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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Eleições: pediatra incentiva inserção das crianças no processo cidadão



Pais devem aproveitar para ensinar conceitos democráticos e respeito à opinião alheia aos filhos


Enquanto a sociedade brasileira vive o período eleitoral, em casa, pais e responsáveis podem aproveitar a ocasião para ensinar os conceitos democráticos para as crianças, como uma forma de estimular e contribuir para a formação da sua personalidade.

- As eleições e exercer o direito ao voto fazem parte da cidadania. Os pais devem agir de forma democrática com seus filhos, dando alguns exemplos sobre hierarquias, gestão e autoridade. Também podem expor o direito de reivindicar e, principalmente, ensinar a respeitar a opinião alheia – comenta o pediatra responsável pelo Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Renato Santos Coelho.

Com relação ao clima de hostilidade em algumas manifestações políticas, o médico afirma que, principalmente a dualização de posições, pode afetar as crianças, mesmo que ainda não se possa dimensionar as consequências.

- Por trás desse extremismo está o sentimento geral de indignação de forma tão desenfreada que as pessoas sentem-se no dever de resolver a partir da sua própria justiça. Portanto, é um momento que os pais devem dizer o que está sendo discutido e reforçar que as pessoas devem respeitar as diferenças e, principalmente, a decisão da maioria, com relação ao resultado que sairá nas urnas – complementa Coelho.

E no dia da eleição? O pediatra afirma que levar a criança para acompanhar o voto também é uma forma de educar para a cidadania.





Francine Malessa


Não perca os amigos nem os parentes por causa das eleições


O neuropsicólogo, Deibson Silva, fala sobre o lado positivo dos conflitos e como não chegar ao fim das eleições sozinho


Desde as primeiras manifestações que tomaram o país em 2013, até os protestos por impeachment, que muita gente afirma que o país se polarizou. A verdade é que divergências de ideias sempre existiram e seguirá desta forma, porém, a internet, um dos meios de comunicação mais democráticos que existem, pluralizou vozes e a disseminação de ideias nem sempre em concordância com as nossas. O resultado disso é que temos a impressão de que o país se dividiu em dois lados em constante conflito na defesa de suas ideais, fazendo com que muita gente rompa com amizades de anos, brigue com parentes e até coloque o trabalho em risco. Deveríamos, então, evitar tais conflitos? O neuropsicólogo Deibson Silva afirma que não, este não é o melhor caminho.

Para o especialista, ao contrário do que se imagina, os conflitos são saudáveis para as relações humanas porque nos colocam diante de uma pluralidade de ideias que é importante para aprender sobre o respeito mútuo. O que Silva aponta como algo negativo do momento atual é que muitas pessoas estão enxergando o outro, aquele que tem um pensamento diverso do seu como um inimigo, um adversário a ser combatido.

“Esse tipo de comportamento demonstra falta de maturidade emocional. É importante termos em mente que cada pessoa no mundo tem uma personalidade própria, valoriza coisas diferentes, tem opiniões diferentes e isso é sadio, não deveria fazer ninguém inimigo”, explica Silva.

Tendo isso em mente, o neuropsicólogo diz que o que pode ajudar a evitar conflitos é o jeito como nos posicionamos. “Se tenho entendimento e gerenciamento de minhas emoções, e me posiciono de uma forma madura, eu não só posso como tenho todo o direito de expressar minhas opiniões. Neste mesmo movimento, também temos que ter claro que a partir do momento que manifestamos uma ideia, aumento a probabilidade de escutar algo que eu não goste. Por isso a importância da maturidade emocional, de saber me controlar e dialogar, pois muitos dos conflitos são resultados da maneira como se fala e nem tanto sobre o que se fala”.

