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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Aproveite o feriado e faça sua doação de sangue!

Você já pensou no que vai fazer neste feriado de Corpus Christi? Vai viajar ou ficar em casa? Seja qual for a opção, o GSH Banco de Sangue de São Paulo tem uma dica: doe sangue! 

Nesta quinta-feira, 16 de junho, feriado de Corpus Christi, Banco de Sangue estará funcionando normalmente, recebendo os doadores que se disponibilizarem a entrar numa grande corrente do bem pela vida, das 7h às 18h, na Rua Tomás Carvalhal, 711, Paraíso. 

Para quem for viajar, a dica é doar antes. Já aqueles que ficam na cidade podem fazer a doação mesmo no feriado, pois o procedimento é muito rápido, dura aproximadamente 40 minutos e ainda sobra tempo para o lazer. 

A instituição alerta que, em feriados prolongados, há naturalmente uma queda acentuada nos estoques sanguíneos. Nesse período, a situação deve se agravar em razão das temperaturas mais baixas, do aumento das doenças respiratórias e dos casos de Covid. Atualmente, o déficit nos estoques sanguíneos chega a 70%, o que é considerado muito crítico. 

Por isso, o apelo é para que os doadores compareçam ao Banco de Sangue para praticar esse gesto solidário que pode salvar até 4 vidas.

 

Requisitos básicos para doação de sangue: 

  • Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;
  • Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Pesar no mínimo 50 kg;
  • Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
  • Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;
  • Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);
  • Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;
  • Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;
  • Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;
  • Não ter diabetes em uso de insulina;

Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

 

Critérios específicos para o CORONAVÍRUS:

  • Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;
  • Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 30 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;
  • Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 30 dias após o último contato com essas pessoas;
  • Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

 

Serviço:

GSH Banco de Sangue de São Paulo

Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 - Paraíso

Tel.: (11) 3373-2000
Atendimento: Diariamente, inclusive aos finais de semana, das 7h às 18h. Estacionamento gratuito no local.


Câncer de rim atinge, principalmente, homens entre 55 e 75 anos

Mês de junho é marcado por campanha de conscientização acerca da doença


Os rins são alguns dos principais órgãos do corpo humano. Entre diversas funções, eles são responsáveis por filtrar e expelir, por meio da urina, as toxinas prejudiciais ao organismo, como amônia, uréia e ácido úrico, além de eliminar os excessos de água, sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonato e outros. E, também, auxiliam na produção de hemoglobina, proteína que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório.

Apesar da sua importância, pouco se fala sobre as doenças que atingem o órgão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, o câncer renal está entre os 13 tipos mais comuns, com aproximadamente 12 mil diagnósticos em 2020. Como uma forma de conscientizar a população acerca do assunto, no dia 18 de junho é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Rim.

Segundo Gustavo Gouveia, médico oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), a doença é duas vezes mais comum em homens e acomete com mais frequência pessoas entre 55 e 75 anos de idade. “Mas isso não quer dizer que mulheres e jovens estejam imunes ao mal. Todos devem ficar atentos e procurar um médico em casos de alterações no organismo”, comenta. 

O câncer de rim é silencioso, onde os sintomas só aparecem quando chegam a estágios mais avançados. Os principais sinais são: sangue na urina, dor na região lombar, perda repentina de peso e apetite, cansaço, palidez, febre e anemia. “Por serem sinais comuns e parecidos com outras doenças, é importante que o paciente realize exames de rotina”, aponta Gustavo. “Um simples ultrassom é capaz de detectar alguma massa anormal no órgão”. 

Obesidade, alimentação rica em gordura e carne vermelha, sedentarismo, tabagismo, diabetes e outros, são alguns dos fatores de risco para a doença. “Por isso, uma rotina marcada pela prática de exercícios físicos e dieta balanceada auxiliam e ajudam a diminuir as chances de incidência do câncer de rim”, afirma o médico do ICB. “Além disso, também melhoram os níveis do desempenho do sistema cardiovascular, de hipertensão arterial e de açúcar no sangue”, finaliza. 

 

Instituto de Câncer de Brasília (ICB)


Vitamina D e cálcio: o match ideal

 Em conjunto, essas substâncias formam uma dupla perfeita para combater problemas nos ossos e músculos e ajudar na imunidade

 

O cálcio é um mineral essencial para o corpo humano e cerca de 99% desse mineral estão nos ossos e dentes. Bons níveis de cálcio preserva a boa saúde dos ossos, força e contração muscular, integridade do sistema nervoso e equilíbrio na coagulação do sangue. Além da alimentação, a vitamina D ajuda a manter o equilíbrio do cálcio no organismo, acelerando a absorção pelo intestino e reduzindo a perda pela urina e retirada da reserva mantida nos ossos. 

A osteoporose, por exemplo, é uma doença caracterizada pela perda da massa óssea e alteração da microarquitetura dos ossos que se tornam frágeis e quebradiços, condição que aumenta o risco de fraturas. Muitos fatores podem acelerar, como idade, genética, sexo feminino, sedentarismo, tabagismo, abuso de bebidas alcóolicas e dieta alimentar. 

Uma alimentação rica em cálcio ou a suplementação com cálcio pode levar a uma redução da remodelação óssea 10-15% e ajuda a evitar a perda óssea e a reduzir as taxas de fraturas. A associação com vitamina D traz benefícios ainda maiores. 

