Especialista esclarece os principais pontos para quem deseja um
parto seguro, seja normal ou cesárea
Desde o
instante em que descobrem a gravidez, as gestantes passam por muitos momentos
de dúvidas e inseguranças. Os mitos e as histórias contados por gerações
alimentam os fantasmas que assombram as mulheres durante todo período
gestacional. E um desses principais medos é a hora do parto. Porém, cada vez
mais, surgem meios para tornar esse momento mais confortável, entre eles, está
a humanização do parto, que ajuda mãe e bebê durante este processo. A Dra.
Glaucimara Gonzaga Nunes, coordenadora do serviço de obstetrícia do Hospital
Real D’Or e do Hospital Oeste D’Or, esclarece alguns pontos sobre o parto
humanizado.
Não.
Independentemente dos tipos de parto, seja cesárea ou normal, todos têm direito
de serem humanizados. Isso se deve pelo fato de que ele não é uma forma de
parir, mas um processo que visa respeitar as vontades e limites da mãe, o tempo
de cada um dos envolvidos no nascimento, que dá protagonismo à mulher, que
oferece suporte para superar dores e um possível desgaste físico e emocional,
evitando, preferencialmente, qualquer tipo de intervenção.
Humanizar o
parto é uma proposta que integra condutas e procedimentos a fim de que mãe e
filho possam vivenciar a experiência do parto natural.
No Hospital
Real D’Or, por exemplo, a gestante encontra um ambiente acolhedor e uma equipe
ciente de seu papel de contribuição no processo, oferecendo técnicas que possam
minimizar as conhecidas “dores do parto”, como o estímulo a caminhada e o banho
de chuveiro ou banheira, para que esta gestante e o bebê tenham bem-estar
físico e emocional. O ambiente e a estrutura física são fatores importantes,
mas o mais relevante no parto humanizado é o respeito e o cuidado com mãe e
bebê.
Não. O parto
humanizado acredita na fisiologia natural do corpo feminino, logo, todas têm
capacidade e força para expulsão do bebê. Importante ressaltar a Organização
Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a Manobra Kristeller, pois oferece risco
para a parturiente e o bebê.
Os
profissionais envolvidos sempre buscam protagonizar as mães. Elas ficam um
pouco mais limitadas nesse tipo de parto, porém, há meios para tornar este
momento único, acolhedor e feliz para todos. Por exemplo, se não tiver nenhum
fator que impossibilite o parto natural, o dever do profissional é ouvir o
desejo da mãe. Se ela prefere um parto cesárea, então, que seja amparada nessa
escolha. Geralmente, buscamos humanizar das seguintes formas: orientando sobre
a realização da cesárea depois das 39 semanas; já no dia do nascimento, ficam
na sala os familiares escolhidos pela parturiente; quando o bebê nasce,
colocamos imediatamente nos braços da mamãe para, em seguida, estimular a primeira
pegada no seio, para o aleitamento. Além disso, esperamos cessar o fluxo do
cordão umbilical para, assim, cortá-lo, podendo ser feito inclusive por um
familiar escolhido.
O mais
indicado é que os cuidados se iniciem desde o pré-natal, quando a mãe, além de
sua saúde, se prepara emocionalmente para a experiência de dar à luz. O parto
humanizado começa muito antes do nascimento. Inicia-se na escolha dos
profissionais, passa pelos exames e orientações, pela escolha do tipo de parto,
pelo nascimento e finaliza quando mãe e bebê estão seguros e prontos para
seguirem em frente juntos.
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