Quando
se aproxima o aniversário de uma criança logo pensamos: preciso comprar um
brinquedo! O mesmo acontece no Dia das Crianças. E logo vimos lojas e centros
comerciais populares lotados com pais na busca de um brinquedo para presentear
seus pequenos.
A
busca por esse tipo de agrado vem de uma cultura de anos atrás. A própria
origem do Dia das Crianças no país se deu com o apelo comercial da indústria de
brinquedos. Mas, você pai, mãe ou responsável já se perguntou porque preferimos
dar de presente brinquedos, roupas e não, por exemplo, livros?
Por
conta dessa cultura instituída, não é de se estranhar que, tristemente, uma
criança não se sinta devidamente prestigiada ao ganhar um livro de presente em
uma data a ela especial. Será que seus pequenos reagiriam dessa forma? A dúvida
que certamente passa na cabeça de muitos neste momento caracteriza a
necessidade de mudarmos essa nossa cultura. E, como resultado natural, mudarmos
também a cultura de nossas crianças.
O
livro pode sim ser um presente mágico e maravilhoso. Ele estimula a imaginação,
prende a atenção e faz com que o gosto pela leitura seja algo natural desde os
primeiros anos de vida.
Se
ainda tem dúvida sobre o poder do mundo das letras, que tal fazer um teste?
Além do brinquedo, combine com seu filho a ida até uma livraria para que juntos
possam escolher um livro. Diga que vocês lerão juntos e que terá um momento no
dia ou na semana que será apenas de vocês darem asas à imaginação.
Após
a leitura, proponha uma atividade lúdica para tornar o momento ainda mais
especial. Vale fazer uma ilustração, uma encenação ou o que vier em mente. Isso
faz com que o encantamento pelos livros seja ainda maior.
Agora,
para que essa atividade realmente seja transformadora, algumas dicas valiosas
devem ser observadas. Se você, pai, mãe ou responsável nunca fez uma contação
de história, tente perguntar na escola de seu filho como funciona. A internet
também pode ser um caminho de aprendizado.
Se
o tempo é realmente apenas de vocês, o doe verdadeiramente. Nada poderá
atrapalhar a ocasião. A leitura deve ser feita em um ambiente calmo e
aconchegante. Respeite o dia e horários combinados, de forma que se crie a
rotina e a criança crie expectativa pelo momento da leitura. Desligue
televisores, silencie celulares e qualquer outro aparato que possa distrair a
atenção dos envolvidos.
Nesse
momento de leitura mais que especial, não tenha vergonha de usar a
criatividade. Utilize a entonação para dar vozes diferentes aos diferentes
personagens do livro; faça alguns efeitos especiais (como barulho da chuva, de
um trovão, um pássaro, etc); analise juntos cada imagem ou ilustração.
Aproveite
a leitura também para o desenvolvimento da compreensão da criança. Peça para
ela recontar a história, do jeito dela, lembrando que não há certo ou errado
nesse mundo imaginário da literatura. Se quer buscar uma resposta, faça algumas
perguntas para que ela chegue ao que espera. E o mais importante de tudo: curta
muito esse momento!
Como
bem afirma a mestre em educação escolar, Edvânia Braz Teixeira Rodrigues, a
contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o
trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada,
tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos
nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas
e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem
a ficção e se materializam na vida real. De fato, é uma imensurável ponte entre
mundos.
Tânia
Medeiros - coordenadora pedagógica do Sistema Maxi de Ensino
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