proteínas estranhas oriundas de forma a conter e eliminar os agressores com potencialidade plena”, explica o presidente da ASBAI. 

A atividade física moderada e regular na criança em idade escolar e no adolescente propicia a finalização adequada da maturação imunológica, que atinge o ápice em torno dos 12 anos de idade na maioria dos indivíduos. O ambiente fechado, com ar não renovável, telas eletrônicas em excesso e o sedentarismo comprometem a educação imune adequada.


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