Especialistas em geriatria e fisioterapia da Cora Residencial Senior e da Clínica Sainte-Marie orientam sobre riscos e dão dicas de prevenção
Uma em cada três pessoas com mais de 65 anos já sofreu uma queda,
de acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, ligado ao
Ministério da Saúde.
Criado pela Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial de Prevenção
de Quedas, celebrado nesta sexta-feira, 24 de junho, chama a atenção para esse
problema, que é comum entre a população idosa.
A médica geriatra da Cora Residencial Senior, Marina Miragaia,
explica que o processo de envelhecimento reúne fatores que classificam os
idosos como um grupo mais vulnerável a incidentes. “A diminuição da visão,
redução da massa muscular e problemas que afetam o sistema motor e o equilíbrio
são alguns deles”, afirma.
Uma queda pode impactar significativamente a qualidade de vida do
idoso. Há riscos de lesões leves ou traumas ortopédicos graves, gerando
complicações a longo prazo, como a possibilidade de ficar acamado, dependente,
ter a sua mobilidade reduzida ou, ainda, passar a viver com dores frequentes.
Em alguns casos, cair também pode ser fatal.
“Além dos impactos à saúde física, pode haver
consequências psicológicas, como o medo de cair constantemente, insegurança de
ficar sozinho, a tendência de isolamento e solidão, e até o surgimento de
depressão”, esclarece a profissional da instituição de longa permanência para
idosos com quatro unidades em São Paulo.
Complicações e cuidados
A cada 20 idosos que tiveram uma queda, um sofre fratura ou
necessita de internação, segundo estimativas do Instituto Nacional de Traumatologia
e Ortopedia.
Passar por uma cirurgia exige preparação prévia e cuidados após o
procedimento. Além disso, é uma fase em que o idoso se torna dependente para
atividades básicas de vida diária, necessitando de espaço adaptado, assistência
de profissionais de saúde e maior dedicação e apoio de cuidado.
“Caso o papel de cuidar seja desempenhado pela família, ela deverá
reestruturar toda a sua rotina em função da recuperação ou adaptação do idoso
após a queda”, destaca a fisioterapeuta Michelle Mantovanelli, da Clínica
Sainte-Marie, empresa especializada em tratamentos para reabilitação e
transição.
Idosos com uma vida mais ativa têm uma recuperação mais rápida e
menor risco de complicações após uma cirurgia. Mas a presença de comorbidades,
síndromes demenciais ou outros tipos de problemas de saúde também pode
influenciar na reabilitação.
“No pós-operatório, o fisioterapeuta dispõe da ajuda de
equipamentos que utilizam correntes elétricas de baixa frequência que promovem
a cicatrização dos tecidos, diminuem o surgimento de cicatrizes ou aderências,
reduzem ou eliminam dores, edemas e hematomas. É fundamental procurar ajuda
para retomar as habilidades naturais que acabam sendo comprometidas por conta
do trauma sofrido”, alerta Michelle.
Quando a fisioterapia não é feita nesse período pós-cirúrgico, as
dificuldades para recuperar habilidades motoras aumentam, e o paciente idoso
fica mais propenso a ter complicações como: contratura muscular, rigidez
articular, trombose venosa, entre outras.
Prevenção
Para evitar quedas, é importante ter uma alimentação balanceada para essa fase da vida, fazer exames preventivos e ter acompanhamento médico. “Também é essencial que o idoso pratique as atividades físicas que colaborem para manter a sua composição muscular e trabalhem o fortalecimento, melhorando, assim, a capacidade de locomoção, mobilidade e estabilidade do corpo”, complementa a geriatra Marina.
Na Cora Residencial Senior, os idosos fazem fisioterapia e
participam de um programa específico voltado a atividades físicas diárias,
visando aprimorar os níveis de aptidão física e autonomia, trabalhando
flexibilidade, força, coordenação e equilíbrio, bem como prevenir limitações e
incapacidades funcionais.
Atenção ao ambiente domiciliar
Além da atenção à saúde, alguns cuidados em casa também devem ser
tomados para deixar o ambiente mais seguro, confortável e que permita maior
mobilidade. As dicas dos fisioterapeutas da Clínica Sainte-Marie são:
- Retirar ou fixar
tapetes nos cômodos;
- Evitar encerar o
chão, pois isso o deixa escorregadio;
- Manter o uso de
aparelho auditivo, óculos, dispositivos de locomoção (andador, bengala,
muletas) e de higiene pessoal (cadeira de banho ou banco próprio);
- Fazer uso de
calçados baixos, com solado antiderrapante e que dão estabilidade para a
articulação do tornozelo. O uso de chinelo com meias ou pantufas deve ser
evitado;
- Atentar-se à
iluminação da casa, se possível manter a abertura de cortinas e a
instalação de luz com sensor;
- Não deixar fios
soltos ou objetos pelo caminho de circulação;
- Instalar corrimãos
nas escadas e evitar deixar objetos soltos nos degraus;
- Colar fitas
antiderrapantes nos degraus das escadas e na parte interna do box do
banheiro;
- Instalar barras de
segurança em corredores, próximo ao chuveiro e ao vaso sanitário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário