A Década de Ação pela Segurança no Trânsito,
lançada pela ONU em 2011, já está na sua reta final, pois encerra-se em 2020,
porém ainda não há muito o que se comemorar. No Brasil, ocorreram alguns
avanços, mas ainda incipientes. Quando olhamos os dados do Seguro DPVAT, por
exemplo, foram 41.150 indenizações por morte e 284.190 por invalidez em 2017,
números muito altos.
No mundo, a cada ano 1,3 milhão de pessoas morrem
por conta de uma colisão no trânsito, sendo que mais da metade dessas não estão
em um carro, segundo a ONU. Empresas, poder público e cidadãos têm uma grande
parcela de responsabilidade para mudar esse cenário. E o que está sendo feito
para mudar? Como as empresas podem contribuir?
A década foi pensada como um marco para que todos
se envolvessem para proporcionar mecanismos que levassem a um trânsito mais
seguro. E somente nesse ano o Brasil criou o Plano Nacional de Redução de
Mortes e Lesões de Trânsito, o chamado Pnatrans. Esta medida, além de atrasada,
ainda é muito pequena se realmente queremos colecionar bons resultados ao final
da década. É preciso que o Poder Público, seja em nível municipal, estadual ou
federal, realmente abrace a causa e trabalhe em prol de uma melhoria efetiva.
Além disso, o país precisa ter informações
compiladas para saber ao certo quantas pessoas perdem a vida por ano no Brasil
no trânsito. Os dados são fundamentais para a criação de políticas públicas
permanentes para ajudar a reduzir estas mortes. Cabe também ao Estado o papel
de orientação, fiscalização, sinalização adequada das vias e prevenção.
Educação e informação também devem começar desde
cedo, do ensino para os pequenos para que respeitem as regras de trânsito, seja
na hora em que estão pedestres, passageiros ou depois como motorista.
Quanto ao setor privado, cabe o papel de reforçar a
cultura de um trânsito mais seguro. Criar mecanismos de treinamento adequado
para que todos em uma companhia tenham o mesmo modo de agir no trânsito,
seguindo todas as regras no dia-a-dia. Ajudar a disseminar a informação sobre
os riscos sobre beber e dirigir, criar tecnologias que inibam esse
comportamento no trânsito, fazer campanhas de educação, reforçar o uso do cinto
de segurança, como item fundamental sempre.
Outra medida é incentivar prêmios de comportamento
positivo para os que não possuem multas. Orientar para que funcionários sigam
as regras de trânsito, por exemplo, evitando o uso do celular ao volante.
Quando colaboradores se envolvem em acidentes há perdas significativas no
trabalho e uma série de consequências que acarretam em afastamento permanente
ou até morte.
Nós, da Arval, temos consciência de nosso papel
nesta questão e desenvolvemos constantemente ações com o objetivo de contribuir
para um trânsito mais seguro. Neste ano, por exemplo, aderimos novamente ao
Maio Amarelo e, por meio de uma ação de conscientização, impactamos
colaboradores, clientes e público externo.
É importante ressaltar ainda que é dever de todos o
envolvimento nas políticas e ações para que o trânsito seja mais seguro para
toda a população em qualquer parte do mundo. Compartilhar essas
responsabilidades entre poder público, entidades privadas e envolver a
população vai gerar um trânsito melhor e com menos problemas para todos.
Que a década seja realmente uma oportunidade de
diminuirmos mortes e termos mais segurança nas nossas vias.
Rodrigo Amaral - diretor de
Operações da Arval Brasil.
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