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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Retrospectiva: o que podemos aprender com as mulheres para 2024?

Apesar de avanços em tópicos importantes, o ano foi marcado por machismo, manterrupting e gaslighting contra mulheres; Mayra Cardozo, advogada com perspectiva de gênero, mentora de Feminismo e Inclusão e líder de empoderamento, explica as melhorias e retrocessos


 

O ano de 2023 foi mais um período de avanços e desafios nos direitos femininos. Aconteceu a Copa do Mundo Feminina, as Delegacias da Mulher passaram a operar 24 horas por dia e, de forma geral, se passou a falar mais sobre a liberdade das mulheres e elas estão cada vez mais em papéis de liderança. 

 

Os números comprovam que ainda existem muitos avanços que são necessários para alcançar completamente a equidade de gênero. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pelo Talenses Group e o Insper descobriu que a porcentagem de mulheres CEOs no Brasil cresceu de 13% para 17% entre 2019 e 2023.

 

De acordo com a advogada e sócia do Martins Cardozo Advogados, especialista em Direitos Humanos e Penal, mentora de Feminismo e Inclusão e líder de empoderamento, Mayra Cardozo, o próximo ano é o momento para mulheres alcançarem posições de liderança. “Muitas vezes, essa busca pela liderança autêntica é permeada por pressões sociais, estereótipos de gênero e um sistema que tradicionalmente priorizou a masculinidade no ambiente de trabalho. No entanto, as mulheres têm demonstrado sua capacidade de liderar de forma autêntica, abraçando sua verdadeira essência e inspirando mudanças positivas ao longo do caminho”, explica.

 

Abaixo, a especialista mostra quais são os principais aprendizados para as mulheres em 2024. Confira:

 

1. Reconheça seus atributos - Para mulheres serem líderes, é necessário que elas se conheçam primeiro e valorizem suas lideranças. “O primeiro passo crucial para alcançar uma liderança autêntica é o autodescobrimento. Isso implica em um mergulho profundo dentro de si mesma, visando entender a sua verdadeira essência, paixões, forças, talentos e propósito na vida. Desde novas, as mulheres são frequentemente desestimuladas a explorar a sua singularidade. Pressões sociais as forçam a se adaptar a padrões pré-determinados, muitas vezes resultando em uma desconexão com a sua essência. É, portanto, imperativo que as mulheres resistam a essas expectativas e se comprometam a iniciar o processo de autoconhecimento”, mostra.

 

2. Quebre com padrões - Depois, é importante quebrar com os padrões vigentes do patriarcado. “O segundo passo envolve a desconstrução de crenças socialmente construídas sobre o papel da mulher na sociedade. A ideia central é superar a noção arcaica de que as mulheres precisam adotar características tradicionalmente masculinas para ocupar espaços de poder. Chegou o momento de derrubar as barreiras que nos forçaram a negar a nossa autenticidade feminina ao longo dos anos. Ao destruir esses estereótipos, abrimos caminho para liderar de maneira genuína e verdadeira, alinhada com a nossa essência”, revela Mayra.

 

3. Seja você mesma - É essencial lembrar que as mulheres em posições de liderança não precisam ser masculinizadas para liderarem. “O terceiro passo é abraçar a ideia de que as mulheres podem ser criativas e apaixonadas por diversas áreas, sem que isso represente um obstáculo. Muitas vezes, somos pressionadas a acreditar que precisamos nos encaixar em um único padrão, concentrando todos os nossos interesses em uma única direção. No entanto, ser apaixonada por várias coisas pode ser uma força, não uma fraqueza. Liderar de forma autêntica significa aproveitar ao máximo todas as nossas paixões e habilidades, permitindo que elas se complementem”, indica.

 

4. Coloque limites - Para isso, também deve-se colocar limites no trabalho e se colocar em primeiro lugar sempre, “Para alcançar uma liderança autêntica é necessário aprender a estabelecer limites. Isso envolve a habilidade de dizer não quando necessário, ser assertiva e priorizar suas próprias necessidades. Muitas mulheres sentem a pressão de fazer o dobro para serem valorizadas, o que pode levar a uma exaustão física e mental. Colocar-se em primeiro lugar é essencial para construir uma liderança sólida e não se perder no processo”, finaliza Mayra Cardozo. 

 

Mayra Martins Cardozo - advogada com perspectiva de gênero, sócia do escritório Martins Cardozo Advogados. Membro permanente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB - CNDH. Educadora, ministra aulas na Escola Paulista de Direito, na Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM e no Centro Universitário de Brasília. É colaboradora executiva da revista suíça Brainz Magazine. Palestrante sobre diversidade e inclusão. É líder de empoderamento feminino, desenvolve sessões 1:1 na sua "Mentoria para Mulheres Mal Comportadas" na qual integra suas pesquisas sobre gênero, sua formação em Feminist Coach e sua perspectiva psicanalítica em um trabalho que visa questionar crenças internalizadas que sustentam a sociedade patriarcal e impedem que mulheres tenham relacionamentos saudáveis, ocupem espaços de poder e tenham uma boa relação com seu corpo.

 

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