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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Doe órgãos. A vida precisa continuar

Saúde lança campanha para sensibilizar a população quanto à importância da doação de órgãos. Transplantes são retomados sob protocolos rigorosos para garantir a segurança dos pacientes

 

O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (24), o balanço sobre a doação de órgãos, tecidos e células e transplantes realizados no país no primeiro semestre de 2020. Na ocasião também foi lançada a Campanha Nacional de Incentivo à Doação, que este ano traz o slogan “Doe órgãos. A vida precisa continuar”. A campanha tem como objetivo sensibilizar a população quanto a importância da doação para salvar a vida de muitas pessoas que aguardam por um transplante.

Neste momento de pandemia causado pelo coronavírus, no mundo inteiro e no Brasil têm sido observadas queda nas doações de órgãos e nas realizações de transplantes, tornando-se um desafio para os países, tanto pelos esforços para manutenção das doações, quanto para garantir a segurança das equipes de saúde e dos pacientes. A campanha se tornou ainda mais necessária, tendo em vista o fato de que o Brasil contabilizava um número crescente de transplantes nos últimos anos.

“O Ministério da Saúde, junto aos estados e municípios, está empenhado em encontrar soluções para superar os obstáculos impostos ao programa de transplante na pandemia. A retomada dos procedimentos será subsidiada por protocolos rigorosos para garantir a segurança de todos”, disse o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

De janeiro a julho de 2019 foram realizados 15.827 transplantes. No mesmo período em 2020, o número de procedimentos foi de 9.952. Alguns centros de transplantes, no entanto, conseguiram manter suas unidades ativas e livres da Covid-19 e hospitais de grande porte de transplantes, como o Hospital do Rim, em São Paulo, receberam pacientes de centros menores para realização do procedimento com maior segurança. No país, até 31 de julho, existiam 46.181 pacientes aguardando por transplante.

Importante ressaltar que as orientações para segurança de todos, fornecidas pelo Ministério da Saúde, permitiram a continuidade de vários programas e não há relatos, até o momento, de pacientes infectados durante a realização do transplante.

AÇÕES PARA RETOMADA

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) incentivou as equipes de transplantes a acompanhar seus pacientes por meio de consultas em plataforma digital. A medida visa minimizar a circulação de pacientes portadores de doenças crônicas graves em unidades hospitalares. Houve um cuidado extra das equipes de transplante na seleção do paciente, buscando identificar possíveis portadores de Covid-19 assintomáticos ou outras situações clínicas que pudessem aumentar o risco da cirurgia nesse momento. Com a instituição deste novo protocolo, pacientes assintomáticos que testaram positivo na chegada ao hospital não puderam realizar o procedimento, o que obrigou as equipes a selecionar outro paciente para o transplante.

Outra ação do Ministério da Saúde é o acompanhamento semanal dos dados junto às Centrais Estaduais de Transplantes. A situação, no momento, parece ter se estabilizado. Centros importantes que estavam inativos estão retomando as atividades, e retomamos a captação de córnea em doador falecido por parada cardíaca.

QUEDA NOS PROCEDIMENTOS

A queda dos transplantes começou a ser observada na segunda quinzena de março, quando a pandemia começou no Brasil e seguiu os casos de notificação da Covid-19. Os estados mais afetados, com sobrecarga no sistema de saúde, foram obrigados a reduzir ou, algumas vezes, paralisar o programa de transplante. Contudo, à medida que a situação ficou controlada, o programa foi retomado.

O balanço no período de janeiro a julho deste ano apontou que aspectos como, logística de transporte de equipes, órgãos e tecidos entre estados foi fortemente impactada pela redução no número de voos comerciais. Os transplantes de medula óssea, pelo alto impacto imunológico, tiveram redução em 25,82%, passando de 2.130 em 2019 para 1.580, em 2020. Os transplantes de coração caíram 25,10%, passando de 231, em 2019, para 173 neste ano, impactado pela dificuldade de logística, redução no número de doadores e estrutura de UTI livre de Covid-19.