“A exposição solar adequada, dieta alimentar rica em cálcio e atividade física regular são determinantes para a manutenção da saúde óssea e muscular. Estas orientações estão sempre associadas aos medicamentos específicos indicados no tratamento da osteoporose”, explica Odair Albano, ginecologista, obstetra e consultor em saúde. 

 

Principais fontes de vitamina D e cálcio 

A principal fonte de vitamina D é a luz do sol. No entanto, 10% da vitamina D do organismo vêm de alimentos como salmão, óleo de fígado de peixe, gema de ovo e frutos do mar. A melhor fonte alimentar de cálcio é o leite e derivados, mas vegetais com folhas escuras (couve, brócolis, etc), peixes e ovos também são importantes. 

Por meio de avaliação clínica e laboratorial, o médico pode detectar se os níveis de cálcio e vitamina D estão adequados. Em caso de estarem insuficientes, o especialista pode indicar a suplementação para que o paciente alcance os níveis recomendados. 

“Os níveis ideais de vitamina D no sangue, não apenas para benefícios ósseo-muscular, mas também para manutenção da saúde em geral e bom funcionamento do sistema imunológico em adultos deve ser 20-60 ng/ml. Na presença de fatores de risco, entre eles a idade, história de fraturas, gestantes, o recomendado é de 30-60 ng/ml. A dose indicada para suplementação da vitamina D com cápsulas ou comprimidos vai depender da análise individual”, complementa Albano.


Dores do frio e 7 dicas para minimizar

A frente fria pode aumentar as dores ósseas, articulares e musculares e na coluna lombar. Mas, é possível minimiza-las com algumas dicas simples. Cadu Ramos, fisioterapeuta de SP, conta como.

 

Quando a temperatura cai é inevitável sentir incômodo ou mal-estar já que com o frio, a tendência a enrijecer os músculos e ficar mais encolhido para tentar diminuir a sensação de frio. Isso pode gerar tensão muscular, contraturas, má circulação ou mal-estar”, explica Cadu. 

“Quando acontece a postura de contração dos músculos dos braços, há um aumento da curvatura fisiológica da coluna dorsal (corcunda) e anteriorização da coluna, desta forma fica mais fácil manter o corpo aquecido", esclarece. Mas, essa contração muscular involuntária deixa as articulações e músculos mais rígidos, facilitando as inflamações de músculos e nervos. Além disso, a circulação sanguínea diminui no inverno, para que o organismo consiga preservar a temperatura por volta de 36,5 graus centígrados. “Em consequência, há também uma diminuição na circulação dos músculos, piorando as dores de origem muscular, pois eles permanecem em estado contrátil por mais tempo", relata. 

Os dias mais frios também têm impacto sobre as articulações, já que o esfriamento do corpo torna o líquido sinuvial mais espesso, que pode prejudicar movimentos e gerar incômodos. 

E ainda temos um agravante: nos dias mais frios as pessoas tendem a ficar paradas e abandonar as atividades físicas, e se esquecem que esse é o principal ponto para não sentir dores nesta época do ano. Isso porque, os exercícios ajudam a diminuir a sensibilidade à dor. 

A seguir, o fisioterapeuta lista algumas dicas para encarar os dias frios sem dor e com mais disposição: 

  1. Agasalhe-se corretamente. Manter o corpo aquecido é fundamental. Para sentir-se aquecido, o ideal é cobrir as extremidades do corpo: pés, punhos, mãos, pescoço e cabeça;  
  1. Coloque um aquecedor no quarto para atenuar as dores noturnas;  
  1. Espreguiçar-se quando acorda, é uma forma de despertar o corpo, não pule essa etapa do dia;  
  1. Alongue-se. Embora a vontade seja a de "ficar na cama", a prática de alongamentos é essencial para evitar a contração dos músculos e para ajudar as articulações a se manterem lubrificadas;  
  1. Quem tem fraturas antigas que voltam a doer com o frio ou doenças ósseas degenerativas pode recorrer a sessões de fisioterapia como estratégia para aliviar os incômodos;  
  1. Faça massagens, elas ajudam a estimular a circulação e a destravar a musculatura enrijecida, aliviando as dores;  
  1. Bolsas de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares, sequelas de fraturas ou desconfortos provocados por artrose, artrite e fibromialgia. A aplicação local de calor estimula a circulação e relaxa os músculos. Nas dores crônicas e sem edema, use compressas quentes. Já nas dores agudas com edema se deve fazer uma compressa fria ou aliar a fria e quente. Faça isso entre 20 e 30 minutos.

 

Cadu Ramos  - Fisioterapeuta clínico - CREFITO 130030. Especialista em Fisioterapia e Traumatologia -- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) -- Escola Paulista de Medicina (EPM), em Aparelho Respiratório -- Ventilação Mecânica Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) -- Escola Paulista de Medicina (EPM) e em Fisioterapia em Geriatria -- trabalho voltado para queixa principal, atividades da vida diária (AVD ‘S) e socialização do idoso. (Instituto ILEA). Graduado em Fisioterapia pela Universidade Bandeirante de São Paulo. fisiocaduramos


O poder da alimentação do casal na gestação de um bebê saudável

Com base em novo estudo australiano, a nutricionista Karla Lacerda explica como uma dieta equilibrada do casal pode influenciar na fertilidade e na gestação sadia

 

A nova pesquisa promovida pelo projeto australiano "Queensland Family Cohort", em conjunto com a Universidade de Queensland e o instituto Mater Research, publicada em abril de 2022, aponta a importância da dieta do pai na formação de um bebê. O estudo sugere que os hábitos alimentares dos parceiros durante a gestação possuem reflexo no cardápio da grávida e, consequentemente, no bebê. 

