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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O vício nos aparelhos eletrônicos e a falta de saúde mental do "Novo Normal"

O cenário é este: os adultos permanecem horas e mais horas diante das telas dos computadores, trabalhando e participando de infinitas reuniões on-line, e as crianças diante dos tablets, smartphones, TVs digitais e similares, pois assim elas "sossegam".

O advento do coronavírus e o isolamento social trouxeram algumas mudanças no cotidiano de muitos indivíduos. Quem trabalhava em escritórios começou a fazer home office, o que, em um primeiro momento, pareceu confortável, agradável e produtivo. Em um segundo momento, percebeu-se que, como o trabalho estava dentro de casa e se poderia trabalhar a qualquer hora, toda hora tornou-se hora de trabalho. E ainda, não se pode esquecer dos filhos, que demandam atenção, cuidados, etc. Somando isso às horas ininterruptas de trabalho, o que poderia se tornar uma maior qualidade de vida tornou-se um esgotamento generalizado.

Houve um aumento considerável no consumo de benzodiazepínicos para suportar a tensão generalizada que resultou não somente em saques de papel higiênico devido ao pânico coletivo, mas também no surgimento e agravamento de ansiedades, depressões e até insônias.

Isso se deu pois ninguém (Governo, empresas, cidadãos) respondeu da forma correta à pandemia. Este esgotamento mencionado se deu graças a diversos aspectos, entre eles:

1 - Existe uma tensão e um medo do vírus, o que faz o indivíduo permanecer mais em estado de alerta, produzindo hormônios de estresse, por exemplo.

2 - Se não bastasse o risco de vida, há também o risco de perder o emprego. O que gerou um acúmulo de funções e uma redução de salário.

3 - Os vínculos sociais e os encontros presenciais são de extrema importância para a manutenção da saúde mental do ser humano. Os aparelhos eletrônicos não substituem completamente tal necessidade do social. Não à toa, muitos irresponsavelmente "furaram o isolamento" e casaram, foram aos bares, etc..

4 - Não se pode esquecer dos cônjuges. Muitos casados começaram a descobrir quem era o outro na pandemia, levando a um aumento de divórcios (sem contar os casos de agressões físicas e o risco de vida que muitas mulheres sofreram).

Os aparelhos eletrônicos e suas redes digitais sociais são paliativos por um lado, já que conectam indivíduos distantes e em isolamento; mas por outro, devem ser utilizados com precaução. A anestesiologia aponta que 30 minutos de uso de um aparelho eletrônico causa o mesmo efeito de uma droga benzodiozepínica, o midazolam; ou seja: isolados e estressados, a fuga tanto dos adultos quanto das crianças tem sido os aparelhos eletrônicos, o que pode agravar o vício neles.

Ainda se pode amenizar as consequências do "novo normal". Alguns passos podem ser: iniciar um processo psicoterapêutico, impor limites no horário de trabalho, realizar atividades que não demandem dos aparelhos eletrônicos, como pintura, desenhos, leitura; aprender um instrumento, entre outros.



 

Dr. Leonardo Torres - psicoterapeuta junguiano e palestrante.


A Saciedade Como Uma Resposta Para Os Desafios Atuais

Todos estamos vivendo tempos de muitas mudanças e desafios. Estamos mais em casa, com mais preocupações e estresse. O resultado é que isso naturalmente nos faz sentir mais fome. A fome é uma resposta fisiológica às situações de estresse. 

E a fome que sentimos nesses momentos nos leva a procurar alimentos que além de saborosos, nos despertem sensações de aconchego e alegria, os chamados "comfort food",ou seja, que nos trazem uma sensação de recompensa e de conforto. Infelizmente, na maioria das vezes, são refeições ricas em calorias, açúcar, gordura, e sal. 

O resultado dessa combinação de sensação de estresse, momentos de incerteza, sedentarismo por estarmos mais dentro de casa e aumento da fome por alimentos calóricos já está sendo notado por todas as pessoas, em todas as faixas etárias em todas as regiões: Um aumento no peso corporal e no acúmulo de gordura na região da cintura, bem onde ela é mais perigosa para a saúde como um todo. 

Como sempre, diante de grandes desafios, é preciso buscar soluções eficazes. E segundo as melhores evidências científicas, as soluções para esse tipo de fome e ingesta exagerada de alimentos são todas aquelas que resultam num aumento da saciedade. A sensação de saciedade ou plenitude gástrica protege contra a compulsão alimentar, que nos leva a consumir elevadas quantidades de calorias com as suas consequências desastrosas. Vamos aproveitar para descrever aqui seis sugestões práticas e eficazes para promover a saciedade: 

1. Fazer 6 refeições por dia:café da manhã, almoço e jantar, além de um lanche saudável no meio da manhã, no meio da tarde e antes de dormir. 

2. Comer um alimento fonte de proteína em todas as seis refeições. Além de fornecer saciedade, as proteínas são matérias-primas para o organismo produzir os neurotransmissores da saciedade, como a serotonina e o gaba.Ovos, leite e derivados, carnes magras, feijão, soja e shakes proteicos são bons exemplos. 

3. Apostar nos alimentos ricos em fibras. Frutas, verduras, cereais integrais e algumas sementes são ótimas opções, pois são nutritivos e promovem uma ótima saciedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), devemos comer de 25 g de fibras diariamente. Quando isso não for possível,mesmo utilizando os exemplo acima, cogitar usar um suplemento ou bebida fonte de fibra. 

4. Beber bastante água pura ou chás sem açúcar é uma ótima estratégia. Às vezes o nosso cérebro confunde as sensações de fome e de sede. Ter sempre uma garrafinha com água ou com seu chá favorito por perto funciona muito bem. 

5. Fazer exercícios físicos diariamente. Além da atividade física proteger contra o acúmulo de gorduras e auxiliar no controle do peso, também promove a saciedade e bem-estar físico de forma geral. Basta dizer que depois de um bom treino, fica muito mais improvável alguém assaltar a geladeira. 

6. Controlar o estresse e melhorar a qualidade do seu sono. Meditação, oração, yoga e outras técnicas de relaxamento promovem a saúde mental e diminuem o comer compulsivo.