Ranking dos Transplantes mais Realizados

 

Janeiro a Julho

 

Brasil

2019

2020

 

Rim

3.569

2.759

 

Fígado

1.282

1.169

 

Coração

231

173

 

Pâncreas Rim

74

55

 

Pulmão

57

35

 

Pâncreas

21

17

 

Intestino Isolado

2

1

 

Multivisceral

1

0

 

Total de Órgãos

5.237

4.209

 

Córnea

8.460

4.163

 

Medula Óssea

2.130

1.580

 

Total Geral

15.827

9.952

 

Fontes dos Dados: Sistema Informatizado do Ministério da Saúde/ CETs - Centrais Estaduais de Transplantes/ INCA/ TabWinDatasus

As doações de órgãos também tiveram queda de 8,4% em relação aos dados de 2019. De janeiro a julho de 2020, o país notificou 5.922 potenciais doadores de órgãos. No mesmo período em 2019 foram 6.466 doadores.

O Ministério da Saúde tem observado tendência ao aumento dos consentimentos familiares para a doação de órgãos no primeiro semestre de 2020, atribuindo o crescimento ao trabalho voltado a divulgação de informações. “O aumento na taxa de autorização, chegando este ano a uma média de 68,2%, é fruto de uma sociedade mais consciente do seu papel e da importância do gesto de doar. Por isso, é importante que os parentes e pessoas próximas saibam da vontade do seu familiar em ser doador”, ressalta Pazuello.

ESTRUTURA

O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é formado pelas 27 Centrais Estaduais de Transplantes; 13 Câmaras Técnicas Nacionais; 594 estabelecimentos de saúde; 1.420 equipes de transplantes; 574 Comissões Intra-hospitalares de Doações e Transplantes; e 68 Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPOs).

O Ministério da Saúde repassa recursos para estados e municípios apoiando a qualificação dos profissionais de saúde envolvidos nos processos de doação e transplante. O orçamento federal para essa área mais que dobrou em 11 anos (2008-2019), passando de R$ R$ 458,4 milhões para R$ R$ 1,089 bilhão. Os recursos transferidos para o Plano Nacional de Implantação de Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), no período de 2011 a setembro 2020, foram de R$ 148,1 milhões. O repasse para o custeio do Plano Nacional de Apoio às Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (PNA-CNCDO), no período de 2014 a setembro 2020, foram de R$ 67,5 milhões.

LOGÍSTICA

O Ministério da Saúde permanece com a parceria firmada com as companhias aéreas comerciais e com a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio de Acordo de Cooperação Técnica, para o apoio à logística de transporte aéreo. Juntas, as companhias aéreas e a FAB transportaram 608 órgãos no primeiro semestre de 2020, sendo 497 por voos comerciais e 111 pela FAB. Já no primeiro semestre do ano passado foram transportados 696 órgãos, sendo 626 por voos comerciais e 70 pela FAB.  Essas parcerias são fundamentais para o sucesso do programa que exige uma logística ágil e confiável para viabilizar a captação e o transplante para as diferentes partes do país.

CAMPANHA

Todos os anos, no Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, em 27 de setembro, o Ministério da Saúde lança uma nova campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos. As peças mostram a relação entre a espera da volta da vida ao normal que vivemos antes da pandemia, com a espera de alguém que aguarda pela doação de um órgão ou tecido para tornar possível fazer as coisas mais simples, como respirar, ver e simplesmente viver. A campanha também destaca o fator fundamental para tornar possível uma doação de órgãos e tecidos: a autorização da família, estimulando que possíveis doadores conversem com seus familiares e manifestem esse desejo.

A campanha conta com apoio de diversos veículos de comunicação, com cessão de espaços publicitários gratuitos. A veiculação terá início dia 24 de setembro e segue até 23 de outubro, conta com filme, spot de rádio, peças de mídia exterior, peças de internet e redes sociais.

