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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Problemas auditivos podem ser evitados desde bebê


Cuidados e alertas resultam em diagnóstico precoce e diminuem prejuízos no desenvolvimento da criança

A cada mil recém-nascidos, três são diagnosticados com algum tipo de problema na saúde auditiva, principalmente a surdez. O dado é da Academia Americana de Pediatria.  É nos primeiros anos de vida que ocorrem o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem. Nessa fase, é importante uma atenção extra porque problemas nessa área podem prejudicar o desenvolvimento escolar e até social da criança.
Uma forma de precaução é que seja realizado o Teste da Orelhinha logo nos primeiros dias de vida do bebê. Indolor e sem contraindicações, o exame é imprescindível para todos os bebês, obrigatório e gratuito. "No teste, o fonoaudiólogo coloca um aparelho de Emissões Otoacústicas Evocadas, que produz estímulos sonoros leves e mede o retorno das estruturas do ouvido interno. O diagnóstico precoce é de extrema importância pois a criança com deficiência auditiva que recebe intervenção adequada até seis meses de idade, pode desenvolver a linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte”, explica a médica otorrinolaringologista Milena Costa.
As causas de perda auditiva podem variar desde doenças genéticas, infecções virais/ bacterianas, traumas, uso de alguns medicamentos, entre outras. Sendo assim, é de extrema importância a constante atualização da carteira vacinal e o acompanhamento vigilante do desenvolvimento neuropsicomotor e da linguagem infantil.
Milena Costa afirma que o alerta deve ser mantido até mesmo na idade escolar, durante e após a alfabetização. “A maioria das crianças não tem surdez profunda, e, sim, graus variáveis de perda auditiva que interferem no aprendizado. Aquele aluno desatento, que não progride na escola, pode não estar escutando bem as explicações do professor. Ou até pode ouvir, mas ter dificuldade em processar a informação auditiva”, explica. "Os pais devem sempre estar alertas à saúde auditiva na infância, pois mesmo para as crianças sem indicação de surdez, a intervenção rápida e prevenção evita riscos e problemas futuros”, finaliza a médica.

Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.

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