O especialista também indica que é sempre importante ter em mente que não há verdades absolutas e que existem conflitos que devem ser evitados. Isso ocorre quando percebemos um fanatismo na fala do outro. “Quando percebo e entendo que existe por trás da fala do outro uma verdade absoluta, uma cegueira e que aquela discussão não produzirá efeitos sadios, realmente não preciso me expor e arriscar a minha relação, minha integridade física e moral por isso. Quando insisto em um embate que começa desta forma, me ponho também neste lugar de fanatismo”, explica Silva.

Da mesma forma, o especialista defende que há momentos que não podemos nos omitir. Nestes casos, é importante ter a maturidade necessária e principalmente ter a sabedoria de expor suas ideias e opiniões, deixando claros os motivos que os levam a pensar daquela forma. É fundamental ter argumentos fortes, analisar os fatos friamente, incluindo aí os gaps de cada situação, porque tudo tem dois lados, positivo e negativo. Há sempre pontos a serem melhorados em qualquer coisa.

Assim, Silva defende que é importante ter argumentos para defender seu posicionamento e também indicar pontos que precisam ser melhorados, desenvolvidos. “Desta forma, mostramos ao outro que não estamos defendendo uma verdade absoluta, pois temos uma visão crítica e realista, apontamos pontos positivos e o que precisa ser melhorado dentro das propostas que defendemos. Por isso, devemos desconfiar sempre das pessoas que trazem verdades absolutas. Desconfie porque não é uma visão lógica, é uma visão passional e diante do momento que o Brasil vive, precisamos ser críticos, ter visão lógica das coisas, do nosso momento atual e acima de tudo, de nosso futuro”, declara o neuropsicólogo.

Sobre nosso comportamento diante de conflitos que as redes sociais colocam em evidência. Silva defende que elas são grandes ferramentas de recursos ilimitados que, se bem usadas, tornam-se poderosas ferramentas e aliadas para quem pretende se tornar formador de opinião. Porém, novamente, é importante estar preparado para o que vem delas.

Neste ambiente, aparentemente muito simples, pois as pessoas estão somente atrás de um teclado, muitas pensam que estão livres para agirem com grosseria e agredir. “Por isso é preciso ter cautela e mostrar a minha opinião de maneira muito mais centrada, sem que haja difamação, disseminação de ódio. Ser cauteloso com o que vou postar, disseminar, perguntar-se que o conteúdo que estou compartilhando vai contribuir para alguém, se não vai difamar pessoas e me trazer consequências negativas”.

Para Silva, todos precisam ter um pouco de jornalismo na veia e checar a veracidade do conteúdo compartilhado porque ali está em jogo nossa integridade, honra, reputação, e se compartilhamos algo falso, mesmo que sem querer, somos responsáveis por esse conteúdo. “Essa é a cautela que recomendo a todos antes de sair por aí compartilhando qualquer coisa que chega até nós”.

Por fim, o especialista deixa duas dicas para evitar conflitos desnecessários. A primeira é entender que assim como você tem sua visão, percepção, opinião e tem todo direito de expressá-la, as outras pessoas também têm opiniões que podem ser diferentes das suas e isso não os torna inimigos.

A segunda dica é ter autoconhecimento. “A minha performance depende da consciência de quem eu sou, das minhas emoções, reações, para que eu possa gerenciar e controlar minhas emoções, impulsos e reações. Se tenho esse autoconhecimento, evito tomar atitudes intempestivas e trarei mais maturidade no meu trato e fala com outro. E daí vem a importância de entender o outro. De saber acessá-lo, de saber comunicar da melhor maneira, de ter empatia e me colocar no lugar dele. Entender que as pessoas têm visão e paradigmas que lhes são próprios e que podemos nos conectar e extrair o melhor de nossa relação. Extrair dali a sinergia para que possamos construir algo juntos. Então, se isso não for possível, tenho que entender até onde vai meu limite, posso tentar influenciá-lo, mas sempre visando o melhor das relações, respeitando nossos limites e até onde posso ir para não o agredir e não me arrepender depois de meu comportamento”, finaliza Silva.