Mais informações em www.saude.gov.br/doeorgaos

 



Lídia Maia

Ministério da Saúde


Manifeste-se como doador de órgãos

 Médica alerta sobre a necessidade de deixar a família informada sobre o desejo de que a vida continue depois da morte. Dados do Ministério da Saúde mostram que a queda no número de transplante durante a pandemia pode chegar a 60% 


O primeiro passo para se tornar um doador de órgão é se manifestar para os familiares, pois é deles a decisão final em caso de morte cerebral. Para a pediatra especialista Gastroenterologia Pediátrica, Mariana Di Paula Rodrigues (CRM 13541 / RQE 10514) que lida no dia a dia com casos de crianças que precisam de transplante de fígado, isso facilita a decisão de pais, maridos e filhos que já passam pelo momento delicado de lidar com a perda do ente querido”. Durante o Setembro Verde, ela faz o alerta para quem deseja fazer valer a sua vontade: “manifeste-se”.  

O Setembro Verde é um período dedicado à campanhas e manifestos para esclarecimento da população sobre o assunto. Mariana, que atende na clínica Bela Infância, instalada no Órion Complex, lembra que, no caso do transplante de fígado, nem sempre as pessoas do núcleo familiar são compatíveis para que uma parte do órgão possa ser doado. “Lidamos diariamente com essas crianças que lutam pela vida e contra o tempo”, declara. O ponto alto da campanha acontece no dia 27, quando o país comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos. 

Dados do Ministério da Saúde foram divulgados pela Agência Senado e mostram que a campanha já tem surtido efeito positivo. Embora mais de 45 mil pessoas ainda aguardem na fila de espera para um órgão, nos últimos dez anos, o Brasil teve um aumento de 43,3% de no número de transplantes, saltando de 6.426 em 2010 para 9.212 de transplantes de coração, fígado, intestino, pâncreas, pulmão e rim em 2019.

Entretanto, 2020 está sendo um desafio e certamente será um ponto fora da curva de crescimento. Segundo Agência, o Registro Brasileiro de Transplantes, notificou queda de 6,5% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2019. Quando se confrontam os números de doadores no primeiro e no segundo trimestres de 2020, a queda é ainda mais expressiva: 26,1%. 

A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) listou um ranking nessa queda: fígado (6,9%), rim (18,4%), coração (27,1%), pulmão (27,1%), pâncreas (29,1%) e córneas (44,3%). A previsão é que até o final do ano o Brasil deve realizar 3.621 transplantes em 2020, uma queda de 60,6% em relação a 2019. Mariana ressalta que a morte cerebral acontece quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, uma situação irreversível, mas que ainda  permite salvar outras vidas . “Um corpo precisa de um cérebro funcionando para estar vivo, mesmo que o coração continue batendo, isso só está acontecendo por ajuda de medicamentos e aparelhos e logo também vai parar”, lamenta. 

Atualmente o Senado analisa pelo menos oito projetos que pretendem incentivar a doação de órgãos no Brasil. Um projeto já em vigor institui a chamada doação presumida, onde de acordo com o texto, a pessoa que não deseja doar partes do corpo após a morte deve registrar a expressão “não doador de órgãos e tecidos” no documento de identidade. Já quem deseja fazer a doação, não precisa se manifestar, presumindo o seu desejo.


Dia Mundial do Pulmão: tratamentos de última geração ajudam pacientes no controle da asma grave

Elegíveis para mais da metade dos pacientes que não melhoram com tratamentos habituais, terapias imunobiológicas têm potencial para devolver a qualidade de vida ao indivíduo que tem a forma grave da doença


25 de setembro é o Dia Mundial do Pulmão, data em que a asma, que afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, sendo 20 milhões no Brasil, merece atenção especial, principalmente, para quem tem a forma grave da doença, que afeta de cerca de 3% dos pacientes. Isso porque esses indivíduos estão mais propensos a enfrentar quadros de exacerbações frequentes e internações emergenciais, mesmo com o tratamento adequado, que inclui altas doses diárias de corticoide inalado.

