A doença é o segundo tipo de tumor mais
letal, vitimando aproximadamente 15 mil pessoas por ano. Estima-se que 90% dos
mais de 30 mil casos poderiam ser evitados com prevenção
O câncer colorretal se dá pela presença de tumores que acometem o intestino grosso, mais precisamente o cólon e o reto. Segundo a Dra. Aline Angélica Porto, oncologista do Hospital Brasil, da Rede D'Or São Luiz, não existe uma única causa definida para o aparecimento deste tumor, mas há fatores como estilo de vida, idade ou herança genética que aumentam o risco de ocorrência. "Podemos dividir esses fatores entre aqueles que podemos mudar, como a obesidade, excesso de álcool, consumo excessivo de carne vermelha - principalmente processada, tabagismo e sedentarismo; e os que não podemos mudar, como a idade - a partir dos 50 anos, risco genético, diabetes e doenças inflamatórias intestinais", alerta a especialista.
Em sua grande maioria, os tumores são benignos na fase inicial e crescem lentamente, podendo levar anos até o estágio avançado da doença, quando aparecem os primeiros sintomas. Mesmo com o aumento no número de casos, o diagnóstico é simples, feito por meio de exames que avaliam a presença de sangue oculto nas fezes. Por ser uma doença silenciosa, esses exames devem ser realizados pelo menos uma vez por ano e, caso apontem anomalias, é indicado uma colonoscopia. Quando realizados de forma precoce podem garantir até 90% de chance de cura. "É recomendado que as pessoas com mais de 50 anos façam a colonoscopia. Em casos de suspeita clínica ou histórico familiar que sugira síndromes hereditárias, esses exames precisam ser feitos imediatamente, independentemente da idade", explica a médica.
A doença pode ser silenciosa ou manifestar-se através de mudança no hábito intestinal. É preciso estar atento há sinais como diarreia e sangramento nas fezes, que são os sintomas mais comuns dos tumores do lado esquerdo do intestino. Podem ocorrer ainda dores abdominais e até uma obstrução completa do intestino.
Tratamento
Segundo o Dr. Rogério Palma, cirurgião do aparelho digestivo Hospital Brasil, da Rede D'Or São Luiz, o tratamento deste tipo de câncer varia de acordo com cada caso, levando em conta a localização do tumor, tamanho, extensão e o organismo do paciente. Quando localizado no reto, por exemplo, o tratamento adotado é chamado de neoadjuvante (antes da cirurgia) e pode ser realizado com radioterapia e quimioterapia antes de uma possível cirurgia. Já no colón, caso não tenha se espalhado para outros órgãos, adota-se um método chamado adjuvante (depois da cirurgia), no qual o tratamento cirúrgico é a principal opção, antecedendo a rádio e quimioterapia, reduzindo a probabilidade da recorrência da doença e aumentando as taxas de cura.
"Existem estudos que apontam com otimismo o tratamento neoadjuvante no tumor do reto. Nesses casos, a administração da quimioterapia e da radioterapia antes dos procedimentos cirúrgicos apresentou a regressão completa dos tumores em 20% dos casos", conta Palma. Além disso, o médico aponta outro tratamento que vem apresentando grandes resultados. "Em termos de cirurgias, os robôs vieram para revolucionar. Em pacientes obesos, por exemplo, as cirurgias robóticas, procedimentos minimamente invasivos, estão sendo cada vez mais frequentes, principalmente na retirada de tumores retais. Além disso, também temos a laparoscopia, que vêm mostrando excelentes resultados oncológicos. Ambas apresentam benefícios de melhor visualização e dissecção do tumor", finaliza o especialista.
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