Os dados do estudo vêm ao encontro do conceito desenvolvido pela nutricionista e CEO da CalcLab, Karla Lacerda, que promove uma dieta rica em nutrientes para o casal que deseja gerar um novo filho. 

Na visão da nutricionista, existem alguns passos essenciais para a gestação e concepção de bebês saudáveis. O primeiro passa pelo entendimento que a concepção e a gestação são os eventos imunológicos complexos que exigem do corpo uma concentração de esforços para que aconteça. 

“O ideal seria começar os ajustes na alimentação, pelo menos, 90 dias antes da primeira tentativa de aumentar a família. O casal deve buscar ajuda para equilibrar alimentação e hábitos de vida”, disse Karla. 

Uma dieta equilibrada com os nutrientes necessários é responsável pelo melhor crescimento do bebê ainda na vida uterina e ainda previnem a criança de futuras doenças que podem se tornar crônicas na vida adulta. 

Karla explica que os nutrientes são imprescindíveis para conceber e gerar uma nova vida. Ela enumera: cálcio, vitamina D, ômega 3, folato, vitaminas do complexo B, zinco, selênio, ferro, vitamina A, vitamina C, entre outros, são essenciais na preparação para uma gestação e podem ser ingeridos por meio de uma alimentação equilibrada. 

A literatura da Nutrição diz que o período gestacional exige a ingestão de diversos nutrientes encontrados em uma dieta balanceada. Entende-se por dieta balanceada o consumo adequado de proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, oriundos de hortaliças, leguminosas, vegetais e produtos de origem animal. 

De acordo com o estudo australiano, apenas 28% das grávidas participantes ingeriam a quantidade necessária de vegetais, e 15% no caso de seus parceiros. A pesquisa analisou cerca de 194 casais heterossexuais que estavam recebendo cuidados pré-natais na maior maternidade da Austrália entre 2018 e 2021. 

Os dados coletados constataram que, apesar de o pai da criança não ter nenhuma relação direta com o desenvolvimento intrauterino, ele ainda influenciará a qualidade da saúde do bebê. 

Karla recomenda que o casal que estiver nas tentativas de aumentar a família procure orientação de profissionais capacitados sempre, pois eles proporcionarão ao corpo aquilo que ele precisa para o funcionamento pleno de suas funções, por meio de condutas individualizadas.

 

O que se deve comer 

A dieta rica em nutrientes para uma gestação saudável passa pelo consumo de folhas verdes escuras que dispõem de carotenóides, ferro, magnésio, cálcio e potássio, nutrientes essenciais à fertilidade. As sementes de abóbora são fonte de zinco, magnésio e gorduras boas, otimizando a produção e a sinalização hormonal. 

A sardinha, rica em coenzima Q10, ômega 3 e cálcio, melhora a produção de energia, reduz o estresse oxidativo (aquele que produz o resíduo chamado radical livre), essencial para a ovulação e maturação folicular. A castanha-do-pará, alho, cebola, feijão, amêndoa, melão e berinjela são outros alimentos que auxiliam na redução do estresse oxidativo e ainda estimulam a maturidade do óvulo. 

Acerola, salsa, brócolis, couve, pimentão, laranja e morango têm ação antioxidante importante para os ovários e, em níveis reduzidos, pode afetar o sistema imunológico da futura gestante. 

Já os ovos, leite e derivados, fígado, manga, pequi e pupunha funcionam como reguladores e moduladores do crescimento. São alimentos que promovem a diferenciação e a proliferação celular e o desenvolvimento embrionário. 

“A adequação alimentar consiste não apenas em adicionar os alimentos necessários, mas ainda em retirar o que prejudica e atrapalha o processo, como alimentos ultraprocessados, frituras, excesso de açúcar e álcool. O consumo de bebida alcoólica implica em prejuízos para a fertilidade, e deve ser evitado pelo casal” diz Karla.

 

Dormir bem ajuda na fertilidade 

Sobre o hormônio do sono, a melatonina, sincroniza a organização das funções biológicas por meio de ritmos circadianos e à adaptação do indivíduo ao seu ambiente interno e externo. Além disso, a melatonina protege o oócito contra radicais livres, aumentando a produção de energia, evitando disfunção, inflamação e estresse oxidativo, o que facilita a fertilização. Noites de sono mal dormidas aumentam o cortisol e suprimem hormônios relacionados à reprodução.



CalcLab

 

Covid longa – especialista explica sintomas em crianças


Fadiga, insônia, dor nas articulações, problemas respiratórios, erupções na pele e palpitações cardíacas. Esses são os sintomas em crianças da chamada covid longa e que podem permanecer por meses após a infecção pelos SARS-CoV-2.

 

A Dra. Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) orienta que os pais fiquem atentos caso a criança persista indisposta após passado o período de infecção aguda, não queira brincar e se movimentar como antes. Além de sintomas visíveis, como falta de ar, machas na pele ente outros. “A orientação é procurar o pediatra ou serviço de saúde para entender se aqueles sinais e sintomas fazem parte da covid longa ou se fazem parte de outra doença ou condição médica”, orienta a especialista.

