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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Pediatra explica tudo sobre amamentação

O leite que o bebê recebe deve, preferencialmente, ser o materno, pois ele é preparado exclusivamente para cada bebê, suprindo suas necessidades nutricionais. O uso de fórmulas é indicado apenas quando a mãe não tem leite suficiente a ponto de prejudicar o ganho de peso do bebê, ou em casos de mastites (inflamações e infecções na mama), ou ainda em casos de mamilos que prejudicam a amamentação e alergias.

Garantir um ambiente calmo, tranquilo, com luminosidade adequada, pouco barulho, na posição correta (a mais adequada é a que o bebê fica quase sentado de frente para a mãe, chamada de posição de cavaleiro), pois tudo isso interfere na quantidade de ar que o bebê engole ao ser amamentado.

O uso de mamadeiras facilita maior entrada de ar e existem bicos mais anatômicos para minimizar isso. Mas sempre deve-se dar preferência ao peito pois a anatomia e o encaixe são perfeitos.

Lembrar que o aleitamento deve ser de acordo com a livre demanda, ou seja, sempre que o bebê quiser. Isso porque o aparelho digestivo deles é bem imaturo e pequeno.

Logo ao nascer, o estômago comporta de 5 a 7 ml de líquido e tem o tamanho equivalente a uma cereja pequena.

Por volta da primeira semana de vida, cabem de 45 a 60 ml e o estômago tem o tamanho de uma ameixa.

Após um mês de vida, cabem de 80 a 150 ml e o tamanho equipara-se ao de um ovo.


Todo bebê precisa arrotar depois de cada mamada? Por quê ?

É importante arrotar após cada mamada pois quando o ar fica dentro do estômago, ele ocupa lugar, distendendo-o e dando a sensação de saciedade mesmo com pouco leite. Pode ser por isso que alguns bebês mamam a toda hora, mas estão sempre com fome.

Não arrotar tem relação direta com cólicas, pois o ar dentro do aparelho digestivo e a distensão causada é extremamente incômoda para o bebê.

Se o bebê não engole ar, ou engole muito pouco, ele não irá arrotar. Assim, antes de ficar preocupada se o bebê não arrotou, vale prestar atenção se ele engoliu ar ou não durante a mamada.


Como vamos saber?

Prestando atenção em cada mamada, em relação ao tempo, à maneira que o bebê pega o peito, na sucção. A mãe vai conhecendo aos poucos o ritmo do seu filho.

O parâmetro a ser observado é o ganho de peso, por isso consulte sempre o pediatra.


Qual é o risco se o bebê não arrota depois de mamar?

Não arrotar significa que o ar (se ele entrou), estará preso dentro do estômago do bebê. Isso pode facilitar o refluxo ou o retorno de conteúdo de leite à boca. 

Por isso a orientação é deixar o bebê na posição mais sentada até arrotar, tendo o cuidado de não comprimir (apertar) a barriga e o estômago, pois isso, certamente irá causar a volta do leite.

É importante lembrar que nem sempre o arroto é audível, ele pode ser silencioso e breve.

Arrotar não é obrigatório, mas ficar na posição mais vertical para que ele possa eliminar o ar que engoliu, sim. Isso é importante.


Até que idade a mãe deve colocá-lo para arrotar, depois da mamada no peito ou na mamadeira?

O estômago do bebê após o primeiro mês já acomoda mais volume, mas ele ainda está iniciando a coordenação da sucção e deglutição. Considera-se seguro que até pelo menos quatro meses de idade, deve-se colocar os bebês para arrotar.

A mamãe vai conhecendo melhor como seu filho mama e se engoliu bastante ar ou não.

As três posições mais utilizadas para o bebê arrotar são:
Ombro: colocar o bebê no ombro, apoiando-o com a mão, segurando no bumbum. Dar alguns tapinhas ou massagear auxilia. Cuidado para não chacoalhar nem apertá-lo contra seu corpo, pois facilita a volta do leite à boca.

