Recentemente ouvimos a notícia esperançosa de que foram aprovadas as vacinas contra o COVID-19. Muitos já comentam sobre seus novos planos pós-vacinação e a respeito do que chamam de retorno à normalidade. Expectativas se multiplicam diante desse novo cenário, esperando que o mundo, como o conhecíamos, retroceda seu curso e consigamos então, seguir com maior previsibilidade.
Infelizmente, parece que essas expectativas estão longe de se tornarem realidade. Em meio a uma pandemia é preciso entender que estamos diante de um pacto coletivo. Devemos não apenas nos vacinar - para a nossa proteção e a das pessoas das quais nos aproximamos - como também cultivar por um período ainda indeterminado todas às restrições a fim de evitar a transmissão de novos casos da doença. A mudança não será imediata.
De certo, em um país como o nosso de proporções continentais, como a liberação da vacina será gradual e levando-se em consideração o plano de distribuição da mesma, se faz necessário continuar controlando a propagação do vírus no intuito de diminuir a incidência de novos casos. Possivelmente, ainda haverá um longo período antes de alterações significativas ocorrerem.
Além disso, a própria fabricação das vacinas é muito recente e, portanto, não se tem ainda conhecimento sobre o impacto exato que elas terão na proteção contra o Corona vírus. É possível inclusive que, apesar de estar resguardado, o vacinado ainda seja passível de se tornar vetor de contaminação. E ainda não há a certeza sobre o período de efetividade da imunidade pós-vacina, nos levando a crer que talvez tenhamos que fazer reforços em determinados momentos.
Tudo é muito recente e está se desenvolvendo na
medida em que seguimos vivenciando. Desse modo, os protocolos até então
seguidos, de distanciamento social, uso de álcool gel e de máscaras não devem
ser abandonados. As mudanças devem ser acolhidas. Buscamos constantemente
nos adaptar a algo que possivelmente perdurará. E que a lição seja aprendida:
depois de um ano pandêmico, mais do que nunca, precisamos nos preservar.
Bruna Richter - graduada em Psicologia pelo IBMR e
em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva
e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC. Escreveu os livros infantis: "A
noite de Nina - Sobre a Solidão", "A Música de Dentro - Sobre a
Tristeza" e " A Dúvida de Luca - Sobre o Medo". A trilogia
versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças - no intuito
de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser
nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à
pandemia, chamado "De Carona no Corona". Bruna é ainda uma das
fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em
torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando
a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes
Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais
eficiente.
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