Dia Mundial de Combate à Dor alerta sobre problema
que afeta 60 milhões de brasileiros
Você
com certeza já sentiu algum tipo de dor, e independente de que parte do corpo
ela ocorra, o sintoma nunca é agradável. Agora imagine viver com este quadro
ininterruptamente. Isso é o que ocorre com pessoas que apresentam disfunções em
que as crises dolorosas passam ser constantes, na grande maioria das vezes, sem
cura. Para elas, até existe um dia especial, 17 de outubro e chamado de Dia Mundial
de Combate à Dor, em que entidades de saúde concentram esforços
para difundir tratamentos que possam reduzir intensidade e frequência das
crises e assim poder oferecer mais qualidade de vida aos pacientes.
A
data, instituída em 2004 pela International Association for the Study of Pain
(IASP), tem como objetivo chamar atenção para as necessidades destes pacientes
e da dimensão das consequências geradas a partir de suas perdas físicas,
emocionais, sociais e financeiras. “São indivíduos que não conseguem manter
atividades normais, trabalhar e mesmo se relacionar, evoluindo com quadros de
isolamento e depressão”, explica o mestre e doutor em neurocirurgia pela
UNIFESP, com especialização no tratamento da dor pela Associação Médica
Brasileira (AMB), Dr. Claudio Corrêa.
Segundo
dados da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), aproximadamente 60
milhões de brasileiros são afetados pela dor crônica, apresentando dificuldade
de tratamento a partir da dificuldade de cura da própria doença de base que
origina a dor. “Existem ainda os casos em que a doença já foi curada, mas
deixou sequelas irreversíveis, afetando estruturas do sistema nervoso”, explica
Dr. Claudio Corrêa.
Perfil dos pacientes e tratamentos
Qualquer
um pode ser acometido pela dor crônica. Porém, pacientes oncológicos, com
cefaleias específicas, lombalgias de quadro degenerativo, fibromialgia, doenças
neuropáticas ou reumatológicas costumam ser os principais afetados pela dor
crônica. Para eles, a medicina vem buscando desenvolver medicamentos
analgésicos cada vez mais eficientes e com menos efeitos colaterais, sendo que
nos estudos mais recentes o canabadiol passou a fazer parte do escopo de
algumas indicações, somando-se aos comumente empregados dentro das classes de
antidepressivos e anticonvulsivantes, que agem no sistema de percepção da dor.
Para
além dos medicamentos, terapias de reabilitação física e suporte psicológico
precisam ser integrados ao escopo do paciente, abrangendo todas as necessidades
funcionais do pacientes.
“Quando
os medicamentos orais não surtem mais efeito, é possível optar por implante de
bombas de opioides no corpo do paciente, com a medicação sendo disparada
conforme programação do médico.”, explica o neurologista.
Outros
exemplos pontuais de tratamentos invasivos para a dor crônica:
- Compressão do gânglio de Gasser: este método minimamente invasivo, que dura entre 10 e 15 minutos, é específico para o controle da neuralgia do trigêmeo (dor na região da face). Um fino cateter é inserido na face do paciente. Na sua extremidade, há um pequeno balão que infla ao nível do gânglio trigeminal. Das doenças crônicas, é uma que apresenta o resultado de cura em mais de 90% dos casos.
- Rizotomia: também minimamente invasivo, o procedimento é especialmente indicado para o tratamento da dor crônica de coluna. Coloca-se uma agulha com eletrodo sobre a raiz no nervo espinhal, disparando ondas de radiofrequência sobre a região e, desta forma, reduzindo a sensibilidade aos estímulos dolorosos.
- Cordotomia: é realizado um pequeno corte de fibras nervosas na área da medula espinhal, feito por radiofrequência. O objetivo é cessar a percepção da dor por meio da lesão da via condutora de comunicação da medula.
- Neuroestimulação cerebral: aplicada para diversos tipos de dor, atua com implante de eletrodos no cérebro que modulando as vias de transmissão da dor.
Para
todos os casos, quanto antes for diagnosticado o problema, melhores serão os
resultados do tratamento.
Dr. Claudio Corrêa - Com mais de 30 anos de atuação
profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia
pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor
aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou referência no Brasil e no
exterior. É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia
Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas
especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus
pacientes.
Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734707Z5
Instagram: https://www.instagram.com/dr.claudiocorrea/
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