Sentado: colocar o bebê sentado de costas para a mamãe e inclinar o tronco dele para frente, segurando-o pelo queixo e ombro. Atenção para não balançá-lo com a perna e não incliná-lo demais, com risco de queda ou de voltar o conteúdo à boca.

No colo virado de frente: muito similar à posição anterior, mas voltado de frente. As mesmas orientações devem ser seguidas.


Existe algum risco de engasgo nesse processo?

Ao fazer o bebê arrotar, cuidado para não chacoalhá-lo e não apertar sua barriguinha, pois isso facilita o retorno do conteúdo alimentar (leite) e pode causar engasgos e asfixias, em casos mais graves.

O fundamental é não ter pressa, aguardar, aproximadamente, 10 minutos para que o arroto ocorra ou não. Esse tempo garante também que o estômago tenha iniciado o processo de esvaziamento, ficando menos leite dentro dele, reduzindo o risco de engasgos.

Lembre sempre que as mamadas devem ser feitas em ambientes tranquilos, não barulhentos, Deixe a agitação fora desse momento, desligue o celular, tudo pode esperar para que o bebê seja amamentado. O momento da mamada não é apenas de alimentação e sim de vinculo entre mãe e bebê, que é construído a cada momento.

Vamos criar boas memórias para os filhotes sobre alimentação com carinho, cuidado, zelo, proteção e amor. Muitos dos transtornos alimentares em adolescentes e adultos vêm da fase de aleitamento materno.




Marcia Lika Yamamura -Médica pediatra, com especialização em infectologia pediátrica e professora da Escola Paulista de Medicina, com diversas especializações em acupuntura. Sua missão é difundir o conhecimento da Medicina Chinesa e os benefícios da acupuntura para toda a população.

AS VANTAGENS E DESAFIOS DE AMAMENTAR O BEBÊ COM LEITE MATERNO


Consultora em aleitamento materno dá dicas importantes para as mães


É sabido que o leite materno é o alimento mais completo e equilibrado para os bebês. Ele atende todas as necessidades de nutrientes e sais minerais fundamentais até os 6 meses de idade. Mas, apesar de extremamente prazerosa para algumas, a amamentação é um processo que pode causar diversos desconfortos para a mãe, como mamas inchadas e duras, dor, mamilos rachados, produção de muito ou pouco leite e, ainda, bicos invertidos ou planos. 

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 40% das mães conseguem manter a amamentação exclusiva até os seis primeiros meses de vida do bebê. Embora esta taxa seja o dobro da taxa apresentada em países como Estados Unidos, Reino Unido e China, especialistas apontam que o índice brasileiro ainda pode ser melhorado. Para tirar todas as dúvidas sobre o assunto, a consultora e especialista de aleitamento materno da Philips Avent, Eneida Souza, listou as principais vantagens da amamentação, assim como, algumas técnicas que ajudarão aliviar os desconfortos causados por ela. 


Vantagens da amamentação:
 
1. Previne doenças nos bebês: o leite materno colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade e intolerância ao glúten. Além disso, bebês que se alimentam exclusivamente do leite materno têm menor risco de desenvolver asma e artrite reumatoide.

2. Preserva a saúde do intestino dos pequenos: o colostro, leite materno produzido nos primeiros dias, contém uma molécula chamada PSTI (Pancreatic Secretory Trypsin Inhibitor – em português, Inibidor da Secreção da Tripsina Pancreática), responsável por proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos. Essa molécula cria uma proteção permanente para a ingestão de todo alimento consumido posteriormente pelos bebês.

3. Estreita o vínculo entre a mãe e o filho: o momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho. Esse impacto nas emoções de ambos é causado, principalmente, pelo estímulo dos sentidos físicos dos bebês. O cheiro e o som do batimento cardíaco e o calor do corpo da mãe funcionam como impulsos para o bebê e o deixam tranquilo e seguro.

4. Estimula o crescimento dos prematuros: Quando o ômega 3 está presente no leite materno, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida. Isso acontece porque o ômega 3 está relacionado com o crescimento celular. Para estimular o nutriente, é importante que ele seja consumido pela mãe durante a gestação e após o nascimento do bebê.

