Caracterizada por um aumento anormal e por longo período da pressão que o
sangue faz ao circular pelas artérias do corpo, a hipertensão arterial é uma
doença que atinge mais de 900 milhões de pessoas ao redor do globo. Indivíduos
considerados hipertensos têm a pressão maior ou igual a 13 por 8 milímetros de
mercúrio (mmHg) a maior parte do tempo. O ideal é que fique em torno de 8mmHg e
não passe dos 12mmHg, o famoso 12 por 8.
Os riscos de uma pressão descontrolada são muitos, pois afeta diretamente um
dos mais importantes órgãos do nosso corpo: o coração. A circulação é
prejudicada pelo enrijecimento das artérias coronárias, o que faz com que ele
não receba sangue e oxigenação suficientes, aumentando o risco de infarto. Além
disso, a pressão alta provoca, com o tempo, diversas obstruções e pequenas
hemorragias no cérebro destruindo gradualmente os neurônios – o que pode causar
perda de memória e demência vascular. O organismo fica também mais suscetível
ao acidente vascular cerebral (AVC), pois as artérias da cabeça não conseguem
se dilatar e se um vaso ficar obstruído pode se romper. Por fim, os rins também
ficam mais frágeis com a pressão alta. Com o bloqueio das veias, eles deixam de
filtrar o sangue de maneira correta, o que pode causar insuficiência renal.
Para complicar ainda mais, a hipertensão arterial é uma doença silenciosa e não
aparenta muitos sintomas. Os principais deles são bastante genéricos, como
dores de cabeça, falta de ar, visão borrada, zumbido no ouvido, tontura e dores
no peito. O provável, porém, é que ao sentir um dos sinais acima, a doença já
esteja em fase mais avançada. Por isso, é importante estar sempre em dia com
seu médico e checar a pressão pelo menos uma vez ao ano. Além disso, há fatores
que aumentam o risco da doença, como a obesidade, o estresse, a poluição, a
idade (a partir dos 60 anos, as artérias perdem a flexibilidade), o histórico
familiar (filhos de pais hipertensos têm um risco 30% maior de pressão alta) e
até etnia, pois a doença é mais prevalente na população negra e asiática.
Os cuidados para evitar a hipertensão são bem conhecidos: leve uma vida ativa,
principalmente com atividades aeróbicas, e cuidado com a alimentação. O excesso
do sal é um dos principais fatores de risco para a hipertensão: o recomendável
é ingerir no máximo cinco gramas do tempero por dia. Além disso, vale saber que
existe uma dieta específica para quem sofre de hipertensão arterial, baseada em
grandes doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais, pois estes são
alimentos cheios de nutrientes como cálcio, magnésio e potássio, todos
importantes na contração dos vasos sanguíneos e do coração. O Dia de Prevenção
e Combate à Hipertensão Arterial pode ser comemorado anualmente no 26 de abril,
mas todo dia é dia para cuidar de seu corpo e de suas artérias.
Dr.
Pedro Rubens Pereira Junior - cardiologista do HSANP, centro hospitalar na Zona
Norte de São Paulo.
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