Com base em novo estudo australiano, a nutricionista Karla Lacerda explica como uma dieta equilibrada do casal pode influenciar na fertilidade e na gestação sadia
A nova pesquisa promovida pelo projeto
australiano "Queensland Family Cohort", em conjunto com a
Universidade de Queensland e o instituto Mater Research, publicada em abril de
2022, aponta a importância da dieta do pai na formação de um bebê. O estudo
sugere que os hábitos alimentares dos parceiros durante a gestação possuem
reflexo no cardápio da grávida e, consequentemente, no bebê.
Os dados do estudo vêm ao encontro do
conceito desenvolvido pela nutricionista e CEO da CalcLab, Karla Lacerda, que
promove uma dieta rica em nutrientes para o casal que deseja gerar um novo
filho.
Na visão da nutricionista, existem
alguns passos essenciais para a gestação e concepção de bebês saudáveis. O
primeiro passa pelo entendimento que a concepção e a gestação são os eventos
imunológicos complexos que exigem do corpo uma concentração de esforços para
que aconteça.
“O ideal seria começar os ajustes na
alimentação, pelo menos, 90 dias antes da primeira tentativa de aumentar a
família. O casal deve buscar ajuda para equilibrar alimentação e hábitos de
vida”, disse Karla.
Uma dieta equilibrada com os nutrientes
necessários é responsável pelo melhor crescimento do bebê ainda na vida uterina
e ainda previnem a criança de futuras doenças que podem se tornar crônicas na
vida adulta.
Karla explica que os nutrientes são
imprescindíveis para conceber e gerar uma nova vida. Ela enumera: cálcio,
vitamina D, ômega 3, folato, vitaminas do complexo B, zinco, selênio, ferro,
vitamina A, vitamina C, entre outros, são essenciais na preparação para uma
gestação e podem ser ingeridos por meio de uma alimentação equilibrada.
A literatura da Nutrição diz que o
período gestacional exige a ingestão de diversos nutrientes encontrados em uma
dieta balanceada. Entende-se por dieta balanceada o consumo adequado de
proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, oriundos de
hortaliças, leguminosas, vegetais e produtos de origem animal.
De acordo com o estudo australiano,
apenas 28% das grávidas participantes ingeriam a quantidade necessária de
vegetais, e 15% no caso de seus parceiros. A pesquisa analisou cerca de 194
casais heterossexuais que estavam recebendo cuidados pré-natais na maior
maternidade da Austrália entre 2018 e 2021.
Os dados coletados constataram que,
apesar de o pai da criança não ter nenhuma relação direta com o desenvolvimento
intrauterino, ele ainda influenciará a qualidade da saúde do bebê.
Karla recomenda que o casal que estiver nas tentativas de aumentar a família procure orientação de profissionais capacitados sempre, pois eles proporcionarão ao corpo aquilo que ele precisa para o funcionamento pleno de suas funções, por meio de condutas individualizadas.
O que se deve
comer
A dieta rica em nutrientes para uma
gestação saudável passa pelo consumo de folhas verdes escuras que dispõem de carotenóides,
ferro, magnésio, cálcio e potássio, nutrientes essenciais à fertilidade. As
sementes de abóbora são fonte de zinco, magnésio e gorduras boas, otimizando a
produção e a sinalização hormonal.
A sardinha, rica em coenzima Q10, ômega
3 e cálcio, melhora a produção de energia, reduz o estresse oxidativo (aquele
que produz o resíduo chamado radical livre), essencial para a ovulação e
maturação folicular. A castanha-do-pará, alho, cebola, feijão, amêndoa, melão e
berinjela são outros alimentos que auxiliam na redução do estresse oxidativo e
ainda estimulam a maturidade do óvulo.
Acerola, salsa, brócolis, couve,
pimentão, laranja e morango têm ação antioxidante importante para os ovários e,
em níveis reduzidos, pode afetar o sistema imunológico da futura gestante.
Já os ovos, leite e derivados, fígado,
manga, pequi e pupunha funcionam como reguladores e moduladores do crescimento.
São alimentos que promovem a diferenciação e a proliferação celular e o
desenvolvimento embrionário.
“A adequação alimentar consiste não apenas em adicionar os alimentos necessários, mas ainda em retirar o que prejudica e atrapalha o processo, como alimentos ultraprocessados, frituras, excesso de açúcar e álcool. O consumo de bebida alcoólica implica em prejuízos para a fertilidade, e deve ser evitado pelo casal” diz Karla.
Dormir bem ajuda
na fertilidade
Sobre o hormônio do sono, a melatonina,
sincroniza a organização das funções biológicas por meio de ritmos circadianos
e à adaptação do indivíduo ao seu ambiente interno e externo. Além disso, a
melatonina protege o oócito contra radicais livres, aumentando a produção de
energia, evitando disfunção, inflamação e estresse oxidativo, o que facilita a
fertilização. Noites de sono mal dormidas aumentam o cortisol e suprimem
hormônios relacionados à reprodução.
CalcLab
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