Entretanto, a evolução no caminho do controle da asma grave trouxe uma perspectiva diferente e positiva para médicos e pacientes. "Os tratamentos de última geração (imunobiológicos) têm mostrado uma boa resposta e são seguros, fazendo com que a pessoa recupere a qualidade de vida e consiga retomar as atividades do dia a dia, como trabalho e relações que envolvem convívio social, muitas vezes interrompidas por causa da doença", explica o médico pneumologista, Álvaro Cruz, diretor executivo da Fundação ProAr e membro do Conselho da Iniciativa Global contra a Asma (GINA).

Atualmente, o acesso às terapias de última geração para asma grave ainda é restrito por conta do custo. Entretanto, até o final do ano, esse cenário pode mudar. "Há uma expectativa de que neste segundo semestre possamos ter a incorporação dessas tecnologias modernas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio dos planos de saúde, e até via SUS, o que seria um grande avanço para os pacientes que têm a forma grave da doença", projeta Álvaro Cruz. Enquanto o tratamento da asma grave requer acompanhamento em centros especializados, o Dr Cruz solicita maior atenção para o tratamento das formas leves a moderadas da asma, que podem ser tratadas por médicos de família, e informa que a Fundação ProAR está desenvolvendo um programa de teletreinamento para dar apoio ao Sistema Único de Saúde.


Asma grave e Covid-19

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), os pacientes que têm asma, principalmente em sua forma grave, precisam cuidar ainda mais da saúde respiratória. Segundo a entidade, esse grupo está mais propenso a desenvolver complicações, se infectados pelo novo coronavírus. Diante desse cenário, a ASBAI recomenda ao paciente manter o tratamento em dia.


Setembro Dourado: Campanha alerta sobre câncer infantojuvenil e diagnóstico precoce

O câncer é uma das doenças que mais mata crianças e jovens de 1 a 19 anos, conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A cada hora, um novo caso de câncer surge em crianças e jovens no Brasil, com sintomas que podem estar disfarçados a de outras doenças comuns do período da infância. Por isso, é fundamental a atenção de profissionais da saúde, pais, educadores e a sociedade em geral sobre os principais sinais da doença.

Pensando em aumentar as chances de cura no cenário nacional, o Instituto Ronald McDonald, instituição sem fins lucrativos presente há mais de 21 anos no Brasil, investe em projetos de capacitação para profissionais da saúde, como o Programa Diagnóstico Precoce, de forma a ampliar a identificação precoce da doença.

De acordo com Teresa Fonseca, oncologista pediátrica e membro do conselho científico do Instituto Ronald Mcdonald, a dificuldade de reconhecer os sinais do câncer infantojuvenil se dá porque os sintomas são parecidos com os de outras doenças da infância.

"O mais frequente na criança é a leucemia. Em segundo lugar são os de cabeça e do sistema nervoso central. Em terceiro lugar são os tumores das ínguas, denominados de linfomas" lista a oncologista pediátrica Teresa Fonseca.

Conheça os principais sintomas do câncer infantil e juvenil:

• Palidez inexplicada;

• Perda de peso;

• Febre prolongada sem causa aparente;

• Hematomas ou sangramento;

• Dores nos ossos e nas juntas, com ou sem inchaços;

• Caroços ou inchaços - especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção

• Vômitos acompanhados da alteração de visão e equilíbrio;

• Tosse persistente ou falta de ar;

• Sudorese noturna

• Reflexo branco no olho quando incide uma luz;

• Olho aumentado de tamanho com mancha roxa;

• Inchaço abdominal

• Dores de cabeça incomum, persistente ou grave

• Fadiga, letragia, ou mudanças no comportamento, como isolamento.


GRAACC lança cartilha "E se for câncer infantil? Os sinais da doença e as chances de cura"

 Conteúdo desenvolvido pela diretoria clínica da instituição, referência nacional em oncologia pediátrica, auxilia pais e pediatras na identificação precoce dos principais sinais da doença nas crianças; quando diagnosticada em estágio inicial as chances de cura superam 70%


O Hospital do GRAACC acaba de lançar a cartilha "E se for câncer infantil? Os sinais da doença e as chances de cura" para contribuir com a disseminação de conhecimento sobre o câncer infantojuvenil. A intenção é mitigar o avanço da doença orientando pais e pediatras na identificação de possíveis sintomas, além de esclarecer as principais características dos tipos de câncer de maior incidência entre crianças e adolescentes.