 

Importante salientar que, mesmo completamente vacinadas, as crianças podem ter infecção pela Covid-19 com sintomas mais leves e os sintomas de Covid longa podem aparecer mesmo em quem recebeu todas as doses da vacina.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição pós-covid ocorre em pessoas com histórico de infecção por SARS CoV-2 provável ou confirmada, geralmente três meses após o início da covid-19 sintomática, e que duram pelo menos dois meses.

 

“Um estudo desenvolvido pela Fiocruz de Minas Gerais, que avaliou os efeitos da doença ao longo do tempo, acompanhou por 14 meses, 646 pacientes que tiveram a infecção e verificou que, desse total, 324, ou seja, 50,2%, tiveram sintomas pós-infecção, caracterizando o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como Covid longa”, conta Dra. Ana Karolina.

 

ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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Saúde: Pessoas com diabetes descontrolada têm maior risco de complicações pelo Covid

Especialista do Hospital Japonês Santa Cruz ressalta cuidados e prevenção da doença

 

 

Casos de Covid-19 têm registrado alta novamente e, para quem possui comorbidades, a situação preocupa ainda mais, em função das complicações. Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (UECE) constatou que, antes da vacinação, quatro entre dez pacientes com diabetes morreram ao se internar com Covid. O maior risco de morte se dá não apenas em função do diabetes, mas por outros fatores de implicação que a maior parte dos portadores da doença geralmente têm, como obesidade e hipertensão.

 

Os pesquisadores estudaram os casos de Covid-19 notificados no primeiro ano da pandemia no Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (SIVEP – Gripe). Entre todos os internados pelo problema, 25,7% tinham o diagnóstico de diabetes, mas a prevalência de óbito entre essas pessoas saltou para 40,8%, situação a qual apontou que o diabetes aumenta em 15% as taxas de mortes em pessoas internadas por Covid-19, representando aproximadamente 3 em cada 20 óbitos.

 

Portadores de diabetes que não estão fazendo o controle adequado da doença têm maior risco de sofrerem complicações graves e de serem internados nos casos de contaminação pelo Covid-19. Essas e outras relações do coronavírus com o diabetes estão sendo estudadas por pesquisadores em todo o mundo.

 

A endocrinologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dra. Lilian Kanda, lembra que, além da dieta equilibrada e a prática de atividades físicas, as pessoas com diabetes precisam estar atentas, continuamente, aos exames e medicamentos. “O diabetes é uma doença que pode causar complicações crônicas importantes quando não controlado. O conhecimento sobre a doença, a adoção de todos os cuidados passados pelo médico e o frequente acompanhamento com profissionais são fundamentais para garantir a qualidade de vida do paciente”, ressalta.

 

Impactos

São amplos os impactos do diabetes. Estudo realizado pela FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade de Campinas) estima que os custos com o diabetes no Brasil já superam R$10 bilhões para gastos diretos com a doença e cerca de R$7,5 bilhões para gastos indiretos, podendo chegar, em 2030, a R$27 bilhões por ano.

 

O diabetes está ligado a doenças pré-existentes. Algumas situações como o excesso de peso, ingestão de açúcar e gordura em excesso, histórico de doença cardiovascular prévia, alcoolismo e estresse, são fatores que contribuem para o desenvolvimento e o agravamento da doença.

 

No Brasil, 9,14% da população adulta vivia com diabetes em 2021, de acordo com levantamento da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Já segundo a última edição do Atlas Diabetes 2021, os casos cresceram 16% no mundo de 2019 para 2021, passando de 463 milhões para 537 milhões no último ano. A expectativa é chegar a 643 milhões de doentes em 2030, ou seja, um aumento de 19%.

 

Prevenção

Embora não seja possível prevenir completamente o surgimento da doença, hábitos saudáveis reduzem de forma significativa o risco de diabetes, pontua a Dra. Lilian Kanda. “Investir na prevenção da doença é fundamental, estimulando a população a se alimentar de forma correta, a praticar atividade física e manter os exames preventivos em dia”, ressalta.

 

A médica pontua as principais ações preventivas para inclusão na rotina:

“É importante praticar atividade física de 150 a 300 minutos semanalmente; manter a alimentação com redução de carboidratos, utilizando fibras, alimentos não refinados, integrais e de baixo índice glicêmico e fazer exames de rotina para detecção precoce pois sempre facilita o tratamento. Estilo de vida e prevenção devem caminhar juntos”, conclui.

 

Infertilidade masculina causa dificuldades para engravidar entre 50% dos casais com o problema

A boa notícia é que existem tratamentos com taxas de até 85% de sucesso 

 

Apesar de ser um problema comumente atrelado à saúde da mulher, os homens também podem sofrer com a infertilidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência de infertilidade conjugal no mundo hoje é de 20%. Levantadas pelas sociedades de reprodução assistida, em parceria com a European Society for Human Reproduction and Embriology e a American Society for Reproductive Medicine, as estatísticas destacam a dificuldade que casais apresentam ao tentar engravidar. Desse montante, 50% dos casos diagnosticáveis devem-se à infertilidade masculina, um problema que, embora seja cercado de tabus, tem tratamento. 

Embora não exista uma idade mais propensa para que a esterilidade masculina ocorra, na adolescência o tratamento apresenta melhoras mais significativas. “Por esse motivo, afastar precocemente as causas mais associadas ao problema é fundamental para evitar a incidência futura”, destaca o ginecologista da Clínica de Reprodução Humana Origen BH, dr. Rodrigo Hurtado.  