 Dr. Nataniel Viuniski - médico nutrólogo, especialista em obesidade e membro do Conselho para Assuntos Nutricionais da Herbalife Nutrition

 

Referência: World Health Organization. (2003).Diet, nutrition, and the prevention of chronic diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation (Vol. 916). World Health Organization.


Impactos do ensino remoto em crianças e adolescentes

Passados mais de seis meses nos quais temos vivido sob distanciamento social, ainda não é possível mensurar os impactos psicológicos desse processo para as crianças e adolescentes. É fato, porém, que temos observado alguns comportamentos que merecem um olhar cuidadoso. Alguns estudantes têm manifestado sintomas de estresse, ansiedade e falta de motivação para as atividades acadêmicas, além do medo face às consequências da pandemia, tais como perdas de familiares ou o receio de que isso ocorra; perdas econômicas da família; imprevisibilidade do cenário futuro, dentre outros aspectos. Já as crianças menores têm expressado, além desses, comportamentos que já haviam sido superados ou incompatíveis com seus níveis de desenvolvimento, tais como medo de dormir sozinho; falta de controle dos esfíncteres; irritabilidade e dificuldade em expressar as emoções, gerando atitudes de birras.

São inúmeros os fatores a serem considerados, porém, alguns merecem destaque. A escola ocupa um lugar fundamental na vida das crianças e adolescentes. Trata-se de um espaço de aprendizagem por excelência, uma vez que abre possibilidades para que os estudantes deixem o âmbito exclusivo do contexto familiar, marcado necessariamente por relações assimétricas, definidas pela hierarquia e autoridade, e passem para um outro contexto. Coexistem na escola esses tipos de relações entre educadores e alunos, mas, por outro lado, abre-se também a possibilidade das crianças e adolescentes experimentarem relações entre pares, que são simétricas e permitem a construção de valores fundamentais: amizade; companheirismo; cooperação; respeito etc.

Dessa forma, o ensino remoto impossibilita esse elemento fundamental na Educação: as relações sociais. Para aprender, precisamos não apenas de um bom professor e de materiais adequados, mas também são necessários os encontros e as trocas entre as pessoas. Quando alguém faz uma pergunta em sala, por exemplo, todos aprendem. Ainda que isso também possa ocorrer em aulas remotas, não existe ali toda a complexa rede de relações que caracteriza uma sala de aula. Além disso, na escola os estudantes aprendem sobre aspectos éticos e morais que não são necessariamente vinculados a um conteúdo específico, mas que são transversais a qualquer disciplina, especialmente a empatia, que garante a possibilidade de aprender a colocar- se no lugar do outro. As crianças menores ainda têm o valor inestimável das brincadeiras em grupo, espaço profícuo para a construção de saberes que não pode ser substituído pelas aulas remotas.

Um outro aspecto a ser considerado é que o ensino remoto tem exigido mais tempo dos estudantes na frente do computador, fato que demanda cuidados redobrados, seja pela exposição excessiva à tela, seja em relação ao acesso que as crianças e adolescentes têm à internet. O que podemos fazer então para oferecer um suporte emocional às crianças e adolescentes?

Em primeiro lugar, é importante que eles tenham uma rotina organizada, dividida entre as tarefas obrigatórias da escola e de casa; as atividades físicas e de lazer possíveis. Vale destacar que esse é um momento propício para que crianças e jovens que nunca tiveram responsabilidades domésticas, passem e tê-las. Isso contribuirá para o desenvolvimento de um senso de responsabilidade e pertencimento a um grupo, assim como para a valorização do trabalho e daqueles que trabalham por nós. Dessa forma, regar plantas, alimentar animais de estimação, tirar o pó, dobrar roupas, arrumar a cama e enxugar a louça podem ser momentos ricos de interação na família e desenvolvimento de autonomia.

Uma rotina organizada trará mais segurança emocional ao estudante, assim como contribuirá para a diminuição do estresse e da ansiedade, uma vez que ele saberá o que deve fazer em cada momento, além de trazer uma sensação de prazer pelas tarefas cumpridas. Mas, para isso, a orientação dos adultos é primordial, assim como a atenção para que, de fato, o que se estabeleceu seja cumprido. Isso pode ser feito de forma lúdica, especialmente com os menores, na forma de preenchimento de um quadro de tarefas e responsabilidades com o uso de adesivos, por exemplo.

Especificamente em relação às atividades acadêmicas, é importante que o estudante tenha um espaço e um momento propícios para isso, livres de interferências. Uma boa dica é incentivar que não façam isso de pijama ou sob os cobertores, para que as atividades diárias sejam bem delimitadas. Além disso, para os que estão se sentindo desmotivados, uma alternativa interessante é criar grupos de estudos e de discussão entre colegas, para que possam realizar juntos atividades da escola, ou ainda oferecer ajuda em alguma matéria na qual se destaquem para ajudar os colegas é uma excelente forma de exercer a solidariedade.

Já em relação aos riscos decorrentes das novas exigências de uso da internet, cumpre ressaltar a necessidade do monitoramento das crianças e jovens, com particular ênfase para as redes sociais. O diálogo aberto é, sem dúvida, a melhor forma de criação de um canal de comunicação e de confiança entre pais e filhos. Para isso, é necessário conscientizá-los a respeito de alguns dos perigos que a internet pode trazer, para que desenvolvam um senso crítico no julgamento de mensagens falsas; que sejam alertados sobre a prática do cyberbullying e de suas consequências; que não se deixem levar por apelos que eventualmente surjam, tais como os comumente denominados “desafios”, e que,  acima de tudo, em situações de estranhamento ou desconforto, imediatamente recorram aos pais. 

 

 


Maísa Pannuti - psicóloga e doutora em Educação, é especialista em Psicologia do CIPP - Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento e supervisora do Serviço de Psicologia Escolar - SerPsi - do Colégio Positivo.