Deibson Silva - autor do livro: Decifre e Influencie Pessoas. Pesquisador e neuropsicólogo pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), palestrante internacional, possui graduação em Pedagogia e especialização em Psicanálise. Autoridade em análise de perfil comportamental, possui mais de 3 mil horas em devolutivas individuais. É idealizador e CEO do CIS Assessment, software desenvolvido a partir de seu vasto conhecimento sobre as teorias DISC, Valores, Tipos Psicológicos e Inteligências Múltiplas, todas consagradas internacionalmente. O CIS Assessment é um software inovador que vem revolucionando negócios e carreiras por oferecer uma análise de perfil comportamental completa, profunda e exata, capaz de traçar tanto perfis individuais, quanto de organizações. O software já impactou mais de 45 mil pessoas e tem seus resultados validados pelo departamento de estatística da Universidade Federal do Ceará (UFC) com 98,8% de precisão.

O que pode e o que não pode nas eleições 2018



Um dos acontecimentos mais aguardados, especialmente pelos candidatos, são as eleições, que nesse ano acontecerão, em primeiro turno, no dia 7 de outubro. Em que pese a compreensível expectativa dos participantes diretos do pleito, cada de um de nós, na qualidade de eleitor, precisa saber de antemão o que se permite e o que não se permite em termos de conduta eleitoral.
A legislação das eleições autoriza a livre manifestação do eleitor, com uso de bandeiras, broches e adesivos, desde que de forma individual e silenciosa. Mas, quando da votação, proíbe o uso de camisetas contendo nomes, imagens ou fotos de candidatos ou mesmo alusão a partidos políticos.

Uma vez que a própria Constituição Federal assegura o sigilo das eleições, é vedado ao eleitor usar máquinas fotográficas, celulares e aparelhos análogos no momento da votação, que podem até ser retidos pelos mesários.

Da mesma forma é proibido ao eleitor fazer-se acompanhar de outras pessoas à cabine de votação, cujo acesso é personalizado e individualizado. A única exceção a essa proibição é a que se refere às pessoas com mobilidade reduzida, que podem ser auxiliadas para exercer o seu direito de voto.

A tradicional “boca de urna”, caracterizando manifestação de caráter coletivo, configura crime eleitoral e pode implicar na prisão de todos os envolvidos no comportamento ilícito.

Duas observações, contudo, merecem a atenção do eleitor. A primeira é a de que não há qualquer vedação ao uso de “cola” com os dados escritos a respeito de seus candidatos. A segunda é a de que não cabe à Justiça Eleitoral proibir o consumo de bebidas alcoólicas no dia das eleições. O veto à venda de tais produtos compete ao Executivo Estadual. Entretanto, pessoas encontradas em condições de alcoolização poderão ser proibidas de votar, a critério da autoridade eleitoral.

Caracterizada como tentativa de compra de votos, segue proibida a distribuição de chaveiros, canetas, cestas básicas, bonés, camisetas bem ainda qualquer objeto ou produto que possa induzir o eleitor a votar em determinado candidato. No mesmo sentido, é proibido o emprego de faixas, estandartes e placas nos locais de votação. Nas residências e veículos admite-se o uso de adesivo ou de indicadores que apontem para a preferência do eleitor.

No dia da eleição configura crime eleitoral a realização de carreata ou comício, o uso de amplificadores de som ou alto-falantes, assim como a distribuição de material de propaganda política fora da sede do comitê ou do partido político. Quanto aos fiscais e mesários, é vedada a utilização de qualquer item relacionado à propaganda eleitoral, sendo-lhes permitido, contudo, fazer uso da sigla ou nome do partido na vestimenta, desde que de forma discreta.





Vander Ferreira de Andrade - advogado, doutor em Direito do Estado pela PUC-SP e pró-reitor de Administração e Planejamento do Centro Universitário da Fundação Santo André.


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