Mais do que nunca, manter uma alimentação mais verde deveria fazer parte de nossa vida cotidiana não apenas para melhorar a nossa saúde, mas também para ter mais sustentabilidade
Nos últimos anos, cada
vez mais pessoas estão aderindo à ideia de reduzir o consumo de carne e manter
uma alimentação à base de vegetais, também conhecida como plant-based diet.
Para se ter ideia, uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos com 2 mil
pessoas mostra que 71% delas estão dispostas a incorporar alimentos plant-based
no dia a dia. Além disso, 53% afirmaram que as carnes já não compõem a maior
parte do cardápio e outros 23% se consideram flexitarianos por consumirem
carnes apenas em alguns dias da semana.
Aqui no Brasil, os
números seguem a mesma tendência. De acordo com dados da Sociedade Vegetariana
Brasileira, 14% da população já se declara vegetariana, o que equivale a 30
milhões de pessoas. Um aumento de 75% desde 2012.
Essa mudança de
comportamento acontece por vários motivos. Além de ser uma alimentação livre de
colesterol e relativamente baixa em gorduras saturadas, a proposta traz um
apelo ecológico por se tratar de alimentos que consomem menos água e energia
para serem produzidos, além de ter menor emissão de carbono.
No caso dos
norte-americanos, a pesquisa mostra que "contribuir com o meio
ambiente" é o principal fator para 40% dos entrevistados deixarem a carne
de lado, seguido pelo fato de pais serem guiados pelas escolhas de seus filhos
que estão deixando de consumi-la (36%) ou a busca das pessoas por se sentirem
mais éticos em suas escolhas alimentares (30%). Ainda segundo a pesquisa
americana, boa parte dessas pessoas (65%) buscam fontes de proteína vegetal ao
consumir barras de proteína e shakes e 56% das pessoas entrevistadas obtêm
proteína por meio da ingestão de alimentos conhecidos por serem uma alta fonte
de proteína.
Entre os pontos de
atenção para quem segue uma alimentação sem carne está o consumo adequado de
proteína, que deve ser de cerca de 1g por quilo de peso* - quantidade que
precisa ser maior no caso dos esportistas. No entanto, cada vez mais pessoas
tomam consciência de que as dietas à base de plantas não são desprovidas desse
nutriente.
Nesse quesito, a
proteína isolada da soja se destaca pelo seu alto valor biológico, já que
possui todos os aminoácidos essenciais e tem excelente biodisponibilidade, ou
seja, é bem aproveitada pelo organismo. Por este motivo, ela é cada vez mais
incluída em alimentos que vêm atender as necessidades desse público.
Seja verde
De acordo com a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a produção
mundial de alimentos precisará aumentar em cerca de 70% para ser suficiente
para todas as pessoas até 2050. E, para dar conta dessa demanda, precisará
superar questões ambientais, como a disponibilidade de terra, água e recursos
energéticos.
A agência ainda aponta
que a criação de animais para consumo de carne, ovos e leite é responsável por
gerar 14,5% dos gases de efeito estufa, sendo a segunda maior fonte de emissões
e maior que todos os meios de transporte combinados.
Não é à toa que
entidades, como a The American Society of Clinical Nutrition (Sociedade
Americana de Nutrição Clínica), orienta desde já que a maioria das pessoas
adote uma dieta à base de plantas. Afinal, além dos benefícios nutricionais
oferecidos pelas proteínas vegetais, há várias vantagens ambientais sendo,
assim, mais sustentável:
1. Exige menos água
A produção de
proteína isolada de soja, por exemplo, usa muito menos água do que a carne de
porco ou bovina. Para se ter ideia, são 38 litros por kg de proteína vegetal
produzida, enquanto a carne exige mais de 1.600 litros de água por quilo.
2. Tem menor emissão
de carbono
A produção de
proteína isolada de soja emite de oito a 80 vezes menos carbono do que a carne
bovina e outras proteínas de origem animal, incluindo gases, como dióxido de
carbono e metano. São 2,4 kg em comparação a 178 kg.
3. Faz o uso mais
eficiente da terra
São necessários 8 m2
de terra por quilo da proteína vegetal em comparação com 1.311 m2 de terra para
a carne bovina.
*Reference: Román,
D. D. L., Guerrero, D. B., & Luna, P. P. G. (2012). Dietoterapia, nutrición
clínica y metabolismo. Ediciones Díaz de Santos.
Confira o infográfico
com os dados da pesquisa:
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