Conheça quatro alimentos que auxiliam na diminuição da ansiedade

Vitaminas e aminoácidos promovem disposição e sensação de bem-estar ao organismo


Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo. O número é equivalente a 18,6 milhões de brasileiros - aproximadamente 9,3% da população. Durante o período de distanciamento social, este percentual teve um significante aumento. Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, mostrou um crescimento de 80% nos casos do distúrbio desde o início da quarentena no país. Mas o que de fato é a ansiedade e quais são as formas de combatê-la?

O distúrbio é uma reação natural do corpo humano que funciona como um mecanismo de sobrevivência para lidar com as situações de perigo. Porém, em excesso, ela pode se tornar uma doença que, conhecida como transtorno de ansiedade generalizada, faz com que as pessoas sintam preocupação e medo extremos mediante a situações simples do cotidiano.

Dentre os diversos sintomas do transtorno podem estar: irritabilidade, insônia, suor excessivo, aceleramento dos batimentos cardíacos e tremores. Como forma de tratamento, o mais comum é o acompanhamento com um psicólogo e, em casos mais extremos, a introdução de remédios psicotrópicos. No entanto, a alimentação pode ser uma grande aliada no tratamento da ansiedade ajudando no controle da condição.

"Alguns alimentos contêm aminoácidos e vitaminas essenciais que atuam diretamente na diminuição do estresse, combatendo a ansiedade e aumentando os níveis de serotonina, responsável pelo bem-estar e pela sensação de relaxamento", aponta Jessica Santos, nutricionista da Superbom, marca de alimentos saudáveis.

Abaixo, a nutricionista listou os principais alimentos que auxiliam na diminuição do quadro. Confira:

• Frutas cítricas:

Estudos comprovaram que a vitamina C, presente nas frutas cítricas, como a tangerina, diminui a secreção de cortisol, hormônio liberado pela glândula adrenal em resposta ao estresse e à ansiedade e responsável por transmiti-los para todas as partes do corpo. "Ela promove o bom funcionamento do sistema nervoso e aumenta a sensação de bem-estar. Vitaminas e minerais, como a vitamina C, são perdidas nos quadros de estresse e ansiedade. Sendo assim, é necessário suprir essas carências", explica a especialista.

• Castanha de Cajú:

As castanhas de caju contêm uma extensa lista de propriedades e benefícios. Possuem gorduras benéficas, vitaminas do complexo B, magnésio, aminoácidos essenciais e outras substâncias que ajudam a reduzir a ansiedade e o estresse.

"Essa oleaginosa é uma ótima fonte de triptofano, um aminoácido essencial presente na maioria dos alimentos vegetais e que o corpo não é capaz de produzi-lo de forma independente. Esse componente é um precursor da serotonina. A sua falta em uma dieta pode levar à uma produção ineficaz e insuficiente desse hormônio", comenta.

• Abacate:

A fruta é repleta de nutrientes, entre eles vitamina B6 e magnésio, componentes que podem ajudar na produção de serotonina, proporcionando a sensação de bem-estar. "Adicionar fatias de abacate em omeletes, saladas ou até smoothies auxiliam a obter mais fibras e gorduras saudáveis ​​na dieta", comenta.

• Espinafre:

O espinafre contém ácido fólico, uma potente vitamina antidepressiva natural. "Ele pode combater à ansiedade, pois quando está em baixas concentrações no organismo, reduz os níveis cerebrais de serotonina", explica.

Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, o cérebro consome muita energia para funcionar e isso resulta na sobra de resíduos químicos oxidantes. Portanto, alimentos como o espinafre, trabalham para eliminar as substâncias em excesso.

 

Superbom

http://www.superbom.com.br

Projeto de Lei quer obrigar o condutor causador de acidente a custear tratamento no SUS

 Pixabay

Segundo a proposta, o condutor que estiver sob efeito de álcool ou qualquer outra substância psicoativa, terá que ressarcir as despesas do SUS com o tratamento das vítimas

 

 

Apesar da queda no número de mortes por acidente de trânsito entre os anos de 2012 e 2018, os dados da PRF trouxeram um alerta em 2019: o total de vítimas voltou a subir. Ao todo, 5.332 pessoas morreram nas rodovias federais no ano passado, contra 5.269 registradas em 2018. Essa foi a primeira alta do índice em sete anos. De 2012 a 2018, o número de mortes teve redução de 39,2%.

Um levantamento elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) constatou que, além das mortes, entre os anos de 2009 e 2018, os desastres no trânsito já deixaram mais de 1,6 milhão de brasileiros feridos gerando custo direto de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a análise do CFM, a cada hora, em média, cerca de 20 pessoas dão entrada em um hospital da rede pública de saúde com ferimento grave decorrente de acidente de transporte terrestre.

Segundo a Agência Senado, entre as propostas relacionadas às mudanças na legislação de trânsito que tramitam na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) está o PLS 32/2016, apresentado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT). O texto obriga o condutor causador de acidente, sob efeito de álcool ou qualquer outra substância psicoativa, a ressarcir as despesas do SUS com o tratamento das vítimas.

Conforme o senador, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima uma perda de 7,3% do produto interno bruto (PIB) do Brasil, em decorrência de problemas relacionados ao álcool. “Ou seja, quase R$ 400 bilhões”, afirma.

Os acidentes de trânsito são considerados um grave problema de saúde pública e impactam significativamente nas despesas da gestão do SUS, segundo Wellington. Conforme ele explica, com a aprovação da medida, além de ressarcir os cofres públicos, a legislação poderá servir como ferramenta para educação permanente da população. O senador disse esperar que a matéria seja apreciada quando os trabalhos presenciais no Senado forem retomados.

            Aureliano Caron, advogado da Consilux, empresa especializada em gestão e segurança no trânsito, comenta que é entendimento de diversos tribunais que quando a embriaguez ao volante, devidamente comprovada, for fator determinante para o acidente de trânsito, é cabível a indenização por danos morais. “Então, nada mais justo que o condutor responsável pelos acidentes de trânsito, devido à embriaguez ou uso de outras drogas também custeiem o tratamento das vítimas – e até o próprio – ao SUS”, avalia.

 

Deep Fake: a próxima ameaça do século XXVI


Se as Fake News se tornaram um grande problema no Brasil, principalmente em relação à política, o Deep Fake fará um estrago ainda pior.

