A doença que
assusta as mulheres pode ser tratada ainda na adolescência e evitar a
infertilidade
Hoje é comemorado o Dia Nacional de Luta Contra a
Endometriose. Conhecida como a doença da mulher moderna, e uma das principais
causas da infertilidade feminina, a endometriose acomete cerca de 7 milhões de
brasileiras em idade reprodutiva (15-49 anos). Desse total, de 30% a 50% dessas
mulheres correm sérios riscos de perder a capacidade reprodutiva por causa
dessa doença que não tem cura, mas tem tratamento. O diagnóstico precoce é
fundamental, e ainda hoje, é a melhor alternativa de prevenção.
“A endometriose é uma doença inflamatória que
ocorre quando o tecido que reveste o útero (endométrio) se expande para fora
dele chegando a lugares onde não deveria crescer. Como, por exemplo, nos
ovários e na cavidade abdominal. Esse distúrbio pode surgir a partir da
primeira menstruação, e por isso, recomenda-se atenção também às adolescentes”,
alerta a ginecologista e obstetra, Dra. Maria Cecília Erthal, diretora da
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana Assistida e diretora-médica do Vida –
Centro de Fertilidade, uma das mais importantes clínicas de fertilização do
País.
Ainda não se conhece exatamente o que causa a
endometriose, mas já se sabe que fatores imunológicos, genéticos e hormonais
estão associados ao surgimento da doença. Quase metade das mulheres
diagnosticadas levam cerca de cinco anos até chegar ao diagnóstico definitivo.
Os sintomas mais comuns são dores pélvicas muito intensas, menstruações de
fluxo intenso e alterações no hábito intestinal (diarreia ou obstipação) e
urinário.
“A partir do diagnóstico precoce, elas têm opções
de tratamento que minimizam os impactos no bem-estar diário e possibilitam a
programação de uma futura gravidez com tranquilidade. Em caso de diagnóstico
tardio, as trompas, que são responsáveis por conduzir o óvulo ao útero, podem
ser comprometidas. Além disso, há alteração nos hormônios e no sistema
imunológico dificultando uma gravidez”, afirma o ginecologista e obstetra Paulo
Gallo de Sá, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e
também diretor-médico do Vida – Centro de Fertilidade.
Para o especialista, mulheres que estão tentando
engravidar há mais de um ano sem sucesso, e que tenham sintomas como os
descritos, podem ter endometriose. Por isso, devem procurar um
especialista o mais rápido possível para pesquisar a causa da demora e a
possível infertilidade. “A endometriose pode levar a infertilidade por causar
alteração nas trompas (obstrução), disfunção na ovulação, piora na qualidade
dos óvulos e presença de agentes inflamatórios que dificultam implantação do
embrião no endométrio ou que danificam os espermatozoides, entre outras
complicações”, explica o Dr. Paulo.
Exames, como ultrassom, ressonância ou
ecocolonoscopia ajudam a comprovar o diagnóstico. O tratamento da
endometriose pode ser cirúrgico (vídeo-laparoscopia) ou por meio de medicações.
O uso de pílulas contraceptivas orais podem reduzir a cólica menstrual e a dor
pélvica. Existem casos nos quais a indicação de fertilização in vitro
é a melhor opção para que a gravidez aconteça o mais rápido possível. Já é
comprovada uma melhora significativa da doença em pacientes que engravidam e
mantêm aleitamento materno prolongado.
Nos casos em que a cirurgia se faz
necessária, o congelamento de óvulos ou de embriões podem ser feitos antes da
cirurgia com o objetivo de preservar a fertilidade. “Assim como a maioria das
questões relacionadas à saúde da mulher, a melhor forma de prevenir o
agravamento da endometriose é com a conscientização para que se chegue ao
diagnóstico precoce. Embora ainda não exista a cura da doença, o tratamento disponível
possibilita uma rotina com qualidade de vida, bem-estar e planejamento familiar
para a realização da maternidade”, conclui a Dra. Maria Cecília.
Vida -
Centro de Fertilidade | www.vidafertil.com.br
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