Cuidados e alertas resultam em diagnóstico precoce e
diminuem prejuízos no desenvolvimento da criança
A cada mil
recém-nascidos, três são diagnosticados com algum tipo de problema na saúde
auditiva, principalmente a surdez. O dado é da Academia Americana de
Pediatria. É nos primeiros anos de vida que ocorrem o desenvolvimento das
habilidades auditivas e de linguagem. Nessa fase, é importante uma atenção
extra porque problemas nessa área podem prejudicar o desenvolvimento escolar e
até social da criança.
Uma forma de
precaução é que seja realizado o Teste da Orelhinha logo nos primeiros dias de
vida do bebê. Indolor e sem contraindicações, o exame é imprescindível para
todos os bebês, obrigatório e gratuito. "No teste, o fonoaudiólogo coloca
um aparelho de Emissões Otoacústicas Evocadas, que produz estímulos sonoros
leves e mede o retorno das estruturas do ouvido interno. O diagnóstico precoce
é de extrema importância pois a criança com deficiência auditiva que recebe
intervenção adequada até seis meses de idade, pode desenvolver a linguagem
muito próxima a de uma criança ouvinte”, explica a médica
otorrinolaringologista Milena Costa.
As causas de
perda auditiva podem variar desde doenças genéticas, infecções virais/
bacterianas, traumas, uso de alguns medicamentos, entre outras. Sendo assim, é
de extrema importância a constante atualização da carteira vacinal e o
acompanhamento vigilante do desenvolvimento neuropsicomotor e da linguagem
infantil.
Milena Costa
afirma que o alerta deve ser mantido até mesmo na idade escolar, durante e após
a alfabetização. “A maioria das crianças não tem surdez profunda, e, sim, graus
variáveis de perda auditiva que interferem no aprendizado. Aquele aluno
desatento, que não progride na escola, pode não estar escutando bem as explicações
do professor. Ou até pode ouvir, mas ter dificuldade em processar a informação
auditiva”, explica. "Os pais devem sempre estar alertas à saúde auditiva
na infância, pois mesmo para as crianças sem indicação de surdez, a intervenção
rápida e prevenção evita riscos e problemas futuros”, finaliza a médica.
Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada
pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em
Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e
fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.
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