Após 40 anos, os
desafios ainda persistem e lembram o porquê o combate ao vírus é tão importante
O dezembro vermelho é um mês dedicado à luta contra
a Aids e também para a conscientização, como prevenção, tratamento e desafios
enfrentados durante mais de quatro décadas desde os primeiros casos nos anos
80. A evolução no tratamento e estratégias de prevenção do HIV é notável, mas
ainda existem alguns desafios cruciais, sendo o estigma e preconceito contra as
pessoas que vivem com o vírus uma questão persistente. A disseminação de
informações enfrenta obstáculos e é essencial que seja feita uma melhor comunicação
para a sociedade, desfazendo equívocos sem fundamento, por exemplo, que a
transmissão pode ocorrer por meio de gestos de carinho.
Para o diretor da Sociedade Paulista de
Infectologia (SPI), Dr. Álvaro Costa, os esforços devem ser concentrados em conscientizar
as pessoas sobre as novas ferramentas de prevenção. “O PrEp (Profilaxia
pré-exposição) é um exemplo do avanço da medicina, é um antirretroviral
utilizado por pessoas não infectadas pelo HIV, fazendo com que o risco de
contrair o vírus seja reduzido em até 90%, se for usado corretamente”,
comentou. “O medicamento está disponível no SUS, contudo, os desafios
persistem, desde a busca pela cura até a necessidade de ampliar o acesso a
tratamentos inovadores”, completou o especialista.
No Brasil, a concentração em populações vulneráveis
exige medidas específicas. A capilarização do acesso à PrEP é vital, assim como
a melhoria nos serviços de Saúde Transversal. Ainda que o Brasil tenha
avançado, enfrentamos desafios significativos, especialmente na redução do
número de casos e na superação do estigma.
“Existem alguns desafios fundamentais para os
próximos anos, como a ampliação da PrEP para toda a população, investimento em
diagnóstico e manutenção dos pacientes indetectáveis, implementação de
tecnologias injetáveis para tratamento e prevenção do HIV, desenvolvimento de
vacinas de RNA mensageiros, estratégias combinadas para a cura e a superação
contínua do preconceito em torno do vírus”, explicou Costa.
Conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de
Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, no último ano foram
registrados aproximadamente 17 mil casos da infecção, sendo que mais de um
milhão de pessoas vivem com HIV no país. No início, os sintomas mais comuns
são: febre, dor de cabeça e garganta, dores musculares, manchas na pele e
calafrios. O diagnóstico pode ser feito por meio de exame laboratorial e teste
rápido, ambos disponíveis pelo SUS. A descoberta precoce aumenta a expectativa
de vida do paciente e ainda pode impedir que o HIV se desenvolva para Aids, que
faz com que a pessoa tenha uma perda progressiva da imunidade.
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