O diastema, que antes era tido como um motivo de vergonha e constrangimento entre os jovens, hoje é considerado um toque de charme e sensualidade. Sendo intitulado no mundo da moda como gap teeth, esse espaço extra entre os dentes pode ser notado em várias personalidades que decidiram assumir a pequena falha ao invés de corrigi-la, como por exemplo, as atrizes Brigitte Bardot, Anna Paquin e Vanessa Paradis; os cantores Elton John, Madonna e Melanie Martinez; e as modelos Lara Stone e Georgia May Jagger.
O problema que atinge cerca de 77% das crianças e 7% dos adultos – segundo um artigo publicado na revista brasileira “Dental Press” – pode ocorrer com maior frequência nos dois dentes frontais da arcada superior e nestes casos não é prejudicial à saúde. O cirurgião dentista e especialista em endodontia e ortodontia, Carlos Cordeiro, explica que entretanto, se a condição atingir a região dos dentes de trás, ela pode se tornar mais que uma preocupação estética. “Isso acontece porque estes dentes são responsáveis pela mastigação e assim muitos alimentos podem se depositar entre as falhas. E essa sedimentação pode contribuir para o surgimento de placas bacterianas e posteriormente a ocorrência de inflamação gengival (gengivite e periodontite) e dor”, ressalta.
De acordo com Carlos Cordeiro, entre os principais motivos que levam ao diastema estão a genética, a diferença entre o tamanho dos ossos da boca e a espessura dos dentes, a perda dentária e o excesso de freio labial. “Também sendo ocasionada por distúrbios de alinhamento bucal, como o grau de overjet ou a protrusão dentária (CL II), a alteração pode ser identificada em algumas crianças quando ainda estão na fase dos dentes de leite, mas estes espaços se fecham quando ocorre o nascimento dos dentes permanentes”, esclarece.
Para tratar o diastema, antes é necessário que o
paciente discuta com o seu dentista quais são as características de seu caso e
as razões que podem ter impulsionado o surgimento do problema. A partir daí o
profissional poderá indicar quais decisões podem ser tomadas e as terapêuticas
disponíveis para cada caso. “O paciente pode optar por manter o diastema,
quando a sua saúde bucal não está ameaçada. Mas para quem se sente incomodado
com o âmbito estético ou sofre com as doenças decorrentes da condição, o
tratamento com aparelhos ortodônticos pode ser uma ótima alternativa”,
recomenda.
Cordeiro ainda aponta como escolha de tratamento, a
realização de restaurações com
resina ou porcelana. “Já em relação as pessoas que possuem o freio labial de um
tamanho atípico, podem considerar junto a um periodontista, a realização de um
procedimento cirúrgico chamado frenectomia. Em crianças, esse método funciona
por si só, mas em adolescentes e adultos, a intervenção precisa vir acompanhada
do uso de aparelhos”, completa.
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