Mestre e doutor em Saúde da Mulher, ginecologista da Clínica Origen e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dr. Hurtado explica que há quatro causas mais importantes: doenças genéticas que incluem alterações cromossômicas; alterações hormonais, influência ambiental ou ocupacional (toxicidade por metais pesados, altas temperaturas, tratamentos hormonais, pesticidas); estilo de vida (uso de álcool, drogas, tabaco, stress emocional, exposição a fatores infecciosos) e algumas doenças, como varicocele, infecção sexualmente transmissível, traumatismo testicular, complicações de processos infecciosos na infância (caxumba, rubéola, doenças autoimunes. Além disso, o volume testicular diminuído (atrofia testicular) é fator de risco importante por ter relação direta com baixa produção de espermatozoides. 

Uma situação que, infelizmente, vem se tornando cada vez mais comum, e com consequências cada vez mais graves, é o uso de esteroides anabolizantes como potencializadores de ganho de massa muscular e aceleradores de perda de gordura corporal. O indivíduo que usa testosterona, oxiandrolona, DHEA (dihidroepiandrosterona), para promover melhor performance durante os treinos causa uma supressão da produção de androgênios pelo próprio organismo, e isso leva a uma diminuição muito acentuada da produção de espermatozoides, além de risco aumentado para infarto miocárdico, derrame cerebral, insuficiência hepática e até mesmo câncer de testículo. Esse é o motivo pelo qual as sociedades de Endocrinologia e Reprodução Humana não endossam o uso de esteroides anabolizantes como adjuvantes para prática esportiva, e os comitês esportivos o condenam.

Dependendo das doses utilizadas e do tempo de uso, a supressão pode comprometer a produção espermática de maneira irreversível. 

 

Tratamento e taxas de sucesso 

A boa notícia é que todos os casos podem ser tratados por meio de técnicas de reprodução assistida. O que varia é o tipo de tratamento proposto, que abrange uso de medicamentos, inseminação intrauterina, passando por fertilização in vitro, biópsia testicular, até uso de sêmen heterólogo (banco de sêmen). Consultar um especialista em infertilidade é o passo mais importante no processo de tomada de decisão sobre as formas de tratamento e suas indicações. “O médico infertileuta é capaz de otimizar os resultados reprodutivos, combinando informações sobre genética, fisiologia reprodutiva, terapia hormonal, cirurgia urológica e técnicas de reprodução assistida. Uma vez delineada a estratégia de tratamento, outros especialistas são acionados contribuindo com o resultado”, explica dr. Rodrigo. 

O somatório de diferentes tratamentos clínicos ou cirúrgicos realizados de forma correta e, principalmente, no momento adequado, é o que define o melhor prognóstico. “Tratamentos conhecidos, como de baixa complexidade, atingem taxas de sucesso de 20-25% por tentativa. Já tratamentos mais sofisticados, como a fertilização in vitro alcançam resultados de 50-60% por tentativa. As taxas cumulativas, após até três tentativas, superam 85%”, orienta o médico. Dr. Hurtado ressalta a importância de começar pelo diagnóstico correto. De acordo com a causa da infertilidade masculina, o especialista indicará o tratamento mais adequado e o procedimento ideal a ser adotado. 

 

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


Testosterona pode reduzir riscos de câncer de mama

Estudo desenvolvido com mulheres dos Estados Unidos identificou que mulheres que faziam uso do hormônio tiveram menos incidências de câncer de mama

 

Ficar exposto a hormônios, especificamente o estrogênio, pode aumentar o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Por outro lado, os hormônios também podem reduzir as chances da doença. Ao menos é que aponta uma pesquisa realizada pela University Boonshoft de Medicina, em Dayton, nos Estados Unidos.


O estudo acompanhou mais de mil mulheres por 10 anos em suas rotinas cotidianas. Os dados coletados constataram uma surpresa para a comunidade médica. Isso porque as individuas que faziam o uso da testosterona não desenvolveram o câncer de mama, o que fez os pesquisadores acreditarem que este hormônio possa diminuir as chances de acometimento da doença.


Mas qual a relação direta entre hormônios e o câncer de mama? A médica pós-graduada em endocrinologia, com curso de endocrinologia avançada pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Dra. Sarina Occhipinti, explica que ao longo da vida as mulheres são expostas aos hormônios que elas mesmas fabricam e muitas aumentam essa exposição, usando hormônios de forma artificial e desnecessária.


“Da sua primeira menstruação até o início da menopausa, o estrogênio e a progesterona estimulam as células mamárias normais. Quando uma mulher decide por métodos contraceptivos hormonais, ela aumenta essa exposição e o risco para câncer de mama também eleva. Ao chegar na menopausa, ela pode fazer uso de hormônios para reposição de estrogênio e progesterona, isso pode protegê-la de risco de osteoporose, atrofia vaginal, doenças do coração e até Alzheimer. Porém, se ela demora para fazer isso, o uso tardio desses hormônios pode também aumentar seus riscos de câncer mamário”, contextualiza a especialista.


E aí que entra o papel da testosterona, conforme Dra. Sarina. “Pesquisas mostram que a testosterona pode ser uma alternativa segura para mulheres com risco da doença. Alguns estudos têm demonstrado que a reposição de testosterona para mulheres que não podem usar estrogênio, pode ser uma saída para protegê-las. A testosterona pode diminuir os sintomas causados pela menopausa, proteger os ossos e ainda pode ajudar no desejo sexual”, explica a médica.


