Enquanto conservadores e liberais lentamente se mobilizam e – derrotados ou
vitoriosos – rapidamente retomam suas atividades normais, os esquerdistas, sempre
ligados na tomada de algum “coletivo”, operam em regime de 24 por 24 horas.
Nestes
dias, os estudantes brasileiros se tornaram objeto dessa pesada ação política.
Professores militantes inseridos no sistema de ensino são missionários da
desgraça. As ideias que defendem sempre dão errado. Não há um único caso de
sucesso entre suas 42 experiências concretas mundo afora. Falam em justiça e
entregam uma nova elite corrupta; falam em liberdade e entregam opressão e
paredão; falam em sabedoria e entregam cartilha; falam em pluralismo e entregam
histeria e sanção contra toda divergência; falam em prosperidade e entregam
cartão de racionamento; falam em democracia e entregam o manjado totalitarismo
de sempre; falam em amor e entregam filhos revoltados chamando fascistas os
próprios pais.
Depois
de Georg Luckács, de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt (Marcuse e
Adorno), a renitente construção da desgraça precisa das salas de aula. É por
ali que passa a grosseira expulsão do conhecimento divergente (Luckács), a
construção da hegemonia pela ação do intelectual coletivo (Gramsci) e a
superação das resistências culturais (Escola de Frankfurt). Lembrei-me muito
deles ao ler notícias sobre reações em colégios e universidades à vitória de
Jair Bolsonaro. Os derrotados na eleição democrática rejeitando o vencedor dois
meses antes de ele usar a caneta pela primeira vez!
Em
especial, lembrei-me de um artigo de Michael Minnicino, publicado em 1992 com o
título “O politicamente correto e a Escola de Frankfurt”. Ali se lê:
“Os herdeiros de Marcuse
e Adorno dominam completamente as universidades, ensinando seus estudantes a
substituir a razão por exercícios [rituais] de ‘politicamente correto’. Há,
hoje, um número reduzido de obras teóricas em Arte, Letras ou Linguagem que não
iniciam reconhecendo sua dívida à Escola de Frankfurt. A caça às bruxas nos
atuais campus é mera implementação do conceito de Marcuse sobre “tolerância
repressiva” – tolerância para movimentos de esquerda, mas intolerância para os
movimentos de direita”. (1)
Resulta
impossível não associar esse relato ao que vem acontecendo ao longo dos anos
com representações efetivamente rituais, além de manifestações, nos pátios e
auditórios de nossas escolas e estabelecimentos de ensino superior.
O
despertar conservador e liberal brasileiro tardou demais. Acorda sob insultos.
É dito fascista porque a tanto são ensinados os jovens por professores que
assim qualificam os pais de seus alunos e os que ousam divergir, ainda que a
divergência se expresse em uma bandeirinha do Brasil.
Lembrem-se
de que Beltrand Russel, outro frankfurtiano, escreveu, em 1951, que o “mais
influente dos modernos métodos de propaganda se chama Educação”. E foi adiante:
“Os
psicólogos sociais do futuro ensaiarão diferentes métodos de produzir, em
crianças, inabalável convicção de que a neve é preta. Vários resultados serão
percebidos: 1º) a influência doméstica atrapalha; 2º) nenhum resultado será
obtido se a doutrinação iniciar depois dos 10 anos; 3º) refrões musicados
insistentemente repetidos são muito efetivos; 4º) a opinião de que a neve é
branca deve ser atribuída a um estado de excentricidade mórbida”. (2)
Ao final, Russel conclui
afirmando que quando a técnica estiver aperfeiçoada, qualquer governo que tenha
a seu cargo a educação de uma geração exercerá controle de seus sujeitos sem
necessidade de armas ou policiais.
Portanto, senhores pais,
se quiserem dar algum sentido prático ao presente, invistam no futuro e façam
valer seu peso nas decisões pedagógicas das escolas de seus filhos.
Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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