5. Reduz chances de câncer na mãe: Amamentar o bebê, gera benefícios também para as mães. A amamentação pode proteger a mãe contra o câncer de mama e de ovário. Quanto maior o período de amamentação, maior é a proteção. A explicação é que a amamentação possui efeitos positivos sobre a produção de hormônios femininos, prevenindo a ação de células cancerígenas.

6. Reduz o risco de síndrome metabólica feminino: Estudo publicado na American Journal of Obstetrics revelou que a amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas, cerebrovasculares, renais e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquela que teve diabete gestacional. A associação é relacionada com o equilíbrio hormonal feminino estimulado pela amamentação. 

Desafios da amamentação:

1. Mamas inchadas e duras
Este problema ocorre quando o ducto da mama está sobrecarregado. Com isso, o leite materno fica parado, impedindo a amamentação e deixando os seios inchados, duros e quentes. Nestes casos, a mãe sente muita dor, ainda mais quando o problema é acompanhado por um nódulo, similar a um caroço. 

Como solucionar: cinco minutos antes de amamentar, faça massagem com movimentos circulares por toda a mama. Em seguida, coloque o bebê para mamar ou retire o leite com extrator de leite. Para evitar que os dutos voltem a entupir, vista roupas confortáveis e use sutiãs sem aro, que apoiam bem os seios sem comprimir as mamas e amamente com frequência.

2. Dor durante a amamentação
Todas mulheres que amamentam perdem a primeira pele do mamilo e, com isso, as terminações nervosas ficam expostas e geram desconforto durante as primeiras pegadas do bebê. 

Como solucionar: o desconforto passa à medida que a amamentação é estabelecida e a pega do bebê esteja correta. Para aliviar as dores, use lanolina 100% purificada, alterne as mamas e a posição do bebê durante a mamada, o que diminui a pressão sobre a área lesionada e alivia o incômodo. Caso a dor persista, verifique se a posição do filho está correta: a ponta do nariz e do queixo dele precisam estar encostados na mama durante todo o aleitamento. Se ainda assim o incômodo permanecer, coloque o dedo na boca da criança para diminuir a pressão que ela está colocando na mama e, então, reinicie a pega correta.

3. Mamilos rachados e doloridos
Rachaduras nos mamilos podem ocorrer, mas nem por isso causam menos desespero, dores e sangramento. Isto acontece devido à posição errada do bebê durante a amamentação ou ao ressecamento do mamilo. 

Como solucionar: após amamentar, passe um pouco de leite materno no mamilo e deixe secar. Em seguida, utilize lanolina 100% purificada. Caso a rachadura esteja muito profunda, massageie as mamas e drene manualmente o leite. O uso da concha protetora à base de silicone também ajuda a preservar o seio do contato direto com o tecido e atrito ao sutiã e pode ser utilizado juntamente com a lanolina.

4. Produção de muito leite
Quanto mais o bebê mama, mais rápido ocorre a descida do leite e, à medida que o bebe não esvazia a mama adequadamente, o risco de fissuras no bico dos seios por pega incorreta, acúmulo de leite e mastite (contaminação das mamas devido ao leite parado) pode aumentar e dificultar o processo de amamentação do bebê devido ao desconforto da mãe. 

Como solucionar: antes de amamentar, extraia um pouco do leite com a mão para facilitar a pega correta. Após amamentação, se necessário, extraia das mamas o que restar de leite com um extrator elétrico ou manual.

5. Produção de pouco leite
A dificuldade de produzir leite pode ser causada por diversos fatores, como a pega incorreta, amamentação insuficiente ou estresse emocional e/ou físico da mãe. 

Como solucionar: deixe o bebê mamar sempre que ele quiser e pelo tempo que desejar desde que a mãe não tenha dor/desconforto durante a amamentação e não esteja exausta. E, para estimular a produção do leite é importante usar o extrator de leite após cada mamada, ou quando a mulher se sentir mais descansada entre os intervalos das mamadas, ou após um banho quente.