Hoje, o câncer de mama é o mais comum entre pacientes femininas. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) foram identificados 66.280 casos desta anomalia apenas em 2020, o que representa 29,7% dos diagnósticos de câncer no Brasil. Em segundo aparece o câncer de cólon e reto, com 20.470 ocorrências ou 9,2% dos casos.


Como saber se uma gestação é de Alto Risco e quais os cuidados devem ser tomados

A Ginecologista Denise Gomes explica as principais complicações e como deve ser o restante da gravidez


Um tema fundamental e um grande questionamento para as mulheres que pretendem engravidar ou já estão grávidas é: saber o que é uma gestação de alto risco. Afinal, existem muitos casos em que as gestantes não recebem todas as informações necessárias no tempo certo e podem sofrer complicações durante os nove meses.
 

A gestação de alto risco pode apresentar risco à saúde da mãe ou à saúde do bebê, tais situações podem impactar o parto e até causar consequências graves para a vida futura da mãe e do bebê. A doutora Denise Gomes, Ginecologista Obstetra, explicou sobre o assunto pontuando os principais cuidados que devem ser tomados. 

“No início do acompanhamento pré-natal, as gestantes realizam uma bateria de exames que podem identificar a existência ou predisposição para o desenvolvimento de algumas doenças”, comenta a doutora Denise. 

Quando focamos na saúde da mulher, as que possuem a maior probabilidade de ter uma gestação de alto risco são as que já possuem alguma doença sistêmica ou metabólica antes da gestação, como pressão alta, diabetes, obesidade, hipo ou hipertireoidismo, ou fazem tratamentos especializados clínicos ou psiquiátricos, como anemia, câncer, convulsões ou infecções nos órgãos. 

Outra situação que pode ocasionar uma gestação de alto risco está relacionada aos extremos da idade reprodutiva. Durante a adolescência, algumas meninas mal fazem o acompanhamento do pré-natal, o que impacta na descoberta de sintomas agravantes. Já quando a mulher está perto da menopausa, ela está mais vulnerável a doenças que podem surgir durante a gravidez, como a hipertensão ou diabetes gestacional. 

As mulheres que fazem uso frequente de cigarro, bebidas alcoólicas ou entorpecentes já são caracterizadas como uma gestação de alto risco e precisam contar com um atendimento especializado, com todo o suporte necessário. 

A doutora Denise Gomes comenta que quando focamos na saúde do bebê, normalmente é possível identificar nos exames iniciais do pré-natal, em que podem ser diagnosticadas alterações na morfologia ou malformação do feto, risco de síndrome genética cromossômica, quadros clínicos que impactam no desenvolvimento do bebê e até baixa quantidade produtiva do líquido amniótico. 

Qualquer sintoma agravante para o desenvolvimento da gravidez ou que apresente impactos para um nascimento prematuro caracteriza a gestação como de alto risco. As gestações de gêmeos também são classificadas dessa forma, afinal, nesses casos o parto tende a ser feito antes da hora. 

Além dos principais casos, existe uma lista de classificação da gestação de alto risco desenvolvida pelo Ministério Público, que aponta os diagnósticos que classificam a gravidez de baixo e alto risco. Mas lembre-se: o diagnóstico deve ser feito pelo obstetra e pela equipe que te acompanha durante o pré-natal.

 

Quais os cuidados para uma gestação de alto risco?

Quando a mulher apresenta risco durante a gravidez é fundamental que ela seja acompanhada por um obstetra especialista em gestação de alto risco e frequente um serviço de referência com disponibilidade para parto, mais recursos para exames, UTI neonatal e adulto e uma equipe cirúrgica pediátrica. 

É muito importante deixar claro que essa divisão está disponível para todas as mulheres, independente de sua classe social e do uso de sistema público ou particular de saúde. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece acompanhamento pré-natal para gestantes de alto risco. 

 

Doutora Denise Gomes - formada pela PUC Campinas, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição, é especialista em Genitoscopia e Histeroscopia e Coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal do Campo Limpo (SP). Em paralelo à rotina médica, é mãe de dois filhos e mantém um canal no Youtube chamado Mamãe Plena, que foi criado para compartilhar sua experiência com a maternidade e saúde feminina, atualmente possui quase 100 mil inscritos e produz conteúdo semanalmente. Em 2021 lançou o curso Gestação Plena para gestantes e tentantes a baixo custo em uma plataforma online com o objetivo de impactar ainda mais mulheres nesse processo.


A importância dos cuidados adequados para auxílio do portador da Doença de Parkinso

 Acompanhamentos contribuem para o retardamento da doença 

 

A Doença de Parkinson é um problema que muitas pessoas enfrentam. Entender sobre essa doença pode ser fundamental para o tratamento no tempo adequado e para um cuidado responsável.  Cuidar de alguém que sofre com uma doença degenerativa demanda conhecimento, tempo e paciência. Quem não está acostumado com as limitações do paciente, tende a ficar nervoso e a irritar-se com facilidade.

O Mal de Parkinson é um distúrbio degenerativo do sistema nervoso central, que consiste na degeneração de células que produzem dopamina, neurotransmissor presente no cérebro e que é fundamental, dentre outras funções, para ajudar na realização de movimentos corporais voluntários. A doença atinge 1% da população mundial acima dos 65 e, no Brasil, cerca de 200 mil pessoas.

