A perigosa doença, com grande
porcentagem de óbitos, atinge anualmente mais de 70 mil pessoas no país
Poucas doenças são tão
assustadoras quanto a tuberculose. Mesmo que sem a letalidade que a tornou
conhecida em todo planeta em séculos passados, a enfermidade continua com
números alarmantes, que atingiram recordes históricos nos últimos anos, e exige
muita atenção. Anualmente, mais de 70 mil pessoas são diagnosticadas com
tuberculose no Brasil, cerca de 4,5 mil desses casos acabam em óbito. De acordo
com o Ministério da Saúde, em 2017 foram 73,2 mil infecções, uma média de mais
de 200 por dia. Segundo estudos recentes que levaram em consideração centenas
de amostras da bactéria “Mycobacterium Tuberculosis”, causadora da doença, ela surgiu na África há 70.000 anos
– e possui uma trajetória evolutiva parecida com a dos seres humanos.
A tuberculose é tão
perigosa pela sua elevada capacidade de infectar os pulmões, além de outras
partes do corpo humano, entre elas ossos e sistema nervoso. De acordo com
especialistas, 10% das pessoas infectadas vão desenvolver a forma ativa e
contagiosa da doença em algum momento da vida. A transmissão ocorre de forma
direta, ou seja, de um doente ao outro, principalmente pela via respiratória,
ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir. A estimativa é que, em um ano, um indivíduo
infectado pode contaminar, em média, de 10 a 15 pessoas. Essas bactérias podem
se depositar em roupas, lençóis, copos e outros objetos.
O médico Aier Adriano
Costa, do aplicativo Docway, lembra que o principal sintoma da doença é a
tosse. "É recomendado que as pessoas que estejam com tosse há três semanas
ou mais procurem um médico para que o caso possa ser investigado e a suspeita
da doença afastada. Em casos positivos, a doença pode ser tratada
corretamente", diz o especialista. Existem ainda outros sintomas que podem
aparecer além da tosse, como a febre vespertina, sudorese noturna,
emagrecimento e cansaço/fadiga.
Diagnóstico que salva vidas
Cada vez mais
resistente aos medicamentos (existem casos de infecções multirresistentes em
que a tuberculose não responde aos principais medicamentos do mercado), a chave
para o controle da tuberculose é a rápida detecção. A “Mycobacterium Tuberculosis” pode ser diagnosticada no
corpo humano por meio da tradicional baciloscopia, um meio rápido de triagem
que pode auxiliar na detecção precoce do bacilo, ou via Biologia
Molecular com o avançado “Mycobacterium Tuberculosis (MTB) detecção por PCR”.
“Esse teste, liberado em até
cinco dias úteis, é ainda mais completo e é capaz de detectar o complexo MTB,
composto pelo grupo M. Tuberculosis, M. Bovis, M. Africanum e M. Microti. Outra opção é o
exame via dosagem de Anticorpos IgA,
IgM e IgG Anti Mycobacterium Tuberculosis, e
sem esquecermos da Cultura, pois ela permite o diagnóstico definitivo com o
isolamento e identificação deste agente etiológico que é encontrado em cidades de todo
Brasil”, comenta Deivis Junior Paludo, Gerente de
relacionamento Laboratório Diagnósticos do Brasil, um
dos maiores laboratórios de apoio de análises clínicas do país.
Para Aier Costa, o
diagnóstico precoce é fundamental, pois a transmissão da tuberculose só ocorre
enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos, mas, com o início do
tratamento adequado, a contaminação tende a diminuir gradativamente e, após 15
dias de uso dos antibióticos, chega a níveis baixíssimos, quase
insignificantes. “Em relação à prevenção, as crianças devem ser
vacinadas com a BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no
Sistema Único de Saúde (SUS)”, completa o especialista.
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