6. Bico do seio invertido
Os bicos invertidos são aqueles que não se projetam para fora ao serem estimulados. Eles também podem ter a aparência plana, suavemente ou completamente invertida no centro. Este caso não impede a amamentação. 

Como solucionar: é essencial estimular o mamilo com as mãos e, inclusive, com o extrator de leite, durante 30 a 60 segundos, antes do bebê mamar. Além disso, a mama não deve estar muito cheia porque isso dificulta a pega correta. Outra dica é usar corretor de mamilo invertido, uma solução não cirúrgica que promove a sucção suave dos mamilos e pode ser utilizado antes da gestação ou após o parto (não podendo ser usado durante a gravidez).





Eneida Souza -parceira da Philips Avent, enfermeira pediatra, consultora em aleitamento materno pela Universidade da Califórnia em Angeles (UCLA-CA) e terapeuta sistêmica para família, casal, individual.
www.philips.com/newscenter.



Mamas em risco durante o Pré-Natal


 Estudo diz que 60% das mulheres não tiveram as mamas examinadas no pré-natal


Na Semana Mundial de Aleitamento Materno, um estudo apresenta a realidade vivida por diversas mulheres durante a gestação. Boa parcela das grávidas entrevistadas afirmou não terem sido examinadas e também não terem recebido nenhum pedido de exame para as mamas. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia, esses dados representam uma grande preocupação que merece a atenção das autoridades.

         De acordo com o mastologista Anastasio Berrettini Jr., membro da SBM e coordenador do estudo, a pesquisa foi realizada em pacientes de 18 cidades da Região Bragantina, que fica a 40 quilômetros de São Paulo, dentro da maternidade com gestantes e mulheres que acabaram de ganhar o bebê. 

 “Além da maioria não ter a mama examinada, apenas 20% receberam orientações sobre a higiene das mamas, o que poderia diminuir as taxas de mastite (inflamação das mamas) durante a amamentação”, afirma o médico.

         Segundo ele, o levantamento foi concentrado no Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista. “Foram avaliadas 255 pacientes, 92% delas provenientes do SUS e 8% de consultórios particulares”, explica Berrettini, acrescentando que o exame físico adequado das mamas deve compreender: a retiradada blusa, examinar a paciente deitada, palpar as mamas e palpar as axilas.

O Mastologista diz que o estudo também se ateve a esse detalhe. Das que foram examinadas, 85% tiraram as blusas, 81% deitaram na maca e 69% e 95% tiveram as axilas e as mamas, respectivamente examinadas.

No entanto, outro ponto do estudo chamou a atenção do mastologista. Apenas 37, das 255 entrevistadas, receberam orientações sobre aleitamento, algo primordial para as mães. “Vale ressaltar que não são apenas os recém-nascidos que se beneficiam da amamentação. Ela também é fundamental para a saúde das mães e auxilia na diminuição da chance de aparecimento do câncer de mama”, alerta o médico lembrando a Semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 8 de agosto).

Ele enfatiza que as mulheres que amamentam por um período maior do que seis meses têm menos chances de desenvolver a doença devido à substituição de tecido glandular por gordura nas mamas. Além disso, em caso de desenvolvimento de câncer de mama, a amamentação protege contra os tipos mais agressivos do tumor. “A amamentação é uma proteção natural para a mulher”, alerta o médico.

Berrettini aponta ainda outros cuidados que se deve ter durante o período de aleitamento para preservar a saúde mamária, como evitar tudo que possa sensibilizar a região, ou seja, o uso de cremes e pomadas nas mamas – que, por hidratar a pele, as deixa mais sensível às fissuras durante a amamentação. ”Expor as mamas ao sol e ajudar o bebê a mamar da maneira adequada também previnem machucados e a mastite”, indica.

         Por fim, o mastologista afirma que a realização das consultas é o único contato da mulher com o serviço de saúde, momento no qual se devem promover as orientações e cuidados. “Recomendamos o exame clínico das mamas ao menos uma vez por trimestre. A amamentação ofusca o diagnóstico precoce do câncer de mama, portanto o exame delas no período da gravidez é de extrema importância”, conclui.



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