Nem sempre o paciente apresenta os tremores peculiares à doença, isso é relativo ao estágio dela, no começo os tremores nem sempre são comuns. Os primeiros sintomas são cansaço, lentidão da movimentação e a redução da destreza para realizar movimentos simples. Os estágios se caracterizam com deficiências motoras progressivas até a situação de perda da independência.

O diagnóstico não é sentença de morte. Embora não tenha cura, existem tratamentos, como medicações que, aliadas à fonoaudiologia, atividades físicas e terapia ocupacional, melhoram a qualidade de vida do paciente.

“Tem tratamentos que proporcionam bem-estar e quanto antes forem iniciados melhor. A perda de equilíbrio é um sintoma comum nos pacientes e atividades físicas podem ajudar. Assim como a o enrijecimento muscular, que costuma causar fadiga, pode ser aliviado com terapia ocupacional. E a fonoaudiologia entra para tratar os problemas de deglutição”, comenta Márcia Sena, especialista em qualidade de vida na terceira idade e fundadora da Senior Concierge, empresa que tem como proposta garantir um envelhecimento ativo para o idoso, proporcionando qualidade de vida e bem-estar aos familiares.

Um outro fator característico da doença é a perda de peso, que deixam os tremores ainda mais frequentes.

“Por isso, acompanhar de perto a saúde e as refeições são práticas importantes”, diz Márcia.

Além disso, para quem já está em um estágio mais avançado da doença, aconselha-se contratar cuidadores profissionais que foram devidamente preparados para lidar com esse tipo de paciente proporcionando a ele mais bem-estar e qualidade de vida. Ao acompanhar o dia a dia do paciente de perto, favorece também a questão emocional, o que também é determinante para abrandar ou evitar casos de ansiedade intensa e depressão, sentimentos que podem agravar o quadro da doença.

“O cuidador presta auxílio e também mostra ao paciente quais as melhores estratégias para que ele não perca completamente a sua autonomia”, destaca Márcia.

  

Senior Concierge


Baixas temperaturas podem aumentar a incidência de doenças vasculares

Perigo de infarto agudo do miocárdio e de acidente vascular cerebral pode aumentar no inverno. Pacientes com doenças crônicas e pessoas com mais de 65 anos formam o grupo de maior risco 

 

Durante o inverno, quando as temperaturas médias ficam abaixo de 14°C, uma série de doenças cardiovasculares tem incidências maiores. A cada diminuição de 10°C o perigo de infarto agudo do miocárdio aumenta em 7% e, como consequência, as mortes por esta causa sobem em até 30%. Da mesma forma, o acidente vascular cerebral, ou derrame cerebral, tem um crescimento em sua ocorrência. Pacientes com doenças crônicas, com predisposição a problemas cardíacos, e pessoas com mais de 65 anos formam o grupo de maior risco.

Nos idosos em especial, que apresentam doença obstrutiva crônica nas artérias dos membros inferiores, a vasoconstrição periférica estimulada pelo frio diminui o fluxo arterial, o que leva à baixa da irrigação das extremidades (isquemia), que pode até levar ao aparecimento de necrose e gangrena nos casos mais graves.

O cirurgião vascular e membro do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Calogero Presti, explica que a doença arterial obstrutiva periférica pode se agravar com as baixas temperaturas, além disso, pacientes portadores de microangiopatia diabética, oclusão de artérias de pequeno calibre (arteríolas e capilares) e indivíduos portadores de doença arterial inflamatória (arterites) precisam se proteger rigorosamente do contato com o frio.

Ainda de acordo com o especialista, as pessoas que possuem diabetes de evolução mais longa têm uma menor perfusão das extremidades, e quando são submetidas ao frio intenso a isquemia piora e há um limiar para o desencadeamento de tromboses arteriais e necrose das extremidades.

Outra causa de mecanismo não bem conhecida é a perniose. “Existem pessoas que apresentam extrema sensibilidade ao frio e desenvolvem quadros denominados de eritema pérnio (ou perniose). Caracteriza-se pelo aparecimento de alterações cutâneas, com manchas ou nódulos na pele de coloração vermelha (eritema), e nos casos mais severos surgem vesículas, bolhas e ulcerações. Os dedos das mãos e pés são as áreas mais afetadas em geral, de maneira simétrica e com menos frequência esse fenômeno acomete a ponta do nariz e das orelhas. O eritema pérnio pode ser secundário à presença de doenças sistêmicas, como distúrbios hematológicos (do sangue), hepatites virais, doenças autoimunes e malignas”, esclarece o médico.


Fenômeno de Raynaud

O fenômeno de Raynaud é outro exemplo de manifestação funcional da microcirculação desencadeada pelo estresse e pelo frio.  As extremidades, mãos e pés em contato com o frio desencadeiam um fenômeno trifásico inicialmente com intensa vasoconstrição e palidez dos dedos, e após algum tempo (segundos ou minutos) os dedos tornam-se azulados (cianóticos) devido à falta de oxigênio e acúmulo de gás carbônico no sangue da extremidade. Numa terceira fase, as arteríolas e capilares voltam a se abrir devido a uma vasodilatação compensatória (hiperemia reativa) e as extremidades (mãos e pés) apresentam intenso rubor (coloração vermelha). Esse fenômeno em geral é benigno. “O paciente que tem fenômeno de Raynaud deve procurar o médico para investigar a presença de possível doença autoimune ou reumatológica em curso, ou de uma provável manifestação futura”, esclarece Dr. Calogero.