Com sintomas comuns a outras doenças de infância, o câncer infantil nem sempre é identificado num primeiro momento. Assim, cabe aos responsáveis procurar ajuda médica em centros especializados em oncologia pediátrica para realizar uma investigação diagnóstica.

"Elaboramos a cartilha focando as especificidades do câncer infantojuvenil, além de informações sobre os tipos de tumores mais comuns que acometem as crianças e os principais sinais que podem indicar a existência da doença. Esperamos que a publicação seja uma fonte de consulta para pais, pediatras e outros profissionais de saúde", comenta a Dra. Monica Cypriano, Diretora Clínica do Hospital do GRAACC e autora do projeto.

A cartilha está disponível para download neste link: bit.ly/ cartilha_webinargraacc



Sobre o GRAACC

Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa. Em 2019, foram realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br.


Hérnia de disco: quando os sintomas podem confundir com AVC

 Condições de saúde podem apresentar sinais parecidos; acompanhamento médico de rotina ajuda na pronta identificação

 

Quando você pensa em Acidente Vascular Cerebral (AVC), quais sintomas lhe vêm à mente? Com certeza os principais associados à condição que, segundo o Ministério da Saúde, podem ser: formigamento no rosto, braços e pernas, fraqueza muscular, dor de cabeça súbita, alteração no equilíbrio e na forma de andar, além de confusão mental. 

Mas você sabia que, com exceção deste último, os demais sintomas também podem estar relacionados à hérnia de disco? 

O Dr. Cezar Augusto de Oliveira, neurocirurgião, especialista em cirurgia da coluna no Hospital Sírio-Libanês explica o motivo: “a hérnia de disco acontece quando os discos intervertebrais da coluna são afetados, de forma que sua estrutura externa se rompe e expõe o núcleo gelatinoso. Como sua localização está muito próxima da estrutura nervosa, pode comprimir a medula e os nervos ligados às partes do corpo onde os sintomas se manifestam”.

O AVC acontece de duas formas: isquêmico e hemorrágico. A primeira é quando uma artéria do cérebro é obstruída por um tipo de coágulo, que interrompe o fluxo de sangue para as células próximas. O segundo é quando há o rompimento de uma artéria e o sangue vaza. De acordo com o Ministério da Saúde, este é o tipo menos frequente, com cerca de 15% dos casos, mas responsável por maior quantidade de óbitos. 

O surgimento dos sintomas vai depender da condição de saúde e da forma que o paciente for acometido. "Na hérnia de disco, por exemplo, se for cervical (região do pescoço) e afetar o nervo trigêmeo, que se estende até a cabeça, pode causar formigamento e dor em um lado na face, braços e pescoço. Se for lombar (região abdominal), pode afetar os membros inferiores de um ou dos dois lados do corpo”, esclarece Dr. Cezar. 

Os sintomas em relação ao AVC podem aparecer isolados ou conjunto, assim como na hérnia de disco. Por isso, é importante manter um acompanhamento médico de rotina e buscar ajuda no aparecimento dos sintomas, para o atendimento necessário.

 



Dr. Cezar Augusto Alves de Oliveira – Neurocirurgião – Especialista em Coluna, é o chefe de equipes da Neurocirurgia nos hospitais: Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica com especialização em cirurgia da coluna, no Departamento de Neurocirurgia do Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, com o Prof. Dr. Paul Cooper; é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Possui graduação pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e cursou o Internato Eletivo em Neurocirurgia, no Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Instagram: @drcezardeoliveira

 

Setembro verde é dedicado a prevenção do câncer de intestino

Freepik

Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) alerta para a importância de cuidados preventivos que ajudam a reduzir os riscos


O Brasil registra, a cada ano, 36,3 mil novos casos de câncer de cólon e reto (também chamado de câncer do intestino ou colorretal), segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). São 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,90 para cada 100 mil mulheres. É o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres. Acomete o intestino grosso que é dividido entre cólon e reto

Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de risco. Existe os fatores de risco modificáveis, com suspensão tabagismo e dieta rica em fibras e os não modificáveis como idade e histórico familiar.