Através de Inteligência Artificial, Machine Learning e com ferramentas de código aberto pode se criar um algoritmo para treinar uma Rede Neural a mapear o rosto de uma pessoa, e então, substituir os movimentos labiais, expressões do rosto e piscar dos olhos, e até o rosto por completo, no corpo de outra pessoa. Em muitos casos, a qualidade fica impressionante.

A mecânica de funcionamento é bem simples: o software trabalha analisando primeiro os movimentos faciais de um alvo, cuja aparência será usada no vídeo falso. Após mapear a cabeça, o movimento e o piscar dos olhos, os detalhes da boca e demais movimentos o software analisa essas mesmas marcações no vídeo original e então mescla os movimentos. Isso cria um vídeo falso surpreendentemente realista.

Para potencializar isso, duas aplicações podem rodar simultaneamente, uma sendo lançada contra o outra, sendo uma para criar e outra para analisar, em uma série de milhões de ajustes de ida e volta. Isso torna o processo de aprendizado mais rápido e mais preciso do que se um ser humano analisasse cada uma das tentativas.

Políticos como Obama, Trump e Puttin já foram vítimas do Deep Fake. Celebridades como Ariana Grande, Cameron Diaz, Emma Watson, Angelina Jolie e Miley Cirus são vítimas constantes em sites de pornografia, vídeos utilizando seus rostos são facilmente encontrados.

A Faculdade de Washington promoveu um estudo e publicou o vídeo em que o software após horas de análise conseguiu criar movimentos labiais perfeitos do ex-presidente americano Obama. Uniram dois vídeos diferentes, em um aproveitaram o áudio e em outro aproveitaram a imagem. A rede neural recorrente aprende o mapeamento de recursos de áudio brutos para formas de boca.

No caso do estudo usaram a voz original, mas poderiam facilmente utilizar um imitador ou unir diferentes áudios para formar uma frase. O que poderia acarretar graves problemas políticos de nível mundial.

O Twitter baniu qualquer conteúdo que promova o assunto, como também vídeos que utilizem desta tecnologia. O site pornô, Pornhub, também fez o mesmo, banindo qualquer vídeo que utilize esta tecnologia. No Brasil, ainda não temos nenhuma iniciativa que impeça a proliferação de conteúdo Deep Fake.

A falsificação de imagens e vídeos não é nenhuma novidade, existem aplicativos para smartphones que facilmente mudam o rosto de pessoas. No entanto, o ponto em questão é o realismo. A manipulação de imagens e vídeos usando Inteligência Artificial pode se tornar um fenômeno de massa perigoso.

Outro caso em que esta tecnologia está sendo usada é a “pornografia de vingança” onde o rosto de pessoas comuns são aplicados em vídeos de pornografia, para que alguma extorsão seja realizada.

A base desta aplicação usa o TensorFlow, do Google. Uma biblioteca de código aberto para aprendizado de máquina aplicável a uma ampla variedade de tarefas. É um sistema para criação e treinamento de redes neurais para detectar e decifrar padrões e correlações, análogo à forma como humanos aprendem e raciocinam. A concepção do TensorFlow jamais foi pensada em possibilidades tão obscuras.

Neste ano de 2020, contaremos com eleições para prefeitos e vereadores e certamente poderemos ter casos de Deep Fake sendo usado no Brasil para denegrir a imagem de um determinado político.

Em relação ao mundo corporativo, o Deep Fake também pode ser um grave problema. Vídeos falsos de presidentes de grandes corporações podem ser espalhados com o objetivo de denegrir a imagem do indivíduo ou da empresa. Até que a informação verdadeira seja revelada, um estrago enorme pode ser feito afetando vendas, marketing, relação com investidores entre outras frentes.

Por isso, é de extrema importância certificar-se da procedência da mensagem antes de compartilhar e ter como base, fontes confiáveis de notícias. A informação é a principal moeda do século XXI.



Ricardo Martins - CEO e principal estrategista da TRIWI. Especialista em marketing digital, é graduado em Marketing pela Escola Superior Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, e concluiu Master em Marketing pela ESPM, em São Paulo. Durante os 20 anos de trajetória na área, atuou em companhias que se destacam no mercado, como Polishop, XP Investimentos, TOTVS e CNA Idiomas. Como consultor, atendeu organizações em diversos segmentos, incluindo Lupo, BM&FBOVESPA e Multilaser.

 

TRIWI

www.triwi.com.br


Os novos desafios de segurança digital do delivery brasileiro

            Você já pensou em como o serviço de entrega de um restaurante pode impactar a sua privacidade? Saiba, então, que a segurança dos dados pessoais estará cada vez mais no centro das discussões de nossas vidas nos próximos anos, inclusive na hora de pedir o seu jantar. O tema é preocupante e se torna ainda mais importante agora, em tempos de isolamento social, já que estamos compartilhando informações para uma infinidade de empresas e de entregadores. Diante desse novo ambiente, até mesmo a compra daquela pizza de sexta à noite pode estar sendo alvo de um hacker. Já imaginou?

            Pode parecer exagero pensar assim, mas a segurança digital será um item prioritário para pessoas e empresas. A transformação imposta pela pandemia tem feito com que restaurantes e bares precisem se preparar para uma nova era no uso de informações, com registros específicos de clientes, armazenando dados e efetuando transações com segurança. Em outras palavras, à medida que os pedidos chegam pela web, eles precisam acompanhar o aumento de volume não apenas em suas cozinhas e fluxos de entregas, mas também na proteção de toda a estrutura digital.

            Segundo pesquisas de consultorias nacionais, a área de entregas praticamente dobrou de tamanho no Brasil durante os primeiros meses da pandemia, impulsionada principalmente pelo setor de alimentação. Como resultado, temos presenciado uma explosão de novos aplicativos e serviços - que nem sempre entregam a segurança digital.

            Motivos para vivermos essa ascensão do delivery, evidentemente, não faltam. O maior deles é que o uso dos aplicativos de entrega tem sido o caminho fundamental para a sobrevivência de vários restaurantes e bares que tiveram movimento reduzido por conta das medidas de restrição. Não por acaso, aliás, temos visto seguidamente o aumento no número de compras para entrega, até mesmo em ramos que, no passado, sequer planejavam esse formato de vendas.

