Procedimento
apresenta resultado bastante eficaz; dificilmente o local que foi lipoaspirado
volta a ter depósito de gordura
A lipoaspiração é uma cirurgia plástica de grande
procura no mundo. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica
Estética – em inglês, Internacional Society of Aesthetic Plastic Surgery
(ISAPS), em 2019, a lipoaspiração ficou em segundo lugar no ranking dos
procedimentos estéticos mais realizados em todo globo. A lipoaspiração
representou 15% das mais de 11,3 milhões de cirurgias realizadas no último ano
antes da pandemia de covid-19 – totalizando um pouco mais de 1,7 milhões de
procedimentos.
A procura também é grande nos consultórios de
Wandemberg Barbosa, médico referência em cirurgia plástica no Brasil. Nesse
sentido, ele acredita ser de grande utilidade compartilhar algumas informações
a respeito do procedimento, tais como, indicação, contraindicação, tempo de
recuperação e riscos, além das técnicas utilizadas na cirurgia específica.
De início, Wandemberg explica que a lipoaspiração
não é realizada somente na região abdominal. Conforme o médico, ela costuma ser
feita em qualquer parte do corpo em que haja gordura localizada. “Abdômen,
região dorsal, coxas, lateral das mamas, braços, submento (papada) são regiões
comumente submetidas a esta cirurgia”, explica.
O procedimento que caracteriza a lipoaspiração
consiste, inicialmente, na infiltração de uma solução denominada Klein
(composta por soro fisiológico e adrenalina), com o intuito de diminuir as
chances de sangramento e, consequentemente, de trauma cirúrgico.
Posteriormente, são introduzidas cânulas através da pele do paciente, até
tecido adiposo, para a aspiração da gordura localizada.
Para sedação, pode-se utilizar anestesia peridural
com sedação e geral, dependendo da quantidade de regiões abordadas. Em relação
às cicatrizes, não há muito com que se preocupar. Segundo Wandemberg, em geral,
elas medem cerca de meio centímetro, podendo ficar quase imperceptíveis com o
tempo, e não causam incômodo.
O tempo de internação é relativamente curto. “Uma
lipoaspiração grande pede o mínimo de 24 horas de internação, mas, se a
cirurgia for menor, é possível ir embora até no mesmo dia”, diz Wandemberg. O
tempo de recuperação também é considerado rápido, por exigir poucos ou nenhum
ponto de costura cirúrgica. Conforme o médico, uma semana depois de ser
submetido à intervenção, o paciente já está apto a retornar ao trabalho, desde
que a atividade não exija muito esforço físico e, por volta de um mês após o
procedimento cirúrgico, já pode voltar à rotina regular, incluindo a prática de
atividades físicas, inicialmente de maneira leve.
O resultado final da cirurgia aparece, em geral,
três meses depois de realizado o procedimento. E após a sua realização, explica
Wandemberg, dificilmente o local que foi lipoaspirado voltará a ter depósito de
gordura. Isto porque, conforme o médico, o número de células de gordura só aumenta
até a adolescência, sendo a adiposidade na fase adulta resultado da expansão
das células, não da criação de novas. “Ou seja, a área lipoaspirada terá menos
células de gordura, assim não engordará como antes”, diz.
Wandemberg comenta que os candidatos a
lipoaspiração costumam ser pacientes que possuem gordura localizada, seja
acumulada ao longo do tempo ou após dieta e perdas de muito peso. O
médico ressalta, contudo, que a lipoaspiração não deve ser considerada um
tratamento para obesidade, tampouco para emagrecimento. “O objetivo da cirurgia
é modelagem corporal e não eliminação de peso”, diz.
No que diz respeito a contraindicações, Wandemberg
ressalta que pessoas com muitas doenças, tais como hipertensão, diabetes e
obesidade, apresentam um risco cirúrgico maior. Desse modo, o médio aconselha
aos pacientes que tenham esse tipo de comorbidades que conversem com seus
médicos sobre a real necessidade de uma cirurgia estética.
A lipoaspiração apresenta riscos inerentes a
qualquer tipo de cirurgia, tais como: sangramento; infecção; trombose venosa;
tromboembolismo pulmonar; e óbito. Seus riscos específicos são: depressão da
região; alterações na pele, como flacidez e rugosidade; alteração de coloração;
necrose da pele; e, claro, insatisfação com os resultados. Assim, Wandemberg
recomenda que pacientes que se decidam pelo procedimento busquem profissionais
gabaritados, treinados para fazê-lo, de preferência membros da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Também é essencial que o procedimento seja
feito em ambiente hospitalar.
Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico
formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi
médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981.
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