“Os fatores de risco podem influenciar o desenvolvimento do câncer, mas a maioria não causa diretamente a doença. Ter um fator de risco ou mesmo vários, não significa que você vai ter a doença. Muitas pessoas com câncer colorretal não tem fator de risco conhecido.
Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal: obesidade, sedentarismo, dieta rica em carnes vermelhas, processadas, tabagismo, alcoolismo, idade acima de 45 anos, história pessoal de pólipos ou câncer colorretal, história familiar de câncer colorretal, síndromes hereditárias”, explica a médica coloproctologista, Ornella Cassol.

O tratamento depende do estágio da doença e da localização do tumor. As lesões iniciais podem ser removidas por colonoscopia. Os tumores são tratados por cirurgia, aberta ou videolaparoscópica e quando necessário os tratamentos são complementados com quimioterapia e radioterapia, dependendo do estadiamento.

“A colonoscopia é um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre através de uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia e permite que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do exame estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal”, completa a médica que é membro do corpo Clínico do Hospital de Clínica de Passo Fundo e Hospital Cristo Redentor de Marau; membro Titular Gediib (Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil); coordenadora da Comissão interior RS do Gediib e professora do curso de Medicina da IMED.

A prevenção passa por hábitos saudáveis de vida. Nenhum alimento ou dieta pode evitar que a pessoa desenvolva um câncer, mas uma boa alimentação pode diminuir as chances de aparecimento da doença. 


Atividade Física é fundamental

Além da alimentação é importante observar a atividade física. O aumento do nível de atividade física reduz o risco de câncer colorretal e pólipos. A atividade regular moderada reduz o risco, mas a atividade vigorosa pode ter um benefício ainda maior. Aumentar a intensidade e a quantidade da atividade física pode ajudar a reduzir o risco. Em geral, as dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais, com pouca carne vermelha ou processada, estão associadas a um menor risco de câncer colorretal. Estudos mostram que há ligação entre carnes vermelhas ou carnes processadas e o aumento do risco de câncer colorretal. Limitar o consumo de carnes vermelhas e processadas e ingerir maiores quantidades de vegetais e frutas pode ajudar a diminuir o risco da doença.


Prisão de Ventre

Alguns sintomas do câncer colorretal merecem atenção, como qualquer alteração do hábito intestinal, diarreia e prisão de ventre alternados, por exemplo. No entanto, independentemente dos sintomas, é fundamental e imprescindível que o paciente busque acompanhamento profissional médico. Afinal, esses sinais também podem indicar hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros problemas não relacionados ao câncer. O tempo indicado para regular o intestino com uso de medicamentos depende muito de cada paciente.

 


Marcelo Matusiak

Pesquisa revela realidade precária na atenção ao câncer de mama no Brasil

O estudo 'Panorama da atenção do câncer de mama no SUS' desenvolvido pelo Instituto Avon e Observatório de Oncologia, mostrou deterioração dos indicadores de cobertura mamográfica e estadiamento ao diagnóstico nos últimos 4 anos


Durante o 7º Congresso 'Todos Juntos contra o Câncer’, o Instituto Avon, em parceria com o Observatório de Oncologia, apresentou o estudo “Panorama da atenção ao câncer de mama no SUS”. Um dos principais dados revela que 47% dos diagnósticos são de estágios avançados, ou seja, considerados com menor chance de cura.

O estudo foi elaborado a partir da consolidação dos registros do Sistema Único de Saúde, de 2015 à 2019, e foi desenvolvido para caracterizar a população atendida no SUS (Sistema Único de Saúde) para o rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. O levantamento de dados traz um panorama bastante completo da atenção à doença no SUS e também informações que apoiem a formulação e, sobretudo, a gestão das políticas de saúde voltadas ao controle do câncer de mama.