            Seja como for, empresários do mercado devem entender que ter atenção aos dados dos clientes é uma questão vital para a manutenção de suas operações em longo prazo. Estudos globais indicam, por exemplo, que mais da metade dos clientes que estão pedindo suas compras em casa deverão continuar com os pedidos on-line como uma forma de consumo mesmo após o fim da pandemia.

            Isso significa que bares e restaurantes já não podem mais se dar ao luxo de ficar off-line nem que seja por um minuto sequer. É preciso garantir alta disponibilidade das redes, com proteção sempre em dia. Empresários do setor deveriam entender, portanto, que a conexão de suas marcas e serviços com o público agora, definitivamente, inclui a segurança de dados e a experiência virtual de suas operações. Com o alto número de conexões e fluxos online em seus sistemas, garantir a disponibilidade das redes, além da segurança, é essencial.

            Eles precisam se certificar, por exemplo, que as plataformas de delivery utilizadas realmente adotam as melhores práticas de cibersegurança e privacidade do mercado. Da mesma maneira, evidentemente, também é preciso que os restaurantes e bares adotem os sistemas mais adequados para suas operações internas, buscando sempre as soluções mais completas para garantir a segurança dos clientes diante das ameaças digitais.

            Um caminho para isso é focar em pontos como o monitoramento ativo de todas as conexões com bloqueio de tráfego e conteúdo indesejado, segmentação das redes (separando o acesso para a parte administrativa da rede aberta para clientes) e, ainda, estabelecer configurações bem específicas para a gestão do ambiente como um todo. Nesse cenário, não há dúvidas de que as redes SD-WAN, definidas por software, são ótimas opções para conectar filiais com eficiência, reforçando a disponibilidade das redes e simplificando o gerenciamento centralizado de qualquer parâmetro de segurança relacionado à infraestrutura ou à rede.

            Investir em soluções mais modernas é, agora, o único jeito de acompanhar a transformação que temos vivido, com a era do delivery se tornando inquestionável. Isso porque a segurança cibernética está inserida como chave de sucesso nesse novo normal que estamos construindo. À medida que caminhamos para um mercado fígital (com a mescla do físico e digital em todos os nossos pontos de contato), é mandatório que as empresas compreendam a exigência trazida pela mobilidade e pela conectividade.

            A crise do Covid-19 certamente pode ter forçado a expansão do e-commerce, mas o modelo de consumo das pessoas não voltará ao patamar anterior ao coronavírus. Isso implica dizer que o comércio eletrônico e o delivery continuarão a ser partes importantes da rentabilidade das operações. Do mesmo modo, cuidar da experiência dos consumidores e da segurança digital dos dados será uma das etapas do trabalho das empresas e estabelecimentos.

            Vale destacar, ainda, que a necessidade de cuidar das informações é um parâmetro legal. É fundamental estar em acordo com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e do Marco Civil da Internet, que exigem novas práticas para proteger as informações sensíveis dos consumidores, sob risco de penalizações, como multas e bloqueios digitais.

            Ao que parece, estamos cada vez mais dependentes dos serviços que levam as coisas do mundo para dentro de nossos lares. Imaginar o delivery do seu restaurante favorito como um dos envolvidos nessa jornada de transformação digital parecia algo desproporcional, mas não é – em um ambiente super conectado, todos temos responsabilidade em relação à segurança digital. É fundamental que os restaurantes e bares entendam isso rapidamente para não colocar em dúvida uma receita que tem tudo para fazer sucesso.

 




Anderson França - CEO da Blockbit

 

Porque você deve investir a sua energia no Instagram

Os E-commerces estão a todo vapor e o Instagram pode ser a porta de entrada


Segundo pesquisa publicada no Data Reportal, o número de usuários do Instagram no Brasil chega a 77 milhões de pessoas, 44% dos usuários de redes sociais possui uma conta. E mais, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, houve um aumento de quase 7% no número de usuários. O crescimento da rede social é exponencial.

Por ser uma rede de fácil assimilação e que usa a imagem como principal ferramenta, você não precisa concentrar suas energias escrevendo ou produzindo longos vídeos. “Colocar sua empresa, o seu serviço, ou você mesmo no Instagram é fundamental para uma boa estratégia de negócios a longo prazo, lembre-se que até o final do ano deveremos ter este número subindo, sobretudo com a pandemia em curso, faendo mais pessoas ficaram mais tempo na internet”, explica Alexandre Simões, estrategista de Marketing Digital.

Entretanto, os empreendedores não devem parar por ai, o Instagram é só uma das importantes ferramentas para garantir a presença digital de uma empresa. Diversificar é a melhor estratégia!

Para as empresa que já estão na internet, algumas questões são importantes. Ela consegue atingir bons resultados a partir da internet? Qual o objetivo estratégico de estar na rede? Quais os objetivos que o marketing da sua empresa busca alcançar? “É normal você querer fazer negócio, aumentar sua cartela de clientes, mas como você faz isso? Já se perguntou? Sua presença é para gerar leads? Para dar informação, produzir educação para o mercado? Ou então quer ser autoridade?”, reflete Alexandre.

Para que todas as perguntas sejam respondidas é preciso aprender a criar uma boa estratégia e assim, obter bons resultados.

Apostar em uma estratégia de crescimento pode ser um bom começo, ela é feita para aumentar lucros e aumentar o valor da empresa.

Então se você está começando um negócio, ou quer expandir um que já tem é importante aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, lançar novos produtos e aumentar suas vendas. Um bom exemplo para, se você tem uma pequena loja, é hora de colocar seu negócio em um e-commerce, e o Instagram ajuda nesse processo de levam o seu produto para muito mais pessoas através da internet.

Para ter bons frutos invista em pesquisa e qualidade, a inovação é muito importante, assim como entrar em novos mercados e também expandir. Como indica o estrategista, “Crie seus produtos e busque aprimorar, arrisque outras soluções e novos produtos, pesquise e se antecipe ao mercado, não espere seu concorrente fazer antes de você”.

