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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Estudo comprova maior sobrevida e melhor controle de sintomas com novo medicamento para câncer de tireoide avançado

Pesquisa clínica multicêntrica de fase 3 com participação do IDOR, braço científico da Rede D’Or, comparou pacientes tratados com Selpercatinibe em relação a outras medicações aprovadas no mercado; trabalho foi publicado no The New England Journal of Medicine no último dia 21/10 



Um estudo multicêntrico global conduzido com participação do IDOR (Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino), braço acadêmico e científico da Rede D’Or, e de outras instituições de saúde brasileiras, demonstrou maior eficácia do Selpercatinibe no tratamento de câncer medular de tireoide avançado com mutação do gene RET, na comparação com outros medicamentos inibidores de multiquinase já aprovados no mercado.

A pesquisa, publicada no último dia 21 de outubro no The New England Journal Of Medicine (NEJM), comparou, em ensaio clínico randomizado de fase 3, o Selpercatinibe como terapêutica de primeira linha em relação ao uso de Cabozantinibe ou Vandetanibe.

Foram selecionados para o estudo 291 pacientes com câncer medular progressivo da tireoide com mutação do gene RET que não haviam recebido anteriormente nenhum outro inibidor de quinase para tratamento de doença avançada ou metastática.

Os doentes foram selecionados em 176 centros de pesquisa de 19 países e divididos aleatoriamente entre o grupo que receberia Selpercatinibe (193 pessoas) e o grupo-controle, que seria tratado com Cabozantinibe ou Vandetanibe (98 pessoas).

Entre os participantes do estudo que receberam Selpercatinibe a sobrevida livre de progressão da doença após 12 meses, em uma avaliação “cega” e “independente”, foi de 86,8%, enquanto entre aqueles que tomaram Cabozantinibe ou Vandetanibe essa taxa foi de 65,7%. A maior sobrevida livre de progressão entre os pacientes que receberam Selpercatinibe foi observada em todos os subgrupos pré-especificados na pesquisa.

Outros resultados foram constatados. A resposta completa ou parcial ao tratamento foi de 69,4% entre os que usaram o Selpercatinibe, ante 38,8% no grupo tratado com as outras duas medicações. Eventos adversos levaram a redução de dose em 38,9% dos doentes do grupo do Selpercatinibe, enquanto no grupo controle esse índice foi de 77,3%. Houve redução de 72% no risco de progressão tumoral nos pacientes tratados com Selpercatinibe.

Todo o trabalho da pesquisa foi realizado entre fevereiro de 2020 e março de 2023. A maioria dos doentes eram do sexo masculino, de cor branca e com menos de 65 anos de idade. Apenas um dos participantes tinha 12 anos de idade, e os demais, acima de 18 anos.

“Os dados obtidos nessa pesquisa reforçam os resultados do estudo fundamental de fase 1-2 do Selpercatinibe. E, quando comparado aos dois outros dois medicamentos, o Selpercatinibe se mostra mais eficaz e seguro, proporcionando maior sobrevida livre de progressão dos pacientes com câncer de tireoide avançado ou metastático após um ano de tratamento”, destaca Ana Hoff, pesquisadora do IDOR, chefe da área de endocronologia do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e uma das autoras da pesquisa publicada no NEJM.

Segundo ela, os pacientes tratados com Selpercatinibe, além de melhor redução tumoral, se sentem bem pois possuem melhor controle dos sintomas da doença e menos sintomas decorrentes de efeitos colaterais.



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