A cobertura mamográfica, que tem como público alvo mulheres entre 50 e 69 anos de idade, chama a atenção. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda aos países uma cobertura mamográfica de 70% do público alvo, mas no Brasil o número é de apenas 23% de cobertura, o que dificulta o diagnóstico precoce da doença. Outro dado mostra que entre 2015 e 2019 houve uma redução de 4% ao ano de cobertura mamográfica.

Esse resultado se reflete nos gastos com o tratamento que, de acordo com o levantamento, representam 61% das despesas quando a doença já está em estágio avançado e 15% quando ainda em fase inicial.

O tempo médio entre o diagnóstico e início do tratamento também foi abordado pelo estudo. As pacientes do SUS no período estudado, levaram em média 45 dias para a confirmação da doença, a partir da primeira consulta com o especialista e  o tempo médio para início do tratamento, a partir do diagnóstico, foi de 83 dias considerando o primeiro procedimento cirúrgico, e esse número sobe para 113 dias considerando o tratamento ambulatorial. É importante ressaltar que no Brasil rege uma lei, aprovada em 2019, que assegura as pacientes do Sistema Único de Saúde com suspeita de câncer o direito à confirmação do diagnóstico no prazo máximo de 30 dias, mais conhecida como Lei dos 30 dias, além da Lei dos 60 dias, vigente desde 2012, que garante ao paciente com câncer ter seu tratamento iniciado em até 60 dias a partir da confirmação do diagnóstico.

Chama atenção também um dado que revela que mulheres entre 40 e 49 anos representam 50% dos diagnósticos tardios, enquanto mulheres de 50 a 69 representam 43%, o que coloca em questão as diretrizes de rastreamento mamográfico vigentes que excluem a faixa etária dos 40 a 49 anos.

O estudo traz também um importante recorte racial, destacando que 52% dos diagnósticos tardios são de mulheres consideradas pretas e pardas, e mulheres brancas, 43%. Quando se fala em diagnóstico precoce, mulheres pretas e pardas representam apenas 19% desse cenário, enquanto mulheres brancas representam 28%, o que mostra a desigualdade de acesso dentro do próprio sistema.

 “Este estudo nos permite ter uma visão ampla e clara do acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama pelas mulheres brasileiras junto ao Sistema Único de Saúde. Também nos mune de dados para sermos mais assertivos no desenvolvimento de projetos, campanhas e parcerias buscando antecipar o estadiamento ao diagnóstico e o encaminhamento para um tratamento ágil e assertivo, aumentando assim as chances de sobrevida para a paciente do câncer de mama. Esse é o objetivo do Instituto Avon ao apoiar estudos como esse”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

"O objetivo do Observatório de Oncologia é utilizar os dados governamentais abertos de Saúde para monitorar situações e promover uma transformação social. Este estudo em específico, sobre o câncer de mama, nos mostra o quanto precisamos avançar para diminuir as desigualdades regionais e entender as características e necessidades locais. Assim, as mulheres brasileiras terão acesso ao melhor tratamento, a políticas eficientes de prevenção e rastreamento e ao diagnóstico precoce, com mais chance de cura. É possível mudar esta realidade, mas primeiro é preciso conhecer aquilo que estamos enfrentando. E estudos como estes nos mostram este norte, este caminho", Merula Steagall, presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e idealizadora do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.

 

Sobre o Instituto Avon

Há 17 anos, o Instituto Avon se dedica em salvar vidas e é por isso que sempre apoiou e desenvolveu ações que tenham em sua essência a premissa de superar dois dos principais desafios à plena realização da mulher: o combate ao câncer de mama e o enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas. Ano após ano, o trabalho do instituto tem contado com parcerias importantes e a colaboração e dedicação de muitas pessoas e organizações para fazer com que, a cada dia, mais pessoas recebam informações sobre as causas e saibam como agir. Como braço de investimento social da Avon, empresa privada que investiu mais de 170 milhões em ações sociais voltadas às mulheres no Brasil, o Instituto já apoiou a realização de mais de 350 projetos e ações, beneficiando 5,7 milhões de mulheres.