O brasileiro é definitivamente muito criativo, ouve-se hoje em dia que muita gente tem vendido também em grupos de WhatsApp, se seu negócio já tem uma boa projeção assim, imagina com impulsionamento em outras plataformas?

É sabido que ainda muita gente tem dificuldade para usar o universo digital, então a pergunta é: Por que não se associar com alguém? Você pode entrar com seu produto, seu know how e outra empresa pode entrar com a tecnologia. Somando os dois trabalhos você pode agregar valor e expandir ao mesmo tempo e isso pode ser um bom negócio para as duas empresas.

E assim finaliza Alexandre “Pense em expandir, o seu bairro pode ser um bom começo, mas a longo prazo busque olhar na frente para que seu negócio seja sustentável e tenha maior valor”.




Alexandre Simões
www.alexandresimoes.com

Instagram: https://Instagram.com/simoesoficial

 

Como fica o 13º salário em caso de suspensão ou redução de jornada?

Como ficará o 13º salário para quem teve o contrato de trabalho reduzido ou suspenso de acordo com a Lei 14020? Esse é um ponto que já vem sendo debatido em muitas empresas e que apresenta distintos entendimento.

O grande problema em relação ao tema é que existem os que acreditam que o valor do 13º deve ser proporcional a redução que receberam e os que acreditam que a empresa deve pagar o valor inteiro e a falta de um posicionamento claro do Governo Federal poderá gerar a judicialização dessa discussão trabalhista.

"Algumas questões deveriam ser rapidamente esclarecidas pelo legislador, ou seja, Governo Federal e Congresso, para evitar problemas futuros no judiciário. Isso ocorre principalmente em relação ao 13º salário. Resultado é que isso poderá sobrecarregar o judiciário ou farão com que as empresas paguem uma conta que talvez não precisassem (piorando seu caixa já tão desgastado pela crise)", analisa o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil (www.confirp.com), Richard Domingos.


DÉCIMO TERCEIRO

Para entender melhor o tema, Richard Domingos explica que "o direito ao décimo terceiro salário é adquirido à razão de 1/12 para cada mês trabalhado pelo empregado, cuja a base de cálculo será a remuneração do mês de dezembro, assim compreendida de salário devido ao empregado, somando a média de horas extras, comissões, gorjetas, e outros adicionais habitualmente pagos".

Dentro disso quatro pontos de análises se fazem necessários Richard Domingos analisa o tema:


Suspensão do salário

O primeiro ponto que pode ser discutido é sobre como compor a base de cálculo do 13º salário enquanto o contrato de trabalho esteve suspenso em um ou mais meses, entre abril a novembro de 2020. Nesse caso não existe na legislação nenhuma fundamentação expressa que preveja o não pagamento do décimo terceiro referente ao período ao qual o contrato esteve suspenso.

Essa falta de fundamentação pode levar a empresa a pagar sobre o período ao qual o contrato estava suspenso. Contudo, muitos empregadores não acham justo pagar o período de contrato suspenso, onde o funcionário não estava à disposição do empregador.

Como não há definições claras, alguns especialistas (advogados, contadores e consultores) defendem pelo não pagamento dos avos referentes ao período ao qual o contrato estava suspenso, outros pelo pagamento; ou seja, só o judiciário dirá quem está certo. Pelo sim e pelo não, o pagamento de todo período é a única forma da empresa se esquivar de problemas futuros.


Em caso de redução salarial

Outra questão é como compor a base de cálculo do décimo terceiro salário quando o contrato de trabalho teve a jornada de trabalho reduzida e, consequentemente, o salário em alguns meses do ano. Como dito anteriormente, não parece justo e nem razoável.

Levando em consideração que o empregado trabalhou cinco meses com jornada de trabalho reduzida e sete meses com jornada normal, o justo seria compor uma média dos salários para o pagamento do décimo terceiro salário, porém não há nenhuma previsão legal para esse procedimento. A única forma da empresa não incorrer em riscos futuros será de pagar o décimo terceiro salário de forma integral, de acordo com o salário do trabalhador no mês de dezembro.


Suspensão ou redução em dezembro

Por fim, a situação se complica no cálculo do décimo terceiro salário quando o contrato de trabalho estiver suspenso ou reduzido no mês de dezembro. Numa interpretação literal da legislação é possível concluir que quando o empregado estiver com seu contrato suspenso em dezembro, seu décimo terceiro terá como base apenas as médias de horas extras, comissões e adicionais pagos habitualmente.

Assim, não entrando na base de cálculo o "salário devido", pois se estiver suspenso não há que se falar em salário devido. Por mais que pareça um absurdo é o que está na legislação. Com base nas análises e discussões, a recomendação (unânime) é que as empresas utilizem o "salário contratado" para efeito de cálculo do décimo terceiro, adicionando as médias das demais verbas pagas habitualmente.

Já no caso da composição da base de cálculo do décimo terceiro salário quando o contrato de trabalho estiver com a jornada de trabalho reduzida no mês de dezembro e, consequentemente, o salário, em uma interpretação literal da legislação é possível concluir que quando o empregado estiver com seu contrato de trabalho reduzido e, consequentemente, o salário (25%, 50% ou 70%) no mês de dezembro, seu décimo terceiro terá como base o salário devido (ou seja, o que a empresa vai pagar) acrescido as médias de horas extras, comissões e adicionais pagos habitualmente.

Ou seja, um funcionário com salário de R 5.000,00 e que firmou um acordo de redução da jornada em 70% no mês de dezembro, em uma análise rápida podemos afirmar que o salário devido pela empresa no mês de dezembro é R 1.500,00.

Contudo, não parece razoável o entendimento que a base de cálculo para o décimo terceiro seja o salário devido em dezembro de R 1.500,00, por outro lado destacar o valor do salário contratado de R 5.000,00 penalizaria e empresa que recorreu a essa alternativa para se manter operando.

Infelizmente, o que não é previsto em lei seria o justo, que seria de realizar o cálculo do décimo terceiro salário com base nas médias de remunerações do ano. A única forma da empresa não incorrer em riscos futuros será de pagar o décimo terceiro com base no salário contratado e não o devido.

