Condição pode ocorrer em qualquer idade; cardiologista do
Hospital Japonês Santa Cruz alerta para a importância de realizar medições de
forma regular
O mês de abril chega com uma importante
campanha de saúde, no dia 26, marcado como Dia Nacional de Prevenção e Combate
à Hipertensão Arterial. A data tem como objetivo conscientizar a população
sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença.
A hipertensão arterial, popularmente
conhecida como pressão alta, é uma doença que em 90% dos casos é herdada dos
pais. "É uma condição em que a pressão do sangue nas artérias está
consistentemente elevada. Isso significa que o coração está trabalhando mais do
que o normal para bombear o sangue através dos vasos sanguíneos, sendo um importante
fator de risco para uma série de problemas de saúde, incluindo doenças
cardíacas, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), doença renal e outros
problemas de saúde", explica o cardiologista do Hospital Japonês Santa
Cruz, Dr. Abílio Fragata Filho.
Segundo levantamento feito nas capitais
brasileiras, incluindo o Distrito Federal, pelo Sistema de Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(VIGITEL), que compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, o público mais jovem
entre 18 e 24 anos e o público acima de 65 anos são os mais diagnosticados com
pressão alta. Em 2021, 3,8% da população entre 18 e 24 anos que participou da
pesquisa tinha pressão alta, número que aumentou para 5,6% em 2023. Já no
público acima de 65 anos, 61% dos que responderam ao questionário tinham
hipertensão arterial em 2021. O número cresceu para 65,1% em 2023.
"Tanto em jovens quanto em idosos, a
hipertensão arterial pode ser resultado de uma combinação de fatores, incluindo
estilo de vida, predisposição genética e condições médicas subjacentes. Nos
jovens, hábitos alimentares inadequados, falta de atividade física, tabagismo e
estresse crônico podem desempenhar um papel significativo, enquanto em idosos,
o envelhecimento natural do corpo, juntamente com condições médicas como
diabetes e doenças renais, tendem a ser mais prevalentes. Além disso, a
genética desempenha um papel importante em ambos os grupos etários", afirma
o Dr. Abílio Fragata Filho.
Causas,
sintomas e tratamento
Entre outros fatores que podem influenciar
no desenvolvimento da hipertensão arterial, a apneia do sono, um distúrbio
comum, pode contribuir devido às alterações na respiração enquanto a pessoa dorme.
O consumo excessivo de cafeína, presente em várias bebidas e medicamentos, pode
temporariamente elevar a pressão arterial em certos indivíduos. Além disso,
certos medicamentos, como descongestionantes e pílulas anticoncepcionais, podem
ter efeitos colaterais hipertensivos.
Condições médicas subjacentes, incluindo
doenças renais, distúrbios da tireoide e diabetes, também estão associadas a um
risco aumentado de hipertensão. O consumo excessivo de álcool é outro fator a
considerar, já que pode aumentar temporariamente a pressão arterial e
contribuir para a hipertensão a longo prazo. Por fim, a síndrome metabólica,
uma condição que engloba diversos fatores de risco cardiovasculares, como
obesidade abdominal, resistência à insulina e dislipidemia, pode desempenhar um
papel importante no desenvolvimento da hipertensão arterial.
“Geralmente, a hipertensão arterial não
apresenta sintomas evidentes, podendo aparecer somente em casos em que a
pressão arterial sobe muito. Podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça,
tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Por
isso é importante fazer medições regulares da pressão arterial para detectar e
controlar a condição”, fala o médico. “O tratamento pode envolver mudanças no
estilo de vida, como dieta saudável, exercícios físicos, controle do estresse,
além do uso de medicamentos prescritos por um profissional de saúde”, conclui o
cardiologista.
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