Câncer de Mama

Há 17 anos, desde a fundação, o Instituto desenvolve iniciativas que contribuem com a detecção precoce do câncer de mama. No total, foram investidos R$ 86 milhões para o desenvolvimento de 161 projetos e doação de 51 mamógrafos e 32 aparelhos de ultrassom. Por meio destas doações, mais de 2.3 milhões de mamografias e 471 mil ultrassonografias de mama foram realizadas e 38.5 mil diagnósticos positivos feitos.

Quer saber mais? Acesse nossas redes:

www.avon.com.br/institucional/instituto-avon

Facebook: InstitutoAvonOficial

Instagram: @InstitutoAvon

Youtube: Instituto Avon

 


Sobre a ABRALE

A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) foi fundada por pacientes e familiares em 2002, com a missão de oferecer ajuda e mobilizar parceiros para que todas as pessoas com câncer do sangue no Brasil tenham acesso ao melhor tratamento. A atuação da associação é sustentada por quatro pilares: Apoio ao Paciente, Educação e Informação, Pesquisa e Monitoramento e Políticas Públicas. Mais informações em www.abrale.org.br.

 

Sobre o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer

O Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) é um movimento da sociedade brasileira que congrega representantes de diferentes setores voltados ao cuidado do paciente com câncer, como gestores de saúde, entidades médicas, hospitais, profissionais de saúde, pesquisadores, profissionais de imprensa, associações de pacientes e outros, comprometidos com a garantia do direito do paciente ao acesso universal e igualitário à saúde.


Prevalência de preocupação com a saúde bucal em idosos brasileiros é baixa e pode estar relacionada com nível educacional e preocupação com aspectos estéticos

Historicamente, o acesso aos serviços de saúde bucal é significativamente menor entre os idosos brasileiros quando comparados a outros segmentos etários. Apesar de 70% destes relatarem sua própria saúde bucal como boa ou saudável, o índice CPO-D (referente ao número de dentes cariados, perdidos ou obturados) para o grupo etário de 65 a 74 anos foi de 27,93 no Levantamento das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira no Ano 2000 .

Isto significa que cada pessoa desse grupo possuía apenas quatro dentes livres de cárie e de suas consequências (obturação/extração). Quanto à necessidade do uso de prótese, 56,0% e 32,4% necessitavam de próteses inferior e superior, indicando a alta prevalência de edentulismo.

Muitas barreiras dificultam o acesso aos serviços odontológicos, incluindo baixa escolaridade, a baixa renda e a escassa oferta de serviços públicos de atenção à saúde bucal. Por outro lado, a pior percepção do autocuidado possivelmente associa-se à não utilização de serviços odontológicos entre os idosos.

Neste artigo, Pontes e colaboradores descrevem os resultados de um estudo transversal conduzido com 569 idosos em duas cidades gaúchas. Os autores avaliaram a preocupação com a saúde bucal (registrada por meio da resposta dicotômica à questão: "Preocupo-me com a saúde dos meus dentes"). Variáveis independentes foram coletadas através do Primary Care Assessment Tool, e avaliadas por análises uni e multivariadas, e regressão de Poisson.

Apenas 174 dentre os 569 idosos relataram preocupar-se com sua saúde bucal, percentual considerado baixo pelos autores (30,58%). Indivíduos não brancos, com nível educacional médio ou alto, não aposentados e sem qualquer problema de saúde apresentaram razão de prevalência (RP) significativamente maior de serem preocupados com a sua saúde bucal. Além disso, idosos que reportaram escovar os dentes duas 2 vezes por dia ou mais (RP = 1,58; IC95% 1,01 - 2,48) e os não edêntulos (RP = 1,50; IC95% 1,12 - 2,01) também apresentaram maior RP de serem preocupados com sua saúde bucal.

Os idosos que não estavam preocupados com alinhamento dentário (RP = 0,57; IC95% 0,44 - 0,74) ou que não tinham preocupação com a cor dos dentes (RP = 0,41; IC95% 0,31 - 0,54) demonstraram menor preocupação com a saúde bucal, sugerindo que aspectos estéticos possam guardar relação com a preocupação com a saúde bucal neste segmento etário.

 



Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.

 

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