"Como observa o campo é bastante abrangente e o tema é bastante fértil. Muito embora muitos especialistas se posicionam de forma conservadora e a favor de que a empresa tenha que pagar toda a conta, muitos outros defendem o lado oposto. O ponto é que a insegurança jurídica e falta de clareza na legislação causam esse tipo de discussão, por falta de um posicionamento pontual por parte do poder executivo e legislativo, caberá ao judiciário a decisão final sobre a questão" finaliza o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil.


Afinal, por que é preciso mudar a Lei de Lavagem de Dinheiro?

A Câmara dos Deputados instalou uma comissão de juristas para elaborar um anteprojeto de reforma da Lei de Lavagem de Dinheiro, de 1998, com a participação de 19 integrantes, entre magistrados, membros do Ministério Público, Supremo Tribunal de Justiça e especialistas. Mas, afinal, por que é preciso modificar a Lei 9613/98? A jurista e mestre em Direito Penal Jacqueline Valles defende a reformulação e diz que algumas distorções em decisões judiciais, confundindo lavagem de dinheiro com outros desvios financeiros, tanto em âmbito particular, quanto em campanhas eleitorais, reforçam a necessidade de aperfeiçoar a norma. 

Segundo Jacqueline, por causa dessa ‘confusão’, algumas decisões entenderam que o crime popularmente conhecido por Caixa 2, e o crime de falsidade ideológica, poderiam ser integrados com a lavagem de dinheiro, que tem uma pena maior, de até 10 anos de reclusão.

A mestre em Direito Penal explica que a lavagem de dinheiro é um ato no qual a pessoa dissimula ou oculta a origem criminosa de um valor para dar uma roupagem lícita e apresentar no mercado de forma clara. “Muitas decisões, inclusive na Operação Lava Jato, fizeram com que alguns membros do Poder Judiciário entendessem que crimes de falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal, fossem caracterizados como lavagem de dinheiro. Mas são atos distintos. Há uma diferença enorme entre falsificar a verdade em um documento e dissimular a origem criminosa de um valor. Mas como o crime de lavagem de dinheiro tem uma pena mais grave, de 3 a 10 anos de reclusão, para dar uma resposta aos anseios da sociedade por punição à corrupção, passou-se a entender que a falsidade ideológica era considerada lavagem de dinheiro. É isso que precisa ser corrigido”, avalia.

Jacqueline diz que o crime de lavagem de dinheiro é muitas vezes invocado também para tipificar um crime eleitoral, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral. “Esse artigo diz que a omissão ou declaração falsa em algum documento público com fim eleitoral é crime. Neste caso, a pena e de até 5 anos de reclusão. Se o documento for particular, cai para 3 anos, uma pena relativamente branda. Ocorre que, novamente, o Judiciário, atendendo a um apelo popular, passou a considerar este crime eleitoral como lavagem de dinheiro”, completa.

Para que não haja mais ‘confusão’, defende a jurista, é preciso reformular a Lei 9613 para que ela limite e conceitue de forma muito mais segura o que é a lavagem de dinheiro. Isso permitirá que ela não seja aplicada de forma subsidiária para tentar impor a pena mais gravosa. “Não podemos atender aos anseios do povo ignorando as leis ou escolhendo esta ou outra para que a pena seja maior. É preciso seguir a norma. Se ela dá margem a outras aplicações, a solução é passar por uma atualização”, argumenta a criminalista.

Jacqueline é taxativa ao afirmar que a mudança não provocará o afrouxamento no combate ao crime, nem beneficiará os criminosos com a impunidade. “Não vai haver uma insegurança, nem deixaremos de punir os criminosos. O que vai acontecer é que cada ato terá a punição adequada à lei e não será possível encaixar alguns atos de acordo com as penas que forem mais graves, não respeitando aí o princípio do crime”, finaliza a jurista.


A importância do planejamento de caixa das empresas

Um dos fatores essenciais para o crescimento sustentável e constante dos negócios é a gestão do caixa. Para tanto, é fundamental harmonizar as principais metodologias de gestão financeira com as melhores ferramentas disponíveis no mercado.

A organização do caixa em qualquer empresa passa por separar a Operação vs Investimento vs Financiamento. Em outras palavras: uma empresa endividada que não faça novas captações de recurso tende a ter um fluxo de financiamento negativo (devido à amortização da dívida), enquanto, uma empresa em expansão, provavelmente terá um fluxo de investimento negativo (devido a construção de uma nova fábrica, por exemplo).

Neste contexto acima, os investimentos e financiamentos estão deficitários, o fluxo operacional da empresa além de gerar caixa suficiente para si, deverá financiar as dívidas (fluxo financiamento) e os investimentos.

Uma vez separado entre Financiamento, Investimento e Operacional, o próximo passo é decidir qual metodologia utilizar: O Fluxo de Caixa Direto ou Indireto.

Como o próprio nome diz, obtêm-se o Fluxo de Caixa Direto, diretamente da área financeira da empresa classificando corretamente as contas a pagar, as contas a receber e o saldo em tesouraria. Este método é utilizado mais comumente no curto prazo (diário, semanal ou mensal), enquanto que, o Fluxo Indireto, definirá as ações das empresas no longo prazo (mensal ou anual), pois este último possibilita uma visão mais estratégica da alocação de recursos da empresa.

Introduzido recentemente como Demonstração Financeira obrigatória, o método Indireto é originado na área contábil da empresa, onde, o lucro contábil (regime econômico) é convertido em geração de caixa (regime financeiro) através das oscilações das contas de ativo e passivo.

É muito comum as empresas venderem os seus produtos, mercadorias e serviços com razoáveis margens de lucro (regime de competência) mas que não se concretizam em caixa (saldo em tesouraria). É justamente isso que se busca no fluxo de caixa indireto: identificar os motivos do lucro não se tornar caixa, dentre eles, pode-se destacar: má gestão dos estoques, elevados adiantamentos a fornecedores, antecipação de contas a pagar e postergação de contas a receber.