Outra alteração microcirculatória funcional que ocorre em jovens é a acrocianose. Caracteriza-se pelo arroxeamento das extremidades, dedos das mãos e pés, e também é agravada pelo frio ou pelo estresse. Em casos raros e de extrema intensidade podem ocorrer pequenas necroses das polpas digitais.


Cuidados com a saúde no inverno

Para se proteger do frio, Dr. Calogero dá algumas dicas, como manter-se bem agasalhado (usar luvas, cachecol, tocas, meias de lã) e realizar atividade física habitual. É aconselhável fazer exames de rotina para acompanhar níveis de colesterol no sangue e controle da pressão sanguínea, ter uma dieta saudável, beber bastante água, evitar fumar e não ingerir quantidades excessivas de álcool (pois isso também eleva o risco de hipertensão arterial, infarto do miocárdio e derrame cerebral). Vacinar-se contra a gripe no outono, em especial os idosos, reduz o risco de infarto no inverno.

“As infecções respiratórias (gripe) produzem um estado inflamatório no organismo que interfere nas placas de ateroma (colesterol na parede arterial) e, com isso, aumenta a chance de desestabilização e ruptura dessas placas de gordura podendo levar à obstrução das artérias coronárias e, como consequência, ao infarto do miocárdio. Nas artérias cerebrais, mesmo fenômeno de oclusão, conduz ao derrame cerebral e nas artérias periféricas à trombose arterial aguda dos membros inferiores, com risco de gangrena”, pontua o cirurgião vascular.

O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio Rossi, observa: “A maioria dos portadores de doenças vasculares é inicialmente assintomática, ou apresenta sintomas leves que podem passar despercebidos, até mesmo por médicos de outras especialidades. O infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar são as principais causas de morte nos países ocidentais. Outras emergências vasculares, como a ruptura e dissecção de aneurismas, vasculites e as síndromes vasoespáticas, também apresentam incidência aumentada no inverno. Na ocorrência de sinais e sintomas sugestivos, a procura imediata por um serviço de saúde e a consulta com um especialista vascular são muito importantes para evitar sequelas graves”.  

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

 

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP

www.sbacvsp.com.br


AVC volta a ser uma das principais causas de mortes no Brasil

Neurocirurgião da Unicamp e do Hospital Albert Einstein explica os motivos e principais pontos de atenção da doença
 

De acordo com dados recentes da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o AVC (Acidente Vascular Cerebral), junto às doenças cardiovasculares, voltou a ser a causa mais comum de mortes no Brasil após o recuo da pandemia de covid-19. Somente nos quatro primeiros meses de 2022, foram registradas 35 mil mortes por AVC no país. 

O AVC é uma das principais causas de morte não somente no Brasil, mas no mundo todo. “Pode estar relacionado a outras doenças, como hipertensão, doenças cardiovasculares, obesidade e doenças metabólicas, sedentarismo, colesterol e triglicérides alterados, diabetes, além do tabagismo e do alcoolismo, por exemplo”, afirma o Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein. “Além disto, fatores genéticos também contribuem e, mesmo com cuidados, pessoas com histórico entre familiares de primeiro grau também podem ter tendência”, conclui o especialista.

Fatores comuns como o envelhecimento, por outro lado, também podem influenciar no desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral. De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver a doença.

O tratamento precoce, como ressalta o Dr. Marcelo Valadares, é essencial. “Quanto antes os sintomas forem identificados, maiores as chances que a pessoa não venha a falecer ou que tenha sequelas menores. O paciente que apresenta qualquer um dos sintomas de AVC deve ser levado imediatamente ao atendimento médico”, reforça.

O médico ressalta que os sintomas começam a se manifestar principalmente na área atingida pelo cérebro. Entre os principais sinais de AVC, estão: fortes dores de cabeça fortes, repentinas e acompanhadas de vômitos; fraqueza ou dormência em membros como pernas, braços ou na face, que geralmente afetam um dos lados do corpo; perda da visão ou dificuldade súbita para enxergar; dificuldades na fala e, por fim, a paralisia.


Qual é a diferença entre o AVC isquêmico e o hemorrágico?

O neurocirurgião da Unicamp e do Hospital Albert Einstein explica que existem dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. O mais comum, segundo dados do Ministério da Saúde, é o isquêmico, representando 85% dos casos registrados; o hemorrágico, que tem uma incidência menor pode, entretanto, causar mortes com mais frequência.

“De forma geral, o AVC ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando uma paralisia nesta região. No isquêmico, que é o mais comum, a obstrução devido a uma trombose ou embolia de uma artéria impede a passagem de oxigênio para as células cerebrais. Já no caso do hemorrágico, o tipo mais grave de AVC, acontece o rompimento do vaso cerebral, provocando uma hemorragia”, explica o Dr. Marcelo Valadares.

Embora seja grave, nem todo AVC é cirúrgico. “Existem também tratamentos clínicos. Cada caso é identificado individualmente. Com o uso de medicação, mudanças no estilo de vida e recomendação de atividades físicas, existe também possibilidade de prevenir o AVC. Manter os exames de rotina em dia também é essencial, principalmente quando existem casos na família em parentes de primeiro grau”, afirma o neurocirurgião.

 

Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.  A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação, sendo que o neurocirurgião trabalha em São Paulo e em Campinas. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.


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