Uma vez entendido a metodologia, o próximo ponto a definir é qual ferramenta utilizar! Um dos principais erros dos empresários está na ilusão de esperar que o ERP entregue todas as funcionalidades necessárias para a gestão do fluxo de caixa da companhia.

Desde meados da década de 90, com o “boom” dos softwares de gestão integrados (ERPs), alguns empresários ainda esperam que eles resolvam todos os problemas de gestão de uma organização, esquecendo-se que, estes sistemas são meramente transacionais. Ou seja, os ERPs “apenas” registram de maneira organizada, dentro das normas legais e contábeis, cada movimentação da empresa, seja ela contas a pagar ou contas a receber.

É claro que o sistema integrado é a base da gestão e fundamental para qualquer empresa. Mas, da mesma forma como a área de logística tem um software específico para roteirização das entregas e a área comercial tem um CRM, a área financeira precisa de um Software Analytics para explorar o ERP e auxiliar na gestão do fluxo de caixa da empresa.

Em um sistema de Business Analytics, por exemplo, é possível aos gestores financeiros congelar, projetar e comparar múltiplos cenários.

Na gestão de fluxo de caixa é muito comum o cenário de hoje ser superavitário e o cenário de amanhã, deficitário (uma compra realizada à vista sem o conhecimento da área financeira ou uma inadimplência inesperada). O ERP, por ser transacional, apenas registra em tempo real apenas a última transação (cenário atual), cabendo à uma ferramenta externa comparar os desvios entre hoje e ontem.

Aqui no BSuite, congelamos vários cenários de Fluxo de Caixa Direto: primeira quinzena, segunda quinzena, ontem, hoje, semana 1, semana 2, etc, de forma que o gestor financeiro pode comparar vários cenários e decidir qual deles é mais adequado para a realidade da empresa.

 

 

Lucas Martins da Costa Moreira - professor universitário e CEO da BSuite, com experiencia de 25 anos como consultor e executivo na área de controladoria e finanças.

 

 

Semana da Pessoa com Deficiência: saiba o que mudou nos atos em Cartório

Estatuto da Pessoa com Deficiência diferenciou capacidade de expressar vontade de deficiência e passou a permitir que atos como casamento, união estável, reconhecimento de paternidade e testamento fossem feitos por esta parcela da população



Casar, constituir união estável, fazer um testamento, reconhecer um filho. Atos comuns para qualquer brasileiro, também passaram a ser realidade na vida de quase 13 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência desde a entrada em vigor do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Federal 13.146/2015), que instituiu condições de igualdade e acessibilidade aos cidadãos nos atos realizados em Cartórios, estabelecendo uma diferença objetiva entre capacidade e deficiência. Uma conquista a ser celebrada na Semana Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Passados cinco anos da criação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), os atos praticados nos cartórios sofreram mudanças consideráveis no âmbito do Direito Civil. Cidadãos que possuam algum tipo de déficit mental, mas demonstrem capacidade de entendimento de sua vontade, passaram a ter o direito de casar, formar união estável, reconhecer paternidade, fazer testamento e pacto antenupcial, além de terem mais autonomia nos processos de interdição e curatela

Desta forma, os Cartórios de Registro Civil passaram a realizar casamentos e celebrar união estável de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais. A efetividade destes atos passou a depender da declaração de livre e espontânea vontade das partes. Por isso, o cidadão com deficiência, sendo considerado pelo Estatuto como "relativamente capaz", pode expressar sua vontade e tornar a celebração válida para fins da vida civil. A premissa do reconhecimento de paternidade é a mesma, onde cabe ao registrador avaliar apenas se o cidadão consegue expressar a sua vontade.

Em relação às pessoas com deficiência que são curateladas, a mudança ocorre ao determinar que o responsável escolhido tem influência e poder de decisão apenas em atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Dessa forma, o Estatuto determina que o próprio cidadão, independentemente da deficiência, tem responsabilidade pelas atividades relacionadas ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. A interdição da pessoa com deficiência mental, por sua vez, teve seu alcance limitado ao classificar o cidadão como relativamente capaz e é interpretada, individualmente, em cada caso.

Na atividade notarial, assim como nas demais especialidades de cartório, há uma presunção de capacidade plena da pessoa que pretende realizar um ato, mesmo que esta seja deficiente. No Cartório de Notas, cabe ao tabelião verificar se a pessoa tem discernimento da sua manifestação de vontade. Na realização do testamento e do pacto antenupcial, mesmo com o envolvimento de direitos patrimoniais, a pessoa com deficiência é apenas assistida e não mais representada por um responsável. O mesmo acontece com o cidadão que quiser protestar uma dívida no cartório de Protesto.


Adaptações físicas

Adaptações e recursos de tecnologia assistiva que permitem à pessoa com deficiência participar efetivamente dos atos que dizem respeito à sua vida civil também têm sido implementados. No Estado de São Paulo, cartórios contam com sistemas de atendimento por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), conectada à uma central de intérpretes, que visualizará os sinais do cidadão, fará a interpretação e repassará a mensagem para o atendente.

Nos últimos anos, mudanças na infraestrutura dos cartórios de todo o País também foram colocadas em prática para se tornarem adequadas ao atendimento de usuários com deficiência. As inovações incluem tabela de emolumentos em áudio ou braile, banheiro adaptado, balcão rebaixado, cadeira de rodas disponível na recepção, rampa de acesso, vaga de estacionamento, sinalização adequada quanto ao atendimento prioritário e piso tátil. A tecnologia tem auxiliado, por exemplo, a realização de atos de forma remota, como testamentos, divórcios, inventários e atas notariais, que também auxiliam o acesso dessa parcela da população ao não precisarem se deslocar.

De acordo com a presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg/SP), Giselle Dias Rodrigues, "Os serviços cartoriais são essenciais para o exercício da cidadania, desde o registro de nascimento ao óbito. As pessoas com deficiência precisam ter as condições básicas e necessárias para acessarem estes serviços com autonomia. Para isso, os cartórios se adaptaram com as medidas de acessibilidade, e garantem o uso de tecnologias que auxiliam na emissão de documentos e realização de serviços a distância".

 



Anoreg - Fundada em 1928, a Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo


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